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APS - DIREITOS SOCIAIS - 6 Sem - FMU

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Prévia do material em texto

MARIA GABRIELLA SILVA RODRIGUES DE LIMA – RA 
3378465 
DIREITOS SOCIAIS, COLETIVOS E PROTETIVOS – 
PROFESSOR OSMAR 
 
 
 
APS 
 
 
 
 
O capítulo X de nome “Supremacia do Modelo Negociado Sobre O Modelo Legislado na 
Reforma Trabalhista Sob O Enfoque dos Direitos Humanos Fundamentais dos 
Trabalhadores”, inicia-se dissertando sobre o princípio da aplicação da norma mais 
favorável, que consiste na teoria dinâmica na hierarquia das leis trabalhistas e será 
aplicada aquela que melhor beneficiar o trabalho. Seguindo o exemplo demonstrado no 
capítulo, se a CF disser que o adicional da hora é no mínimo 50% e a Convenção Coletiva 
de Trabalho disser que será de 100%, a norma da Convenção é a que será aplicada. Este 
princípio faz sentido se levar em consideração que até mesmo no âmbito penal a lei 
retroagirá em benefício do réu, que teria a norma mais favorável aplicada ao seu caso, 
então por que não fazer o mesmo com os trabalhadores? 
Por outro lado, o princípo não é aplicável diante de normas proibitivias, impostas pelo 
Estado e, visando evitar que o critério de aplicação do princípio conflite com outras 
normas jurídicas, foram criadas três teorias, sendo elas: a teoria da acumulação, a teoria 
do conglobamento e a teoria da incindibilidade dos institutos. 
A primeira teoria visa acumular vantagens do empregado perante as leis trabalhistas e os 
intrumentos normativos, como as sentenças normativas, convenção coletivo e os acordos 
coletivos, em que basicamente uma norma se sobrepõe pela outra quando uma delas 
estipular mais favorável ao empregado. 
A teoria do conglobamento ou teoria do conjunto, em que a aplicação do princípio em 
tese não deverá ser interpretada isolando os dispositivos e sim considerando o conjunto 
global de uma determinada fonte do direito do trabalho, em sua integralidade. O texto fala 
supercialmente das fontes autônomas e heterotônomas, sem se aprofundar. 
Já a teoria da incindibilidade dos institutos aduz que se existir mais de duas fontes 
regulando a mesma matéria de direito, deve-se considerar os institutos jurídicos mais 
benéficos contidos na norma. 
Perante as descrições, acredito que a adotada (ou que deveria ser) no Brasil ser a teoria 
do conjunto, em que há inclusiva duas decisões menciando-a, um Recurso Ordinário e 
um julgado. Vejamos: 
 
NEGOCIAÇÕES COLETIVAS. NORMA MAIS FAVORÁVEL. 
TEORIA DO CONGLOBAMENTO MITIGADO. Em havendo duas 
normativas coletivas aplicáveis a um caso concreto impõe-se o emprego da 
mais favorável ao trabalhador considerando-se cada instituto, in casu 
relativamente a regramentos remuneratórios, conforme ratifica a Teoria 
do Conglobamento Mitigado prevalecente na doutrina e jurisprudência 
hodiernas. 
(TRT-1 - RO: 01015936220165010227 RJ, Relator: VALMIR DE 
ARAUJO CARVALHO, Data de Julgamento: 31/10/2018, Segunda 
Turma, Data de Publicação: 22/11/2018) 
 
TEORIA DO CONGLOBAMENTO. BASE DE CÁLCULO DAS 
HORAS EXTRAS. A hierarquia das normas é regida pelo princípio da 
norma mais favorável ao trabalhador, observando-se o conjunto 
normativo mais favorável em sua integralidade (teoria do 
conglobamento - art. 3º da Lei n. 7.064/82). Nesse raciocínio, prevalece 
a adoção do salário nominal como base de cálculo das horas extras e 
adicional noturno. 
(TRT-2 00008329120155020045 SP, Relator: ALVARO ALVES NOGA, 
17ª Turma - Cadeira 5, Data de Publicação: 25/03/2021) 
 
Falando na supremacia do Negociado sobre o legislado, aponta que o Projeto de Lei 4.962 
que estava tramitando no Congresso desde abril/2016 e de autoria do Deputado Julio 
Lopes (PP-RJ), visava somente alterar o art.618 da CLT, dispondo que as condições de 
trabalho negociadas mediante Covenção Coletiva ou Acordo Coletivo prevaleciam sobre 
a lei. Isto é, foi dito pelo Presidente da República, na epóca Michel Temer, que seria 
somente esta alteração. No entanto, em novembro/2017, na calada da noite, a Lei 13.467 
foi aprovada, o que me lembra que vários Deputados (um deles é o atual Presidente da 
República) foram contra a Reforma Trabalhista pois estava claro que prejudicava os 
trabalhadores, mas após um jantar com o então Presidente da República, a lei foi 
aprovada. A lei instituiu o modelo “Negociado sobre o legislado”, um sistema de 
hierarquia das fontes, que dispõe que as normas das convenções e acordos coletivos, 
prevalecem quando conflitantes com a lei. Logo depois veio uma Medida Provisória que 
alterava alguns incisos do art. 611- A, especialmente os que visavam sobre o grau de 
insalubridade e as jornadas de trabalho nesses locais. 
O texto abre uma discussão acerca da inconstitucionalidade do art. 611 – A – CLT, pois 
a CF diz expressamente que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude da lei e indaga se os Acordos e Convenções coletivas são leis. Vejamos 
o art. 611-A: 
 
