Vírus: Estrutura e Replicação

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Camila Mariana Castro de Oliveira 
 Medicina Nove de Julho 
 MAD 1 
 
Vírus 
Definição: 
➛ São acelulares 
➛ Os vírus são agentes microscópicos de tamanho 
entre 20 e 300 nm – não é possível visualiza-lo 
➛ Todos são parasitas intracelulares obrigatórios – 
atuam como “piratas de células” e atacam diferentes 
organismos – bactérias, protistas, fungos, plantas e 
animais 
➛ Não são considerados seres vivos porque quando 
estão fora das células hospedeiras, não conseguem se 
multiplicar e não apresentam nenhum tipo de atividade 
vital (metabolismo) 
Estrutura viral: 
➛ Constituição básica: capsídeo + genoma 
(nucleocapsídeo) 
 ✓ Enzimas -> polimerases e transcriptases 
 ✓ Envelope -> lipídeos, carboidratos, tegumento 
 ✓ Proteínas e glicoproteínas -> capsídeo e envelope 
 
Capsídeo: 
➛ É o envoltório proteico que envolve o ácido 
nucleico do vírus 
➛ Composto por subunidades -> capsômeros 
➛ Funções: 
 ✓ Empacotamento -> proteção do ácido nucleico 
 ✓ Transporte do ácido nucleico para outras células 
 ✓ Pode ser disseminado facilmente -> em fômites, de 
mão para mão, pela poeira, por pequenas gotas 
 ✓ É uma estrutura rígida capaz de resistir a severas 
condições ambientais 
 - Sobreviver às condições adversas do intestino 
 - Ser resistente a detergentes e a um tratamento 
pobre de esgoto 
 ✓ É liberado da célula por lise – ciclo lítico -> 
rompimento da membrana (somente os vírus que não 
são envelopados) 
 
➛ Simetria: 
 ✓ Icosaédrica -> 20 triângulos equiláteros 
 ✓ Helicoidal: 
 - Rígido em vírus de plantas 
 - Longo e flexível em vírus animais 
 ✓ Complexa -> para vírus que não 
seguem as simetrias acima 
 
 
 Camila Mariana Castro de Oliveira 
 Medicina Nove de Julho 
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Envelope viral: 
➛ Bicamada lipídica 
externa ao capsídeo 
originária de 
membranas celulares 
➛ Contém 
glicoproteínas virais – 
infectividade viral 
➛ Não é proteção 
extra – facilmente destruídos 
➛ Estruturas que recobre o capsídeo externamente 
Proteínas virais: 
➛ Glicoproteínas de envelope ou proteínas de 
capsídeo 
➛ Funções das proteínas virais: 
 ✓ Protegem o ácido nucleico 
 ✓ Ligam-se a receptores nas células 
 ✓ Penetram na membrana celular 
 ✓ Ajudam a replicar o ácido nucleico 
 ✓ Modificam a célula hospedeira (alguns) 
Genoma viral: 
➛ É o ácido nucleico do vírus (RNA ou DNA) que 
contém as informações (genes) para se multiplicar e 
produzir novas partículas virais 
➛ Os vírus possuem DNA (replicação no núcleo) ou 
RNA (replicação no citoplasma) e o ácido nucleico pode 
ser de fita simples ou dupla-fita, linear, circular ou 
segmentado – 7 tipos diferentes 
➛ Classificação de Baltimore (1975): 
 
 ✓ RNA fita simples (+) -> maior taxa de 
 transmissibilidade (ex: sars-cov, dengue) 
 ✓ Vírus (-) tem maior tempo de incubação -> 
 sarampo, caxumba 
 
➛ A síntese de material genético e de proteínas virais 
é dependente das células hospedeiras 
 ✓ Um único virion pode dar origem, em uma célula 
hospedeira, a algumas ou mesmo milhares de partículas 
virais iguais 
 ✓ Esse processo 
pode alterar 
drasticamente a 
célula hospedeira, 
podendo causar sua 
morte 
 ✓ A multiplicação 
dos vírus pode ser 
demonstrada com uma curva de ciclo único 
 - Período de eclipse -> incubação 
Replicação viral: 
➛ O processo de multiplicação viral é dividido em seis 
fases: 
 ✓ Adsorção 
 ✓ Penetração 
 ✓ Desnudamento 
 ✓ Biossíntese 
 ✓ Morfogênese (maturação) 
 ✓ Liberação 
 
 Camila Mariana Castro de Oliveira 
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➛ O conhecimento acerca das fases da replicação viral 
é importante para estratégias de desenvolvimento de 
fármacos e para a compreensão da patologia das 
doenças 
 ✓ Medicamentos -> agem bloqueando a replicação 
viral, podendo agir em qualquer local (depende do 
medicamento) 
 
➛ Adsorção -> é a ligação do vírus à célula (proteínas 
se ligam aos receptores celulares); é o reconhecimento 
do vírus pela célula que ele vai se ligar 
 ✓ Influenza: hemaglutinina (vírus) – ácido siálico 
(célula) 
 ✓ HIV: gp120 (vírus) – CD4 (célula) 
 ✓ SARS-CoV-2: spike (vírus) – ECA2 (célula) 
 
➛ Replicação de um vírus animal contendo DNA:
 
 
Infecções virais: 
Latência x Persistência 
➛ Uma fase viral latente é aquela em que o vírus 
permanece dentro da célula hospedeira por longos 
períodos, sem produzir uma infecção 
 ✓ Durante a fase de latência não há transmissão 
 ✓ Ex: vírus herpes, vírus oncogênicos 
➛ Infecções virais persistentes -> ocorrem quando a 
infecção primária não é eliminada completamente – 
vírus, genomas e/ou proteínas virais continuam a ser 
produzidos por muitos anos 
 
