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NOÇÕES-BÁSICAS-DE-ANATOMIA-HUMANA-3

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NOÇÕES BÁSICAS DE ANATOMIA 
 
1 
 
Sumário 
 
Sumário ...................................................................................................................... 1 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2 
História da Anatomia ................................................................................................ 3 
VESÁLIO ............................................................................................................................... 8 
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12 
Definição .............................................................................................................................. 12 
Divisão ................................................................................................................................. 12 
PARTES CONSTITUINTES DO CORPO HUMANO ................................................ 14 
NOMENCLATURA ANATÔMICA ............................................................................. 17 
Posição Anatômica ............................................................................................................ 17 
Planos de Inscrição ............................................................................................................ 18 
Eixos ortogonais e Planos de Secção ............................................................................ 19 
Planos de Secção do Corpo ............................................................................................. 20 
TERMOS DE POSIÇÃO ........................................................................................... 21 
TERMOS DE DIREÇÃO ........................................................................................... 23 
TERMOS DE SITUAÇÃO ......................................................................................... 24 
OUTROS TERMOS DE DESCRIÇÃO ANATÔMICA ............................................... 24 
CAVIDADES DO CORPO ......................................................................................... 31 
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO CORPO HUMANO ...................... 33 
SISTEMAS ................................................................................................................ 35 
Referências ............................................................................................................ 284 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
História da Anatomia 
 
 O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes 
de Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em 
animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a 
anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Aristóteles 
mencionou as ilustrações anatômicas quando se referiu aos paradigmas, que 
provavelmente eram figuras baseadas na dissecação animal. No século III A.C., o 
estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria. Muitas descobertas 
lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que 
realizaram dissecações humanas de modo sistemático. A partir do ano 150 A..C. a 
dissecação humana foi de novo proibida por razões éticas e religiosas. O 
conhecimento anatômico sobre o corpo humano continuou no mundo helenístico, 
porém só se conhecia através das dissecações em animais. No século II D.C., Galeno 
dissecou quase tudo, macacos e porcos, aplicando depois os resultados obtidos na 
anatomia humana, quase sempre corretamente; contudo, alguns erros foram 
inevitáveis devido à impossibilidade de confirmar os achados em cadáveres humanos. 
Galeno desenvolveu assim mesmo a doutrina da “causa final”, um sistema teológico 
que requeria que todos os achados confirmassem a fisiologia tal e qual ele a 
compreendia. 
 Porém não chegaram até nós as ilustrações anatômicas do período clássico, 
sendo as “séries de cinco figuras” medievais dos ossos, veias, artérias, órgãos 
internos e nervos são provavelmente cópias de desenhos anteriores. Invariavelmente, 
as figuras são representadas numa posição semelhante a de uma rã aberta, para 
demonstrar os diversos sistemas, às vezes, se agrega uma sexta figura que 
representa uma mulher grávida e órgãos sexuais masculinos ou femininos. Nos 
antigos baixos-relevos, camafeus e bronzes aparecem muitas vezes representações 
de esqueletos e corpos encolhidos cobertos com a pele (chamados lêmures), de 
caráter mágico ou simbólico mais que esquemático e sem finalidade didática alguma. 
 Parece que o estudo da anatomia humana recomeçou mais por razões práticas 
que intelectuais. A guerra não era um assunto local e se fez necessária dispor de 
meios para repatriar os corpos dos mortos em combate. O embalsamento era 
 
4 
suficiente para trajetos curtos, mas as distâncias maiores como as Cruzadas 
introduziram a prática de “cocção dos ossos”. A bula pontifica de sepulturis de 
Bonifácio VIII (1300), que alguns historiadores acreditaram equivocadamente proibir 
a dissecção humana, tentava abolir esta prática. O motivo mais importante para a 
dissecação humana, foi o desejo de saber a causa da morte por razões 
essencialmente médico-legais, de averiguar o que havia matado uma pessoa 
importante ou elucidar a natureza da peste ou outra enfermidade infecciosa. 
 O verbo “dissecar” era usado também para descrever a operação cesariana 
cada vez mais frequente. A tradição manuscrita do período medieval não se baseou 
no mundo natural. As ilustrações anteriores eram aceitas e copiadas. Em geral, a 
capacidade dos escritores era limitada e ao examinar a realidade natural, introduziram 
pelo menos alguns erros, tanto de conceito como de técnica. As coisas “eram vistas” 
tal qual os antigos e as ilustrações realistas eram consideradas como um curto-circuito 
do próprio método de estudo. 
 A anatomia não era uma disciplina independente, mas um auxiliar da cirurgia, 
que nessa época era relativamente grosseira e reunia sobre todo conhecer os pontos 
apropriados para a sangria. Durante todo o tempo que a anatomia ostentou essa 
qualidade oposta à prática, as figuras não-realistas e esquemáticas foram suficientes. 
 O primeiro livro ilustrado com imagens impressas mais do que pintadas foi a 
obra de Ulrich Boner Der Edelstein. Foi publicada por Albrecht Plister em Banberg 
depois de 1460 e suas ilustrações foram algo mais que decorações vulgares. Em 1475, 
Konrad Megenberg publicou seu Buch der Natur, que incluía várias gravuras em 
madeira representando peixes, pássaros e outros animais, assim como plantas 
diversas. Essas figuras, igual a muitas outras pertencentes a livros sobre a natureza 
e enciclopédiasdesse período, estão dentro da tradição manuscrita e são dificilmente 
identificáveis. 
 Dentre os muitos fatores que contribuíram para o desenvolvimento da técnica 
ilustrativa no começo do século XVI, dois ocuparam lugar destacado: o primeiro foi o 
final da tradição manuscrita consistente em copiar os antigos desenhos e a conversão 
da natureza em modelo primário. Chegou-se ao convencimento de que o mais 
apropriado para o homem era o mundo natural e não a posteridade. O escolasticismo 
de São Tomás de Aquino havia preparado inadvertidamente o caminho através da 
 
5 
separação entre o mundo natural e o sobrenatural, prevalecendo a teologia sobre a 
ciência natural. O segundo fator que influiu no desenvolvimento da ilustração científica 
para o ensino foi a lenta instauração de melhores técnicas. No começo os editores, 
com um critério puramente quantitativo, pensaram que com a imprensa poderiam 
fazer grande quantidade de reproduções de modo fácil e barato. Só mais tarde 
reconheceram a importância que cada ilustração fosse idêntica ao original. A 
capacidade para repetir exatamente reproduções pictórica, daquilo que se observava, 
constituiu a característica distinta de várias disciplinas científicas, que descartaram 
seu apoio anterior à tradição e aceitação de uma metodologia, que foi descritiva no 
princípio e experimental mais tarde. 
 As primeiras ilustrações anatômicas impressas baseiam-se na tradição 
manuscrita medieval. O Fasciculus medicinae era uma coleção de textos de autores 
contemporâneos destinada aos médicos práticos, que alcançou muitas edições. Na 
primeira (1491) utilizou-se a xilografia pela primeira vez, para figuras anatômicas. As 
ilustrações representam corpos humanos mostrando os pontos de sangria, e linhas 
que unem a figura às explicações impressas nas margens. As dissecações foram 
desenhadas de uma forma primitiva e pouco realista. 
 Na segunda edição (1493), as posições das figuras são mais naturais. Os 
textos de Hieronymous Brunschwig (cerca de 1450-1512) continuaram utilizando 
ilustrações descritivas. O capítulo final de uma obra de Johannes Peyligk (1474-1522) 
consiste numa breve anatomia do corpo humano como um todo, mas as onze gravuras 
de madeira que inclui são algo mais que representações esquemáticas posteriores 
dos árabes. Na Margarita philosophica de George Reisch (1467-1525), que é uma 
enciclopédia de todas as ciências, forma colocadas algumas inovações nas 
tradicionais gravuras em madeira e as vísceras abdominais são representadas de 
modo realista. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Além desses textos anatômicos destinados especificamente aos estudantes de 
medicina e aos médicos, foram impressas muitas outras páginas com figuras 
anatômicas, intituladas não em latim (como todas as obras para médicos), mas sim 
em várias línguas vulgares. Houve um grande interesse, por exemplo, na concepção 
e na formação do feto humano. O uso frequente da frase “conhece-te a ti mesmo” fala 
da orientação filosófica e essencialmente não médica. A “Dança da Morte” chegou a 
ser um tema muito popular, sobretudo nos países de língua germânica, após a Peste 
Negra e surpreendentemente, as representações dos esqueletos e da anatomia 
humana dos artistas que as desenharam são melhores que as dos anatomistas. 
 Os artistas renascentistas do século XV se interessavam cada vez mais pelas 
formas humanas, e o estudo da anatomia fez parte necessária da formação dos 
artistas jovens, sobretudo no norte da Itália. 
 Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o primeiro artista que considerou a anatomia 
além do ponto de vista meramente pictórico. Fez preparações que logo desenhou, das 
quais são conservadas mais de 750, e representam o esqueleto, os músculos, os 
nervos e os vasos. As ilustrações foram completadas muitas vezes com anotações do 
tipo fisiológico. A precisão de Leonardo é maior que a de Vesalio e sua beleza artística 
permanece inalterada. Sua valorização correta da curvatura da coluna vertebral ficou 
esquecida durante mais de cem anos. Representou corretamente a posição do fetus 
in utero e foi o primeiro a assinalar algumas estruturas anatômicas conhecidas. Só 
uns poucos contemporâneos viram seus folhetos que, sem dúvida, não foram 
publicados até o final do século passado. 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Michelangelo Buonarotti (1475-1564) passou pelo menos vinte anos adquirindo 
conhecimentos anatômicos através das dissecações que praticava pessoalmente, 
sobretudo no convento de Santo Espírito de Florença. Posteriormente expôs a 
evolução a que esteve sujeito, ao considerar a anatomia pouco útil para o artista até 
pensar que encerrava um interesse por si mesma, ainda que sempre subordinada à 
arte. 
 Albrecht Dürer (1471-1528) escreveu obras de matemática, destilação, 
hidráulica e anatomia. Seu tratado sobre as proporções do corpo humano foi publicado 
após sua morte. Sua preocupação pela anatomia humana era inteiramente estética, 
derivando em último extremo um interesse pelos cânones clássicos, através dos quais 
podia adquirir-se a beleza. 
 Com a importante exceção de Leonardo, cujos desenhos não estiveram ao 
alcance dos anatomistas do século XVII, o artista do Renascimento era anatomista só 
de maneira secundária. Ainda foram feitas importantes contribuições na 
representação realista da forma humana (como o uso da perspectiva e do sombreado 
para sugerir profundidade e tridimensionalidade), e os verdadeiros avanços científicos 
exigiam a colaboração de anatomistas profissionais e de artistas. Quando os 
anatomistas puderam representar de modo realista os conhecimentos anatômicos 
corretos, se iniciou em toda Europa um período de intensa investigação, sobretudo no 
norte da Itália e no sul da Alemanha. O melhor representante deste grupo é Jacob 
Berengario da Capri (+1530), autor dos Commentaria super anatomica mundini (1521), 
que contém as primeiras ilustrações anatômicas tomadas do natural. Em 1536, 
 
