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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS E PROTETIVOS Aluno: Pedro Uther Dantas Trajano RA: 8297696 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS A atividade consiste em: 1- leitura do texto abaixo indicado e confecção de resenha que deverá apresentar reflexão circunstanciada sobre a temática envolvida : SUPREMACIA DO MODELO NEGOCIADO SOBRE O MODELO LEGISLADO NA REFORMA TRABALHISTA SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES. In Reforma Trabalhista Primeiras Impressões. EduPB. páginas 73-95. Autor Carlos Henrique Bezerra Leite. Resenha do texto Supremacia Do Modelo Negociado Sobre o Modelo Legislado na Reforma Trabalhista Sob o Enfoque dos Direitos Humanos Fundamentais dos Trabalhadores. A Reforma Trabalhista foi iniciada em 22.12.2016 com o envio do Projeto de Lei encaminhado pelo Presidente da República Michel Temer à Câmara dos Deputados, recebendo o número PL 6.787/2016, o qual alterava apenas as redações ou inseria disposições concernentes aos seguintes artigos da CLT: 47, 47-A, 58-A, 523-A, 611-A, 634. Porém, o referido PL foi ampliado pelo substitutivo apresentado pelo relator na Câmara dos Deputados, Deputado Rogério Marinho (PSDB), que acrescentou e/ou modificou 97 (noventa e argumento da necessidade da “modernização” das relações trabalhistas, instituiu três princípios de proteção ao Capital (liberdade, segurança jurídica e simplificação)), invertendo valores e princípios de proteção aos direitos humanos e fundamentais dos trabalhadores previstos na lei, na Constituição Federal e em tratados internacionais de direitos humanos sociais. Vê-se, portanto, que o direito do trabalho adota a teoria dinâmica da hierarquia entre as normas trabalhistas, pois no topo da pirâmide normativa não estará, necessariamente, a Constituição, e sim a norma mais favorável ao trabalhador. 7º, caput, da CF recepcionou literalmente o princípio em causa, ao proclamar: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria da sua condição social...”. Um exemplo é que se a Convenção Coletiva estabelecer adicional de horas extras inferior a cinquenta por cento, prevalecerá a norma Constitucional, que não permite a redução do patamar mínimo fixado. De outra parte, o princípio em tela não será aplicável diante de norma proibitiva, de ordem pública, imposta pelo Estado, como na hipótese da vedação da vinculação do salário mínimo para qualquer fim. CF, art. 623 da CLT, que considera nula a cláusula de convenção ou acordo coletivo que contrarie proibição ou norma disciplinadora de política econômico-financeira do Governo ou concernente à política salarial vigente. Nesse sentido, o TST editou a Súmula 375, segundo a qual os “reajustes salariais previstos em norma coletiva de trabalho não prevalecem frente à legislação superveniente de política salarial”. A aplicação do princípio da norma mais favorável encontra algumas dificuldades práticas no que respeita à incidência 76 das cláusulas previstas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Outro critério de aplicação é do princípio na hipótese de conflito entre normas jurídicas previstas em instrumentos coletivos de autocomposição: a teoria da acumulação, a teoria do conglobamento e a teoria da incindibilidade dos institutos. O contrato de trabalho seria, assim, uma espécie de “colcha de retalhos”, na medida em que se vão acumulando, entre as diversas normas existentes, os dispositivos, nelas contidos, considerados mais vantajosos ao empregado. O direito laboral brasileiro adota, como é sabido, o princípio da norma mais favorável, independentemente da hierarquia que se estabelece entre as partes, sem dizer se aplica o critério cumulativo das duas normas coletivas, selecionando, entre elas, as cláusulas mais benéficas e aplicando-as, uma a uma, simultaneamente, ou, se dentro do princípio da unidade da norma, adota o critério globalista, segundo o qual não se podem mesclar normas de instrumentos distintos, empregando-se a que, em seu conjunto, seja mais favorável. Todavia, em se tratando de conflito entre convenção e acordo, a lei nacional parece que adotou a teoria cumulativa, ao se referir às condições estabelecidas e, não, ao convênio mais favorável. Para essa teoria, a aplicação do princípio da norma mais favorável deve levar em conta não cada dispositivo isoladamente considerado, mas o conjunto global de uma determinada fonte do direito do trabalho. Desse modo, havendo duas ou mais normas previstas em instrumentos coletivos diversos, o intérprete deverá escolher não os dispositivos mais favoráveis pinçados em cada instrumento coletivo, mas sim o próprio instrumento coletivo. Por exemplo, existindo acordo coletivo e convenção coletiva regulando idênticas matérias de modo diverso, deverá prevalecer ou a convenção ou o acordo coletivo em sua integralidade, no seu conjunto, não se podendo extrair isoladamente as cláusulas consideradas mais vantajosas de cada um desses “contratos coletivos”. Segundo ela, existindo duas ou mais fontes regulando a mesma matéria, não se levará em conta cada um dos seus dispositivos ou cada norma em seu conjunto, mas sim os institutos de direito do trabalho. Por essa teoria, portanto, é possível combinar as diversas normas existentes na Constituição, na CLT, nas Convenções Coletivas, nos Acordos Coletivos, nos Regulamentos etc., 79 sempre levando em consideração os institutos jurídicos de direito do trabalho mais favoráveis contidos em cada um desses diplomas normativos. Art. 620 da CLT, em sua redação original, prestigiava, ao menos no que diz respeito ao conflito entre convenção e acordo coletivo, a teoria da acumulação, “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. O Art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos. 618 da CLT, dispondo, em linhas gerais, que as condições de trabalho negociadas coletivamente, isto é, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho, prevalecem sobre a lei. Um novo sistema de hierarquia das fontes em que as cláusulas previstas em convenções ou acordos coletivos prevalecem quando conflitam com as disposições previstas em lei. Plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. 3º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. 4º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Poucos dias depois da vacatio legis da Lei 13.467/2017 (11/11/2017), o Presidente da República editou a Medida Provisória 808, de 14/11/2017, que alterou diversos dispositivos da CLT, dentre eles, prorrogação de jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. De outraparte, sabe-se que todos os direitos dos trabalhadores previstos na legislação implicam melhoria de sua condição social, razão pela qual se conclui que foram recepcionados como normas constitucionais. Dito de outro modo, com a Constituição de 1988 houve um processo de constitucionalização dos direitos trabalhistas, em função do que se pode dizer que, em linha de princípio, qualquer proposta de alteração das normas tendente a abolir, reduzir ou extinguir direitos sociais dos trabalhadores que se densificam na legislação, importa violação ao art. Tanto isso é verdade que legislador constituinte somente permitiu, de forma excepcional, a flexibilização in pejus ,mediante convenção ou acordo coletivo, em duas hipóteses bem definidas: salário e jornada. O próprio legislador constituinte originário estabeleceu as três hipóteses excepcionais em que os direitos fundamentais sociais dos trabalhadores podem ser reduzidos (temporariamente, e desde que haja justificativa razoável, ressaltamos), por meio de convenções coletivas ou acordos coletivos de trabalho, a saber: a redução de salários. É de extrema importância, já que a contribuição sindical não é mais obrigatória, deixando, assim, de existir o principal fundamento para que o trabalhador não filiado fosse alcançado pelos efeitos (ônus e bônus) das cláusulas previstas em convenções e acordos coletivos. Art. 611-A da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017), inverteu essa lógica, pois tornou a exceção uma regra, o que colide com o escopo dos direitos fundamentais sociais dos trabalhadores. Para alguns o Art. 611-A da CLT é inconstitucional, porque impede a Justiça do Trabalho a examinar o conteúdo da cláusula e declarar a sua nulidade por descaracterizar a essência da negociação coletiva, que reside na existência de reciprocidade de interesses contrapostos, sem falar no obstáculo que este dispositivo produz no efetivo acesso à Justiça do Trabalho. Entretanto para outros o Art, 611-A da CLT, ao que nos parece, não é inconstitucional, pois