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TCC " A importância do Brincar na Educação Infantil"

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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 Gleice Santana Santos Guedes[footnoteRef:1]* [1: Discente do Curso de Pedagogia da Universidade Santo Amaro – Unisa, matriculado na disciplina de Trabalho de Conclusão, sob a orientação da professora Ms Ieda Maria da Silva Pinto Barbosa. E-mail: glesantana@yahoo.com.br Data de entrega: 10/11/2021
] 
RESUMO
O estudo tem como objetivo abordar o ato do Brincar na Primeira Infância, tratando de temas como: Crianças sendo protagonistas, Resgate de brincadeiras, Organização do espaço e brincar com Materiais não estruturados, onde relata sobre a Importância do Brincar e de que forma conscientizar as famílias e a instituição escolar para que os bebês e as crianças tenham o direito ao brincar e que seja prazeroso e significativo para o desenvolvimento e aprendizagem infantil e a exploração do ambiente além das paredes da sala de aula para que ocorra a ampliação do conhecimento de mundo. O Documento Currículo da Cidade de São Paulo de Educação Infantil ampliou a minha visão sobre a necessidade do bebê e da criança brincar e serem protagonistas da própria aprendizagem que ocorre através da brincadeira e a interação com o outro, procurando integrar as experiências, práticas e culturas, acontecendo a partir do olhar atento para auxiliar nas ações cotidianas e na construção de um trabalho de qualidade para o bebê e a criança.
Palavras-chave: Brincar. Bebê. Criança. Interação. Protagonista.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo trata da questão de explorar o brincar na Educação Infantil, com foco no desenvolvimento e na ampliação do conhecimento de mundo do bebê e da criança na primeira etapa da Educação básica.
Um dos problemas comuns é trazer a sua ação cotidiana o olhar de modificação do seu planejamento e ser flexível na aprendizagem, pois não aceitamos que as crianças aprendam a partir do brincar. Este problema afeta o desenvolvimento e as experiências que podem ser adquiridas na educação infantil, causando danos que podem deixar marcas na vida adulta. O prejuízo acontece pois a criança começa a amadurecer precocemente, muitas vezes assumindo papéis de adultos, perdendo habilidades que deveriam ser desenvolvidas na infância, sendo crianças com dificuldades de interação com o outro e com o mundo ao seu redor.
O objetivo deste estudo é indicar alternativas que mostrem que através do brincar a criança se desenvolve integralmente, abrangendo a área social, afetiva, cultural, cognitiva, emocional e físico, se tornando vital para esta fase da primeira infância. Com vista que a partir do brincar o bebê e a criança comunica-se consigo mesmo e com o mundo ao seu redor, assumindo diferentes papéis enquanto estão brincando, estimulam a imaginação e a criatividade, permitindo a solução de problemas enquanto interagem com o outro.
O conteúdo encontrado nesse artigo poderá beneficiar professores que atuam na área de educação infantil ampliando seu olhar sobre o brincar do bebê e da criança, percebendo que as crianças são protagonistas da própria aprendizagem e que trazem bagagens que podem ser compartilhadas com outro e na sua interação com o mundo em que vivem.
Para fins desta análise o conceito de brincar e se divertir e entreter, no entanto, para primeira infância o brincar vai muito além, pois proporciona o desenvolvimento em diversos aspectos e a criança tem o contato com a cultura lúdica, Vygotsky (1991) diz que esta situação imaginária criada pela criança é onde ela pode, no mundo da fantasia, satisfazer desejos atentam impossíveis para sua realidade. O momento de interação do bebê e da criança faz a diferença no desenvolvimento dos mesmos produzindo vivências, estimulando vocabulário e criando experiências. Foram fundamentadas nas teorias de Barbosa que nos traz o olhar sobre o tempo, espaços e a construção da Cultura Infantil; Kishimoto mostra a visão sobre o brincar, exploração de jogos e de brinquedos, tratando sobre a importância dessas experiências para criança; as documentações curriculares como: BNCC, ECA, RECNEI e o Currículo da Cidade de São Paulo de Educação Infantil, que traz pontos voltados somente para o brincar na primeira infância tratando como direito da criança ao brincar e de que forma ofertar para as crianças esse momento de brincadeira e como planejar na sua ação cotidiana; finalizando com Fochi que mostra um brincar diferenciado através dos materiais não estruturados e Vygotsky que trata do brincar em sua obra “A formação da mente” vendo o brincar como essencial para o desenvolvimento infantil.
