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Direito Processual Penal II 1 Parte

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Direito Processual Penal II. 
Professor Alvim
Prisões Cautelares
(art. 282 a 350 do CPP)
CONCEITO DE PRISÃO
É a privação da liberdade de locomoção do 
indivíduo em virtude de seu recolhimento ao 
cárcere, seja por flagrante delito, ou por 
ordem escrita e fundamentada do juiz 
competente, seja em face de transgressão 
militar ou crime propriamente militar.
Espécies de Prisão: 
Prisão Penal 
É aquela que resulta de sentença condenatória 
com trânsito em julgado, que impôs pena
privativa de liberdade.
No entanto, o STF alterou esse entendimento 
no HC n. 126.292. Assim, atualmente,
conforme decidido pelo STF, prisão penal é 
aquela que resulta de acórdão condenatório 
proferido por tribunal de segunda instância.
PRISÃO CAUTELAR
É aquela prisão decretada antes do trânsito 
em julgado de sentença penal condenatória,
com o objetivo de resguardar a sociedade 
(cautelaridade social) ou assegurar a eficácia 
das investigações ou do processo criminal 
(cautelaridade processual).
ESPECIES DE PRISÃO CAUTELAR
A doutrina aponta três espécies:
• Prisão em flagrante (há controvérsia acerca de sua 
natureza jurídica: cautelar ou medida precautelar);
• Prisão preventiva;
• Prisão temporária.
CPP, art. 283: Ninguém poderá ser preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da 
autoridade judiciária competente, em decorrência de 
sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso 
da investigação ou do processo, em virtude de prisão 
temporária ou prisão preventiva.
Prisão Flagrante
(art. 301 a 310)
PRISÃO EM FLAGRANTE
CONCEITO
A prisão em flagrante é uma medida de 
autodefesa social, caracterizada pela privação 
da liberdade de locomoção, independentemente 
de prévia autorização judicial, daquele que é 
flagrado durante o cometimento de um delito ou 
momentos depois.
• SUJEITOS DO FLAGRANTE
 Sujeito Ativo Obrigatório: Trata-se do flagrante 
da autoridade policial e seus agentes, que possuem o 
dever de efetuar a prisão em flagrante (dever de agir).
Em razão do dever de agir, ao prender alguém em situação 
de flagrância, procede-se acobertado pelo estrito 
cumprimento do dever legal.
 Sujeito Ativo Facultativo: É o flagrante feito por 
qualquer pessoa do povo, desde que ela não seja 
autoridade policial e seus agentes.
Não há obrigação, qualquer pessoa do povo pode efetuar 
uma prisão em flagrante. Caso o faça, não há 
responsabilidade penal, em razão de agir acobertado pelo 
exercício regular dedireito.
Sujeito Ativo
Flagrante Obrigatório ou Coercitivo
 Autoridade Policial e seus Agentes 
 Estrito Cumprimento Dever Legal
Flagrante Facultativo
• Qualquer do Povo
• Exercício regular do Direito 
Art. 301. CPP. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e 
seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em 
flagrante delito
Sujeito Passivo. Qualquer pessoa (Regra)
Exceções:
 MENORES DE 18 ANOS 
Menores de 12 anos (crianças) não podem sofrer privação 
da liberdade, devendo ser encaminhadas ao Conselho 
Tutelar. Maiores de 12 e menores de 18 anos (adolescentes) 
podem ser apreendidos, mas não presos (arts. 101, 105 e 
171 do ECA). 
 PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
NÃO ESTÁ SUJEITO À PRISÃO EM FLAGRANTE, pois só pode 
ser preso pela prática de crime comum após sentença 
condenatória, nos termos do art. 86, § 3° da Constituição. 
 JUÍZES E MEMBROS DO MP 
Só podem ser presos em flagrante pela prática de crime 
INAFIANÇÁVEL. 
 PARLAMENTARES DO CONGRESSO NACIONAL 
Só podem ser presos em flagrante de crime INAFIANÇÁVEL 
(art. 53, § 2° da CF/88). Aplica-se o mesmo aos Deputados 
Estaduais e Distritais (art. 27, § 1° da CF). 
 DIPLOMATAS ESTRANGEIROS E CHEFES DE ESTADOS 
ESTRANGEIROS 
Não podem ser presos em flagrante (art. 1°, I do CPP). 
 INFRATOR QUE ESPONTANEAMENTE SE APRESENTA 
Não pode ser preso em flagrante, pois a sua apresentação 
espontânea à autoridade impede a caracterização do 
flagrante (nos termos do art. 304 do CPP)
 Juizado Especial
Lei n. 9.099/95, art. 69, parágrafo único: Ao autor do fato que, após a 
lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir 
o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, 
nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá 
determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou 
local de convivência com a vítima. 