➛ Herpes-vírus -> podem ficar longos anos no período 
de latência 
 ✓ Esse vírus habita as células nervosas do hospedeiro, 
mas só causa danos quando for ativado por um 
estimulo 
 ✓ São reativados quando há imunossupressão (ex: 
AIDS), podendo ser fatal 
Tropismo por um tecido: 
➛ Espectro de tecidos que um vírus infecta 
 ✓ Ex: um vírus entérico se replica no trato digestório 
e não no pulmão 
 ✓ Ex: um vírus neurotrópico se replica em células do 
sistema nervoso e não em células hematopoiéticas 
➛ O tropismo para alguns vírus é limitado, já outros 
são considerados Pantrópicos, pois conseguem se 
replicar em diversos órgãos (ex: ebola) 
 
 Camila Mariana Castro de Oliveira 
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O que garante o sucesso da infecção viral? 
➛ Carga suficiente de vírus deve estar disponível 
➛ Tropismo celular 
➛ As células no sítio primário de infecção devem estar 
acessíveis, suscetíveis e permissíveis 
➛ O sistema local de defesa do hospedeiro deve estar 
ausente ou pelo menos ineficiente 
➛ Efeito citopático -> lise celular (necrose) ou 
mudanças morfológicas na célula hospeideira – indução 
da apoptose 
 
Famílias virais: 
Picornaviridae – Hepatite A 
➛ Enterovírus 
➛ Capsídeo sem envelope – ciclo lítico 
➛ Genoma: RNA 
➛ Fita simples (+) – se 
replica rapidamente, período 
de incubação curto 
➛ Multiplica-se no citoplasma 
➛ Replicação: 
1) Ligação vírus + receptor celular (integrinas) = 
endocitose 
2) Ocorre replicação das proteínas virais 
3) A célula hospedeira sofre lise liberando o vírus 
(virusporina) – ciclo lítico 
Coronoviridae – SARS-CoV-2 
➛ Gênero: Betacoronavírus 
➛ Envelopado, esférico, com cerca de 120nm de 
diâmetro 
➛ Genoma: RNA de 
fita simples, não-
segmentados, de 
sentido positivo ( 
+ssRNA) 
➛ Possui RNApolimerase – se replicam no citoplasma 
➛ Tropismo: receptores de ECA2 e ácido siálico – 
proteínas de membrana expressa em células nos rins, 
coração, TGI, vasos sanguíneos e, principalmente, 
células epiteliais alveolares pulmonares 
➛ Doença associada – COVID-19 
Retroviridae – HIV 
➛ Retrovírus 
➛ Gênero: Lentivirus 
➛ Genoma: 2 cadeias 
simples de RNA+ 
➛ Core cilíndrico 
circundado por 
envelope lipídico 
➛ Principais proteínas: Transcriptase reversa e 
integrasse 
➛ Infecta células humanas com receptores CD4 – 
macrófagos, dendríticas e linfócitos TCD4 
➛ Provoca imunodeficiência, conhecida como AIDS 
(síndrome da imunodeficiência adquirida) 
➛ Adsorção: 
 ✓ Ligação: receptores CD4 com glicoproteínaviral 
gp120 
 ✓ Complexo gp120: CD4 
 ✓ Co-receptores: 
auxiliam na interação 
 ✓ Glicoproteína viral – 
gp41: 
 - CCR5 (macrófagos, 
dendriticas e linfócitos 
TCD4) 
 - CXCR4 (somente linfócitos TCD4) 
 Camila Mariana Castro de Oliveira 
 Medicina Nove de Julho 
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Papilomaviridae – HPV 
➛ Classificação: 
 ✓ Família: Papillomaviridae 
 ✓ Gênero: Alphapapillomavirus, Betapapillomavirus, 
Gammapapillomavirus 
 ✓ Altamente específicos 
➛ Estrutura: 
 ✓ Capsídeo icosaédrico 
 ✓ DNA dupla fita circular – epissomal 
➛ Replicação ocorre no núcleo 
 
 
Resposta imune antiviral: 
➛ PAMPs -> estrutura viral, DNA/RNA viral 
➛ Toll Like Receptor -> membrana e intracelular 
➛ Resposta citotóxica -> NK, Linfócitos TCD8 
➛ Resposta humoral -> Anticorpos 
 ✓ IgM – infecção aguda 
 ✓ IgG – crônica, passada ou vacinal 
 ✓ IgA – imunidade de mucosa
 
➛ Interferons -> citocinas que sinalizam a infecção viral 
 ✓ Interferon alfa e beta -> é produzida por 
macrófagos e fibroblastos quando invadidos por vírus 
 - Induz a própria célula infectada e células próximas a 
produzirem proteínas que impedem a replicação do 
vírus 
 ✓ Interferon gama -> é produzido por linfócitos T e 
células NK quando estimulados 
 - É responsável por ativar macrófagos, a atividade 
de células NK, regula a resposta inflamatória, potencializa 
outros interferons e modula a atividade dos linfócitos B 
Ativação do linfócito T CD8 (citotóxico – LTC) 
➛ DCs apresentam o antígeno para os linfócitos T CD8 
virgens que se tornam efetores
 
➛ Células infectadas por patógenos intra-celulares ou 
tumorais apresentam proteínas especificas no 
citoplasma e são apresentadas via MHC-1 
➛ MHC-1 -> LT CD8+ (citotóxicos) 
Ação dos LTCs nas células-alvo: