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Organização da atenção a saúde

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Organização da atenção a saúde 1
📚
Organização da atenção a 
saúde 
A Constituição de 1988 determinou, no artigo 198, a participação social na 
gestão do sistema de saúde. Dois anos depois, duas leis trouxeram conteúdos 
importantes sobre essa participação: a Lei nº 8.080, de 1990, conhecida como 
Lei Orgânica da Saúde, e a Lei nº 8.142 do mesmo ano. A partir de então, a 
atuação da sociedade no sistema de saúde ganhou nova dimensão. A 
participação social foi ampliada, democratizada e passou a ser qualificada por 
“controle social”, ou seja, controle da sociedade sobre a política de saúde 
vigente. A sociedade começou, efetivamente, a participar da gestão do 
sistema de saúde. A população, por meio dos Conselhos de Saúde, passou a 
exercer o controle social, participando do planejamento das políticas públicas, 
fiscalizando as ações do governo, verificando o cumprimento das leis 
relacionadas ao SUS e analisando as aplicações financeiras realizadas por 
todas as esferas no gerenciamento da saúde. Hoje, no Brasil, além do 
Conselho Nacional de Saúde (CNS), com sede em Brasília, existem 26 
conselhos estaduais de saúde, um conselho do Distrito Federal, mais de cinco 
mil conselhos municipais, trinta e quatro conselhos distritais sanitários 
indígenas, entre outros 
Níveis de atenção à saúde 
Preste atenção! Agora, você aprenderá a distinguir os três níveis de atenção 
do SUS:
1. Nível primário: é a atenção básica, com os serviços de vigilância em saúde e 
as Unidades Básicas de Saúde (UBS). No nível primário, você procuraria as 
Unidades Básicas de Saúde, a “porta de entrada” ao SUS, agendaria consultas 
e exames e realizaria procedimentos de baixa complexidade como vacinação e 
curativos. De acordo com as pesquisas, se você fosse atendido por uma UBS 
em bom funcionamento, você teria 85% de chances de resolver o seu problema 
de saúde.
Organização da atenção a saúde 2
2. Nível secundário: é a atenção secundária ou de média complexidade, com os 
hospitais gerais e os ambulatórios. No nível secundário, você buscaria os 
serviços de média complexidade, como Clínicas, Ambulatórios, Unidades de 
Pronto Atendimento (UPA) e Hospitais Escolas. Nesses locais, você poderia 
passar por alguns procedimentos de intervenção, tratamentos de casos crônicos 
e agudos de doenças.
3. Nível terciário: é a atenção terciária ou de alta complexidade, com os hospitais 
e os serviços especializados. No nível terciário, você teria acesso a serviços 
considerados de alta complexidade, ou seja, seria encaminhado aos Hospitais 
de Grande Porte, onde poderia realizar procedimentos invasivos e que 
representem risco de morte.
A rede de atenção à saúde (RAS) é constituída por um conjunto de 
organizações que prestam ações e serviços, de diferentes densidades 
tecnológicas, visando à integralidade do cuidado em saúde. Essas 
organizações interagem por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de 
gestão. A operacionalização da RAS se dá pela interação de três principais 
elementos: a população, a estrutura operacional e o modelo de atenção à 
saúde. Como foi explicado, o cuidado em saúde realizado pelo SUS está 
dividido emtrês níveis de atenção (básica, média e alta complexidade), para 
favorecer o planejamento de ações e dos serviços do sistema de saúde de 
forma hierarquizada, de acordo com a complexidade. Mas você deve se 
lembrar: a atenção à saúde deve ser integral! Esses níveis não devem ser 
considerados separadamente. A estruturação em níveis está 
constitucionalmente assegurada no artigo 198 e legalmente assegurada nos 
artigos 7º e 8º da Lei 8.080/90 que determina a integração dos serviços 
públicos em redes de atenção à saúde. As RAS, por sua vez, devem ser 
regionalizadas. Compete ao Estado definir as regiões de saúde a partir de 
conglomerados de municípios limítrofes com características que importem à 
organização de rede de atenção à saúde, conforme determina a Constituição 
Federal. Não se esqueça de que a proposta dessa divisão visa melhorar a 
eficácia ea efetividade do SUS. Assim, casos de menor urgência e emergência 
são resolvidos no primeiro nível de assistência, sem precisar atendimento nos 
centros especializados de alta complexidade.
Serviços nos três níveis de atenção à saúde 
 Atenção primária ou básica
Organização da atenção a saúde 3
Você vai recordar que os cuidados primários em saúde configuram o principal 
contato do usuário com o sistema de saúde. Afinal, a atenção primária 
proporciona os serviços de proteção, cura e reabilitação. 
A atenção primária em saúde também pode ser denominada de atenção 
básica. A atenção básica tem o objetivo de oferecer acesso universal e 
serviços abrangentes, coordenando e expandindo a cobertura para níveis 
mais complexos de atenção, bem como implementar ações intersetoriais de 
promoção de saúde e prevenção de doenças. A ação da atenção básica 
depende do repasse de recursos financeiros, entre eles o piso da atenção 
básica (PAB) e organizacionais. A princípio destacaram-se dois programas: o 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde implantado em 1991 e o 
Programa de Saúde da Família (PSF) implantado em 1994, como parte do 
processo de reforma da saúde.
Cada ESF é composta por certo número de famílias da região, que 
serãoassistidas nas unidades de saúde da família, onde atuam as equipes de 
saúde da família. As equipes representam o primeiro contato com o sistema 
de saúde local, tendo a responsabilidade de coordenar a atenção e procurar 
integrar esse processo com os serviços de apoio diagnósticos, assistência 
especializada e hospitalar. Os serviços de saúde e as atividades de promoção 
de saúde ocorrem nas unidades, nas casas dos pacientes e na comunidade.
É papel das equipes do PSF identificar quais são os problemas de saúde e 
quais são as situações de risco às quais a comunidade local está exposta. 
Com base nesse conhecimento, devem ser elaborados (com a participação da 
comunidade) planos de ação para enfrentar os fatores que estão 
determinando o processo saúde-doença, prestar assistência integral, 
respondendo de forma contínua e racionalizada à demanda, organizada ou 
espontânea, na Unidade de Saúde da Família, na comunidade, no domicílio e 
no acompanhamento ao atendimento nos serviços de referência ambulatorial 
ou hospitalar; além de desenvolver ações educativas e intersetoriais para 
enfrentar os problemas de saúde identificados.
Atenção Secundária
Na rede de saúde, a atenção secundária é formada pelos serviços 
especializados em nível ambulatorial e hospitalar, com densidade tecnológica 
Organização da atenção a saúde 4
intermediária entre os níveis de atenção primária e terciária, decodificados 
como procedimentos de média complexidade, compreendendo serviços 
médicos especializados, de apoio diagnóstico e terapêutico e atendimentos de 
urgência e emergência.
Os atendimentos realizados na atenção secundária envolvem consultas 
ambulatoriais de especialidades médicas e odontológicas, atendimentos de 
urgência e emergência, atendimentos em saúde mental, alguns exames 
laboratoriais e de imagem, e alguns tipos de cirurgias. 
Em 2003, a portaria nº 1864/GM do MS implantou a criação do Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O SAMU atua na regulação dos 
atendimentos de urgência da região e transferência de pacientes graves, por 
meio de atendimento móvel. Esse serviço faz parte do sistema regional, capaz 
de atender dentro da região a qual abrange, todo enfermo, ferido ou 
parturiente em situação de urgência ou emergência, realizando o transporte 
com segurança e sob acompanhamento profissional, até o nível hospitalar. 
Em 2008, foram criadas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) que 
temfuncionamento 24 horas por dia, com objetivo de diminuir a demanda nas 
emergências hospitalares. Essas unidades se articulam com o SAMU, que 
conta com ambulâncias (equipadas para o suporte básico ou avançado), 
helicópteros, embarcações e até motocicletas capazes de atender pessoas 
nas ruas, em casa ou no trabalho. Em2010, as UPA e o SAMU cobriam 
atendimento de 55% da população brasileira.
Atenção Terciária
A atenção terciária (alta complexidade) indica o conjunto de terapias 
e procedimentos de elevada especialização, que empregam tecnologias duras 
e que são realizados no ambiente hospitalar. O modelo histórico de atenção à 
saúde, que privilegiou o hospital como ambiente para a prática de cuidados 
em saúde, contribuiu para que a atenção terciária  se perpetuasse no  
imaginário popular como o nível de atenção à saúde de maior importância. A 
imagem do hospital bem equipado está ligada à de eficiência do sistema de 
saúde. No entanto, em termos de saúde pública, a indiscutível maioria das 
necessidades de saúde da população é satisfeita com ações no nível atenção 
primária em saúde, razão pela qual os investimentos nesse nível têm impacto 
muito maior nos indicadores de saúde.
Organização da atenção a saúde 5
👥 A regulação do SUS historicamente tem sido influenciada por grupos 
desde o setor privado até grupos associados ao movimento pela 
reforma sanitária. Infelizmente, os mecanismos regulatórios 
existentes ainda não são suficientemente robustos para promover 
mudanças significativas nos padrões históricos da assistência 
hospitalar.

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