8 
Cratander publicou em Basiléia uma edição das obras de Galeno, que incluía figuras, 
especialmente de osteologia, feitas de um modo muito realista. A partir de uma data 
tão cedo como 1532, Charles Estienne preparou em Paris uma obra em que ressaltava 
a completa representação pictórica do corpo humano. 
VESÁLIO 
 Uma das primeiras e mais acertada solução para uma reprodução perfeita das 
representações gráficas foi encontrada nas ilustrações publicadas nos tratados 
anatômicos de Andrés Vesálio (1514-1564), que culminou com seu De humanis 
corpori, fabricada em 1553, um dos livros mais importantes da história do homem. 
Vesálio comprovou também que não são iguais em todos os indivíduos. Relatou sua 
surpresa ao encontrar inúmeros erros nas obras de Galeno, e temos que ressaltar a 
importância de sua negativa em aceitar algo só por tê-lo encontrado nos escritos do 
grande médico grego. Sem dúvida, apesar de ter desmentido a existência dos orifícios 
que Galeno afirmava existir comunicando as cavidades cardíacas, foi de todas as 
maneiras um seguidor da fisiologia galênica. Foram engrandecidas as diferenças que 
separavam seu conhecimento anatômico do de Galeno, começando pelo próprio 
Vesálio. 
 Talvez pensasse que uma polêmica era um modo de chamar atenção. Manteve 
depois uma disputa acirrada com seu mestre Jacques du Bois (ou Sylvius, na forma 
latina), que foi um convencido galenista cuja única resposta, ante as diferenças entre 
algumas estruturas tal como eram vistas por Vesálio e como as havia descrito Galeno, 
foi que a humanidade devia tê-lo mudado durante esses dois séculos. 
 Vesálio tinha atribuído o traçado das primeiras figuras a um certo Fleming, mas 
na Fábrica não confiou em ninguém, e a identidade do artista ou artistas que 
colaboraram na sua obra tem sido objeto de grande controvérsia, que se acentuou 
ante a questão de quem é mais importante, se o artista ou o anatomista. Essa última 
foi uma discussãonão pertinente, já que é óbvio que as ilustrações são importantes 
precisamente porque juntam uma combinação de arte e ciência, uma colaboração 
entre o artista e o anatomista. As figuras da Fábrica implicam em tantos 
conhecimentos anatômicos que forçosamente Vesálio devia participar na preparação 
dos desenhos, ainda que o grau de refinamento e do conhecimento de técnicas novas 
de desenho, também para os artistas do Renascimento, excluem também que fora o 
 
9 
único responsável. Até hoje é discutido se Jan Stephan van Calcar (1499-1456/50), 
que fez as primeiras figuras e trabalhou no estúdio de Ticiano na vizinha Veneza, era 
o artista. De qualquer maneira, havia-se encontrado uma solução na busca de uma 
expressão pictórica adequada aos fenômenos naturais. 
 No século XVII foram efetuadas notáveis descobertas no campo da anatomia e 
da fisiologia humana. Francis Glisson (1597-1677) descreveu em detalhes o fígado, o 
estômago e o intestino. Apesar de seus pontos de vista sobre a biologia serem 
basicamente aristotélicos, teve também concepções modernas, como a que se refere 
aos impulsos nervosos responsáveis pelo esvaziamento da vesícula biliar. 
 Thomas Wharton (1614-1673) deu um grande passo ao ultrapassar a velha e 
comum idéia de que o cérebro era uma glândula que secretava muco (sem dúvida, 
continuou acreditando que as lágrimas se originavam ali). Wharton descreveu as 
características diferenciais das glândulas digestivas, linfáticas e sexuais. O conduto 
de evacuação da glândula salivar submandibular conhece-se como conduto de 
Wharton. Uma importante contribuição foi distinguir entre glândulas de secreção 
interna (chamadas hoje endócrinas), cujo produto cai no sangue, e as glândulas de 
secreção externa (exócrinas), que descarregam nas cavidades. 
 Niels Steenson, em 1611, estabeleceu a diferença entre esse tipo de glândula 
e os nódulos linfáticos (que recebiam o nome de glândula apesar de não fazer parte 
do sistema). Considerava que as lágrimas provinham do cérebro. A nova concepção 
dos sistemas de transporte do organismo que se obteve graças às contribuições de 
muitos investigadores ajudou a resolver os erros da fisiologia galênica referentes à 
produção de sangue. 
 Gasparo Aselli (1581-1626) descobriu que após a ingestão abundante de 
comida o peritônio e o intestino de um cachorro se cobriam de umas fibras brancas 
que, ao serem seccionadas, extravasavam um líquido esbranquiçado. Tratava-se dos 
capilares quilíferos. Até a época de Harvey se pensava que a respiração estimulava o 
coração para produzir espíritos vitais no ventrículo direito. Harvey, porém, demonstrou 
que o sangue nos pulmões mudava de venoso para arterial, mas desconhecia as 
bases desta transformação. A explicação da função respiratória levou muitos anos, 
mas durante o século XVII foram dados passos importantes para seu esclarecimento. 
 
10 
 Hook (1635-1703) demonstrou que um animal podia sobreviver também sem 
movimento pulmonar se inflássemos ar nos pulmões. 
 Richard Lower (1631-1691) foi o primeiro a realizar transfusão direta de sangue, 
demonstrando a diferença de cor entre o sangue arterial e o venoso, a qual se devia 
ao constato com o ar dos pulmões. 
 John Mayow (1640-1679) afirmou que a vermelhidão do sangue venoso se 
devia à extração de alguma substância do ar. Chegou à conclusão de que o processo 
respiratório não era mais que um intercâmbio de gases do ar e do sangue; este cedia 
o espírito nitroaéreo e ganhava os vapores produzidos pelo sangue. 
 Em 1664 Thomas Willis (1621-1675) publicou De Anatomi Cerebri (ilustrado por 
Christopher Wren e Richard Lower), sem dúvida o compêndio mais detalhado sobre o 
sistema nervoso. Seus estudos anatômicos ligaram seu nome ao círculo das artérias 
da base do cérebro, ao décimo primeiro par craniano e também a um determinado 
tipo de surdez. Contudo, sua obsessão em localizar no nível anatômico os processos 
mentais o fez chegar a conclusões equívocas; entre elas, que o cérebro controlava os 
movimentos do coração, pulmões, estômago e intestinos e que o corpo caloso era 
assunto da imaginação. 
 A partir de então, o desenvolvimento da anatomia acelerou-se. Berengario da 
Carpi estudou o apêndice e o timo, e Bartolomeu Eustáquio os canais auditivos. A 
nova anatomia do Renascimento exigiu a revisão da ciência. O inglês William Harvey, 
educado em Pádua, combinou a tradição anatômica italiana com a ciência 
experimental que nascia na Inglaterra. Seu livro a respeito, publicado em 1628, trata 
de anatomia e fisiologia. Ao lado de problemas de dissecação e descrição de órgãos 
isolados, estuda a mecânica da circulação do sangue, comparando o corpo humano 
a uma máquina hidráulica. O aperfeiçoamento do microscópio (por Leeuwenhoek) 
ajudou Marcello Malpighi a provar a teoria de Harvey, sobre a circulação do sangue, 
e também a descobrir a estrutura mais íntima de muitos órgãos. Introduzia-se, assim, 
o estudo microscópico da anatomia. Gabriele Aselli punha em evidência os vasos 
linfáticos; Bernardino Genga falava, então, em “anatomia cirúrgica”. 
 Nos séculos XVIII e XIX, o estudo cada vês pormenorizado das técnicas 
operatórias levou à subdivisão da anatomia, dando-se muita importância à anatomia 
topográfica. O estudo anatômico-clínico do cadáver, como meio mais seguro de 
 
11 
estudar as alterações provocadas pela doença, foi introduzido por Giovan Battista 
Morgani. Surgia a anatomia patológica, que permitiu grandes descobertas no campo 
da patologia celular, por Rudolf Virchow, e dos agentes responsáveis por doenças 
infecciosas, por Pasteur e Koch. 
 Recentemente, a anatomia tornou-se submicroscópica. A fisiologia, a 
bioquímica, a microscopia eletrônica e positrônica, as técnicas de difração com raios 
X, aplicadas ao estudo das células, estão descrevendo suas estruturas íntimas em 
nível molecular. 
 Hoje em dia há a possibilidade de estudar anatomia mesmo em pessoas vivas, 
através de técnicas de imagem como a radiografia, a endoscopia, a angiografia, a 
tomografia axial computadorizada, a tomografia por emissão de positrões, a imagem 
de ressonância magnética nuclear, a ecografia, a termografia e outras. 
 