na medida em que cria uma situação vantagem para o trabalhador consistente na proteção da relação empregatícia durante a vigência da convenção e do acordo coletivo que reduzam salários e reduzam (sic) jornada de trabalho. Parece-nos que a mens legis aponta no sentido de se interpretar este dispositivo da seguinte forma: “Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou aumente a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo”. XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como 90 normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. O Art. 620 da CLT, rompendo com o princípio da norma mais favorável, uma vez que as “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. A Conferência Internacional de Teerã, em 1968, proclamou, no seu item 13:“Como os direitos humanos e as liberdades fundamentais são indivisíveis, a realização dos direitos civis e políticos, sem o gozo dos direitos econômicos, sociais e culturais, torna-se impossível.” Igualmente, no item 5º, Parte I, da Declaração e Programa de Ação adotada pela Conferência Mundial sobre Direitos Humanos das Nações Unidas (Viena, 1993), restou afirmado solenemente que: “Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados”. Do mesmo modo, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, aprovado na XXI Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em 19 de dezembro de 1966, o qual passou a fazer parte do direito positivo brasileiro a partir de 24 de abril de 1992 (aprovação: Decreto-Lei 226, de 12.12.1991. O Decreto 591, de 06.07.1992, proclamou, em linhas gerais, que os direitos sociais, culturais e econômicos são inerentes à dignidade da pessoa humana e que o ideal do ser humano livre, liberto do temor e da miséria, só pode ser concretizado à medida em que se criem condições que permitam a cada um gozar de seus direitos econômicos, sociais e culturais, assim como de seus direitos civis e políticos. O sistema é o da unicidade sindical, que é imposto pelo Poder Público (através de lei), no qual só pode existir um sindicato por categoria numa mesma base territorial (não inferior à área de um Município). A simples facultatividade de pagar contribuições sindicais, geralmente descontadas em folha de pagamento de salários, não confere liberdade aos trabalhadores, pois estes se encontram em situação de subordinação jurídica e, via de regra, de dependência econômica em relação ao seu empregador. A realidade demonstra que todos os processos de flexibilização até agora implementados não redundaram na criação de novos postos formais de trabalho, isto é, com carteira de trabalho devidamente anotada. Ao contrário, como é notório, só vem precarizando direitos, contribuindo para a redução da massa salarial e para o aumento da informalidade do mercado de trabalho. Verdade é que os empregos só são criados, especialmente os formais, com o crescimento da economia, como ficou muito bem demonstrado em períodos anteriores (Carta aberta aos deputados, Correio Braziliense, 27.12.2001, subscrita por várias organizações e instituições). Sem os conhecimentos técnicos exigidos pelas novas e complexas relações mercadológicas os trabalhadores certamente ficarão em manifesta desvantagem na mesa de negociação, na medida em que os empresários, como é de conhecimento geral, normalmente contam com assessorias especializadas, inclusive terceirizadas, com profissionais tecnicamente capacitados e preparados para o convencimento dos dirigentes dos sindicatos profissionais. O texto conclui que a Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017) tende a beneficiar apenas os empresários, pois as condições ajustadas na negociação coletiva implicará, em regra, redução ou extinção de direitos trabalhistas. A CLT, por ser fundada no princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, e em sintonia com os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana do cidadão-trabalhador, constitui obstáculo à implantação da ideologia neoliberal, pois esta exige a retirada do Estado nas relações econômicas e sociais. O problema está no despreparo técnico dos nossos dirigentes sindicais, fruto do analfabetismo ou da má formação educacional dos trabalhadores brasileiros em geral, também constitui um importante obstáculo à verdadeira negociação coletiva. A extinção ou redução de direitos trabalhistas que será imposta pela classe economicamente mais forte, agravará o problema da má distribuição de renda e manterá, por consequência, a brutal desigualdade econômica no nosso país, com todos os efeitos perversos que ela traz, como a banalização da violência, a discriminação de toda ordem, a exploração. Embora o texto finalize com uma argumentação negativa a Reforma trabalhista, é possível analisar de outro ângulo os pontos que serão alterados, por exemplo, existe a questão de que a Reforma tirará direitos dos trabalhadores, porém não é bem assim, agora o trabalhador terá a possibilidade de negociar seus direitos e também tira dos sindicatos o poder que eles tinham e que em muitosmomentos eram mais à favor da empresa que de fato do trabalhador. Agora eles vão ter que mostrar serviço, principalmente por à partir da mudança do destino dos impostos sindicais, pois como é feita a destinação hoje, cria sindicatos de fachada e com comportamentos oportunistas. Além disso, a sua ampliação a formas de trabalho e modelos de contrato abrange muito mais a realidade do trabalho, uma vez que a legislação é feita para um modelo que não é tão representativo hoje em dia, ela infelizmente, não protege todos os trabalhadores mais, apenas aqueles que são CLT e com o aumento da informalidade, temos em torno de 40% a 50% de trabalhadores informais que não tem nenhum tipo de segurança quanto a legislação. Temos também vários avanços tecnológicos que permitiram novas formas de trabalho e a legislação, muitas vezes, incentiva uma ocupação que não deveria mais existir, é claro que esse trabalhador pode sair prejudicado e a terceirização pode ser uma solução para ajudá-lo a se adaptar às mudanças que estão acontecendo. Atividade Pratica Supervisionada sábado, 30 de outubro de 2021 18:16 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS E PROTETIVOS Aluno: Pedro Uther Dantas Trajano RA: 8297696 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS A atividade consiste em: 1- leitura do texto abaixo indicado e confecção de resenha que deverá apresentar reflexão circunstanciada sobre a temática envolvida : SUPREMACIA DO MODELO NEGOCIADO SOBRE O MODELO LEGISLADO NA REFORMA TRABALHISTA SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES. In Reforma Trabalhista Primeiras Impressões. EduPB. páginas 73-95. Autor Carlos Henrique Bezerra Leite. Resenha do texto Supremacia Do Modelo Negociado Sobre o Modelo Legislado na Reforma Trabalhista Sob o Enfoque dos Direitos Humanos Fundamentais dos Trabalhadores. A Reforma Trabalhista foi iniciada em 22.12.2016 com o envio do Projeto de Lei encaminhado pelo Presidente da República Michel Temer à Câmara dos Deputados, recebendo o número PL 6.787/2016, o qual alterava apenas as redações ou inseria disposições concernentes aos seguintes artigos da CLT: 47, 47-A, 58-A, 523-A, 611-A, 634. Porém, o referido PL foi ampliado pelo substitutivo apresentado pelo relator na Câmara dos Deputados, Deputado Rogério Marinho (PSDB), que acrescentou e/ou modificou 97 (noventa e argumento da necessidade da “modernização” das relações trabalhistas, instituiu três princípios de proteção ao Capital (liberdade, segurança jurídica e simplificação)), invertendo valores e princípios de proteção aos direitos humanos e fundamentais dos trabalhadores previstos na lei, na Constituição Federal e em tratados internacionais de direitos humanos sociais. Vê-se, portanto, que o direito do trabalho adota a teoria dinâmica da hierarquia entre as normas trabalhistas, pois no topo da pirâmide normativa não estará, necessariamente, a Constituição, e sim a norma mais favorável ao trabalhador. 7º, caput, da CF recepcionou literalmente o princípio em causa, ao proclamar: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria da sua condição social...”. Um exemplo é que se a Convenção Coletiva estabelecer adicional de horas extras inferior a cinquenta por cento, prevalecerá a norma Constitucional, que não permite a redução do patamar mínimo fixado. De outra parte, o princípio em tela não será aplicável diante de norma proibitiva, de ordem pública, imposta pelo Estado, como na hipótese da vedação da vinculação do salário mínimo para qualquer fim. CF, art. 623 da CLT, que considera nula a cláusula de convenção ou acordo coletivo que contrarie proibição ou norma disciplinadora de política econômico-financeira do Governo ou concernente à política salarial vigente. Nesse sentido, o TST editou a Súmula 375, segundo a qual os “reajustes salariais previstos em norma coletiva de trabalho não prevalecem frente à legislação superveniente de política salarial”. A aplicação do princípio da norma mais favorável encontra algumas dificuldades práticas no que respeita à incidência 76 das cláusulas previstas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Outro critério de aplicação é do princípio na hipótese de conflito entre normas jurídicas previstas em instrumentos coletivos de autocomposição: a teoria da acumulação, a teoria do conglobamento e a teoria da incindibilidade dos institutos. O contrato de trabalho seria, assim, uma espécie de “colcha de retalhos”, na medida em que se vão acumulando, entre as diversas normas existentes, os dispositivos, nelas contidos, considerados mais vantajosos ao empregado. O direito laboral brasileiro adota, como é sabido, o princípio da norma mais favorável, independentemente da hierarquia que se estabelece entre as partes, sem dizer se aplica o critério cumulativo das duas normas coletivas, selecionando, entre elas, as cláusulas mais benéficas e aplicando-as, uma a uma, simultaneamente, ou, se dentro do princípio da unidade da norma, adota o critério globalista, segundo o qual não se podem mesclar normas de instrumentos distintos, empregando-se a que, em seu conjunto, seja mais favorável. Todavia, em se tratando de conflito entre convenção e acordo, a lei nacional parece que adotou a teoria cumulativa, ao se referir às condições estabelecidas e, não, ao convênio mais favorável. Para essa teoria, a aplicação do princípio da norma mais favorável deve levar em conta não cada dispositivo isoladamente considerado, mas o conjunto global de uma determinada fonte do direito do trabalho. Desse modo, havendo duas ou mais normas previstas em instrumentos coletivos diversos, o intérprete deverá escolher não os dispositivos mais favoráveis pinçados em cada instrumento coletivo, mas sim o próprio instrumento coletivo. Por exemplo, existindo acordo coletivo e convenção coletiva regulando idênticas matérias de modo diverso, deverá prevalecer ou a convenção ou o acordo coletivo em sua integralidade, no seu conjunto, não se podendo extrair isoladamente as cláusulas consideradas mais vantajosas de cada um desses “contratos coletivos”. Segundo ela, existindo duas ou mais fontes regulando a mesma matéria, não se levará em conta cada um dos seus dispositivos ou cada norma em seu conjunto, mas sim os institutos de direito do trabalho. Por essa teoria, portanto, é possível combinar as diversas normas existentes na Constituição, na CLT, nas Convenções Coletivas, nos Acordos Coletivos, nos Regulamentos etc., 79 sempre levando em consideração os institutos jurídicos de direito do trabalho mais favoráveis contidos em cada um desses diplomas normativos. Art. 620 da CLT, em sua redação original, prestigiava, ao menos no que diz respeito ao conflito entre convenção e acordo coletivo, a teoria da acumulação, “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. O Art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos. 618 da CLT, dispondo, em linhas gerais, que as condições de trabalho negociadas coletivamente, isto é, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho, prevalecem sobre a lei. Um novo sistema de hierarquia das fontes em que as cláusulas previstas em convenções ou acordos coletivos prevalecem quando conflitam com as disposições previstas em lei. Plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. 3º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho,quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. 4º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Poucos dias depois da vacatio legis da Lei 13.467/2017 (11/11/2017), o Presidente da República editou a Medida Provisória 808, de 14/11/2017, que alterou diversos dispositivos da CLT, dentre eles, prorrogação de jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. De outra parte, sabe-se que todos os direitos dos trabalhadores previstos na legislação implicam melhoria de sua condição social, razão pela qual se conclui que foram recepcionados como normas constitucionais. Dito de outro modo, com a Constituição de 1988 houve um processo de constitucionalização dos direitos trabalhistas, em função do que se pode dizer que, em linha de princípio, qualquer proposta de alteração das normas tendente a abolir, reduzir ou extinguir direitos sociais dos trabalhadores que se densificam na legislação, importa violação ao art. Tanto isso é verdade que legislador constituinte somente permitiu, de forma excepcional, a flexibilização in pejus ,mediante convenção ou acordo coletivo, em duas hipóteses bem definidas: salário e jornada. O próprio legislador constituinte originário estabeleceu as três hipóteses excepcionais em que os direitos fundamentais sociais dos trabalhadores podem ser reduzidos (temporariamente, e desde que haja justificativa razoável, ressaltamos), por meio de convenções coletivas ou acordos coletivos de trabalho, a saber: a redução de salários. É de extrema importância, já que a contribuição sindical não é mais obrigatória, deixando, assim, de existir o principal fundamento para que o trabalhador não filiado fosse alcançado pelos efeitos (ônus e bônus) das cláusulas previstas em convenções e acordos coletivos. Art. 611-A da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017), inverteu essa lógica, pois tornou a exceção uma regra, o que colide com o escopo dos direitos fundamentais sociais dos trabalhadores. Para alguns o Art. 611-A da CLT é inconstitucional, porque impede a Justiça do Trabalho a examinar o conteúdo da cláusula e declarar a sua nulidade por descaracterizar a essência da negociação coletiva, que reside na existência de reciprocidade de interesses contrapostos, sem falar no obstáculo que este dispositivo produz no efetivo acesso à Justiça do Trabalho. Entretanto para outros o Art, 611-A da CLT, ao que nos parece, não é inconstitucional, pois na medida em que cria uma situação vantagem para o trabalhador consistente na proteção da relação empregatícia durante a vigência da convenção e do acordo coletivo que reduzam salários e reduzam (sic) jornada de trabalho. Parece-nos que a mens legis aponta no sentido de se interpretar este dispositivo da seguinte forma: “Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou aumente a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo”. XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como 90 normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. O Art. 620 da CLT, rompendo com o princípio da norma mais favorável, uma vez que as “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. A Conferência Internacional de Teerã, em 1968, proclamou, no seu item 13:“Como os direitos humanos e as liberdades fundamentais são indivisíveis, a realização dos direitos civis e políticos, sem o gozo dos direitos econômicos, sociais e culturais, torna-se impossível.” Igualmente, no item 5º, Parte I, da Declaração e Programa de Ação adotada pela Conferência Mundial sobre Direitos Humanos das Nações Unidas (Viena, 1993), restou afirmado solenemente que: “Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados”. Do mesmo modo, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, aprovado na XXI Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em 19 de dezembro de 1966, o qual passou a fazer parte do direito positivo brasileiro a partir de 24 de abril de 1992 (aprovação: Decreto-Lei 226, de 12.12.1991. O Decreto 591, de 06.07.1992, proclamou, em linhas gerais, que os direitos sociais, culturais e econômicos são inerentes à dignidade da pessoa humana e que o ideal do ser humano livre, liberto do temor e da miséria, só pode ser concretizado à medida em que se criem condições que permitam a cada um gozar de seus direitos econômicos, sociais e culturais, assim como de seus direitos civis e políticos. O sistema é o da unicidade sindical, que é imposto pelo Poder Público (através de lei), no qual só pode existir um sindicato por categoria numa mesma base territorial (não inferior à área de um Município). A simples facultatividade de pagar contribuições sindicais, geralmente descontadas em folha de pagamento de salários, não confere liberdade aos trabalhadores, pois estes se encontram em situação de subordinação jurídica e, via de regra, de dependência econômica em relação ao seu empregador. A realidade demonstra que todos os processos de flexibilização até agora implementados não redundaram na criação de novos postos formais de trabalho, isto é, com carteira de trabalho devidamente anotada. Ao contrário, como é notório, só vem precarizando direitos, contribuindo para a redução da massa salarial e para o aumento da informalidade do mercado de trabalho. Verdade é que os empregos só são criados, especialmente os formais, com o crescimento da economia, como ficou muito bem demonstrado em períodos anteriores (Carta aberta aos deputados, Correio Braziliense, 27.12.2001, subscrita por várias organizações e instituições). Sem os conhecimentos técnicos exigidos pelas novas e complexas relações mercadológicas os trabalhadores certamente ficarão em manifesta desvantagem na mesa de negociação, na medida em que os empresários, como é de conhecimento geral, normalmente contam com assessorias especializadas, inclusive terceirizadas, com profissionais tecnicamente capacitados e preparados para o convencimento dos dirigentes dos sindicatos profissionais. O texto conclui que a Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017) tende a beneficiar apenas os empresários, pois as condições ajustadas na negociação coletiva implicará, em regra, redução ou extinção de direitos trabalhistas. A CLT, por ser fundada no princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, e em sintonia com os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana do cidadão-trabalhador, constituiobstáculo à implantação da ideologia neoliberal, pois esta exige a retirada do Estado nas relações econômicas e sociais. O problema está no despreparo técnico dos nossos dirigentes sindicais, fruto do analfabetismo ou da má formação educacional dos trabalhadores brasileiros em geral, também constitui um importante obstáculo à verdadeira negociação coletiva. A extinção ou redução de direitos trabalhistas que será imposta pela classe economicamente mais forte, agravará o problema da má distribuição de renda e manterá, por consequência, a brutal desigualdade econômica no nosso país, com todos os efeitos perversos que ela traz, como a banalização da violência, a discriminação de toda ordem, a exploração. Embora o texto finalize com uma argumentação negativa a Reforma trabalhista, é possível analisar de outro ângulo os pontos que serão alterados, por exemplo, existe a questão de que a Reforma tirará direitos dos trabalhadores, porém não é bem assim, agora o trabalhador terá a possibilidade de negociar seus direitos e também tira dos sindicatos o poder que eles tinham e que em muitos momentos eram mais à favor da empresa que de fato do trabalhador. Agora eles vão ter que mostrar serviço, principalmente por à partir da mudança do destino dos impostos sindicais, pois como é feita a destinação hoje, cria sindicatos de fachada e com comportamentos oportunistas. Além disso, a sua ampliação a formas de trabalho e modelos de contrato abrange muito mais a realidade do trabalho, uma vez que a legislação é feita para um modelo que não é tão representativo hoje em dia, ela infelizmente, não protege todos os trabalhadores mais, apenas aqueles que são CLT e com o aumento da informalidade, temos em torno de 40% a 50% de trabalhadores informais que não tem nenhum tipo de segurança quanto a legislação. Temos também vários avanços tecnológicos que permitiram novas formas de trabalho e a legislação, muitas vezes, incentiva uma ocupação que não deveria mais existir, é claro que esse trabalhador pode sair prejudicado e a terceirização pode ser uma solução para ajudá-lo a se adaptar às mudanças que estão acontecendo. Atividade Pratica Supervisionada sábado, 30 de outubro de 2021 18:16 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS E PROTETIVOS Aluno: Pedro Uther Dantas Trajano RA: 8297696 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS A atividade consiste em: 1- leitura do texto abaixo indicado e confecção de resenha que deverá apresentar reflexão circunstanciada sobre a temática envolvida : SUPREMACIA DO MODELO NEGOCIADO SOBRE O MODELO LEGISLADO NA REFORMA TRABALHISTA SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES. In Reforma Trabalhista Primeiras Impressões. EduPB. páginas 73-95. Autor Carlos Henrique Bezerra Leite. Resenha do texto Supremacia Do Modelo Negociado Sobre o Modelo Legislado na Reforma Trabalhista Sob o Enfoque dos Direitos Humanos Fundamentais dos Trabalhadores. A Reforma Trabalhista foi iniciada em 22.12.2016 com o envio do Projeto de Lei encaminhado pelo Presidente da República Michel Temer à Câmara dos Deputados, recebendo o número PL 6.787/2016, o qual alterava apenas as redações ou inseria disposições concernentes aos seguintes artigos da CLT: 47, 47-A, 58-A, 523-A, 611-A, 634. Porém, o referido PL foi ampliado pelo substitutivo apresentado pelo relator na Câmara dos Deputados, Deputado Rogério Marinho (PSDB), que acrescentou e/ou modificou 97 (noventa e argumento da necessidade da “modernização” das relações trabalhistas, instituiu três princípios de proteção ao Capital (liberdade, segurança jurídica e simplificação)), invertendo valores e princípios de proteção aos direitos humanos e fundamentais dos trabalhadores previstos na lei, na Constituição Federal e em tratados internacionais de direitos humanos sociais. Vê-se, portanto, que o direito do trabalho adota a teoria dinâmica da hierarquia entre as normas trabalhistas, pois no topo da pirâmide normativa não estará, necessariamente, a Constituição, e sim a norma mais favorável ao trabalhador. 7º, caput, da CF recepcionou literalmente o princípio em causa, ao proclamar: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria da sua condição social...”. Um exemplo é que se a Convenção Coletiva estabelecer adicional de horas extras inferior a cinquenta por cento, prevalecerá a norma Constitucional, que não permite a redução do patamar mínimo fixado. De outra parte, o princípio em tela não será aplicável diante de norma proibitiva, de ordem pública, imposta pelo Estado, como na hipótese da vedação da vinculação do salário mínimo para qualquer fim. CF, art. 623 da CLT, que considera nula a cláusula de convenção ou acordo coletivo que contrarie proibição ou norma disciplinadora de política econômico-financeira do Governo ou concernente à política salarial vigente. Nesse sentido, o TST editou a Súmula 375, segundo a qual os “reajustes salariais previstos em norma coletiva de trabalho não prevalecem frente à legislação superveniente de política salarial”. A aplicação do princípio da norma mais favorável encontra algumas dificuldades práticas no que respeita à incidência 76 das cláusulas previstas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Outro critério de aplicação é do princípio na hipótese de conflito entre normas jurídicas previstas em instrumentos coletivos de autocomposição: a teoria da acumulação, a teoria do conglobamento e a teoria da incindibilidade dos institutos. O contrato de trabalho seria, assim, uma espécie de “colcha de retalhos”, na medida em que se vão acumulando, entre as diversas normas existentes, os dispositivos, nelas contidos, considerados mais vantajosos ao empregado. O direito laboral brasileiro adota, como é sabido, o princípio da norma mais favorável, independentemente da hierarquia que se estabelece entre as partes, sem dizer se aplica o critério cumulativo das duas normas coletivas, selecionando, entre elas, as cláusulas mais benéficas e aplicando-as, uma a uma, simultaneamente, ou, se dentro do princípio da unidade da norma, adota o critério globalista, segundo o qual não se podem mesclar normas de instrumentos distintos, empregando-se a que, em seu conjunto, seja mais favorável. Todavia, em se tratando de conflito entre convenção e acordo, a lei nacional parece que adotou a teoria cumulativa, ao se referir às condições estabelecidas e, não, ao convênio mais favorável. Para essa teoria, a aplicação do princípio da norma mais favorável deve levar em conta não cada dispositivo isoladamente considerado, mas o conjunto global de uma determinada fonte do direito do trabalho. Desse modo, havendo duas ou mais normas previstas em instrumentos coletivos diversos, o intérprete deverá escolher não os dispositivos mais favoráveis pinçados em cada instrumento coletivo, mas sim o próprio instrumento coletivo. Por exemplo, existindo acordo coletivo e convenção coletiva regulando idênticas matérias de modo diverso, deverá prevalecer ou a convenção ou o acordo coletivo em sua integralidade, no seu conjunto, não se podendo extrair isoladamente as cláusulas consideradas mais vantajosas de cada um desses “contratos coletivos”. Segundo ela, existindo duas ou mais fontes regulando a mesma matéria, não se levará em conta cada um dos seus dispositivos ou cada norma em seu conjunto, mas sim os institutos de direito do trabalho. Por essa teoria, portanto, é possível combinar as diversas normas existentes na Constituição, na CLT, nas Convenções Coletivas, nos Acordos Coletivos, nos Regulamentos etc., 79 sempre levando em consideração os institutos jurídicos de direito do trabalho mais favoráveis contidos em cada um desses diplomas normativos. Art. 620 da CLT, em sua redação original, prestigiava, ao menos no que diz respeito ao conflito entre convenção e acordo coletivo, a teoria da acumulação, “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convençãocoletiva de trabalho”. O Art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos. 618 da CLT, dispondo, em linhas gerais, que as condições de trabalho negociadas coletivamente, isto é, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho, prevalecem sobre a lei. Um novo sistema de hierarquia das fontes em que as cláusulas previstas em convenções ou acordos coletivos prevalecem quando conflitam com as disposições previstas em lei. Plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. 