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UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V - ITAPERUNA-RJ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM ALÍCIA MARQUETE ANA CAROLINA BENEDICTO DÉBORAH FREITAS FABIELLE LAUREANO FERNANDA PONTES LEILANE CURTY RENATA CORRÊA THALYA BERARDI VÂNIA GOULART A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM UMA EQUIPE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA PRISIONAL (eAPP) Itaperuna, RJ 2020 2 UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V- ITAPERUNA-RJ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM ALÍCIA MARQUETE ANA CAROLINA BENEDICTO DÉBORAH FREITAS FABIELLE LAUREANO FERNANDA PONTES LEILANE CURTY RENATA CORRÊA THALYA BERARDI VÂNIA GOULART A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM UMA EQUIPE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA PRISIONAL (eAPP) Itaperuna, RJ 2020 Matriz de Projeto de Pesquisa apresentado a Disciplina de Seminário Integrador do Curso de Enfermagem da Universidade Iguaçu Campus - V, sob coorientação do Prof. Arandir de Souza Carvalho. 3 UNIVERSIDADE IGUAÇU – CAMPUS V- ITAPERUNA-RJ FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE ENFERMAGEM MATRIZ ANALÍTICA Alunas: ALÍCIA MARQUETE; ANA CAROLINA BENEDICTO; DÉBORAH; FABIELLE LAUREANO; FERNANDA PONTES; LEILANE CURTY; RENATA CORRÊA; THALYA BERARDI; VÂNIA GOULART Orientador: Prof. Me. Arandir de Souza Carvalho Linha da Pesquisa: Atenção Básica Área do Conhecimento: Enfermagem Comunitária II Tema A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO EM UMA EQUIPE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA PRISIONAL (eAPP) PROBLEMA: Quais as atribuições do enfermeiro que atua em uma equipe de atenção primária prisional (eAPP)? HIPÓTESE(S): Este trabalho parte do pressuposto que, muito embora a atenção básica seja norteada por uma Política Nacional, a qual é representada, atualmente, por meio da Portaria Nº. 2.436, de 21 de setembro de 2.017 e, construamos o conhecimento sobre o seu principal tipo de equipe, a equipe de saúde da família que, expande, consolida e qualifica a atenção no primeiro nível de assistência, há outras equipes para atendimento às populações vulneráveis que não são frequentes em nossa região, como a equipe de atenção primária prisional (eAPP). JUSTIFICATIVA: A quebra de paradigmas e de uma visão hegemônica sobre a profissão podem ser problematizados no seio do universo acadêmico, junto aos estudantes que escolheram a profissão Enfermagem, no tocante aos mais diversos motivos. O desafio 4 do preparo dos mesmos a se tornarem profissionais e, o trabalho de orientar e esclarecer a respeito dos mais diversos aspectos e as nuances das suas atribuições no primeiro nível de atenção à saúde, durante a formação profissional, se torna indispensável para que o indivíduo possa contextualizar o processo de ensino- aprendizagem com mais clareza e assim, se projetar no mercado de trabalho. O presente estudo se configura como um instrumento norteador e colaborativo, pois a partir deste projeto de seminário integrador objetivamos descrever à sociedade e à academia, tanto na esfera gerencial quanto na assistencial, as atribuições do enfermeiro que atua na atenção básica prisional; sendo assim, um tema de factível, contributivo e facilitador à reflexão e à problematização da nossa formação acadêmica para o mercado profissional. OBJETIVO GERAL: Descrever as atribuições do enfermeiro que atua em uma equipe de atenção primária prisional (eAPP). OBJETIVOS ESPECÍFICOS: - Contextualizar a atenção básica com a Estratégia Saúde da Família (ESF); - Apontar os tipos de equipes para a atenção básica; - Explicar o funcionamento da equipe de atenção primária prisional (eAPP). PROPOSTA DE SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 05 2 METODOLOGIA.....................................................................................................06 3 A ATENÇÃO BÁSICA ............................................................................................07 3.1. O PROCESSO DE TRABALHO NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA................08 3.2 ATRIBUIÇÕES COMUNS AOS MEMBROS DAS EQUIPES QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA PRISIONAL............................................................................09 3.3 A ATENÇÃO BÁSICA NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA.10 4 TIPOS DE EQUIPES PARA A ATENÇÃO BÁSICA...............................................11 4.1 OS TIPOS DE EQUIPES PARA A ATENÇÃO BÁSICA.........................................11 4.2 TIPOS DE EQUIPES PARA O ATENDIMENTO ÀS POPULAÇÕES ESPECÍFICAS...........................................................................................................12 5 4.3 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA EQUIPE DE ATENÇÃO PRIMÁRIA PRISIONAL ...............................................................................................................14 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................14 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................15 REFERÊNCIAS..........................................................................................................16 ANEXO......................................................................................................................19 7 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ATIVIDADES ago set out nov dez 1) Revisão bibliográfica ou Fundamentação teórica x 2) Discussão teórica em função da determinação dos objetivos x x x 3) Localização e identificação das fontes de obtenção dos dados ou documentos x x x 4) Determinação de categorias para tratamento dos dados documentais x x 5) Organização do roteiro/partes x 6) Análise e interpretação dos dados x x 7) Redação do Seminário Integrador - Artigo x x 8) Revisão da redação x x 9) Entrega do Artigo do Seminário Integrador x 10) Apresentação x 1 INTRODUÇÃO A Atenção Básica é concebida como um conjunto de ações e de serviços que acolhem o indivíduo, a sua família e a comunidade, a fim de promover qualidade de vida, garantir a proteção e a prevenção de doenças e agravos; fornece também, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. A Atenção Básica tem como estratégia prioritária, a Saúde da família, que é uma estratégia nacional de acordo com os preceitos do SUS. Muito embora existam diversos programas e serviços considerados tradicionais, no âmbito atenção básica, 6 a Portaria Nº. 2.436, de 21 de setembro de 2.017 traz algumas estratégias para o atendimento às populações vulneráveis, como por exemplo, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), a qual foi instituída por meio da Portaria Interministerial N° 01, de 2 de janeiro de 2014, que têm como objetivo, ampliar as ações de saúde do SUS para a população privada de liberdade. Esse é o assunto foco de nosso seminário. Sabemos que alguns indivíduos mantidos em prisões possuem uma saúde prejudicada devido às condições do confinamento; haja vista que, muitos usuários no momento em que são expostos a essa condição de vida, já possuem alguma patologia prévia. Corroborando com esta máxima, a saúde na Constituição Federal de 88 “é concebida em seu Art. 196 como um direito de todos e um dever do Estado”; a atenção à saúde da população carcerária precisa ser estruturada no intuito de reduzir os danos e os agravos causados no tocante à situação precária em que os cidadãos e cidadãs são expostos para que, quando inseridos na sociedade novamente, possam estar com a saúde física e mental preservadas. A assistência prestada no sistema prisional é ofertada por equipes multiprofissionais compostas pelosprofissionais: enfermeiro, médico, técnico ou auxiliar de enfermagem, cirurgião-dentista, técnico ou auxiliar em saúde bucal, médico psiquiatra, terapeuta, farmacêutico, assistente social, fisioterapeuta e nutricionista. Essa equipe é dividida de acordo com as modalidades e operam suas devidas funções para garantir uma melhoria de vida aos usuários do serviço. A atuação específica do enfermeiro na assistência à saúde no sistema prisional é um dos assuntos a serem problematizados ao longo deste estudo, trazendo à narrativa, esclarecimento e direcionamentos acerca da conduta do enfermeiro mediante o serviço prestado ao cidadão privado de liberdade. 2 METODOLOGIA Trata-se de um estudo epidemiológico de revisão bibliográfica pautado em uma abordagem qualitativa, o qual se baseará no acervo bibliográfico de fontes secundárias, tais como: periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), bases referenciais de domínio público, sítios eletrônicos do Governo Federal, busca textual e comunidades acadêmicas visando uma vasta gama de informação que atendam os objetivos propostos. 7 3 A ATENÇÃO BÁSICA De acordo com a Constituição Federal do Brasil, Seção II da Saúde, artigo 196 “a saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.” Logo, é dever do estado garantir a saúde à população sob sua jurisdição e também os meios de garantir ao povo o direito à informação sobre a sua saúde por meio de medidas e ações governamentais. O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da sua Lei Orgânica da Saúde (LOS), Lei Nº. 8080/90, ratifica a saúde acesso integral, universal e gratuita à toda população brasileira. A atenção básica, primeiro nível de atenção à saúde, é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde, ou seja, precisa ser percebida como a porta aberta e preferencial para o atendimento inicial. De acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), a atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual, familiar e coletivo, que engloba