 
12 
INTRODUÇÃO 
 
Definição 
 A Anatomia (anatome = cortar em partes, cortar separando) refere-se ao estudo 
da estrutura e das relações entre estas estruturas. A fisiologia (physis + lógos + ia) 
lida com as funções das partes do corpo, isto é, como elas trabalham. A função nunca 
pode ser separada completamente da estrutura, por isso você aprenderá sobre o 
corpo humano estudando a anatomia e a fisiologia em conjunto. Você verá como cada 
estrutura do corpo está designada para desempenhar uma função específica, e como 
a estrutura de uma parte, muitas vezes, determina sua função. Por exemplo, os pêlos 
que revestem o nariz filtram o ar que inspiramos. Os ossos do crânio estão unidos 
firmemente para proteger o encéfalo. Os ossos dos dedos, em contraste, estão unidos 
mais frouxamente para permitir vários tipos de movimento. 
 Assim, a Anatomia é a ciência que estuda a forma, a estrutura e organização 
dos seres vivos, tanto externa quanto internamente. E a Fisiologia é a ciência que 
estuda o funcionamento da matéria viva, investiga as funções orgânicas, processos 
ou atividades vitais. 
Divisão 
 A Anatomia macroscópica humana estuda o corpo humano e conforme o 
enfoque, recebe várias denominações: 
 ANATOMIA SISTEMÁTICA OU DESCRITIVA: estuda de modo analítico 
(separação de um todo em seus elementos ou partes componentes) e separadamente 
as várias estruturas dos sistemas que constituem o corpo, o esquelético, o muscular, 
o circulatório, etc. 
 ANATOMIA TOPOGRÁFICA OU REGIONAL: estuda, de uma maneira 
sintética (método, processo ou operação que consiste em reunir elementos diferentes 
e fundi-los num todo), as relações entre as estruturas de regiões delimitadas do corpo; 
 ANATOMIA DE SUPERFÍCIE OU DO VIVO:estuda a projeção de órgãos e 
estruturas profundas na superfície do corpo, é de grande importância para a 
compreensão da semiologia clínica (estudo e interpretação do conjunto de sinais e 
sintomas observados no exame de um paciente); 
 
13 
 ANATOMIA FUNCIONAL: estuda segmentos funcionais do corpo, 
estabelecendo relações recíprocas e funcionais das várias estruturas dos diferentes 
sistemas; 
 ANATOMIA APLICADA - salienta a importância dos conhecimentos 
anatômicos para as atividades médicas, clínica ou cirúrgica e mesmo para as artísticas; 
 ANATOMIA RADIOLÓGICA: estuda o corpo usando as propriedades dos raios 
X e constitui, com a Anatomia de Superfície, a base morfológica das técnicas de 
exploração clínica; 
 ANATOMIA COMPARADA: estuda a Anatomia de diferentes espécies animais 
com particular enfoque ao desenvolvimento ontogenético (desenvolvimento de um 
indivíduo desde a concepção até a idade adulta) e filogenético (história evolutiva de 
uma espécie ou qualquer outro grupo taxonômico) dos diferentes órgãos. 
 
 
14 
PARTES CONSTITUINTES DO CORPO HUMANO 
 
Figura 1: Anatomia de superfície do homem e da mulher, vista ventral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
Figura 2: Regiões do corpo; vista ventral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 Figura 3: Regiões do corpo; vista dorsal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
NOMENCLATURA ANATÔMICA 
Posição Anatômica 
 Na anatomia, existe uma convenção internacional de que as descrições 
do corpo humano assumem que o corpo esteja em uma posição específica, 
chamada de posição anatômica. 
 Na posição anatômica, o indivíduo está em posição ereta, em pé 
(posição ortostática) com a face voltada para a frente e em posição horizontal, 
de frente para o observador, com os membros superiores estendidos paralelos 
ao tronco e com as palmas voltadas para a frente, membros inferiores unidos 
(calcanhares unidos), com os dedos dos pés voltados para a frente. 
 Toda descrição anatômica é feita considerando o indivíduo em posição 
anatômica. 
 Figura 4: Posição Anatômica 
 
 
 
 
18 
Planos de Inscrição 
 São também chamados de Planos de Delimitação, pois delimitam o corpo 
humano por planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas intersecções, 
determinam a formação de um sólido geométrico, um paralelepípedo. 
 Têm-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos 
correspondentes: 
 Ventral ou anterior => plano vertical tangente ao ventre. 
 Dorsal ou posterior => plano vertical tangente ao dorso. 
 Lateral direito => plano vertical tangente ao lado do corpo. 
 Lateral esquerdo => plano vertical tangente ao lado do corpo. 
 Cranial ou superior => plano horizontal tangente à cabeça. 
 Podal ou inferior => plano horizontal tangente à planta dos pés 
Figura 5: Planos de inscrição 
 
 
19 
Eixos ortogonais e Planos de Secção 
 A partir destes planos de inscrição são determinados eixos e planos que são 
utilizados como pontos de referência para descrever a situação, posição e direção de 
órgãos ou segmentos do corpo. 
 Unindo o centro de dois planos de inscrição opostos obtém-se três eixos: eixo 
longitudinal ou craniocaudal; eixo anteroposterior, dorsoventral ou sagital e 
eixo latero-lateral. O deslocamento de um eixo sobre o outro define um plano que 
secciona o corpo em 2 partes. Estes planos, perpendiculares entre si são chamados 
Planos de Secção: mediano ou sagital, frontal ou coronal e transversal ou 
horizontal. 
 Figura 6: Planos de secção 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Planos de Secção do Corpo 
Os planos de secção são “cortes” feitos no corpo em posição anatômica. 
Mediano ou Sagital => planos de secção paralelos aos planos laterais que divide o 
corpo em metades direita e esquerda. 
 
 Figura 7: Plano de secção Mediano ou Sagital 
 
Frontal ou Coronal => planos de secção paralelos aos planos ventral e dorsal, que 
divide o corpo de forma a separar os planos ventral e dorsal. 
 Figura 8: Plano de secção Frontal ou Coronal 
 
Transversal ou Horizontal => planos de secção paralelos aos planos cranial e podal, 
que divide o corpo horizontalmente. 
 
 
 
 
 
21 
Figura 9: Plano de secção Transversal ou Horizontal 
 
 
Obs.: toda secção do corpo feita por planos paralelos ao plano mediano é uma secção 
sagital, e os planos de secção são também chamados sagitais (nome sagital se deve 
ao fato de seguir a direção da sutura sagital (em forma de seta) entre os ossos 
parietais.) 
 
TERMOS DE POSIÇÃO 
 Os termos de posição indicam proximidade aos planos de inscrição ou ao 
plano de secção mediano. São termos comparativos e indicam que uma estrutura é, 
por exemplo, mais cranial que outra. Nenhum órgão ou estrutura é simplesmente 
cranial ou ventral pois estes planos são tangentes e, portanto, estão fora do corpo e 
surgem apenas como referência. 
 
TERMOS DE POSIÇÃO 
 Medial => a estrutura que se situa mais próxima ao plano mediano em relação 
a uma outra. Ex. dedo mínimo em relação ao polegar. 
 Lateral => a estrutura que se situa mais próxima ao plano lateral (direito ou 
esquerdo) em relação a uma outra. 
 Ventral ou Anterior => estrutura que se situa mais próxima ao plano ventral 
em relação a uma outra. 
 Dorsal ou Posterior => estrutura que se situa mais próxima ao plano dorsal 
em relação a uma outra. 
 
22 
 Cranial ou Superior => estrutura que se situa mais próxima ao plano cranial 
em relação a uma outra (que lhe será inferior ou podal). 
 Podal ou Inferior => estrutura que se situa mais próxima ao plano podal em 
relação a uma outra. 
 
 Figura 10: Secção ou corte transversal (vista superior e inferior) 
 
 
A figura 10 exemplifica estes termos: 
 A artéria aorta abdominal é medial em relação ao baço, 
 O baço é lateral em relação ao rim esquerdo, 
 O estômago é anterior em relação aos rins, 
 O fígado é posterior em relação ao músculo reto abdominal. 
 
 
23 
TERMOS DE DIREÇÃO 
Acompanham os eixos ortogonais: 
 Longitudinal ou craniocaudal. 
 Anteroposterior ou dorsoventral. 
 Látero-lateral 
Exemplos: 
 As falanges estão alinhadas em direção craniocaudal, os ossos carpais na 
direção látero-lateral; 
 Na traqueia e o esôfago estão alinhados na direção ânteroposterior. 
 
Figura 11: Secção ou corte transversal (vista superior e inferior) 
 
 
 
 
 
 
24 
TERMOS DE SITUAÇÃO 
Mediano  Situada exatamente ao longo do plano de secção mediano. Médio e 
Intermédio são termos que indicam situação de uma estrutura entre outras duas: 
Médio  Quando as estruturas estão alinhadas na direção craniocaudal ou 
ânterodorsal. 
Intermédio  quando as estruturas estão em alinhamento látero-lateral. 
 
Figura 12: Termos de Situação (Mediano, Médio e Intermédio) 
 
 
 
 
OUTROS TERMOS DE DESCRIÇÃO ANATÔMICA 
 Proximal e Distal. Esses termos são usados para comparar a distância de pelo 
menos duas estruturas em relação (1) a raiz do membro, (2) ao coração e (3) ao 
encéfalo e medula espinhal. 
 Proximal  estrutura que se encontra mais próxima da raiz dos membros 
(tronco), do coração ou do encéfalo e medula espinhal. 
 Distal  estrutura que se encontra mais distante da raiz dos membros, do 
coração ou do encéfalo e medula espinhal. 
25 
 
 
 
Figura 13: Termos de descrição anatômica Proximal e Distal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palmar ou volar  face anterior da mão. A face posterior das mãos é chamada 
dorsal. 
Plantar  face inferior do pé. A face superior dos pés é chamada dorsal. 
 
