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1 Espécies de Culpa 01) CULPA INCONSCIENTE E CONSCIENTE ➔ Culpa inconsciente: é a que se manifesta pela imprudência, imperícia e negligência. É a culpa propriamente dita ➔ Culpa consciente (ou culpa de previsão): o resultado é previsto pelo agente que espera levianamente que não ocorra ou pode evitá-lo. Ex: caçador, ultrapassagem. Aqui o sujeito confia demais na sua capacidade de evitar o resultado. ◆ Falta do elemento da ausência da previsão por parte do sujeito Obs.: não confundir dolo eventual com culpa consciente. No DOLO EVENTUAL o agente tolera a produção do resultado; é indiferente que o resultado ocorra ou não. Na CULPA CONSCIENTE o agente não quer o resultado e acredita na sua habilidade para que o resultado não ocorra 02) CULPA PRÓPRIA E IMPRÓPRIA ➔ Na culpa própria o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo, embora seja objetivamente previsível. É a culpa propriamente dita. É o crime culposo propriamente dito com todos os seus elementos. ➔ Na culpa imprópria o sujeito prevê o resultado e quer o resultado porque está numa situação de erro sobre as circunstâncias do fato (Ex: Pai mata o próprio filho que entra de madrugada pensando tratar-se de um ladrão MAS havia luz e ele poderia ter tido mais cautela, mas foi imprudente, já pegou a arma e atirou). Previsto no art.20§ 1º, 2ª parte. ◆ Sem o elemento do resultado involuntário Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Descriminantes putativas § 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. CULPA IMPRÓPRIA Erro determinado por terceiro § 2º - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Erro sobre a pessoa § 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime. 03) GRAUS DE CULPA Grave, leve e levíssima OBS: Inexiste diferença para efeito de cominação abstrata de pena mas o juiz deve levar em conta a natureza da culpa no momento de dosar a pena concreta, já que lhe cabe, nos termos do art.59, caput, do Código Penal, fixar a pena de acordo com o grau de reprovabilidade do agente. 2 04) COMPENSAÇÃO DE CULPAS – Não se admite em Direito Penal - O proceder culposo da vítima não afasta o do agente. Ex1: A imprudência do pedestre que cruza a via pública em local inadequado não afasta a do motorista que, trafegando na contramão ou em alta velocidade, vem a atropelá-lo. Ex2: Se um motorista deixa, em declive, seu automóvel mal brecado e uma criança sobe nele, vindo a ferir-se pela precipitação ladeira abaixo do veículo, responderá culposamente. EXCEÇÃO: Só se isentará de pena alguém quando o resultado for atribuível exclusivamente à culpa da vítima. Ex: Se uma pessoa toma, sem que o condutor a possa ver, a traseira de seu veículo e vem a machucar-se, não existe responsabilidade daquele, pois o fato voluntário e ilícito da vítima é que torna danosa sua ação. Em regra, a responsabilidade do agente existe quando a ação causal de outrem é previsível para ele. 05) CONCORRÊNCIA DE CULPAS Ocorre quando dois ou mais agentes, em atuação independente uma da outra, causam resultado lesivo por imprudência, negligência ou imperícia. Todos respondem pelos eventos lesivos. Ex: Suponha-se que dois veículos se choquem num cruzamento, produzindo-se ferimentos nos motoristas e provando-se que agiram culposamente. Trata-se de concorrência de culpas. Os dois respondem por crime de lesão corporal culposa. O motorista A é sujeito ativodo crime em relação a B, que é vítima; em relação à conduta de B, ele é sujeito ativo do crime, sendo A o ofendido. OBS: Não se trata de coautoria, tendo em vista que não há vínculo psicológico entre os agentes. Na realidade verifica-se a ocorrência da autoria colateral, onde não há adesão da conduta de uma na do outro, ignorando os agentes que contribuem reciprocamente na realização da mesma ação. 06) EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO - O artigo 18, § único do CP diz que deve ser previsto pelo artigo que define o crime expressamente e no silêncio desta, quanto ao elemento subjetivo, a punição só se verifica a título de dolo. Ex: não há crime de dano culposo (art.163), sobra apenas a responsabilidade civil. 07) CULPA NOS DELITOS OMISSIVOS IMPRÓPRIOS (ou comissivos por omissão) – Para aqueles que se enquadram no art.13, § 2º do CP e têm o dever de impedir o resultado é possível a ocorrência de crimes omissivos impróprios culposos. Ex: É o caso da babá que, por negligência, descumpre o dever contratual de cuidado e vigilância da criança e não impede que esta morra afogada na piscina da casa. Nessa hipótese responderá por homicídio culposo por omissão.
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