3º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. 4º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Poucos dias depois da vacatio legis da Lei 13.467/2017 (11/11/2017), o Presidente da República editou a Medida Provisória 808, de 14/11/2017, que alterou diversos dispositivos da CLT, dentre eles, prorrogação de jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. De outra parte, sabe-se que todos os direitos dos trabalhadores previstos na legislação implicam melhoria de sua condição social, razão pela qual se conclui que foram recepcionados como normas constitucionais. Dito de outro modo, com a Constituição de 1988 houve um processo de constitucionalização dos direitos trabalhistas, em função do que se pode dizer que, em linha de princípio, qualquer proposta de alteração das normas tendente a abolir, reduzir ou extinguir direitos sociais dos trabalhadores que se densificam na legislação, importa violação ao art. Tanto isso é verdade que legislador constituinte somente permitiu, de forma excepcional, a flexibilização in pejus ,mediante convenção ou acordo coletivo, em duas hipóteses bem definidas: salário e jornada. O próprio legislador constituinte originário estabeleceu as três hipóteses excepcionais em que os direitos fundamentais sociais dos trabalhadores podem ser reduzidos (temporariamente, e desde que haja justificativa razoável, ressaltamos), por meio de convenções coletivas ou acordos coletivos de trabalho, a saber: a redução de salários. É de extrema importância, já que a contribuição sindical não é mais obrigatória, deixando, assim, de existir o principal fundamento para que o trabalhador não filiado fosse alcançado pelos efeitos (ônus e bônus) das cláusulas previstas em convenções e acordos coletivos. Art. 611-A da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017), inverteu essa lógica, pois tornou a exceção uma regra, o que colide com o escopo dos direitos fundamentais sociais dos trabalhadores. Para alguns o Art. 611-A da CLT é inconstitucional, porque impede a Justiça do Trabalho a examinar o conteúdo da cláusula e declarar a sua nulidade por descaracterizar a essência da negociação coletiva, que reside na existência de reciprocidade de interesses contrapostos, sem falar no obstáculo que este dispositivo produz no efetivo acesso à Justiça do Trabalho. Entretanto para outros o Art, 611-A da CLT, ao que nos parece, não é inconstitucional, pois na medida em que cria uma situação vantagem para o trabalhador consistente na proteção da relação empregatícia durante a vigência da convenção e do acordo coletivo que reduzam salários e reduzam (sic) jornada de trabalho. Parece-nos que a mens legis aponta no sentido de se interpretar este dispositivo da seguinte forma: “Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou aumente a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo”. XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como 90 normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. O Art. 620 da CLT, rompendo com o princípio da norma mais favorável, uma vez que as “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. A Conferência Internacional de Teerã, em 1968, proclamou, no seu item 13:“Como os direitos humanos e as liberdades fundamentais são indivisíveis, a realização dos direitos civis e políticos, sem o gozo dos direitos econômicos, sociais e culturais, torna-se impossível.” Igualmente, no item 5º, Parte I, da Declaração e Programa de Ação adotada pela Conferência Mundial sobre Direitos Humanos das Nações Unidas (Viena, 1993), restou afirmado solenemente que: “Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados”. Do mesmo modo, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, aprovado na XXI Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em 19 de dezembro de 1966, o qual passou a fazer parte do direito positivo brasileiro a partir de 24 de abril de 1992 (aprovação: Decreto-Lei 226, de 12.12.1991. O Decreto 591, de 06.07.1992, proclamou, em linhas gerais, que os direitos sociais, culturais e econômicos são inerentes à dignidade da pessoa humana e que o ideal do ser humano livre, liberto do temor e da miséria, só pode ser concretizado à medida em que se criem condições que permitam a cada um gozar de seus direitos econômicos, sociais e culturais, assim como de seus direitos civis e políticos. O sistema é o da unicidade sindical, que é imposto pelo Poder Público (através de lei), no qual só pode existir um sindicato por categoria numa mesma base territorial (não inferior à área de um Município). A simples facultatividade de pagar contribuições sindicais, geralmente descontadas em folha de pagamento de salários, não confere liberdade aos trabalhadores, pois estes se encontram em situação de subordinação jurídica e, via de regra, de dependência econômica em relação ao seu empregador. A realidade demonstra que todos os processos de flexibilização até agora implementados não redundaram na criação de novos postos formais de trabalho, isto é, com carteira de trabalho devidamente anotada. Ao contrário, como é notório, só vem precarizando direitos, contribuindo para a redução da massa salarial e para o aumento da informalidade do mercado de trabalho. Verdade é queos empregos só são criados, especialmente os formais, com o crescimento da economia, como ficou muito bem demonstrado em períodos anteriores (Carta aberta aos deputados, Correio Braziliense, 27.12.2001, subscrita por várias organizações e instituições). Sem os conhecimentos técnicos exigidos pelas novas e complexas relações mercadológicas os trabalhadores certamente ficarão em manifesta desvantagem na mesa de negociação, na medida em que os empresários, como é de conhecimento geral, normalmente contam com assessorias especializadas, inclusive terceirizadas, com profissionais tecnicamente capacitados e preparados para o convencimento dos dirigentes dos sindicatos profissionais. O texto conclui que a Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017) tende a beneficiar apenas os empresários, pois as condições ajustadas na negociação coletiva implicará, em regra, redução ou extinção de direitos trabalhistas. A CLT, por ser fundada no princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, e em sintonia com os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana do cidadão-trabalhador, constitui obstáculo à implantação da ideologia neoliberal, pois esta exige a retirada do Estado nas relações econômicas e sociais. O problema está no despreparo técnico dos nossos dirigentes sindicais, fruto do analfabetismo ou da má formação educacional dos trabalhadores brasileiros em geral, também constitui um importante obstáculo à verdadeira negociação coletiva. A extinção ou redução de direitos trabalhistas que será imposta pela classe economicamente mais forte, agravará o problema da má distribuição de renda e manterá, por consequência, a brutal desigualdade econômica no nosso país, com todos os efeitos perversos que ela traz, como a banalização da violência, a discriminação de toda ordem, a exploração. Embora o texto finalize com uma argumentação negativa a Reforma trabalhista, é possível analisar de outro ângulo os pontos que serão alterados, por exemplo, existe a questão de que a Reforma tirará direitos dos trabalhadores, porém não é bem assim, agora o trabalhador terá a possibilidade de negociar seus direitos e também tira dos