 
26 
 
 
 Figura 14: Termos de descrição atômica Palmar ou Volar; Plantar. 
 
 
 
 
 
Oral e aboral são termos restritos ao tubo digestivo e indicam estruturas mais 
próximas ou distantes da boca, respectivamente. 
 Aferente e eferente indicam direção e são usados em anatomiapara vasos e 
nervos. Aferente significa que impulsos nervosos ou o sangue são conduzidos da 
periferia para o centro, eferente se refere à condução do centro para a periferia. 
 Eferente  do centro para a periferia; 
 Aferente  da periferia para o centro. 
 No sistema circulatório, as veias cavas superior e inferior são aferentes por 
drenarem todo o sangue da periferia para o coração, que é o centro deste sistema. A 
artéria aorta é eferente, pois impulsiona o sangue do coração para a periferia. 
 
 
27 
 
 
 Figura 15: Termos Aferente e Eferente 
 
 
A raiz dorsal do nervo espinhal é aferente por conduzir impulsos nervosos da 
periferia para a medula espinhal, já a raiz ventral é eferente. 
 Figura 16: Raiz dorsal do nervo espinhal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
Fáscias são tecidos conjuntivos fibrosos que revestem ou delimitam órgãos e 
músculos. 
 Figura 16: Fáscias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Os termos superficial e profundo indicam as distâncias relativas entre as 
estruturas e a superfície do corpo. São também termos de situação que indicam estar 
contido nos planos superficiais ou nos planos profundos. Nesse caso, o limite entre 
superficial e profundo é a fáscia muscular. Estruturas superficiais são aquelas 
contidas no tegumento. 
 Estruturas profundas estão abaixo do tegumento. 
 Lesões limitadas ao tegumento são superficiais, e lesões que atingem a fáscia 
muscular já são consideradas profundas. 
 O tegumento humano é formado pela pele (epiderme e derme) e tecido 
subcutâneo. A epiderme é um epitélio multiestratificado, formado por várias camadas 
de células achatadas justapostas. A camada de células mais interna, denominada 
epitélio germinativo, é constituída por células que se multiplicam continuamente; 
dessa maneira, as novas células geradas empurram as mais velhas para cima, em 
direção à superfície do corpo. À medida que envelhecem, as células epidérmicas 
tornam-se achatadas, e passam a fabricar e a acumular dentro de si uma proteína 
29 
 
 
resistente e impermeável, a queratina. As células mais superficiais, ao se tornarem 
repletas de queratina, morrem e passam a constituir um revestimento resistente ao 
atrito e altamente impermeável à água, denominado camada queratinizada ou córnea. 
A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que 
contém fibras proteicas, vasos sanguíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais 
e glândulas. Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pelo, fibras elásticas 
(elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sanguíneos e nervos. Tecido 
subcutâneo: Sob a pele, há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido 
subcutâneo, rico em fibras e em células que armazenam gordura (células adiposas ou 
adipócitos). A camada subcutânea, denominada hipoderme, atua como reserva 
energética, proteção contrachoques mecânicos e isolante térmico. Abaixo do tecido 
subcutâneo encontra-se a fáscia muscular. 
Figura 17: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
Figura 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para os dentes são usadas expressões que definem suas faces. 
Oclusal  é a face livre e mastigadora dos dentes, que nos incisivos e caninos 
encontra-se reduzida a uma simples borda mastigadora. 
Vestibular é a face dirigida para o vestíbulo bucal: 
 Face labial a que está voltada para os lábios; 
 Face bucal a que está voltada para a bochecha. 
 
Lingual  face oposta à vestibular, está dirigida para a cavidade da boca. 
Mesial é a expressão usada para as duas faces do dente voltadas para os dentes 
vizinhos. 
 
31 
 
 
CAVIDADES DO CORPO 
 Os espaços dentro do corpo que contêm os órgãos internos são chamados de 
cavidades do corpo. As cavidades ajudam a proteger, isolar e sustentar os órgãos 
internos. Como mostra as duas principais cavidades do corpo: dorsal e ventral. 
 
Figura 19: Cavidades do Corpo 
 
 A cavidade dorsal do corpo está localizada próxima à superfície posterior ou 
dorsal do corpo. Ela é composta por uma cavidade craniana, que é formada pelos 
ossos cranianos e contém o encéfalo e suas membranas (chamadas de meninges), e 
por um canal vertebral que é formado pelas vértebras (ossos individuais) da coluna 
vertebral e contém a medula espinhal e suas membranas (também chamadas de 
meninges), bem como o começo (raízes) dos nervos espinhais. 
 
32 
 
 
 A cavidade ventral do corpo está localizada na porção anterior ou ventral 
(frontal) do corpo e contém órgãos coletivamente chamados de vísceras. Como a 
cavidade dorsal, a cavidade ventral do corpo apresenta duas subdivisões principais - 
uma porção superior, chamada de cavidade torácica, e uma porção inferior, chamada 
de cavidade abdominopélvica. O diafragma (diaphragma = partição ou parede), uma 
camada muscular em forma de domo e importante músculo da respiração, divide a 
cavidade ventral do corpo em cavidades torácica e abdominopélvica. 
 A cavidade torácica contém duas cavidades pleurais em torno de cada pulmão, 
e a cavidade pericárdica (peri = em volta; cardi = coração), espaço em torno do 
coração. 
 O mediastino (medias = meio; stare = parar, estar), na cavidade torácica, 
contém uma massa de tecidos entre os pulmões que se estende do osso esterno à 
coluna vertebral (Figura 2). O mediastino inclui todas as estruturas na cavidade 
torácica, exceto os próprios pulmões. Entre as estruturas localizadas no mediastino 
estão o coração, o esôfago, a traqueia e muitos grandes vasos sanguíneos, como a 
aorta. 
 A cavidade abdominopélvica, como o nome sugere, está dividida em duas 
porções, embora nenhuma estrutura específica as separem. A porção superior, a 
cavidade abdominal, contém o estômago, o baço, o fígado, a vesícula biliar, o 
pâncreas, o intestino delgado e a maior parte do intestino grosso. A porção inferior, a 
cavidade pélvica, contém a bexiga urinária, porções do intestino grosso e os órgãos 
genitais internos. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
Figura 20: Cavidades do Corpo 
 
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO CORPO HUMANO 
 
 O corpo humano consiste de vários níveis de organização estrutural que estão 
associados entre si. O nível químico inclui todas as substâncias químicas necessárias 
para manter a vida. 
 As substâncias químicas são constituídas de átomos, a menor unidade de 
matéria, e alguns deles, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o 
nitrogênio (N), o cálcio (Ca), o potássio (K) e o sódio (Na) são essenciais para a 
manutenção da vida. Os átomos combinam-se para formar moléculas; dois ou mais 
átomos unidos. Exemplos familiares de moléculas são as proteínas, os carboidratos, 
as gorduras e as vitaminas. 
34 
 
 
 As moléculas, por sua vez, 
combinam-se para formar o próximo nível 
de organização: o nível celular. As células 
são as unidades estruturais e funcionais 
básicas de um organismo. Entre os muitos 
tipos de células existentes no corpo estão 
as células musculares, nervosas e 
sanguíneas. A Figura ao lado mostra 
quatro tipos diferentes de células de 
revestimento do estômago. Cada uma tem 
uma estrutura diferente e cada uma 
desenvolve uma função diferente. 
 O terceiro nível de organização é o 
nível tecidual. Os tecidos são grupos de 
células semelhantes que, juntas, realizam 
uma função particular. Os quatro tipos 
básicos de tecido são tecido epitelial, 
tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido 
nervoso. As células na Figura acima 
formam um tecido epitelial que reveste o 
estômago. Cada célula tem sua função 
específica na digestão. 
 Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, eles formam o próximo nível 
de organização: o nível orgânico. Os Órgãos são compostos de dois ou mais tecidos 
diferentes, têm funções específicas e geralmente apresentam uma forma reconhecível. 
Exemplos de órgãos são o coração, o fígado, os pulmões, o cérebro e o estômago. A 
Figura acimamostra os vários tecidos que constituem o estômago. A túnica serosa é 
uma camada de tecido conjuntivo e tecido epitelial, estando localizada na superfície 
externa do estômago, que o protege e reduz o atrito quando o estômago se move e 
roça em outros órgãos vizinhos. As camadas de tecido muscular do estômago estão 
localizadas abaixo da túnica serosa e contraem-se para misturar o bolo alimentar e 
transportá-la para o próximo órgão digestório (intestino delgado). A camada de tecido 
Figura 20: Níveis de Organização 
Estrutural do Corpo Humano 
 
35 
 
 
epitelial que reveste o estômago produz muco, ácido e enzimas que auxiliam na 
digestão. 
 O quinto nível de organização é o nível sistêmico. Um sistema consiste de 
órgãos relacionados que desempenham uma função comum. O sistema digestório, 
que funciona na digestão e na absorção dos alimentos, é composto pelos seguintes 
órgãos: boca, glândulas salivares, faringe (garganta), esôfago, estômago, intestino 
delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar e pâncreas. 
 O mais alto nível de organização é o nível de organismo. Todos os sistemas do 
corpo funcionando como um todo compõem o organismo - um indivíduo vivo. 
 
SISTEMAS 
 Sistema Esquelético; Sistema Muscular; Sistema Tegumentar; Sistema 
Nervoso; Sistema Endócrino; Sistema Circulatório; Sistema Respiratório; Sistema 
Digestivo; Sistema Urinário; Sistema Genital Masculino; Sistema Genital Feminino; 
 Figura 21: Níveis de Organização Estrutural do Corpo Humano 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Figura 22: Sistema Tegumentar 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Sistema Nervoso 
 Principais funções: ajustamento do organismo ao ambiente. Sua função é 
perceber e identificar as condições ambientais externas, bem como as condições 
reinantes dentro do próprio corpo e elaborar respostas que adaptem a essas 
condições. Função Sensorial, Integrativa e Motora. 
 Principais componentes: Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula) e 
Sistema Nervoso Periférico. 
 