É importante destacar que as informações aqui disponibilizadas, foram obtidas por meio de pesquisa e estudo baseado no Currículo da Cidade de São Paulo, que retrata da importância da interação no brincar no início da primeira infância, tornando esse ponto o objetivo central para ser trabalhado nas escolas de Educação Infantil da Cidade de São Paulo e para o processo de ensino-aprendizagem do bebê e da criança.
2. BEBÊS E CRIANÇAS BRINCANDO
O brincar torna à criança o direito de ser protagonista, onde possa escolher e vivenciar aprendizagens a partir da manipulação do brinquedo, construindo muitos conceitos que começaram a ser desenvolvidos com a exploração do objeto, começando a descobrir a textura e de que forma pode ser explorado o objeto, abrindo um leque para novas descobertas do bebê e da criança, estimulando cada vez mais a imaginação e passando a fazer imitações ao observar o adulto. O brinquedo e a brincadeira estão interligados com afetividade da pessoa, a descoberta de si e do outro através da interação e aprendizagem do trabalho com regras.
“Os bebês e crianças, desde o nascimento fazem parte ativa do próprio processo de crescimento. Nas suas interações, colocam- se em relação com outras pessoas, objetos, linguagens, isto é, com os modos de funcionamento da sua cultura, e vão se constituindo subjetivamente como seres humanos pertencentes a um território”.(Currículo da Cidade Educação Infantil, p. 69, 2019)
A cultura da infância e passada de geração para geração, fazendo parte da aprendizagem que a criança adquiriu através da sua cultura regional quanto por sua particularidade familiar, onde aprende a brincar a partir da cultura em que está inserida ampliando a cultura lúdica, aprendendo a interagir com o outro, se tornando um ser humano flexível, que consegue resolver raciocínio lógico, que tem domínio espacial, desenvolvimento da linguagem oral, que aprende a dialogar e expor suas opiniões, aprendendo a ter liderança. O bebê e a criança através do brincar descobre o mundo ao seu redor.
“As culturas infantis são transmitidas e reelaboradas geracionalmente, isto é, elas permanecem na história, contaminam-se por meio do contato com os diversos grupos sociais, étnicos, religioso, de gênero e etc, e são permanentemente recriados pelas gerações mais novas. Elas caracterizam-se por estarem relacionadas aos contextos da vida cotidiana das crianças e tem como base elementos materiais presentes em suas vidas, como os objetos da casa, brinquedos, livros, materiais, ferramentas e tecnologias que mediam suas relações com o mundo, assim como os elementos simbólicos que provém das comunidades, das famílias, da cultura de brincadeiras, da mídia e da escola.” ( Barbosa, Ver. Diálogo Educ., Curitiba, p.663, set./ dez.2014)
A escola de Educação Infantil, tem um papel importante em todo esse processo de ensino aprendizagem que acontece através do brincar, onde organizam espaços para que as crianças possam explorar, o professor deve oferecer material básico para que ocorra a construção do Faz de Conta, esses materiais podem ser brinquedos variados, materiais não estruturado, fantasias entre outros, para que toda essa magia acontece no momento do brincar.
“Cada integrante de um grupo traz, consigo, uma experiência cultural, social, emocional diversificada, seja ele bebê, uma criança pequena ou um professor. Portanto, quando se encontram em um mesmo espaço essas pessoas e suas experiências, há necessidade de tempo para transformar esse espaçoem um ambiente -um lugar- onde ocorra um encontro e a construção de uma vida em comum.” (Barbosa – Tempo e Cotidiano, Dossiê, p.214, Nov. 2013)
Quando oferecemos um momento de brincadeira com qualidade para um bebê e uma criança, estamos resgatando crianças que estão fechados em seu mundo de celulares e computadores, pois é oferecido um ambiente de interação para a criação da brincadeira, devendo ser pensado no espaço, na organização e no tempo para o brincar, pensando na prática diferenciada para que esse brincar aconteça de forma prazerosa e significativa para o bebê e a criança. O professor deve estar aberto a esse olhar, de preparar e organizar o ambiente apropriado para essa aprendizagem.