a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde. Práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, são desenvolvidas na atenção básica sob forma de trabalho em equipe. A Política Nacional de Atenção Básica considera os termos Atenção Básica - AB e Atenção Primária à Saúde - APS como termos equivalentes. A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Dos princípios da Atenção Básica (AB) a universalidade, que possibilita o acesso universal e contínuo aos serviços de saúde de qualidade e resolutivos; a equidade, que visa ofertar o cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde, ficando proibida qualquer exclusão baseada em idade, gênero, cor, 8 crença, nacionalidade, etnia, orientação sexual, identidade de gênero, estado de saúde, condição socioeconômica, escolaridade ou limitação física, intelectual ou funcional e, também, a integralidade que é o conjunto de serviços executados pela equipe de saúde que atendam às necessidades da população adscrita nos campos do cuidado, da promoção e manutenção da saúde, da prevenção de doenças e agravos, da cura, da reabilitação, redução de danos e dos cuidados paliativos. São as principais estruturas físicas da atenção básica, as Unidades Básicas de Saúde (UBS), instalações localizadas próximo à vida dos usuários, desempenhando um papel principal na garantia de acesso à uma saúde de qualidade. As unidades, equipamentos de saúde, oferecem uma diversidade de serviços cobertos pelo SUS, que incluem: acolhimento com classificação de risco, consultas de enfermagem, médicas e de saúde bucal, distribuição e administração de medicamentos, vacinas, curativos, visitas domiciliares, atividade em grupo nas escolas, educação em saúde, entre outras. No Brasil, há diversos programas governamentais relacionados à atenção básica, sendo um deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), que leva serviços multidisciplinares às comunidades por meio de sua equipe de saúde da família (eSF) e dos equipamentos de saúde. São disponibilizados para a população consultas, exames, vacinas, radiografias e outros procedimentos. Ainda a AB envolve outras iniciativas, como exemplo as Equipes de Consultórios de Rua, que atendem pessoas em situação de rua; o Programa Melhor em Casa, de atendimento domiciliar; o Programa Brasil Sorridente, de saúde bucal; o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), que busca alternativas para melhorar as condições de saúde de suas comunidades etc. 3.1 O PROCESSO DE TRABALHO NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, 9 sobre a qual as equipes assumem responsabilidade sanitária. Política Nacional de Atenção Básica – PNAB (PNAB, 2017) Atualmente, a organização do processo de trabalho em saúde busca a ruptura da centralização médica e da padronização do cuidado, desenvolvendo um trabalho interdisciplinar entre todos os profissionais e um atendimento individualizado de qualidade para a população. O Processo de trabalho das equipes de atenção básica é caracterizado pelo desenvolvimento de ações de prevenção de doenças e agravos em todos os níveis de atenção (primária, secundária, terciária e quaternária), priorizando perfis epidemiológicos, comportamentais, alimentares e/ou ambientais. 3.2 ATRIBUIÇÕES COMUNS AOS MEMBROS DAS EQUIPES QUE ATUAM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA PRISIONAL Garantir atendimento da demanda espontânea, da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância à saúde. Garantir a atenção à saúde buscando a integralidade por meio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos. Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória, bem como, acidentes, violências, situações sanitárias e ambientais de importância local, para planejamento de ações de prevenção, proteção e recuperação em saúde. Realizar trabalhos interdisciplinares e em equipe, integrando áreas técnicas, profissionais e níveis de atenção, buscando incorporar práticas de vigilância, clínica ampliada e matriciamento ao processo de trabalho cotidiano. Importância da aproximação da equipe de atenção primária prisional e de vigilância a fim de eleger prioridades e problemas comuns a serem enfrentados no território, possibilitando melhorar cobertura, qualificar o cuidado, ampliar as ações e a resolutividade. Cada equipe de atenção primária prisional deve realizar ações de vigilância em saúde no território adscrito. Reorganização do processo de trabalho das equipes. (PNAB, 2017) As ações de vigilância em saúde que as equipe devem realizar no território adscrito são: Detecção precoce de doenças e agravos e adoção de medidas adequadas para a resposta de saúde pública.Notificação compulsória e condução da investigação dos 10 casos suspeitos ou confirmados de doenças, agravos e outros eventos de relevância para a saúde pública, conforme protocolos e normas vigentes. Busca de usuários que se constituem como