5. Sistema Endócrino 
Principais funções: junto com o sistema nervoso, promove a manutenção do equilíbrio 
do organismo (homeostase), por meio do controle das funções biológicas. 
Principais componentes: Pineal ou Epífise, Hipófise (Pituitária), Tireoide e 
Paratireoide (abaixo da laringe), Supra-renais (superior aos rins), Pâncreas, Ovários 
e Testículos. 
 
6. Sistema Circulatório 
 Principais funções: transporte de O2, nutrientes, hormônios para as células e 
remoção de produtos indesejáveis; defesa do organismo (por meio do transporte de 
37 
 
 
anti-toxinas e glóbulos brancos); também auxilia na manutenção do conteúdo de H2O 
e íons, pH e temperatura do corpo. 
 Figura 23: Principais componentes: coração, vasos (artérias, veias e capilares) 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Sistema Respiratório 
 Principais funções: trocas gasosas (captação de O2 – remoção de CO2). 
 Principais componentes: cavidades (ou fossas) nasais, faringe, laringe, 
traqueia (que se ramifica nos brônquios), alvéolos e pulmões. 
 Figura 24: Sistema Respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
 
8. Sistema Digestivo 
 Principais funções: realiza a digestão: quebra de alimentos, absorção dos 
componentes nutritivos e eliminação de substâncias indesejáveis). 
 Principais componentes: boca (língua, dentes, etc.), faringe, esôfago, 
estômago, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. Possui glândulas anexas: 
glândulas salivares, fígado e pâncreas. 
 Figura 25: Sistema Digestivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
9. Sistema Urinário 
 Principais funções: excreção de substâncias tóxicas, o equilíbrio hídrico e o 
controle de íons. 
 Principais componentes: dois rins, dois ureteres, bexiga e uretra. 
 Figura 26: Sistema Urinário 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. Sistema Genital Feminino 
 Principais funções: reprodução. 
 Principais componentes: ovários, trompas, útero e vagina. 
 
40 
 
 
 
 Figura 27: Sistema Genital Feminino 
 
 
 
11. Sistema Genital Masculino 
 Principais funções: reprodução. 
 Principais componentes: bolsa escrotal, testículos, epidídimos, canais 
deferentes, uretra, vesículas seminais, próstata e pênis. 
 
41 
 
 
Figura 28: Sistema Genital Masculino 
 
 
 
ANATOMIA DE SUPERFÍCIE 
É a parte da anatomia que se limita a identificação de estruturas na superfície do corpo 
sem a necessidade de dissecção. Para este estudo é importante o conhecimento de 
outras partes da anatomia como os sistemas, os ossos e os músculos. 
Região de cabeça 
A cabeça pode ser dividida em face e crânio. As partes da região da face são: a região 
frontal corresponde à testa; a glabela fica entre os arcos superciliares; a região orbital 
é a área ao redor dos olhos; a região supraorbital e a região infraorbital ficam acima e 
abaixo da cavidade orbital, respectivamente; a região zigomática corresponde “as 
maças do rosto”; a região nasal apresenta o nariz, na abertura piriforme; a região jugal 
ou das bochechas fica na lateral do rosto; a região temporal se localiza acima do 
pavilhão auricular, nas têmporas; a região oral fica ao redor da cavidade bucal; a 
região mentual corresponde ao queixo. 
42 
 
 
 A região parotídeo-massetérica fica à frente das orelhas. Nas partes superior e 
posterior da cabeça se localizam as regiões parietal e occipital que corresponde aos 
nomes dos respectivos ossos, (Fig. 29). 
 O plano de Frankfurt é o plano horizontal que passa pela borda inferior da órbita 
até o poro acústico externo. 
 Figura 29: Anatomia da Superfície 
 
 
 
Região de pescoço 
É possível a identificação dos processos espinhosos das vértebras cervicais na 
parte posterior do pescoço. Na região anterior é visível a cartilagem tireóidea, 
principalmente nos homens, pois apresenta a proeminência tireóidea (pomo de Adão) 
bem visível. 
A cartilagem cricoide fica abaixo e entre elas, o ligamento cricotireoideo. A 
glândula tireoide pode ser palpada na base anterior do pescoço. O músculo 
esternocleidomastoideo é superficial e pode ser palpado nas laterais do pescoço. 
O músculo platisma é identificado abaixo da borda inferior da mandíbula na 
região mediana anterior do pescoço. 
43 
 
 
O músculo trapézio está acima, na margem cranial do ombro. A região cervical 
lateral vai corresponder à área de extensão do músculo trapézio, acima do ombro 
(Fig.30). 
O ponto da bifurcação da artéria carótida comum em artérias carótidas interna 
e externa se dá acima da cartilagem tireoide, entre a terceira e quarta vértebras 
cervicais. Aparte superior da traqueia se dá em nível da sexta vértebra cervical e do 
arco da cartilagem cricoide. 
 
 Figura 30: Anatomia da Superfície 
 
Triângulos do pescoço 
Triângulo anterior 
Os limites do triângulo anterior são a linha que vai da borda inferior da 
mandíbula até o processo mastoide do temporal, linha mediana e borda anterior do 
músculo esternocleidomastóideo (Fig. 31). 
Esse triângulo pode ser dividido em quatro outros triângulos que são carótico 
superior, carótico inferior, submandibular e supra-hioideo. Os limites do triângulo 
carótico superior são borda anterior do músculo esternocleidomastoideo, ventre 
44 
 
 
superior do omo-hioideo e ventre posterior do digástrico. Nesse triângulo passa a 
parte superior da artéria carótida comum. Os limites do triângulo carótico inferior são 
linha mediana, ventre superior do omo-hioideo e pelo músculo 
esternocleidomastoideo. 
Nesse triângulo se localizam a parte inferior da artéria carótida comum e a veia 
jugular interna. Os limites do triângulo submandibular são ventre posterior do 
digástrico e estilo-hioide, borda inferior do corpo da mandíbula e ventre anterior do 
digástrico. Nesse triângulo se localizam as glândulas submandibulares, carótidas 
externas, veia jugular interna e nervo vago. 
Os limites do triângulo supra-hioideosão ventre anterior do digástrico, linha 
mediana e corpo do osso hioide. Nesse triângulo se encontram os linfonodos e vasos 
afluentes da veia jugular anterior. 
Triângulo posterior 
Os limites do triângulo posterior são o esternocleidomastoideo, trapézio e 
clavícula. Esse triângulo pode ser dividido em dois outros triângulos, o occipital e o 
subclávio. Os limites do triângulo occipital são o esternocleidomastoideo, trapézio e 
pelo músculo omo-hióideo. Nesse triângulo de encontra o nervo acessório. 
Os limites do triângulo subclávio são ventre inferior do omo-hioideo, clavícula e 
esternocleidomastoideo. Nesse triângulo se encontram a veia subclávia, a veia jugular 
externa e o plexo braquial. 
Região do dorso 
Nessa região se observam os processos transversos das vértebras, os 
músculos superficiais da região são visíveis facilmente. Em relação às estruturas 
ósseas, a espinha da escápula pode ser palpada e a crista ilíaca do osso do quadril 
está em nível do processo espinhoso da quarta vértebra lombar. É possível a 
identificação das regiões escapular (contorno da escapula), infraescapular (abaixo da 
escápula), lombar (parte baixa das costas), vertebral (acompanha o trajeto da coluna 
vertebral) e sacral (região triangular que corresponde à localização do osso sacro) 
 
 
45 
 
 
 Figura 31: Anatomia da Superfície 
 
Região do tórax 
No tórax o músculo mais evidente é o peitoral maior e as principais regiões são 
clavicular (contorno da clavícula), peitoral (músculo peitoral maior), mamária (ao redor 
das aréolas), inframamária (abaixo das aréolas), esternal (osso esterno), clavipeitoral 
(entre a clavícula e o músculo peitoral). 
As costelas podem ser palpadas e visualizadas em indivíduos mais magros. A 
incisura jugular pode ser vista na parte superior do manúbrio do esterno (Fig. 32). A 
ausculta cardíaca faz parte do exame físico do paciente e é feita na região anterior do 
tórax com ajuda de um estetoscópio. O som produzido pela passagem do sangue 
pelas valvas cardíacas pode ser ouvido. As bulhas cardíacas são sons produzidos 
pelo impacto do sangue no interior do coração e nos grandes vasos. 
Existem três pontos de ausculta do lado esquerdo e um ponto no lado direito. 
No segundo espaço intercostal esquerdo, ao lado do osso esterno é o ponto de 
ausculta da valva pulmonar. No quinto espaço intercostal esquerdo, ao lado do osso 
esterno é o ponto de ausculta da valva tricúspide. No quarto ou quinto espaço 
intercostal esquerdo, um pouco a esquerda da borda do osso esterno, no ictus cordis 
46 
 
 
ou ponta do coração é o local de ausculta da valva mitral. No segundo espaço 
intercostal direito, ao lado do osso esterno é o ponto de ausculta da valva aórtica. 
A ausculta pulmonar é um recurso importante na semiologia do tórax e é 
realizada com estetoscópio sobre a pele, nas partes anterior, posterior e lateral da 
região com o paciente preferencialmente sentado ou, se não for possível, em decúbito 
dorsal ou lateral, comparando os lados direito e esquerdo e os lobos pulmonares. 
A ausculta anterior dos pulmões é realizada nas regiões supraclavicular, 
infraclavicular e inframamária. A ausculta posterior dos pulmões é realizada nas 
regiões supraescapular, intraescapular e infraescapular. Na ausculta pulmonar, o 
profissional deve perceber os sons normais como o ruído laringotraqueal e o murmúrio 
vesicular e identificar os ruídos patológicos como roncos, sibilos ou crepitantes. 
Região do abdome 
O abdome é a região abaixo do músculo diafragma até o diafragma da pelve. 
O diafragma da pelve é formado pelos músculos levantador do ânus e coccígeo. Outro 
fato digno de observação é que, o tórax ósseo ultrapassa o limite inferior da cavidade 
torácica, de forma que existem órgãos abdominais contidos no tórax ósseo, como 
fígado, estômago e baço. 
As estruturas mais evidentes no abdome são o músculo reto abdominal, a 
cicatriz umbilical (umbigo), a linha alba (união da aponeurose do reto abdominal na 
região sagital mediana), linha semilunar (borda lateral do reto abdominal), o músculo 
serrátil anterior, margem da décima costela e músculo oblíquo externo. 
O plano transpilórico é uma linha horizontal que passa na margem inferior da 
oitava costela e pela primeira vértebra lombar. O plano subcostal é a linha horizontal 
que passa na borda inferior da décima costela e pela terceira vértebra lombar. O plano 
supracristal é a linha horizontal que passa pela parte mais elevada da crista ilíaca e 
pela quarta vértebra lombar. O plano intertubercular é a linha que passa pelos 
tubérculos das cristas do ilíaco. O plano transumbilical é a linha horizontal que passa 
pelo umbigo. 
 