“As UEs, sejam elas de Educação Infantil ou Ensino Fundamental, precisam garantir a oferta de tempo para as crianças viverem, realizarem suas brincadeiras, construírem os seus gestos e as suas expressões, desenvolvendo as suas múltiplas linguagem.” (Currículo da Cidade Educação Infantil, p.69, 2019)
Enquanto brinca a criança descobre que existem momentos felizes, tristes e que há muitos desafios pela frente, exercendo o seu direito de brincar, o que é garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente:
“ART.16. O direito à liberdade compreende o seguinte aspecto:
IV. Brincar, praticar esportes e divertir-se;” (ECA- capítulo II, artigo 16, 1990)
O brincar é essencial para formação do indivíduo, sendo ele a ação prioritária da infância o adulto precisa estar modificando o seu olhar referente ao brincar, para que a criança possa viver esse momento e ocorrendo uma troca de aprendizagem enquanto o bebê e a criança brinca buscando experimentar novos papéis nessa interação. 
3. ESPACOS PARA INTERAÇÃO
O espaço vai muito além de um lugar para brincar, ele interfere indiretamente nas aprendizagens dos bebês e das crianças, sendo visto como interlocutor e mediador de conhecimentos, pois o espaço traz para criança o desafio, instiga as Crianças A explorar o ambiente e o estímulo dos diversos tipos de linguagens. Esses espaços devem ser pensados para estimular a aprendizagem da criança e do bebê dizendo ocorrer toda transformação para acolher os mesmos.
“A escola como um lugar para o qual as crianças se dirigem, todos os dias, com segurança e tranquilidade para através do acolhimento e reconhecimento dos demais, aprender a viver-fazer suas iniciações à vida comum. um ambiente onde as pessoas compartilham as coisas simples e ordinárias do dia-a-dia e também geram contexto para que o extraordinário possa invadir o cotidiano.” (Barbosa- Tempo e Cotidiano, p.218, Nov. 2013)
É importante os materiais estarem disponíveis e ao alcance dos bebês e das crianças, para que haja a livre escolha sobre "com o quê? E de quê?” Essa criança quer brincar. Os cantinhos fixos em sala devem ser pensados para estimular a exploração e a interação com o outro e com o ambiente, devem ter diversas propostas que venham promover um novo olhar para as crianças e os bebês de criação, os espaços devem ser criados juntamente com a criança, pois desta forma ocorrerá a valorização desse ambiente e o cuidado com esse espaço e os materiais que lá se encontram.
“Interação entre criança e ambiente- A organização do ambiente pode facilitar ou dificultar a realização das brincadeiras e das interações entre as crianças e os adultos. O ambiente físico reflete as concepções que a instituição assume para educar a criança” (Kishimoto- ANAIS DO I SEMINÁRIO NACIONAL: Currículo em Movimento- Perspectivas Atuais- Belo Horizonte, Nov. 2010, p. 3)
Os espaços tanto internos como os externos devem ter focos de interesse para as crianças, pois oferecem atrativos que estimule cada vez mais. Esses espaços promove a organização do movimento, as ideias, as intenções e os interesses das crianças. O espaço escolar deve nos mostrar o que pode ser trabalhado através do modo que está organizado, tornando-se um ambiente estimulador ou limitador de aprendizagem. Esse espaço deve ser seguro para criança e o bebê.
“Além dos espaços internos, também os espaços externos deve ser preparado para criação de brincadeiras com recursos naturais, como folhas, árvores, areia, pedrinhas, pinhas. É parte da vida saudável de bebês e crianças o contato com a natureza...É importante assegurar a possibilidade de as crianças entrarem e saírem autonomamente do prédio, porque isso potencializa as conexões, relações e interações que elas estabelecem entre os diferentes espaços e cenários.” (Currículo da Cidade de Educação Infantil, p. 97, 2019)
A organização dos espaços é um tema que se encontra nas documentações de educação infantil, como no BNCC e em São Paulo no Currículo da Cidade de Educação Infantil, mostrando a importância de termos um lugar em oferecer um espaço que a criança possa se desenvolver e comece a criar a sua visão de mundo através do brincar, e quando os espaços trazem elementos da Cultura acontece aprendizagens marcantes e significantes na vida do bebê e da criança.
“As crianças vivem inseridas em espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e socioculturais... a educação infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, manipular objetos, investigar e explorar seu entorno, levantar hipótese e consultar fontes de informação para buscar respostas as suas curiosidades e indagações. Assim a instituição escolar está criando oportunidades para que as crianças ampliem seus conhecimentos do mundo físico e sociocultural e possam utilizá-los em seu cotidiano.” (BNCC- Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações, p.42 e 43, 2017)
Quando criamos um espaço juntamente com as crianças ele revela a identidade das pessoas através dos materiais oferecidos, das cores utilizadas, a forma que foi pensado no ambiente, de acordo com sua comunidade e a bagagem que esses bebês e crianças trazem para o ambiente escolar. Eles são protagonistas do conhecimento e o professor devendo ser somente mediador, para que toda essa busca de experiências e aprendizagem seja prazerosa para o bebê e a criança, fazendo com que ela possa viver realmente a sua infância e levar a aprendizagem adquirida consigo para a vida adulta. Nos dias de hoje a educação infantil é vista como um espaço que a criança aprende através do brincar, não somente com folhas mimeografadas, onde a criança traz para o espaço escolar o que quer aprender através de experiências, descobertas, troca de vivência, a exploração, o olhar para o mundo e a interação com o outro e com espaço, sendo o espaço escolar o fornecedor para que tudo isso ocorra na vida do bebê e da criança.
4. RESGATE DE BRINCADEIRAS
Na quarentena, os bebês e as crianças em seus ambientes familiares começaram a passar muito tempo utilizando a tecnologia (televisão, celulares e computadores), onde assistem vídeos ou desenhos que não trazem benefícios e muitas vezes acabam transformando-os em pequenos adultos, modificando o seu vocabulário e a interação com outro e com o mundo, o brincar acaba ficando de lado deixando de viver a sua infância, nesse período de quarentena ficou muito mais evidente quanto tempo as crianças e até mesmo os bebês passavam na frente desses objetos tecnológicos. 
“As experiências digitais podem conviver, mas não devem competir com nenhuma atividade essencial ao desenvolvimento pleno da infância: alimentação, sono, movimento e Interação humana, estabelece a Organização Mundial da Saúde.” (lunetas.com.br, “Especialista debatem infância e tecnologia em tempos de pandemia”, 18/05/2020)
O resgate das brincadeiras é importante para construção do autoconhecimento, onde a criança viaja na sua própria imaginação e fantasia as famílias e professores podem transmitir suas vivências na infância trazendo brincadeiras que fizeram parte da sua vida e que podem ser compartilhadas com os bebês e crianças, onde juntos realizam essa troca de bagagem. A criança através do brincar ela representa tudo que ela quer, pois a brincadeira faz parte do universo infantil desenvolvendo diversas habilidadesinteragindo com o mundo ao seu redor e transpondo diversas referências nessa brincadeira tanto positivas quanto negativas como por exemplo imitando situações que viviam em família.
“Enquanto manifestação livre e espontânea da cultura popular, a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de brincar. Por pertencer à categoria de experiência transmitidas espontaneamente conforme motivações internas da criança, a brincadeira tradicional infantil garante a presença do lúdico, da situação imaginária.” (Kishimoto- Jogos, brincadeiras e brinquedos- Brincadeiras tradicionais, 8°edicão, p. 38 e 39, 2017)
Quando estimulamos brincar tanto no ambiente escolar como esse ambiente familiar estamos desenvolvendo o equilíbrio, a coordenação motora, o raciocínio lógico, a sociabilidade, a competitividade e fortalecendo laços com seus amigos e familiares a partir da interação, trazendo para os o nosso espaço brincadeiras que nossos avós, pais, tios, tias e professores brincaram na infância, no momento em que o adulto interage com as crianças, ocorre a troca de aprendizagem.
