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virologia

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1)Foi atendido na Clinica Escola da Universidade Estácio de Sá, no setor de clinica medica de pequenos animais, um paciente canino de aproximadamente 6 anos de idade, macho, sem raça definida, apresentando perda de peso progressiva, secreção ocular bilateral e presença de neoformação em cavidade oral de 3 meses de evolução. Durante a anamnese o proprietário informou que o esquema de vacinação e vermifugação estavam atrasados. Foi realizado procedimento cirúrgico para a retirada das lesões. Paciente retorna ao consultório da clinica escola após algumas semanas apresentando recidiva com comprometimento quase que total em cavidade oral. Descreva a replicação viral da família Papillomaviridae dando ênfase na replicação e montagem do tipo integrada.
Família de vírus que infectam vertebrados (inclusive humanos), possuem genoma de DNA fita dupla circular. Partícula viral composta de um capsídeo icosaédrico, não envelopado. No núcleo da célula hospedeira , o DNA do vírus pode assumir duas formas de acordo com o padrão da infecção: Uma epissomal ou de latência e produtiva; e a integrada ou conhecida como transformante. Na forma epissomal, o DNA viral permanece circular no núcleo da célula do hospedeiro, e essa forma é identificada em lesões benignas sobre a forma circular. Os vírus que possuem DNA transformante, originam associações estáveis com o genoma da célula hospedeira, sendo um vírus integrado e incapaz de completar seu ciclo de replicação porque seus genes essenciais para exaurir seu ciclo de replicação são interrompidos durante a integração efetiva do DNA viral. Assim os genes virais que são transcritos precocemente como genes iniciais do ciclo de vida, são importantes transformadores e expressos nas células transformadas. Na replicação a infecção é iniciada com os vírions sofrendo adsorção junto a superfície das células basais do epitélio, penetrando por endocitose, e transporta-se pelo citoesqueleto, indo em direção ao núcleo, Ocorre assim a desestruturação e perda do capsídeo viral. O DNA viral avança o núcleo, utilizando-se de poros nucleares, aparecendo os primeiros indicadores de transcrição do genoma, surgindo as expressões E1 e E2. Surge posteriormente a capacidade multiplicativa por E5, E6, E7. No núcleo celular, o DNA é amplificado de forma que após essa fase de replicação o DNA viral passe a ser copiado (replicado) em paridade com a divisão celular, ocorrendo assim a montagem no núcleo celular, posteriormente os vírions serão agrupados e remanejados exteriormente das células.
2)Em maio de 2011, foi efetuada a notificação ao Instituto Mineiro de Agropecuária, de um bezerro com um mês de idade que apresentou sinais clínicos neurológicos e veio a óbito dias depois. O exame de imunofluorecência direita do cérebro do animal apresentou resultado positivo para Raiva. Dias após em Junho de 2011, a mãe do Bezerro apresentou sinais neurológicos e também veio a óbito com resultado também confirmado para Raiva após coleta do material encefálico.
Explique como ocorre a patogenia da referida doença que o texto se refere (desde a parte de entrada ate a eliminação do agente viral).
A patogenia da Raiva é semelhante em todas as espécies de mamíferos, sendo que o vírus se replica no local da inoculação, previamente nas células musculares ou nas células do tecido subepitelial, ate atingir uma concentração que alcance as terminações nervosas efetivamente. Esse período de latência e replicação extraneural é responsável pela incubação efetiva.
Através de glicoproteínas, o vírus rábico já na corrente das junções neuromusculares, se liga diretamente aos receptores nicotínicos de acetilcolina, posteriormente atingindo os nervos periféricos, seguindo um trajeto de forma centrípeta, em direção ao sistema nervoso central. As regiões mais efetivamente atingidas são o hipocampo, o tronco cerebral e as células de Purkinje, no cerebelo, estando muitas vezes os sintomas associados com a localização anatômica do cérebro. Já a partir de replicações no SNC, de forma intensa, o vírus continua de forma direcionada e centrifuga, disseminando-se através do sistema nervoso periférico e autônomo, indo de encontro para diferentes órgãos ( coração, rins, pulmões, bexiga, útero, testículos, folículo piloso, e outros órgãos), bem como também direcionando-se para as glândulas salivares, sendo então eliminado pela saliva.
3) Sobre replicação viral, responda: 
a) explique os tipos de penetração viral;
O desnudamento ocorre durante ou logo após a penetração da partícula viral. Os vírus apresentam dois diferentes ciclos de vida: O lisogênico e o lítico. No lítico ocorre a invasão do vírus na célula onde esta se multiplica ate rompe-la. No lisogênico, o vírus invade a célula e ocorre a fusão entre os DNAs das estruturas, formando uma nova estrutura denominada prófago. A transmissão do vírus acontece de varias formas, como aeróbica, contato com feridas e/ou lesões superficiais ou profundas, bem como contato com hospedeiros. De forma intensificada e independente da forma transmitida, a penetração do vírus na célula hospedeira se da na forma pela “injeção” de ácido nucleico, onde somente este penetra na célula infectando-a, e o restante do vírus prevalece na região externa deste. Também temos o processo de penetração pela via da “fusão”, onde o envelope viral se funde conjuntamente com a membrana plasmática (plasmalema), ocorrendo a liberação do material genético, existe também a via de penetração por endocitose, onde o material viral é completamente envolvido pela célula hospedeira. Por ultimo temos a penetração da partícula viral pela membrana da célula hospedeira. Na prática a entrada do vírus em uma célula pode ser de duas maneiras, uma por fusão e outra por viropexia. Na fusão ocorre quando a membrana celular e o envelope do vírus se fundem, permitindo assim a entrada deste no citosol da célula. Já a viropexia é uma invaginação da membrana celular mediadas por proteínas e receptores. Proteinas como a clatrina que origna invaginações celulares e revestem a membrana internamente. Em células de vertebrados há uma termodinâmica adequada de 37º C para replicação. 
b) qual apresenta maior vantagem aos outros. Justifique.
