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HIV - Curso clínico e Fisiopatologia

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O HIV é um retrovírus humano que pertence à família dos retrovírus humanos
Retroviridae e à subfamília dos lentivírus. Ele possui uma forma esférica, sendo
envolvido pelo envelope, uma bicamada lipídica originada a partir da membrana
celular da célula hospedeira. O vírion do HIV é uma estrutura com espículas
externas formadas por duas proteínas principais, a gp120, mais externa, e a gp41,
transmembrana.
Internamente ao envelope, o vírus é composto por:
- Um capsídeo formado principalmente pela proteína p24;
- Um nucleocapsídeo;
- Duas cópias do RNA genômico do vírus;
- Três enzimas virais: protease, transcriptase reversa e integrase.
O vírus tipicamente entra pelos epitélios das mucosas. As manifestações
patológicas e clínicas subsequentes da infecção podem ser divididas em várias
fases.
O HIV infecta as células usando a molécula CD4 como receptor e, associado
a ele, vários receptores de quimiocinas como correceptores - a utilização do CD4
inclusive explica o tropismo do HIV por células CD4+. Num primeiro momento, a
proteína gp120 do envelope se liga às moléculas de CD4, o que resulta em uma
mudança conformacional que leva à formação de um novo local de reconhecimento
na gp120, chamado de alça V3, para correceptores CCR5 ou CXCR4. Essa ligação
gera mudanças na conformação da gp41, o que leva à exposição de uma região
hidrofóbica, chamada de peptídio de fusão, na extremidade da gp41. Esse peptídio
se insere na membrana celular das células alvo, o que leva à fusão do vírus com a
célula hospedeira. Depois da fusão, o centro do vírus com o genoma entra no
citoplasma da célula.
A primeira fase do curso clínico do HIV é caracterizado por uma síndrome
retroviral aguda, que se manifesta justamente por essa primoinfecção às células de
defesa e pela transmissão do vírus para os linfonodos. Essa síndrome ocorre
geralmente 3 a 6 semanas depois da infecção, e se manifesta com sintomas
inespecíficos, como faringite, mialgias, febre, perda ponderal, fadiga, exantema,
adenopatia cervical, diarreia e vômitos.
Dentro da célula, o RNA viral sofre transcrição reversa, levando à síntese do
DNA complementar de dupla fita. Nas células T que estão em fase de divisão celular
- ou seja, ativas - o DNA complementar se torna circular, entra no núcleo e é
integrado ao genoma do hospedeiro. Depois dessa integração, o vírus pode ficar em
silêncio por meses ou anos, numa forma de infecção latente, caracteristicamente a
segunda fase do curso clínico do HIV. Isso porque a viremia, durante a infecção, é
controlada pela resposta imunológica do hospedeiro, e a síndrome retroviral aguda
se resolve espontaneamente de 2 a 4 semanas depois de seu início.
Durante o período de latência, a maioria dos indivíduos é assintomática. A
replicação viral continua, mas há certa contenção imunológica do vírus. Todavia,
quando células T e macrófagos são ativados fisiologicamente, o HIV se manifesta,
levando à depleção de células T, macrófagos e células dendríticas e dando início à
terceira fase do curso clínico da infecção pelo HIV.

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