“As brincadeiras que compõem o repertório infantil e que variam conforme a cultura regional apresentam- se como oportunidades privilegiadas para desenvolver habilidades no plano motor, como empinar pipas, jogar bolinhas de gude, atirar com estilingue, pular amarelinha etc.” (RECNEI, p. 25, 1998)
Resgatar brincadeiras nos dias de hoje é essencial, pois se trata de um pedaço da cultura que estamos acrescentando na vida do bebê e da criança, esse é um papel que a escola juntamente com a família deve promover e estimular para que a criança viva muitas experiências e que seja significativa adquirindo aprendizagens que serão levadas para a vida adulta.
5. BRINCAR COM MATERIAIS NÃO ESTRUTURADOS
Os brinquedos não estruturados ou o brincar heurístico vem de encontro com o aprender brincando através das descobertas, experiências e a exploração de mundo, são objetos simples que usando a imaginação pode se tornar um brinquedo maravilhoso para ser explorado conforme a criatividade do bebê e da criança, esses materiais podem ser encontrados em casa podendo ser: caixas de sapato, panelas, colheres de pau, rolinho de papel higiênico, tecidos, prendedores, vasilhas, garrafas PET, tampinhas, areia, pedra, galhos, folhas entre outros objetos. 
“[...] Quais materiais podem compor e como pode ser apresentado o ambiente para promover a experimentação de múltiplas linguagens. Permitir o acesso autônomo de bebês e crianças alguns materiais é a primeira condição que os espaços na Educação Infantil devem garantir. Junto a isso, das (os) educadoras (es) em relação as suas iniciativas incentivar a exploração autônoma. É importante que possam experimentar giz e carvão para desenhar no chão da escola, fazer tinta colorida aproveitando a casca de beterraba, modelar com barro [...] Aprender sobre os processos das coisas despertar a imaginação, o pensamento e a vontade de experimentar e criar.” (Currículo da Cidade de São Paulo Educação Infantil, p.110, 2019)
A exploração desse material é importante para o desenvolvimento do bebê e da criança, esses materiais são acessíveis financeiramente baratos. Os brinquedos não estruturados fazem parte do resgate de brincadeiras, pois jogando para o passado nossos avós e pais que moravam em zona rural utilizavam galhos, caixas, sabugo de milho e muitos outros materiais para transformá-los em brinquedos e criar um momento repleto de fantasia.
“Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivem Cia, constrói sua identidade pessoal e coletiva. Brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, e experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade produzindo cultura.” (DCNEI; Definições- Criança; p.12; Brasil; 2010)
Quando o bebê a criança explora esses materiais se tornam protagonista do seu próprio brincar, pois criam momentos e brinquedos com esses objetos, fazendo do brincar único e repleto de fantasia. Nos dias de hoje o brincar com material não estruturado está voltando a fazer parte da vida da criança e a escola tem tido um papel importante em introduzir esse material no momento do brincar, organizando ambientes e deixando esses materiais acessíveis para que ocorra essa troca de aprendizagem exploração do ambiente enquanto interagem com os brinquedos não estruturados.
“[...] acredito que seja produtivo pensar que aquilo que propomos às crianças é algo que precisa ser refletido com muita seriedade, pois elas são capazes de fazer muito, quando são dadas as condições adequadas e, também, por que os materiais e espaços oportunizados ah elas não devem ser maiores do que a oportunidade de criarem algo, ou seja, é necessário que haja chances dê as crianças modificarem, interferirem e atuarem sobre os materiais e espaços.” ( Forchi; Comunicação e saber- fazer de bebês em um contexto de vida coletiva; p. 55; 2015
Os materiais não estruturados não são planejados para uso de brincadeiras, mas vendo a necessidade de explorar e a oportunidade de envolver a criatividade para que a criança possa imaginar e fantasiar usando os objetos, sustentabilidade para que possa estimular o ato de reciclar e cuidar da natureza e a qualidade pois será oferecido esses materiais limpos e que não seja perigoso para as crianças. Eles são fundamentais para o desenvolvimento, socialização e as linguagens oral, corporal, expressiva e imaginaria do bebê e da criança. 