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo 
coletivo de trabalho, observados os incisos III 
e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm 
prevalência sobre a lei quando, entre outros, 
dispuserem sobre: 
XII - enquadramento do grau de insalubridade 
e prorrogação de jornada em locais insalubres, 
incluída a possibilidade de contratação de 
84 
perícia, afastada a licença prévia das autoridades 
competentes do Ministério do Trabalho, 
desde que respeitadas, na integralidade, as 
normas de saúde, higiene e segurança do 
trabalho previstas em lei ou em normas 
regulamentadoras do Ministério do Trabalho; 
....................................................................... 
§ 5º Os sindicatos subscritores de convenção 
coletiva ou de acordo coletivo de trabalho 
participarão, como litisconsortes necessários, em 
ação coletiva que tenha como objeto a anulação de 
cláusulas desses instrumentos, vedada 
a apreciação por ação individual (NR). 
 
Isso porque o art. 7º da CF expressa que só é permitido regras e/ou cláusulas que 
melhorem as condições socieconômicas do trabalhador e nem mesmo uma emenda na CF 
poderia mudar isso, já que o artigo em questão é uma cláusula pétrea. Com o mesmo 
entendimento sobre o assunto, Delgado e Delgado (2018, p. 254) criticam o referido 
dispositivo, pois “autoriza a supressão ou atenuação, pela negociação coletiva trabalhista, 
de regras imperativas estatais incidentes sobre o contrato de trabalho, com evidente 
negligência à noção de centralidade da pessoa humana na ordem jurídica e na vida 
social”(apud, Oliveira e Dutra, 2020, p.8). 
Voltando ao texto, refere-se que somente os incisos I, IV, V, VI, VII, IX, XI, XIV 
e XV do art.611-A não são inconstitucionais. Inclusive aponta que o sistema é 
antidemocrático, o que não discordo pois desde que o Governo Temer começou, já 
sabiamos onde ia dar, pois ele alegava que a Reforma Trabalhista ia beneficiar os 
brasileiros e ia gerar empregos, hoje vemos que era só fachada para aprovar uma lei que 
beneficiaria seus amigos empresários. 
Por fim, concluimos que a linguagem usada é bastante técnica só que de fácil 
compreensão, apesar de notar que o texto não é direcionado a leigos. As críticas a 
Reforma Trabalhista e principalmente aos artigos 620, 611- A da CLT e demais são 
nítidas fica difícil descordar da opinião do autor perante as argumentações para embasar 
seu pensamento. 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
OLIVEIRA, Rafael Niebuhr Maiade e DUTRA, Debora. ANÁLISE DE 
CONSTITUCIONALIDADE DO PRIMADO DO “NEGOCIADO SOBRE O 
LEGISLADO” NO ÂMBITO DA REFORMA TRABALHISTA. Periódicos, 2020. 
.Disponível em : 
<https://periodicos.uniarp.edu.br/index.php/juridico/article/download/2274/1147/7748#:
~:text=611%2DA%20da%20CLT%20s%C3%A3o,Flexibiliza%C3%A7%C3%A3o.>. 
Acesso em 29 de out de 2021. 
 
RIO DE JANEIRO, Tribunal Regional do Trabalho 1ª Região.Recurso Ordinário. 
Negociações coletivas. Light Serviços de Eletricidade AS versus Julio Cesar dos Santos 
Pinto, Elo Sistemas Eletrônicos AS. Relator: Valmir de Araujo Carvalho. Rio deJaneiro, 
22 de novembro de 2018. Jusbrasil. Rio de Janeiro, disponível em: <https://trt-
1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1112650495/recurso-ordinario-ro-
1015936220165010227-rj/inteiro-teor-1112650530>. Acesso em 28 de out de 2021. 
 
SÃO PAULO. Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região. Recurso Ordinário. Teoria do 
conglobamento. Base de cálculo das horas extras. Dércio Bolais Mônica versus METRÔ. 
Relator: Alvaro Alves Noga. São Paulo, 25 de março de 2021. JusBrasil. São Paulo, 
disponível em: <https://trt-
2.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/1185354915/8329120155020045-sp/inteiro-teor-
1185354935>. Acesso em 28 de out de 2021.

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