público-alvo para vacinação e ainda não procuraram o serviço com essa finalidade.Implementação de barreiras para a quebra do elo de transmissão de doenças.Identificação oportuna de sintomáticos de doenças transmissíveis. Detecção de surtos na comunidade. Identificação de fatores de risco intradomiciliares. Questionar sobre a situação vacinal ou realizar a verificação da caderneta. O território único deve direcionar a integração do processo de trabalho entre a equipe de Atenção Básica e a Vigilância em Saúde. • O planejamento deve reorganizar a territorialização e os processos de trabalho de acordo com a realidade local. • A gestão deve definir o território de responsabilidade de cada equipe. • Cada equipe deve conhecer o território de atuação para programar suas ações de acordo com o perfil e as necessidades da comunidade. • Importante refazer ou complementar a territorialização sempre que necessário, já que o território é vivo. • Possibilidade, de acordo com a necessidade e conformação do território, através de pactuação e negociação entre gestão e equipes, que o usuário possa ser atendido fora de sua área de cobertura, mantendo o diálogo e a informação com a equipe de referência. Reorganização do processo de trabalho das equipes (PNAB, 2017). 3.3 A ATENÇÃO BÁSICA NO CONTEXTO DA ESTRATÉGIA DA FAMÍLIA A Estratégia Saúde da Família (ESF) foi criada em 1.994, como Programa Saúde da Família (PSF), com o intuito de reorientar os serviços de atenção a saúde, promover a qualidade de vida e intervir nos processos que condicionam a saúde dos pacientes em risco, como o uso de tabaco, a má alimentação, a hipertensão arterial sistêmica, dentre outros. A ESF é a estratégia primordial para a reorganização da atenção básica a fim de que esta se torne a porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). No tocante ao âmbito familiar, tem um papel preponderante para as famílias, permitindo o estabelecimento do vinculo, o conhecimento da realidade de cada família, a assistência integral aos vulneráveis e etc. 11 De acordo com o Sistema Único de Saúde (SUS), a ESF é concebida por meio do Ministério de Saúde, como a principal estratégia nacional para a qualificação, a expansão e a consolidação da atenção primaria, composta por uma equipe multiprofissional, a equipe de saúde da família (eSF), a qual responde sanitariamente por 2.000 a 3.500 pessoas. Em 2.018 foram criados os Núcleos de Apoio Saúde da Família (NASF), podendo ser constituídos por profissionais de diferentes formações que juntos à eSF, proporcionam o apoio matricial, além de funcionarem como uma retaguarda técnica e especializada. 4 TIPOS DE EQUIPES PARA A ATENÇÃO BÁSICA 4.1 OS TIPOS DE EQUIPES PARA A ATENÇÃO BÁSICA Equipe de Saúde da Família (eSF): é a estratégia prioritária de atenção à saúde e visa à reorganização da Atenção Básica no País, de acordo com os preceitos do SUS. É considerada como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica, por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de ampliar a resolutividade e impactar na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar uma importante relação custo-efetividade. Equipe da Atenção Primária (eAP): esta modalidade deve atender aos princípios e diretrizes propostas para a AB. A gestão municipal poderá compor equipes de Atenção Primária (eAP) de acordo com características e necessidades do município. Como modelo prioritário é a ESF, as eAP podem posteriormente se organizar tal qual o modelo prioritário. Equipe de Saúde Bucal (eSB): modalidade que pode compor as equipes que atuam na atenção básica, constituída por um cirurgião-dentista e um técnico em saúde bucal e/ou auxiliar de saúde bucal. Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB): Constitui uma equipe multiprofissional e interdisciplinar composta por categorias de profissionais da saúde, complementar às equipes que atuam na Atenção Básica. É formada por diferentes ocupações (profissões e especialidades) da área da saúde, 12 atuando de maneira integrada para dar suporte (clínico, sanitário e pedagógico) aos profissionais das equipes de Saúde da Família (eSF) e de Atenção Primária (eAP). Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS): Todos os profissionais do SUS e, especialmente, da atenção básica são responsáveis pela atenção à saúde de populações que apresentem vulnerabilidades sociais específicas e, por consequência, necessidades de saúde específicas, assim como pela atenção à saúde de qualquer outra pessoa. 4.2 TIPOS DE EQUIPES PARA O ATENDIMENTO ÀS POPULAÇÕES ESPECÍFICAS Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR): São equipes que desempenham parte significativa de suas funções em UBS construídas e/ou localizadas nas comunidades pertencentes à área adstrita e cujo acesso se dá por meio fluvial e que, pela grande dispersão territorial, necessitam de embarcações para atender as comunidades dispersas no território. As eSFR são vinculadas a uma UBS, que pode estar localizada na sede do Município ou em alguma comunidade ribeirinha localizada na área adstrita. Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): São equipes que desempenham suas funções em Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSF), responsáveis por comunidades dispersas, ribeirinhas e pertencentes à área adstrita, cujo acesso se dá por meio fluvial. Equipe de Consultório na Rua (eCR): equipe de saúde com composição variável, responsável por articular e prestar atenção integral à saúde de pessoas em situação de rua ou com características análogas em determinado território, em unidade fixa ou móvel, podendo ter as modalidades e respectivos regramentos descritos em portaria específica. Equipe de Atenção Primária Prisional (eAPP): São compostas por equipe multiprofissional que deve estar cadastrada no Sistema Nacional de Estabelecimentos de Saúde vigente, e com responsabilidade de articular e prestar atenção integral à saúde das pessoas privadas de liberdade. Com o objetivo de garantir o acesso das pessoas privadas de liberdade no sistema prisional ao cuidado integral no SUS, é previsto na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP), que os serviços de saúde no sistema 13 prisional passam a ser ponto de atenção da Rede de Atenção à Saúde (RAS) do SUS, qualificando também a Atenção Básica no âmbito prisional como porta de entrada do sistema e ordenadora das ações e serviços de saúde, devendo realizar suas atividades nas unidades prisionais ou nas Unidades Básicas de Saúde a que estiver vinculada, conforme portaria específica. Equipe de Atenção Primária Prisional Tipo I (eAPP I): é formada por 5 (cinco) profissionais, coincidem com as mesmas categorias profissionais da Estratégia Saúde da Família. Aplicada em Unidades Prisionais que tenham menos 100 (cem) custodiados. Equipe de Atenção Primária Prisional Tipo I com Saúde Mental (eAPP II) com Saúde Mental): formada por profissionais da Estratégia Saúde da Família, incluindo um psiquiatra ou um médico com experiência em saúde mental e dois profissionais selecionados dentre as categorias a seguir: terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, assistente social, farmacêutico ou enfermeiro. Aplicada em Unidades Priosionais que possuam menos de 100 (cem) custodiados. Equipe de Atenção Primária Prisional Tipo II (eAPP II): é formada por cinco profissionais das mesmas categorias profissionais da Estratégia Saúde da Família, incluindo um psicólogo,um assistente social e um profissional selecionado dentre as seguintes categorias: terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico, assistente social ou enfermeiro. Aplicada em Unidades Prisionais que possuam de 101 (cento e um) a 500 (quinhentos) custodiados. Equipe de Atenção Primária Prisional Tipo II com Saúde Mental (eAPP II com Saúde Mental): é composta por cinco profissionais das mesmas categorias profissionais da Estratégia Saúde da Família, incluindo um psiquiatra ou um médico com experiência em saúde mental, um psicólogo, um assistente social e três profissionais selecionados dentre as categorias a seguir: terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico, assistente social ou enfermeiro. Sendo Aplicada em Unidades Prisionais que possuam de 101 (cento e um) a 500 (quinhentos) custodiados. Equipe de Atenção Primária Prisional Tipo III (eAPP III): é formada por cinco profissionais das mesmas categorias profissionais da Estratégia Saúde da Família, incluindo um psiquiatra ou um médico com experiência em Saúde Mental, um psicólogo, um assistente social e três profissionais selecionados dentre as categorias a seguir: terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico, 14 assistente social ou enfermeiro. Aplicada em Unidades Prisionais que possuam de 501 (quinhentos e um) a 1.200 (mil e duzentos) custodiados. 4.3 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA EQUIPE DE ATENÇÃO BÁSICA PRISIONAL Os enfermeiros devem realizar as suas atribuições no tocante aos cuidados aos usuários que estão presos, seja na própria cela, como também em outra área do presídio. Pode-se realizar a consulta de enfermagem no momento do atendimento inicial conforme o instrumento disposto no anexo 01. Nos primeiros 10 dias do cidadão no presídio, são necessários alguns cuidados, como: fazer testes rápidos de hepatite C, como também, ofertar o teste de HIV, o teste rápido de sífilis e também, havendo necessidade, exames de raio x, baciloscopia e outros, uma vez que a tuberculose é um agravo recorrente na população carcerária. O enfermeiro poderá realizar todas as suas atividades de acordo com a Lei do Exercício Profissionais, a Lei Nº. 7.498, de 25 de junho de 1.986, sendo as atribuições privativas e/ou as demais, conjuntamente aos membros de