“Um espaço organizado para as crianças, pensando a partir das suas experiências e preferências (considerando a segurança do bebê e da criança) é fundamental para que elas possam ter autonomia. Sentir-se livre independente para poder escolher essencial na construção da autonomia das crianças” (Currículo da Cidade de São Paulo Educação Infantil; p. 73; 2019)
 Quando ofertamos o material não estruturado, estamos dando autonomia para que o bebê e a criança crie sem ter a intervenção de um adulto, pois ela é protagonista de sua própria brincadeira, sendo de suma importância que a escola e as famílias ofereçam os materiais não estruturados.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo me trouxe o olhar de que o brincar é uma parte importante na primeira fase infância pois a partir dele o bebê e a criança começa a ter conhecimento de mundo, adquire um espaço naquele ambiente tornando-se protagonista do momento de interação. A cultura em que a criança está inserida no brincar traz uma aprendizagem social, mostrando a visão de mundo que ela adquiriu durante aprendizagem no brincar.
O mediador deve ofertar um espaço para que a criança possa interagir e criar um momento de exploração do ambiente e dos objetos sendo significativo e repleto de aprendizagem, onde estarão compartilhando suas bagagens e tornando-a parte do espaço e do mundo com muita imaginação.
Trazer para o meio Infantil o resgate de brincadeiras e uma forma de reavivar no adulto a sua infância que está sendo compartilhada com o bebê e a criança, deixando marcas e compartilhando saberes que as crianças irão transmitir para os outros colegas que juntos realizaram troca de aprendizagem através do brincar.
Com o estudo podemos observar que o mundo do brincar é essencial para o processo de desenvolvimento e aprendizagem do bebê e da criança, onde ocorre descobertas, experiências, fantasia e aprendizagem, e brincando adquirem uma visão de mundo e constroem suas bagagens para a vida adulta.
AGRADECIMENTOS 
Sou grato por essa fase de aprendizagem que estou vivendo nesse momento, onde precisei dizer “ não” as minhas inseguranças para dar continuidade na graduação e fechar esse ciclo que se iniciou a alguns anos atrás. Mas primeiramente, sou grato a Deus pois tenho colocado ele na frente de tudo em minha vida. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BNCC-Base Nacional Comum Curricular; Ministério da Educação; “Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” Educação Infantil; 2017;
Barbosa, Maria Carmem Silveira;DOSSIÊ- LEITURA: Teoria & Prática: Tempo e Cotidiano- Tempos para viver a infância; Campinas-sp; novembro 2013;
Barbosa, Maria Carmem Silveira; Revista Diálogo Educacional; Culturas Infantis: Contribuições e reflexões; Curitiba; setembro/dezembro 2014;
Currículo da Cidade- Educação Infantil; Bebês e Crianças na Cidade de São Paulo: As interações e brincadeiras como princípios para a ação Pedagógica nas unidades escolares; SME- Secretaria Municipal de Educação; São Paulo 2019;
DCNEI-Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil; Definições-Criança; Ministério da Educação; Brasília- Brasil; MEC; 2010;
ECA- Estatuto da Criança e do Adolescentes; Lei n°8.069; Artigo 16; 13 de julho de 1990; Brasília;
FOCHI, Paulo; Afinal, o que os bebês fazem no berçário? Comunicação e saber- fazer coletiva; Porto Alegre- Penso; 2015;
https:www.lunetas.com.br ; “Especialistas debatem infância e tecnologia em tempos de pandemia”; 18 de maio 2020;
KISHIMOTO, T. M.; Brinquedos e Brincadeiras na Educação Infantil; ANAIS do l Seminário Nacional: Currículo em Movimento; Perspectivas Atuais; Belo Horizonte, novembro de 2010.
KISHIMOTO, T. M.; Jogos, brincadeiras e brinquedos – Brincadeiras tradicionais; 8°edição; editora Cortez; 2017
RECNEI- Referencial Curricular Nacional para Educação- Conhecimento de Mundo; volume 3; Ministério da Educação; Brasília; 1998;
VYGOTSKY,L. S.; A formação da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores; 4° edição; São Paulo; Martins Fontes; 1991;

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