 
47 
 
 
 Figura 32: Fotografia do tórax e abdome, mostrando as 
principais regiões superficiais. 
 
O abdome pode ser dividido em nove regiões. Essa divisão serve para a 
localização externa dos órgãos abdominais. As regiões do abdome são hipocôndrio 
direito e esquerdo (partes laterais superiores), epigástrio (centro superior), flanco 
(lombar) direito e esquerdo (laterais e intermediárias), mesogástrio (central e 
intermediária), fossa ilíaca (virilha, região inguinal) direita e esquerda (laterais e 
inferiores) e hipogástrio (mediana e inferior) (Fig. 32). 
Os órgãos do hipocôndrio direito são fígado, rim direito, colo ascendente e 
vesícula biliar. Os órgãos do hipocôndrio esquerdo são baço, rim esquerdo, colo 
descendente e cauda do pâncreas. Os órgãos do epigástrio são estômago, fígado e 
pâncreas. Os órgãos do flanco direito são intestino delgado, região do fígado, colo 
ascendente e rim direito. Os órgãos do flanco esquerdo porção do intestino delgado, 
pedaço do rim esquerdo e parte do colo descendente. Os órgãos do mesogástrio são 
estômago, pâncreas e colo transverso. Os órgãos da fossa ilíaca direita são apêndice 
vermiforme, ceco, colo ascendente e ovário direito (mulheres). Os órgãos da fossa 
ilíaca esquerda são colo sigmoide, colo descendente e ovário esquerdo (mulheres). 
Os órgãos do hipogástrio são colo sigmoide, reto, bexiga urinária (em ambos os sexos), 
útero, ovários e tubas (nas mulheres), próstata, vesícula seminal e ducto deferente 
(nos homens). 
48 
 
 
Região do períneo 
Essa região pode ser dividida por uma linha que passa nas tuberosidades 
isquiáticas, em dois triângulos que são o triângulo retal e o triângulo urogenital. O 
primeiro está incluso o orifício anal e o segundo, os órgãos sexuais. 
Nessa região, observa-se a rafe perineal, que é uma linha sagital visível entre 
os órgãos genitais e o ânus. Os órgãos sexuais externos masculinos e femininos são 
visíveis na região. No homem, o pênis, o orifício anal, o escroto e os pelos pubianos 
podem ser observados. Na mulher, a vulva (grandes lábios, pequenos lábios, 
vestíbulo, o prepúcio, o clitóris, ósteo da uretra e o ósteo vaginal), o orifício anal e os 
pelos pubianos podem ser vistos. 
 
Região do membro superior 
Na lateral do ombro se observa um músculo volumoso e triangular, o músculo 
deltoide. No braço (do ombro ao cotovelo) é possível identificar alguns músculos como 
o bíceps braquial (face anterior) e o tríceps braquial (face posterior). Aveia cefálica e 
a veia basílica podem ser observadas em alguns casos. O músculo coracobraquial 
está na face interna do braço. A fossa cubital é a região a frente do cotovelo, na face 
anterior do braço. Na região de cotovelo pode ser palpado o olécrano da ulna e nas 
laterais, os epicôndilos do úmero (Fig. 33). Na região de antebraço (do cotovelo ao 
punho), observa-se uma grande quantidade de veias na maioria das pessoas. Na face 
anterior do antebraço se observa a presença de músculos flexores como o flexor radial 
do carpo e o tendão do músculo flexor superficial dos dedos. Na face posterior se 
encontram os músculos extensores do antebraço como o músculo extensor radial 
longo do carpo, o músculo extensor curto docarpo e o músculo extensor dos dedos. 
 
 
 
 
 
49 
 
 
Figura 33: Fotografias dos membros superiores. A. vista posterior; B. Vista anterior 
 
No punho, podem-se palpar os processos estiloides da ulna e do rádio e a 
cabeça da ulna. No dorso da mão, observam-se muitas veias e os tendões dos 
músculos extensores. Na palma da mão existem algumas dobras de pele como a 
prega cutânea proximal do punho, a prega cutânea proximal da mão, a prega 
transversa proximal da palma e a prega transversa distal da palma. O arco palmar 
superficial gira nas proximidades do final da prega transversa proximal da palma. O 
arco palmar profundo faz um arco mais amplo e gira cerca de três cm a proximal do 
arco palmar superficial. Aponta da extremidade distal dos dedos, no dorso da mão é 
protegida pelas unhas. Nas falanges distais, na região de pele da palma da mão, 
existem as impressões digitais, que são pequenas rugosidades dérmicas, com 
formato individual e singular. As impressões digitais são usadas na identificação 
papiloscópica em perícias forenses e criminais (Fig. 34). 
Na face anterior, na extremidade distal do osso rádio, tem um ponto para 
aferição da frequência cardíaca, o pulso radial (artéria radial). No exame físico se 
utiliza os dedos indicador e médio pressionados na região. Não se deve usar o polegar, 
pois ele tem pulsação própria. O pulso axilar pode ser aferido, pressionando-se a 
região axilar. O pulso braquial pode ser palpado quando se pressiona a região média 
do braço, na face interna, entre os músculos bíceps e tríceps. 
 
50 
 
 
Figura 34: Fotografias dos membros inferiores. A. Face dorsal; B. Face palmar 
 
Região do membro inferior Na parte anterior da coxa (do quadril ao joelho) se 
observam o músculo reto femoral, o músculo sartório, os músculos adutores (parte 
interna) e mais abaixo, a patela é visível. Na parte posterior, destaca-se a região glútea, 
onde se localizam o músculo glúteo máximo e o músculo glúteo médio. A crista sacral 
e a crista ilíaca são palpadas na parte superior entre os glúteos. Também se observam 
os músculos da região posterior da coxa. Por trás do joelho existe a região 
denominada de fossa poplítea. A fossa poplítea é local de passagem de muitas 
estruturas importantes como nervo fibular comum, nervo tibial, tendões de músculos 
como o semitendíneo e semimembranáceo, artéria poplítea, veia poplítea e veia 
safena parva (Fig. 35). 
Na perna (do joelho ao tornozelo), na face anterior, destaca-se a margem 
anterior da tíbia, o músculo tibial anterior e a tuberosidade da tíbia. Nessa região, 
existem os músculos extensores dos dedos e do pé. Na face posterior, destaca-se o 
músculo gastrocnêmio e o tendão de Aquiles que se projeta para se inserir no osso 
calcâneo. Na extremidade distal da perna sobressaltam o maléolo da tíbia e o maléolo 
da fíbula. Na face superior do pé são visíveis os tendões dos músculos extensores 
longos dos dedos e o tendão do músculo extensor longo do hálux. 
 
51 
 
 
Figura 35: Fotografias dos membros inferiores. A. Vista anterior; B. Vista posterior. 
 
O pé pode ser dividido em três partes que são anterior, média e posterior. A 
parte anterior ou antepé corresponde ao metatarso e as falanges. A parte média ou 
médio pé é formada pelos ossos navicular, cuboide e cuneiformes. Aparte posterior 
ou retropé e composta pelos ossos talo e calcâneo. Aparte do pé que toca o solo é 
chamada de planta do pé. Aparte do pé que se volta para cima é denominada de dorso 
do pé. O dorso do pé é caracterizado pela presença de veias visíveis e pelos tendões 
dos músculos extensores. Aponta (extremidade distal) da parte superior dos artelhos 
é protegida pelas unhas (Fig. 36). 
As principais regiões de pulso nos membros inferiores são o pulso da artéria 
femoral que fica na região anterior da coxa, há 3 cm abaixo da virilha, pulso poplíteo 
que fica na fossa poplítea e o pulso tibial que fica abaixo do maléolo medial. 
 
52 
 
 
Figura 36: Fotografias dos pés. A. Vista dorsal; B. Vista plantar. 
 
 
TEGUMENTO E ESTRUTURAS ANEXAS 
Tegumento 
 Tegumento ou pele é o tecido de revestimento que recobre as superfícies 
externas do corpo, com objetivo de proteger e isolar das ações maléficas do meio 
ambiente. Envolve o corpo e tem massa aproximada de 16% da massa corporal total. 
A espessura da pele vai variar de acordo com a localização, idade, sexo. Apele das 
regiões das plantas dos pés e das palmas das mãos é do tipo grossa (espessa 
camada de queratina), por conta da maior ação mecânica do local. As mulheres, as 
crianças e os idosos apresentam pele mais fina que os homens adultos. 
 A pele tem características elásticas e coloração variável de acordo, 
principalmente, com a concentração de melanina (pigmento castanho-escuro) e 
também pelos carotenos e pelo sangue. 
 O verniz caseoso é uma secreção oleosa que envolve a pele do feto nos últimos 
dias do período pré-natal. Essa sustância tem a função de proteger a pele, facilitar a 
passagem durante o parto e é formada por células descamadas da epiderme e 
gordura da pele. 
53 
 
 
 A pele apresenta duas camadas uma externa e outra interna. A camada externa 
e chamada de epiderme e a camada interna denominada de derme. A epiderme é 
formada por cinco estratos que são germinativo, espinhoso, granuloso, lúcido e córneo. 
A derme fica abaixo da epiderme e possui tecido conjuntivo e estruturas 
vasculonervosas e glândulas. 
 O estrato germinativo ou basal é o mais interno é formado por células cilíndricas. 
Nesse estrato se observa a presença de células tronco que formam os outros tipos de 
células da epiderme. As mitoses que ocorrem nessa camada vão levando as células 
para as camadas mais externas da pele, ocorrendo à renovação do tecido epitelial. 
 O estrato espinhoso possui células poligonais com pontes que através das 
quais, seus citoplasmas são ligados, os desmossomos, com isso, dando-lhe o aspecto 
de espinhos. 
 O estrato granuloso possui células achatadas e enfileiradas com grânulos de 
queratina-hialina e apresentam terminações nervosas. 
 O estrato lúcido está abaixo do estrato córneo e apresenta eleidina, uma 
substância gordurosa que hidrata a pele. Suas células são bem delgadas, sem núcleo 
e transparentes, por isso, chamado lúcido. 
 O estrato córneo apresenta células sem vitalidade e ricas em queratina, 
achatada e parecidas com escamas. Esse estrato apresenta duas lâminas e a lâmina 
mais externa está sempre em descamação. Essa camada varia de espessura de 
acordo com o tipo de pele, grossa ou fina. 
 A derme ou cório apresenta duas camadas que são camada papilar e camada 
reticular. A camada papilar é mais interna e fica entre a camada germinativa da 
epiderme e camada reticular da derme. Essa camada possui as papilas que são 
terminações nervosas. A camada reticular é mais externa possui feixes de fibras 
colágenas bem associadas, fibras elásticas e a presença de células como macrófagos, 
linfócitos e mastócitos. Entre as células e fibras existe a substância fundamental 
amorfa rica em ácido hialurônico, proteína e minerais. 
 A hipoderme ou tecido subcutâneo fica abaixo da derme, por isso é a camada 
mais interna do tegumento. Apesar da conexão com a derme através de fibras 
colágenas e elásticas, a hipoderme não é considerada como componente da pele, 
54 
 
 
porque fica difícil sua distinção da derme. Essa região contém quantidades variáveis 
de tecido adiposo a depender do sexo, biótipo e região do corpo. As funções da 
hipoderme são servir de conexão, proteção de órgãos e ossos, isolante térmico, 
reserva energética e produção do hormônio leptina. A leptina atua na diminuição da 
ingestão de alimentos e no aumento do gasto calórico. 
 As artérias da pele se dispõem na tela subcutânea, no tecido adiposo que fica 
entre a pele e no periósteo ou a fáscia, permitindo o deslizamento desses vasos. 
Esses tubos cilíndricosvão irrigar a gordura, os folículos pilosos, glândulas sebáceas 
e glândulas sudoríparas. As veias da pele vão formar os plexos venosos cutâneos, 
com anastomoses arteriovenosas. Os vasos linfáticos da região formam os plexos 
superficial e profundo. Os nervos estão ligados pelas terminações às camadas da 
epiderme e da derme. 
ESTRUTURAS ANEXAS DA PELE 
Glândulas sudoríparas 
 As glândulas sudoríparas são exócrinas, do tipo merócrinas (eliminam o suor, 
sem eliminação do citoplasma) e têm inervação colinérgica. Apresentam uma 
estrutura simples, com um ducto excretor, que consiste em um tubo enovelado na 
região mais interna e um corpo, com formato oval ou redondo. As glândulas são 
irregularmente distribuídas pelo corpo, de forma que são numerosas na fronte, nas 
palmas da mão e na sola do pé, em pequena quantidade, nas coxas e na nuca e 
ausentes, no meato acústico externo, na glande e no prepúcio. 
Glândulas sebáceas 
 As glândulas sebáceas são exócrinas, do tipo holócrinas (eliminam a secreção, 
juntamente com o citoplasma, são desintegradas e regeneradas) e produzem uma 
substância adiposa, o sebo, que tem ação de impermeabilização e antisséptica. Essas 
glândulas são pequenas e em forma de saco e podem estar associadas aos pelos. 
São abundantes no couro cabeludo e na face. As glândulas sebáceas se localizam na 
camada papilar da derme, são multilobuladas, com ductos de excreção e seus bulbos 
sebáceos possuem células germinativas. 
 
 
55 
 
 
Unhas 
 As unhas são produzidas pela epiderme para proteção das falanges distais, 
nas pontas dos dedos. A estrutura da unha é formada por uma lâmina córnea 
encurvada e transparente de 0,5 mm de espessura. 
 A unha está encaixada no leito ungueal e no hiponíquio. Acurva proximal possui 
uma prega de pele, o vale da unha, na região de raiz da unha. O vale da unha forma 
a bolsa da unha e no fundo dessa bolsa, existe a matriz da unha. Aparte 
esbranquiçada em forma de meia lua é a lúnula. A membrana que cobre a margem 
proximal da lúnula é o epiníquio. Lateralmente, nas margens laterais existe um sulco, 
a prega da unha. Acima da prega, nas margens se forma a cutícula. A margem distal 
da unha é chamada de borda livre (Fig. 37) 
 
 Figura 37: A unha 
 
 
Pelos 
 Os pelos são encontrados ao longo de quase todo corpo. Os pelos mais 
grossos são encontrados no rosto masculino, cílios e em regiões genitais. Um pelo é 
formado por uma raiz e uma haste. A raiz vai convergir do bulbo piloso, que está 
contido no interior de um folículo. No fundo do folículo se encontra a papila. O bulbo 
piloso contém a matriz germinativa que permite o crescimento do pelo. A haste pilosa 
é dividida em medula, córtex e cutícula. Na cutícula existem pequenas feixes fibras 
56 
 
 
musculares lisas chamadas de eretores do pelo. O folículo do pelo apresenta duas 
camadas nervosas que são túnica externa e túnica interna. A túnica externa é fibrosa, 
vascularizada e se continua com a derme. Acamada interna se adere à raiz do pelo e 
apresenta as bainhas radiculares interna e externa. 
 Graças a esse sistema podemos nos movimentar através da ação de estruturas 
contráteis (músculos), estruturas duras que dão forma ao corpo e permitem 
movimentos em alavanca (ossos) e de regiões flexíveis (articulações). Nesse sentido, 
pode-se afirmar que esse sistema apresenta três componentes que funcionam em 
conjunto e em sintonia que são: Os ossos, as junturas e os músculos. 
Osteologia 
 A osteologia é a parte da anatomia que estuda os ossos. O esqueleto humano 
apresenta 206 ossos e pode ser dividido em axial e apendicular. O esqueleto axial 
possui 80 ossos, fica no centro do corpo, sendo formado pelos ossos da cabeça, 
coluna vertebral, esterno e costelas. O esqueleto apendicular apresenta 126 ossos, 
sendo formado pelos ossos que formam os cíngulos superior (cintura escapular) e 
inferior (cintura pélvica), que conectam os membros ao esqueleto axial, e pelos ossos 
dos membros superiores e pelos ossos dos membros inferiores. 
 Quanto à forma, os ossos apresentam ser: longos, curtos, planos, irregulares, 
sesamoides e suturais ou wormianos. Os ossos longos apresentam um comprimento 
que sobressai as demais medidas e como exemplo, podem-se citar a tíbia, o úmero e 
o fêmur. Os ossos curtos têm comprimento e largura semelhantes e como exemplo, 
podem-se citar ossos carpais e tarsais. Os ossos planos são finos, em forma de lâmina 
e possuem três camadas, a externa e a interna de tecido ósseo compacto e a camada 
intermediária de tecido ósseo esponjoso (díploe) e como exemplo, têm-se os ossos 
do crânio. Os ossos irregulares apresentam formas complexas, como exemplo, têm-
se os ossos da coluna vertebral. Os ossos sesamóides se desenvolvem em regiões 
de tendão com grande atrito. Como exemplo, têm-se a rótula ou patela. Os ossos 
wormianos são pequenos ossículos, de número variado de pessoa para pessoa e 
localizados entre as suturas dos ossos do crânio (intra-suturais). 
 Os ossos podem ser estudados através de exames de imagem, como 
radiografia. Nelas é possível o diagnóstico de fraturas, visualização de alterações 
patológicas ósseas e articulares, avaliação de potencial de crescimento e presença 
57 
 
 
de tumores ósseos. Também, o uso de impressoras 3D tem permitido a reprodução 
de órgãos, ossos e segmentos do corpo em escala real, produzidos com materiais 
rígidos ou maleáveis, que servem para o aprendizado nos cursos da área da saúde. 
SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO 
Esqueleto axial Ossos da cabeça 
 A cabeça óssea apresenta 22 ossos e pode ser dividida em oito ossos do 
neurocrânio e 14 ossos do viscerocrânio. Os ossos no neurocrânio são frontal, 
parietais, temporais, occipital, etmoide e esfenoide. Os ossos do viscerocrânio são 
lacrimais, nasais, conchas nasais inferiores, v ômer, zigomáticos ou malares, palatinos, 
maxilas e mandíbula (Figs. 38a; b; c; d; e; f; g;h). 
 Figura 38a: A cabeça 
 
 
 
58 
 
 
 Figura 38b: A cabeça 
 
 Figura 38c: A cabeça 
 
 
59 
 
 
 Figura 38d: A cabeça 
 
 Figura 38e: A cabeça 
 
60 
 
 
 Figura 38f: A cabeça 
 
 Figura 38g: A cabeça 
 
 
61 
 
 
 Figura 38h: A cabeça 
 
 
Ossos do neurocrânio Frontal 
É um osso ímpar que faz parte da fronte, parte anterior da cabeça óssea. 
Apresenta duas porções: a escama e a porção orbital. Esse contribui na formação das 
fossas temporais e nasais, bem como na cavidade orbitária. O frontal apresenta duas 
faces que são a externa e a interna. A face externa é dividida em três partes que são 
frontal, orbital e temporal. A face interna apresenta, na parte mediana, a crista frontal 
e o forame cego. Lateralmente e de ambos os lados da linha mediana, encontram-se 
no interior do osso, os seios frontais. Os seios frontais se situam de cada lado da crista 
frontal e se comunicam com o meato médio através do ducto frontonasal (nasofrontal). 
 Na face anterior da parte externa, em crânio de crianças, observa-se na linha 
mediana, a sutura metópica e na junção dos arcos superiores, a glabela que é o local 
de fixação do músculo frontal. 
62 
 
 
Superiormente aos arcos orbitais se observam os forames supraorbitários. Na 
parte orbital se observa principalmente uma depressão, na qual, abriga a glândula 
lacrimal, a fossa ou fóvea lacrimal. A parte lateral do osso vai contribuir na formação 
da fossa temporal. A face interna se apresenta côncava, com fovéolas granulares e 
sulcos meníngeos para alojar o lobo frontal do cérebro e as meninges. 
Parietais 
São ossos pares que apresentam forma quadrilátera. Os parietais apresentam 
duas faces, interna e externa; três margens que são anterior, superior e inferior; quatro 
ângulos que são anterossuperior, anteroinferior, posteroinferior e posterior. A face 
externa é convexa, apresenta as linhas temporais superior e inferior e forma parte da 
fossa temporal. A face interna é côncava eapresenta a granulações aracnoideas que 
são depressões profundas e irregulares. 
Temporais 
São os ossos pares mais complexos da cabeça, juntamente com o esfenoide. 
Em seu interior abrigam o órgão vestíbulococlear. Os temporais apresentam duas 
faces, interna e externa; três partes que são: porção petrosa, porção escamosa e 
porção timpânica; três processos que são mastoide, estiloide e zigomático. 
Na face externa da porção escamosa se observa a linha temporal que dá origem 
ao músculo temporal. Nessa face, observa-se uma depressão na vista inferior do osso, 
a fossa mandibular ou cavidade glenoide, que se articula com o processo condilar da 
cabeça ou côndilo da mandíbula. O poro e o meato acústicos externos se constituem 
na entrada para ouvido se localizam no centro da porção timpânica do temporal. 
O processo mastoide é uma elevação óssea que se projeta na região inferior do 
osso, por trás do pavilhão da orelha externa. O processo estiloide é uma projeção fina 
e pontiaguda, na região inferior do osso, no qual se insere alguns músculos, entre eles, 
o músculo estilofaríngeo. O processo zigomático se liga ao processo temporal do osso 
malar, formando o arco zigomático. 
Na face interna do osso temporal se observa o meato acústico interno, além da 
impressão trigeminal que aloja o gânglio do nervo trigêmeo (NC V); sulco e forame 
mastoideos e na face interna do processo mastoide, o seio sigmoide. Atrás desse seio 
repousa o cerebelo. 
63 
 
 
Occipital 
Osso ímpar de formato losangonal, que apresenta duas faces: interna e externa; 
quatro ângulos e quatro margens. O occipital é um osso que se articula com a primeira 
vértebra (C1) ou atlas, através dos côndilos do occipital, e com os ossos do crânio 
temporais, esfenoide e parietais. 
A face externa desse osso é convexa e apresenta os seguintes elementos: um 
forame de grande abertura para passagem da medula espinhal, o forame magno. Nas 
laterais desse forame, na parte inferior se observa os côndilos do occipital. Na base 
dos côndilos existe uma perfuração, o canal do hipoglosso que serve como passagem 
do XII nervo craniano. Na superfície basilar do osso se observa a 1 cm adiante do 
forame magno, o tubérculo faríngeo que se insere a rafe da faringe. Posteriormente 
ao forame magno se observam os seguintes elementos, protuberância e crista 
occipitais externas e as linhas nucais superior e inferior. 
A face interna se apresenta côncava e aloja os polos occipitais do cérebro e os 
hemisférios cerebelares. A região anterior do forame magno apresenta uma 
escavação o canal basilar, por onde passa a artéria basilar. A face interna apresenta 
quatro depressões que são separadas por uma crista em forma de cruz, a crista 
occipital interna, cujo centro se encontra mais projetado, a protuberância occipital 
interna. As duas depressões mais anteriores são chamadas de fossas cerebrais e as 
duas mais dorsais, chamam-se fossas cerebelares. Essas fossas alojam os 
hemisférios cerebrais e cerebelares respectivamente. 
Esfenóide 
O esfenoide é um osso complexo e ímpar, situado na base do crânio. Seu 
formato lembra um morcego planando no ar. Esse osso possui uma porção central 
denominada corpo, duas asas maiores, duas asas menores e dois processos 
pterigoideos. 
Na face interna e superior do osso, observa-se superiormente a sela turca ou 
túrsica que apresenta a fossa hipofisal, cavidade onde repousa a glândula hipófise ou 
pituitária. Uma elevação sobressai à região anterior da sela, o tubérculo da sela e as 
extremidades desse tubérculo se voltam para duas projeções, os processos clinoides 
anteriores. No limite posterior da sela existe uma elevação denominada de dorso da 
64 
 
 
sela e as extremidades do dorso, de cada lado, apresentam os processos clinoides 
posteriores. 
As faces laterais do esfenoide se articulam com o osso temporal e apresentam 
um sulco de trajeto curvo denominado de sulco carótico, onde passa a artéria carótida 
interna e o nervo oculomotor (NC III). As asas maiores apresentam na sua face interna, 
as eminências mamilares e impressões digitais que alojam parte do lobo temporal do 
cérebro. As asas menores apresentam em suas bases, o canal óptico por onde passa 
o nervo óptico (NC II) e a artéria oftálmica. O corpo do osso é escavado por duas 
cavidades separadas por uma delgada lâmina óssea, os seios esfenoidais, que se 
abrem no meato superior das fossas nasais. 
A face superior da asa maior forma parte da fossa média do crânio e na região 
de limite com o corpo do esfenoide, observa-se o forame redondo que dá passagem 
ao nervo maxilar. Lateral e posterior a esse existe o forame oval que serve de trajeto 
para o nervo mandibular e a artéria meníngea acessória. O forame espinhoso fica 
posterior e lateralizado ao forame oval. O forame espinhoso serve de passagem da 
artéria meníngea média. 
Os processos pterigoides são projeções que partem de cada lado na face inferior 
do corpo e das asas maiores, apresentam duas lâminas que são: lateral e medial e 
delimitam uma região chamada de fossa pterigoide. Essa fossa é local de origem dos 
músculos pterigoideo medial e tensor do véu palatino. 
Etmoide 
É um osso ímpar da base do crânio, que tem o frontal adiante e o esfenoide 
posteriormente. Esse osso apresenta lâmina vertical, lâmina horizontal e duas massas 
laterais. As massas laterais apresentam seis faces que são superior, interna, inferior, 
lateral, anterior e posterior. As faces internas das massas laterais apresentam 
projeções ósseas denominadas de conchas nasais superiores e médias. Entre a 
concha nasal superior e média existe uma depressão em forma de sulco, denominada 
de meato superior. Abaixo da concha nasal média se observa o meato médio. 
A lâmina vertical se divide em duas partes: uma porção superior chamada de 
processo crista galli e outra parte inferior denominada de lâmina perpendicular do 
etmoide. O processo crista galli é uma projeção triangular que sobressalta na base do 
65 
 
 
crânio e contribui na formação do forame cego. A lâmina perpendicular contribui 
juntamente com o vômer na formação do septo ósseo do nariz. 
A lâmina horizontal se apresenta fenestrada com pequenos orifícios, sendo 
denominada de lâmina crivosa ou cribriforme. Pelos orifícios passam as fibras do 
nervo olfatório (NC I) para formar o bulbo olfatório que se continua até a região 
olfatória primária do encéfalo, giro para-hipocampal e úncus. 
Internamente, o osso apresenta o labirinto etmoidal que se assemelha a uma 
colmeia de abelhas. Esse labirinto é formado por muitas cavidades, que são as células 
etmoidais anteriores, médias e posteriores. Existe uma projeção na parede lateral do 
meato médio, a bula etmoidal que contém em seu interior as células etmoidais médias. 
As células etmoidais anteriores se abrem no meato médio. As células etmoidais 
médias se abrem acima da bula etmoidal. As células etmoidais posteriores drenam no 
meato superior. 
Martelo, Bigorna e Estribo 
O martelo é o maior dos três ossos e suas partes são cabo, cabeça, colo e 
processos anterior e lateral. 
Abigorna é o segundo osso e possui ramos longo e curto e o corpo. O corpo da 
bigorna se articula com a cabeça do martelo. 
O estribo é o terceiro osso e suas partes são cabeça, base e ramos anterior e 
posterior. O músculo estapédio movimenta o estribo. 
 
Ossos do viscerocrânio 
Lacrimais 
São ossos pares da face, com formato de lâmina fina e frágil, situados na parede 
medial anterior da órbita. Esses ossos são bem pequenos e apresentam duas faces: 
interna e externa e quatro margens. A superfície externa apresenta o hâmulo lacrimal 
que se insere o músculo orbicular dos olhos. Os lacrimais se articulam com quatro 
ossos que são: maxilas e conchas nasais inferiores, frontal e etmoide. 
 
66 
 
 
Nasais 
São ossos pares em formato quadrangular que formam o arcabouço do nariz. 
Os nasais apresentam

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