equipe. Os enfermeiros com um olhar clínico, precisam observar a saúde dos cidadãos e cidadãs privados de liberdade e assim, planejar e organizar as atividades, prestando apoio emocional. A Lei N° 7.210, que sinaliza o direito das presidiárias a amamentarem os seus filhos, é importante instrumento norteador à oferta das ações e serviços que a eABP pode ofertar. Os enfermeiros podem orientar quanto à amamentação, assim como as ações de imunização e o cuidado de enfermagem no período neonatal. A enfermagem desempenha papel fundamental no cuidado à população privada de liberdade, ora na oferta das ações e procedimentos de enfermagem de acordo com a demanda instalada; ora por meio de serviços que promovam uma melhor qualidade de vida à esta população vulnerável. 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES No campo da saúde pública, embora as unidades prisionais sejam equipamentos sociais e de saúde importantes ao desenvolvimento das ações e serviços de enfermagem, as mesmas podem não ser percebidas como um ponto de atenção à saúde, haja vista o desafio sanitário que as autoridades enfrentam na 15 elaboração de políticas públicas de saúde que garantam uma saúde digna e condições humanas favoráveis à qualidade de vida das pessoas privadas de liberdade. O controle sanitário dos agravos da população privada de liberdade, outro ponto crucial no tocante à saúde coletiva, é imperativo no cotidiano dos profissionais que atuam nos serviços de saúde de uma eABP, pois há muitas doenças e agravos que são preveníveis com adequadas condições de acesso às ações e serviços de saúde dentro do presídio. Evidentemente, temos a clareza de que, ainda que a população prisional brasileira tenha constitucionalmente garantido seus direitos, em especial no que se refere à saúde, como a implantação da PNAISP, há um deficit de políticas públicas que sejam, de fato, efetivas na prática cotidiana da população carcerária e na prática clínica do enfermeiro. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Sistema penitenciário não é um processo estático e sim dinâmico. Envolve pessoas com cultura, valores, conhecimentos, vivências, experiências variadas. E cada pessoa chega ao presídio com uma realidade. Ora com patologias, ora sem. A pessoa que não chega com alguma patologia corre o risco de adquirir algum tipo de transtorno, seja mental ou físico, por tratar-se de um ambiente muitas vezes superlotado, com pouca ventilação, iluminação, restrito a atividades e até isolado. O serviço de saúde presente dentro da unidade prisional como vimos no decorrer do trabalho apresenta programas para atender o indivíduo de acordo com a sua necessidade. Seja um atendimento ou até mesmo o tratamento de uma situação crônica. Vale ressaltar que o ideal é que o preso seja atendido na própria unidade, pela equipe multiprofissional, mas caso seja necessário alguma intervenção que na unidade não possua recurso para realizar, este será encaminhado para outro serviço para que seja atendido em toda a sua totalidade. As ações e serviços de atenção à saúde devem contar com a participação de todos aqueles envolvidos no contexto, ou seja, presos, equipes multiprofissional, administradores, gestores, agentes, familiares, comunidade. 16 Vimos que o governo brasileiro tem buscado reformular as políticas para melhorar a atenção a população privada de liberdade. Os programas que antes eram destinados somente a população geral tem invadido aos poucos sistema prisional. E quando chega ao nosso conhecimento sobre as implantações que tem acorrido nos Estados, sabemos que existem agentes interessados em melhor o sistema. É sabido que a legislação não muda a realidade, tanto que ainda tem regiões que não veem importância no desenvolvimento deste trabalho. Não adianta possuir as ferramentas se não fazem uso delas. Ou seja, se existem programas, ações e serviços de saúde dentro das prisões para realizar atividades de baixa complexidade e referências locais para média e alta complexidade, mas não ocorre a alimentação do banco de dados referente aos atendimentos realizados, as patologias diagnosticadas. É o mesmo que dizer que não acontece trabalho em saúde, porque sabemos que os números de agravos existem, mas não são registrados. Ou se possui toda infraestrutura, mas os profissionais não são capacitados, não são acompanhados. Estes além de ser cuidadores também precisam ser cuidados. As ações e serviços de saúde estão presentes em leis, portarias, programas, em algumas penitenciárias. Mas para que o sistema penitenciário funcione como a sociedade e os colaboradores esperam é necessário que se tenha interesse em realizar as ações e serviços de saúde nesse sistema para apresentar bons resultados nos indicadores de saúde. REFERÊNCIAS 1 MINISTÉRIO DA SAÚDE. PORTARIA Nº 961, DE 22 DE MAIO DE 2019. 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