sindicatos o poder que eles tinham e que em muitos momentos eram mais à favor da empresa que de fato do trabalhador. Agora eles vão ter que mostrar serviço, principalmente por à partir da mudança do destino dos impostos sindicais, pois como é feita a destinação hoje, cria sindicatos de fachada e com comportamentos oportunistas. Além disso, a sua ampliação a formas de trabalho e modelos de contrato abrange muito mais a realidade do trabalho, uma vez que a legislação é feita para um modelo que não é tão representativo hoje em dia, ela infelizmente, não protege todos os trabalhadores mais, apenas aqueles que são CLT e com o aumento da informalidade, temos em torno de 40% a 50% de trabalhadores informais que não tem nenhum tipo de segurança quanto a legislação. Temos também vários avanços tecnológicos que permitiram novas formas de trabalho e a legislação, muitas vezes, incentiva uma ocupação que não deveria mais existir, é claro que esse trabalhador pode sair prejudicado e a terceirização pode ser uma solução para ajudá-lo a se adaptar às mudanças que estão acontecendo. Atividade Pratica Supervisionada sábado, 30 de outubro de 2021 18:16 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS E PROTETIVOS Aluno: Pedro Uther Dantas Trajano RA: 8297696 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS A atividade consiste em: 1- leitura do texto abaixo indicado e confecção de resenha que deverá apresentar reflexão circunstanciada sobre a temática envolvida : SUPREMACIA DO MODELO NEGOCIADO SOBRE O MODELO LEGISLADO NA REFORMA TRABALHISTA SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES. In Reforma Trabalhista Primeiras Impressões. EduPB. páginas 73-95. Autor Carlos Henrique Bezerra Leite. Resenha do texto Supremacia Do Modelo Negociado Sobre o Modelo Legislado na Reforma Trabalhista Sob o Enfoque dos Direitos Humanos Fundamentais dos Trabalhadores. A Reforma Trabalhista foi iniciada em 22.12.2016 com o envio do Projeto de Lei encaminhado pelo Presidente da República Michel Temer à Câmara dos Deputados, recebendo o número PL 6.787/2016, o qual alterava apenas as redações ou inseria disposições concernentes aos seguintes artigos da CLT: 47, 47-A, 58-A, 523-A, 611-A, 634. Porém, o referido PL foi ampliado pelo substitutivo apresentado pelo relator na Câmara dos Deputados, Deputado Rogério Marinho (PSDB), que acrescentou e/ou modificou 97 (noventa e argumento da necessidade da “modernização” das relações trabalhistas, instituiu três princípios de proteção ao Capital (liberdade, segurança jurídica e simplificação)), invertendo valores e princípios de proteção aos direitos humanos e fundamentais dos trabalhadores previstos na lei, na Constituição Federal e em tratados internacionais de direitos humanos sociais. Vê-se, portanto, que o direito do trabalho adota a teoria dinâmica da hierarquia entre as normas trabalhistas, pois no topo da pirâmide normativa não estará, necessariamente, a Constituição, e sim a norma mais favorável ao trabalhador. 7º, caput, da CF recepcionou literalmente o princípio em causa, ao proclamar: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria da sua condição social...”. Um exemplo é que se a Convenção Coletiva estabelecer adicional de horas extras inferior a cinquenta por cento, prevalecerá a norma Constitucional, que não permite a redução do patamar mínimo fixado. De outra parte, o princípio em tela não será aplicável diante de norma proibitiva, de ordem pública, imposta pelo Estado, como na hipótese da vedação da vinculação do salário mínimo para qualquer fim. CF, art. 623 da CLT, que considera nula a cláusula de convenção ou acordo coletivo que contrarie proibição ou norma disciplinadora de política econômico-financeira do Governo ou concernente à política salarial vigente. Nesse sentido, o TST editou a Súmula 375, segundo a qual os “reajustes salariais previstos em norma coletiva de trabalho não prevalecem frente à legislação superveniente de política salarial”. A aplicação do princípio da norma mais favorável encontra algumas dificuldades práticas no que respeita à incidência 76 das cláusulas previstas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Outro critério de aplicação é do princípio na hipótese de conflito entre normas jurídicas previstas em instrumentos coletivos de autocomposição: a teoria da acumulação, a teoria do conglobamento e a teoria da incindibilidade dos institutos. O contrato de trabalho seria, assim, uma espécie de “colcha de retalhos”, na medida em que se vão acumulando, entre as diversas normas existentes, os dispositivos, nelas contidos, considerados mais vantajosos ao empregado. O direito laboral brasileiro adota, como é sabido, o princípio da norma mais favorável, independentemente da hierarquia que se estabelece entre as partes, sem dizer se aplica o critério cumulativo das duas normas coletivas, selecionando, entre elas, as cláusulas mais benéficas e aplicando-as, uma a uma, simultaneamente, ou, se dentro do princípio da unidade da norma, adota o critério globalista, segundo o qual não se podem mesclar normas de instrumentos distintos, empregando-se a que, em seu conjunto, seja mais favorável. Todavia, em se tratando de conflito entre convenção e acordo, a lei nacional parece que adotou a teoria cumulativa, ao se referir às condições estabelecidas e, não, ao convênio mais favorável. Para essa teoria, a aplicação do princípio da norma mais favorável deve levar em conta não cada dispositivo isoladamente considerado, mas o conjunto global de uma determinada fonte do direito do trabalho. Desse modo, havendo duas ou mais normas previstas em instrumentos coletivos diversos, o intérprete deverá escolher não os dispositivos mais favoráveis pinçados em cada instrumento coletivo, mas sim o próprio instrumento coletivo.Por exemplo, existindo acordo coletivo e convenção coletiva regulando idênticas matérias de modo diverso, deverá prevalecer ou a convenção ou o acordo coletivo em sua integralidade, no seu conjunto, não se podendo extrair isoladamente as cláusulas consideradas mais vantajosas de cada um desses “contratos coletivos”. Segundo ela, existindo duas ou mais fontes regulando a mesma matéria, não se levará em conta cada um dos seus dispositivos ou cada norma em seu conjunto, mas sim os institutos de direito do trabalho. Por essa teoria, portanto, é possível combinar as diversas normas existentes na Constituição, na CLT, nas Convenções Coletivas, nos Acordos Coletivos, nos Regulamentos etc., 79 sempre levando em consideração os institutos jurídicos de direito do trabalho mais favoráveis contidos em cada um desses diplomas normativos. Art. 620 da CLT, em sua redação original, prestigiava, ao menos no que diz respeito ao conflito entre convenção e acordo coletivo, a teoria da acumulação, “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. O Art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos. 618 da CLT, dispondo, em linhas gerais, que as condições de trabalho negociadas coletivamente, isto é, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho, prevalecem sobre a lei. Um novo sistema de hierarquia das fontes em que as cláusulas previstas em convenções ou acordos coletivos prevalecem quando conflitam com as disposições previstas em lei. Plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. 3º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. 4º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Poucos dias depois da vacatio legis da Lei 13.467/2017 (11/11/2017), o Presidente da República editou a Medida Provisória 808, de 14/11/2017, que alterou diversos dispositivos da CLT, dentre eles, prorrogação de jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. De outra parte, sabe-se que todos os direitos dos trabalhadores previstos na legislação implicam melhoria de sua condição social, razão pela qual se conclui que foram recepcionados como normas constitucionais. Dito de outro modo, com a Constituição de 1988 houve um processo de constitucionalização dos direitos trabalhistas, em função do que se pode dizer que, em linha de princípio, qualquer proposta de alteração das normas tendente a abolir, reduzir ou extinguir direitos sociais dos trabalhadores que se densificam na legislação, importa violação ao art. Tanto isso é verdade que legislador constituinte somente permitiu, de forma excepcional, a flexibilização in pejus ,mediante convenção ou acordo coletivo, em duas hipóteses bem definidas: salário e jornada. O próprio legislador constituinte originário estabeleceu as três hipóteses excepcionais em que os direitos fundamentais sociais dos trabalhadores podem ser reduzidos (temporariamente, e desde que haja justificativa razoável, ressaltamos), por meio de convenções coletivas ou acordos coletivos de trabalho, a saber: a redução de salários. É de extrema importância, já que a contribuição sindical não é mais obrigatória, deixando, assim, de existir o principal fundamento para que o trabalhador não filiado fosse alcançado pelos efeitos (ônus e bônus) das cláusulas previstas em convenções e acordos coletivos. Art. 611-A da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017), inverteu essa lógica, pois tornou a exceção uma regra, o que colide com o escopo dos direitos fundamentais sociais dos trabalhadores. Para alguns o Art. 611-A da CLT é inconstitucional, porque impede a Justiça do Trabalho a examinar o conteúdo da cláusula e declarar a sua nulidade por descaracterizar a essência da negociação coletiva, que reside na existência de reciprocidade de interesses contrapostos, sem falar no obstáculo que este dispositivo produz no efetivo acesso à Justiça do Trabalho. Entretanto para outros o Art, 611-A da CLT, ao que nos parece, não é inconstitucional, pois na medida em que cria uma situação vantagem para o trabalhador consistente na proteção da relação empregatícia durante a vigência da convenção e do acordo coletivo que reduzam salários e reduzam (sic) jornada de trabalho. Parece-nos que a mens legis aponta no sentido de se interpretar este dispositivo da seguinte forma: “Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou aumente a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo”. XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como 90 normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. O Art. 620 da CLT, rompendo com o princípio da norma mais favorável, uma vez que as “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. A Conferência Internacional de Teerã, em 1968, proclamou, no seu item 13:“Como os direitos humanos e as liberdades fundamentais são indivisíveis, a realização dos direitos civis e políticos, sem o gozo dos direitos econômicos, sociais e culturais, torna-se impossível.” Igualmente, no item 5º, Parte I, da Declaração e Programa de Ação adotada pela Conferência Mundial sobre Direitos Humanos das Nações Unidas (Viena, 1993), restou afirmado solenemente que: “Todos os direitos humanos são universais, indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados”. Do mesmo modo, o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, aprovado na XXI Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, em 19 de dezembro de 1966, o qual passou a fazer parte do direito positivo brasileiro a partir de 24 de abril de 1992 (aprovação: Decreto-Lei 226, de 12.12.1991. O Decreto 591, de 06.07.1992, proclamou, em linhas gerais, que os direitos sociais, culturais e econômicos são inerentes à dignidade da pessoa humana e que o ideal do ser humanolivre, liberto do temor e da miséria, só pode ser concretizado à medida em que se criem condições que permitam a cada um gozar de seus direitos econômicos, sociais e culturais, assim como de seus direitos civis e políticos. O sistema é o da unicidade sindical, que é imposto pelo Poder Público (através de lei), no qual só pode existir um sindicato por categoria numa mesma base territorial (não inferior à área de um Município). A simples facultatividade de pagar contribuições sindicais, geralmente descontadas em folha de pagamento de salários, não confere liberdade aos trabalhadores, pois estes se encontram em situação de subordinação jurídica e, via de regra, de dependência econômica em relação ao seu empregador. A realidade demonstra que todos os processos de flexibilização até agora implementados não redundaram na criação de novos postos formais de trabalho, isto é, com carteira de trabalho devidamente anotada. Ao contrário, como é notório, só vem precarizando direitos, contribuindo para a redução da massa salarial e para o aumento da informalidade do mercado de trabalho. Verdade é que os empregos só são criados, especialmente os formais, com o crescimento da economia, como ficou muito bem demonstrado em períodos anteriores (Carta aberta aos deputados, Correio Braziliense, 27.12.2001, subscrita por várias organizações e instituições). Sem os conhecimentos técnicos exigidos pelas novas e complexas relações mercadológicas os trabalhadores certamente ficarão em manifesta desvantagem na mesa de negociação, na medida em que os empresários, como é de conhecimento geral, normalmente contam com assessorias especializadas, inclusive terceirizadas, com profissionais tecnicamente capacitados e preparados para o convencimento dos dirigentes dos sindicatos profissionais. O texto conclui que a Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017) tende a beneficiar apenas os empresários, pois as condições ajustadas na negociação coletiva implicará, em regra, redução ou extinção de direitos trabalhistas. A CLT, por ser fundada no princípio da irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, e em sintonia com os princípios da igualdade e da dignidade da pessoa humana do cidadão-trabalhador, constitui obstáculo à implantação da ideologia neoliberal, pois esta exige a retirada do Estado nas relações econômicas e sociais. O problema está no despreparo técnico dos nossos dirigentes sindicais, fruto do analfabetismo ou da má formação educacional dos trabalhadores brasileiros em geral, também constitui um importante obstáculo à verdadeira negociação coletiva. A extinção ou redução de direitos trabalhistas que será imposta pela classe economicamente mais forte, agravará o problema da má distribuição de renda e manterá, por consequência, a brutal desigualdade econômica no nosso país, com todos os efeitos perversos que ela traz, como a banalização da violência, a discriminação de toda ordem, a exploração. Embora o texto finalize com uma argumentação negativa a Reforma trabalhista, é possível analisar de outro ângulo os pontos que serão alterados, por exemplo, existe a questão de que a Reforma tirará direitos dos trabalhadores, porém não é bem assim, agora o trabalhador terá a possibilidade de negociar seus direitos e também tira dos sindicatos o poder que eles tinham e que em muitos momentos eram mais à favor da empresa que de fato do trabalhador. Agora eles vão ter que mostrar serviço, principalmente por à partir da mudança do destino dos impostos sindicais, pois como é feita a destinação hoje, cria sindicatos de fachada e com comportamentos oportunistas. Além disso, a sua ampliação a formas de trabalho e modelos de contrato abrange muito mais a realidade do trabalho, uma vez que a legislação é feita para um modelo que não é tão representativo hoje em dia, ela infelizmente, não protege todos os trabalhadores mais, apenas aqueles que são CLT e com o aumento da informalidade, temos em torno de 40% a 50% de trabalhadores informais que não tem nenhum tipo de segurança quanto a legislação. Temos também vários avanços tecnológicos que permitiram novas formas de trabalho e a legislação, muitas vezes, incentiva uma ocupação que não deveria mais existir, é claro que esse trabalhador pode sair prejudicado e a terceirização pode ser uma solução para ajudá-lo a se adaptar às mudanças que estão acontecendo. Atividade Pratica Supervisionada sábado, 30 de outubro de 2021 18:16 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS E PROTETIVOS Aluno: Pedro Uther Dantas Trajano RA: 8297696 ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS A atividade consiste em: 1- leitura do texto abaixo indicado e confecção de resenha que deverá apresentar reflexão circunstanciada sobre a temática envolvida : SUPREMACIA DO MODELO NEGOCIADO SOBRE O MODELO LEGISLADO NA REFORMA TRABALHISTA SOB O ENFOQUE DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES. In Reforma Trabalhista Primeiras Impressões. EduPB. páginas 73-95. Autor Carlos Henrique Bezerra Leite. Resenha do texto Supremacia Do Modelo Negociado Sobre o Modelo Legislado na Reforma Trabalhista Sob o Enfoque dos Direitos Humanos Fundamentais dos Trabalhadores. A Reforma Trabalhista foi iniciada em 22.12.2016 com o envio do Projeto de Lei encaminhado pelo Presidente da República Michel Temer à Câmara dos Deputados, recebendo o número PL 6.787/2016, o qual alterava apenas as redações ou inseria disposições concernentes aos seguintes artigos da CLT: 47, 47-A, 58-A, 523-A, 611-A, 634. Porém, o referido PL foi ampliado pelo substitutivo apresentado pelo relator na Câmara dos Deputados, Deputado Rogério Marinho (PSDB), que acrescentou e/ou modificou 97 (noventa e argumento da necessidade da “modernização” das relações trabalhistas, instituiu três princípios de proteção ao Capital (liberdade, segurança jurídica e simplificação)), invertendo valores e princípios de proteção aos direitos humanos e fundamentais dos trabalhadores previstos na lei, na Constituição Federal e em tratados internacionais de direitos humanos sociais. Vê-se, portanto, que o direito do trabalho adota a teoria dinâmica da hierarquia entre as normas trabalhistas, pois no topo da pirâmide normativa não estará, necessariamente, a Constituição, e sim a norma mais favorável ao trabalhador. 7º, caput, da CF recepcionou literalmente o princípio em causa, ao proclamar: “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria da sua condição social...”. Um exemplo é que se a Convenção Coletiva estabelecer adicional de horas extras inferior a cinquenta por cento, prevalecerá a norma Constitucional, que não permite a redução do patamar mínimo fixado. De outra parte, o princípio em tela não será aplicável diante de norma proibitiva, de ordem pública, imposta pelo Estado, como na hipótese da vedação da vinculação do salário mínimo para qualquer fim. CF, art. 623 da CLT, que considera nula a cláusula de convenção ou acordo coletivo que contrarie proibição ou norma disciplinadora de política econômico-financeira do Governo ou concernente à política salarial vigente. Nesse sentido, o TST editou a Súmula 375, segundo a qual os “reajustes salariais previstos em norma coletiva de trabalho não prevalecem frente à legislação superveniente de política salarial”. A aplicação do princípio da norma mais favorável encontra algumas dificuldades práticas no que respeita à incidência 76 das cláusulas previstas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. Outro critério de aplicação é do princípio na hipótese de conflito entre normas jurídicas previstas em instrumentos coletivos de autocomposição: a teoria da acumulação, a teoria do conglobamento e a teoria da incindibilidade dos institutos. O contrato de trabalho seria, assim, uma espécie de “colcha de retalhos”, na medida em que se vão acumulando, entre as diversas normas existentes, os dispositivos, nelas contidos, considerados mais vantajosos ao empregado. O direito laboral brasileiro adota, como é sabido,o princípio da norma mais favorável, independentemente da hierarquia que se estabelece entre as partes, sem dizer se aplica o critério cumulativo das duas normas coletivas, selecionando, entre elas, as cláusulas mais benéficas e aplicando-as, uma a uma, simultaneamente, ou, se dentro do princípio da unidade da norma, adota o critério globalista, segundo o qual não se podem mesclar normas de instrumentos distintos, empregando-se a que, em seu conjunto, seja mais favorável. Todavia, em se tratando de conflito entre convenção e acordo, a lei nacional parece que adotou a teoria cumulativa, ao se referir às condições estabelecidas e, não, ao convênio mais favorável. Para essa teoria, a aplicação do princípio da norma mais favorável deve levar em conta não cada dispositivo isoladamente considerado, mas o conjunto global de uma determinada fonte do direito do trabalho. Desse modo, havendo duas ou mais normas previstas em instrumentos coletivos diversos, o intérprete deverá escolher não os dispositivos mais favoráveis pinçados em cada instrumento coletivo, mas sim o próprio instrumento coletivo. Por exemplo, existindo acordo coletivo e convenção coletiva regulando idênticas matérias de modo diverso, deverá prevalecer ou a convenção ou o acordo coletivo em sua integralidade, no seu conjunto, não se podendo extrair isoladamente as cláusulas consideradas mais vantajosas de cada um desses “contratos coletivos”. Segundo ela, existindo duas ou mais fontes regulando a mesma matéria, não se levará em conta cada um dos seus dispositivos ou cada norma em seu conjunto, mas sim os institutos de direito do trabalho. Por essa teoria, portanto, é possível combinar as diversas normas existentes na Constituição, na CLT, nas Convenções Coletivas, nos Acordos Coletivos, nos Regulamentos etc., 79 sempre levando em consideração os institutos jurídicos de direito do trabalho mais favoráveis contidos em cada um desses diplomas normativos. Art. 620 da CLT, em sua redação original, prestigiava, ao menos no que diz respeito ao conflito entre convenção e acordo coletivo, a teoria da acumulação, “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho”. O Art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos. 618 da CLT, dispondo, em linhas gerais, que as condições de trabalho negociadas coletivamente, isto é, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho, prevalecem sobre a lei. Um novo sistema de hierarquia das fontes em que as cláusulas previstas em convenções ou acordos coletivos prevalecem quando conflitam com as disposições previstas em lei. Plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança; 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico. 3º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. 4º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. Poucos dias depois da vacatio legis da Lei 13.467/2017 (11/11/2017), o Presidente da República editou a Medida Provisória 808, de 14/11/2017, que alterou diversos dispositivos da CLT, dentre eles, prorrogação de jornada em locais insalubres, incluída a possibilidade de contratação de perícia, afastada a licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho, desde que respeitadas, na integralidade, as normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho; Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho participarão, como litisconsortes necessários, em ação coletiva que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos. De outra parte, sabe-se que todos os direitos dos trabalhadores previstos na legislação implicam melhoria de sua condição social, razão pela qual se conclui que foram recepcionados como normas constitucionais. Dito de outro modo, com a Constituição de 1988 houve um processo de constitucionalização dos direitos trabalhistas, em função do que se pode dizer que, em linha de princípio, qualquer proposta de alteração das normas tendente a abolir, reduzir ou extinguir direitos sociais dos trabalhadores que se densificam na legislação, importa violação ao art. Tanto isso é verdade que legislador constituinte somente permitiu, de forma excepcional, a flexibilização in pejus ,mediante convenção ou acordo coletivo, em duas hipóteses bem definidas: salário e jornada. O próprio legislador constituinte originário estabeleceu as três hipóteses excepcionais em que os direitos fundamentais sociais dos trabalhadores podem ser reduzidos (temporariamente, e desde que haja justificativa razoável, ressaltamos), por meio de convenções coletivas ou acordos coletivos de trabalho, a saber: a redução de salários. É de extrema importância, já que a contribuição sindical não é mais obrigatória, deixando, assim, de existir o principal fundamento para que o trabalhador não filiado fosse alcançado pelos efeitos (ônus e bônus) das cláusulas previstas em convenções e acordos coletivos. Art. 611-A da CLT, com redação dada pela Lei 13.467/2017 (e MP 808/2017), inverteu essa lógica, pois tornou a exceção uma regra, o que colide com o escopo dos direitos fundamentais sociais dos trabalhadores. Para alguns o Art. 611-A da CLT é inconstitucional, porque impede a Justiça do Trabalho a examinar o conteúdo da cláusula e declarar a sua nulidade por descaracterizar a essência da negociação coletiva, que reside na existência de reciprocidade de interesses contrapostos, sem falar no obstáculo que este dispositivo produz no efetivo acesso à Justiça do Trabalho. Entretanto para outros o Art, 611-A da CLT, ao que nos parece, não é inconstitucional, pois na medida em que cria uma situação vantagem para o trabalhador consistente na proteção da relação empregatícia durante a vigência da convenção e do acordo coletivo que reduzam salários e reduzam (sic) jornada de trabalho. Parece-nos que a mens legis aponta no sentido de se interpretar este dispositivo da seguinte forma: “Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou aumente a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo”. XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho; XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve; Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como 90 normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo. O Art. 620 da CLT, rompendo com o princípio da norma mais favorável, uma vez que as “condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre prevalecerão sobre
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