Totalmente dependente do tipo de célula envolvida no caso. Mais vantajoso por viropexia (translocação) em função dos demais, envolve uma passagem do vírus através da membrana celular, sem mecanismos de endocitose. Já o mecanismo de endocitose, envolve (maioria do vírus desnudos) a mediação de receptores , com entrada de muitos hormônios e toxinas na célula, bem como por outros processos.
4) Explique a partir do ciclo replicativo do grupo, possíveis consequências da infecção pelo parvovírus canino e parvovírus suíno:
Os membros da família Parvoviridae possuem um genoma constituído por uma fita simples de DNA e um capsídeo icosaédrico (DNA não segmentado). Para sua replicação dependem de células na fase S, uma vez que nesta, aparece o maquinário para síntese de DNA que replique um número restrito de genes específicos e proteínas codificadas pelo genoma do vírus. Apresentam apenas 4 genes, multidistribuídos em duas regiões codificantes, as ORFs, que ficam sobrepostas no genoma do DNA de fita simples. Como consequência do Parvovírus canino, temos sinais clínicos de enterite e leucopenia. Os vírions dos parvovírus são pequenos, aproximadamente esféricos, com simetria icosaédrica e são totalmente desprovidos de envelope. Duas porções uma proteica (80%) e outra de DNA (20%).
 Durante a infecção intestinal com colapso intestinal, o parvovírus replica nas células epiteliais das criptas da mucosa intestinal, estando em constante mitose, sendo responsáveis pela reposição efetiva do epitélio de absorção das microvilosidades, e com essa taxa efetiva de replicação das células intestinais e do sistema linfático, surgirão como fatores preponderantes da severidade da doença. Um abrupta perda do epitélio intestinal, permite a penetração de bactérias na circulação sanguínea, facilitando assim um quadro de Leucopenia, que seráatribuída por destruição das células, já na replicação viral nas células linfóides e na medula óssea, a resultante será um quadro de linfopenia e neutropenia. Decorrente e efetiva, a imunosupressão permite o avanço de um quadro de infecções secundárias por outros vírus, bactérias, fungos e parasitas, agravando assim o quadro clínico, em síntese já ocorrida com um quadro de anemia, hiperproteinemia, leucocitose, leucopenia e trombocitopenia. Já a parvovirose suína apresenta também um sintoma característico de mumificação em diferentes estágios de desenvolvimento, ocorrendo principalmente quando fêmeas são infectadas na primeira metade da gestação. 
5) Qual o papel da fita Antigênica durante a replicação do CDV( vírus da cinomose canina):
O vírus da cinomose canina, é um vírus envelopado, com genoma RNA fita simples e polaridade negativa, estritamente classificado na Família Paramyxoviridae e do Gênero Morbillivirus e são pleomórficos. Infectam tecidos linfócitos e replicam-se na via de circulação sanguínea, propagando-se diretamente para órgãos linfóides, invadindo tecidos epiteliais e o Sistema Nervoso Central. O capsídeo viral esta organizado numa estrutura de forma helicoidal que guarnece a molécula RNA e o complexo Transcriptase. Seu genoma possui uma molécula de RNA fita simples de polaridade negativa não segmentada. Possui 6 genes codificadores de 8 proteínas virais, sendo duas não estruturais (C e V) e 6 estruturais (proteína de nucleocapsídeo –NP, fosfoproteína –P, Matriz –M, Fusão –F, Hemaglutinina –H e a grande proteína –L). Nos vírus classe V- RNA fita negativa (ssRNA), o RNA viral é complementar ao mRNA, assim o vírion já contém o molde para a síntese do mRNA, contando com enzimas que transcrevem o RNA. O RNA do vírion tem sentido negativo (complementar ao do RNAm) e precisa portanto ser copiado no RNAm complementar de sentido positivo para que as proteínas possam ser feitas. 
Assim, além de precisar codificar para um RNA, esses vírus também precisam empacotá-los no vírion, para que ele possa fazer RNAm ao infectar a célula. A fita simples de RNA serve de molde para a formação de genoma viral e síntese de RNA mensageiro. A replicação genômica ocorre no citoplasma, mediada por uma RNA-polimerase viral, através da formação de um intermediário de replicação positivo, seguido da cópia do genoma negativo. O complexo de proteínas da polimerase viral (proteínas P e L), também fica responsável pela replicação genômica viral, buscando uma síntese bem desenvolvida através desse modelo “intermediário” e “antigenômico de fita positiva”, onde o complexo da polimerase deve descartar os sinais de terminação dispersos nos moldes gênicos. Logo a seguir todo o modelo “utiliza” o genoma por completo da progênie sendo copiado a partir do modelo antigenômico.

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