 Posse de Droga para consumo
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer 
consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes 
penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo
FASES DA PRISÃO EM FLAGRANTE
1 - Captura
Verifica-se, aqui, se o agente está em situação 
de flagrância, nos termos do art. 302 do CPP.
Quando houver resistência do agente, é possível 
o emprego da força, desde que o faça de maneira 
moderada, bem como seja utilizado apenas dos meios 
necessários.
CPP, art. 292: Se houver, ainda que por parte de 
terceiros, resistência à prisão em flagrante ou à 
determinada por autoridade competente, o executor e 
as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios 
necessários para defender-se ou para vencer a 
resistência, do que tudo se
lavrará auto (auto de resistência) subscrito também 
por duas testemunhas.
2 - Condução coercitiva
Após a prisão, a pessoa é conduzida de forma coercitiva. 
3 - Lavratura do auto de prisão em flagrante.
Lavrado o auto de prisão em flagrante, o indivíduo não será 
necessariamente recolhido à prisão, tendo em vista que poderá ser 
cabível a fiança:
CPP, art. 322: A autoridade policial (Delegado de Polícia) somente 
poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de 
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada 
pela Lei no12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, 
que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas..
4 - Recolhimento à prisão
Caso não seja concedida a fiança, haverá o recolhimento à 
prisão
Espécies Legais de Prisão em Flagrante.
Flagrante próprio/perfeito/real/verdadeiro
Previsão legal: Art. 302, I e II do CPP.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;
Ocorre quando o agente está COMETENDO (consumando – atos 
executórios) a infração
ou ACABOU DE COMETÊ-LA (delito consumado). Essa forma 
de flagrante deve ser realizada no locus delict.
Exemplo: do supermercado. Os atos executórios do furto 
começam apenas depois de ultrapassado o caixa. Antes disso, 
tratam-se de atos preparatórios. A prisão, nesse caso, é ilegal.
Flagrante impróprio/irreal/imperfeito/quase 
flagrante.
Previsão legal: Art. 302, III.
É perseguido, LOGO APÓS, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
Ocorre quando o agente, já tendo consumado o delito, ou em meio aos 
atos executórios, é interrompido por terceiros. Ao fugir, é perseguido e 
preso.
A perseguição deve ser ininterrupta (não pode sofrer solução de 
continuidade), não importando o tempo de sua duração. ‘Logo após’ é o 
tempo entre o acionamento da polícia e o seu comparecimento ao local do 
crime para obtenção de informações quanto ao agente.
Não se exige na perseguição o contato visual com o agente.
Condições de validade:
• Perseguição ininterrupta (art. 290, §1o, ‘a’ e ‘b’).
• após a pratica do crime.
Flagrante ficto/assimilado/presumido
Previsão legal: Art. 302, IV do CPP.
Art. 302 IV - é encontrado, LOGO DEPOIS, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração.
Espécies Doutrinarias de Prisão em 
Flagrante.
Flagrante preparado/provocado
Sinônimos de crime impossível: “crime oco”, “tentativa 
inidônea” e “quase crime”.
Caracteriza-se pelo induzimentoà prática do crime pelo 
agente provocador, que tomando as medidas necessárias, 
torna impossível a consumação do delito.
Crime impossível é aquele no qual o comportamento do 
agente não tem condições de gerar o resultado delituoso, 
quer por total inadequação dos meios empregados, quer 
por absoluta impropriedade do objeto material.
CP. Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia 
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, 
é impossível consumar-se o crime.
Dois requisitos:
• Indução à prática do crime pelo agente provocador 
(policial ou qualquer do povo);
• Adoção de precauções para que o delito não se 
consume.
Temos, aqui, uma hipótese de crime impossível, pela 
ineficácia do meio (tentativa inidônea). Por isso, não 
há possibilidade de prisão em flagrante. Em sendo 
feita a prisão, deverá ser relaxada, tendo em vista sua 
ilegalidade. Nesse sentido, a súmula 145 do STF:
STF Súmula 145 - não há crime, quando a 
preparação do flagrante pela polícia torna 
impossível a sua consumação.
• Ex: Suspeitando que a empregada doméstica 
esteja furtando objetos da residência, dona de 
casa deixa uma joia na mesa de centro da sala, 
ficando à espreita. No momento em que a 
empregada pega a joia, a dona de casa, 
auxiliada ou não por outras pessoas, a detém, 
prendendo-a em flagrante. Trata-se de prisão 
ilegal, já decorrente de flagrante preparado. 
Flagrante retardado/diferido/ação 
controlada.
Consiste no retardamento da intervenção 
do Estado para fins de colheita de 
provas.
Busca-se, aqui, a prisão do chefe de uma 
organização, ao invés de somente prisão 
de seus mandatários.
Previsto nos seguintes dispositivos:
 Art. 4º-B da Lei de Lavagem de 
Capitais
 Art. 53 da Lei de Drogas
 Art. 8º da Lei 12.850/13 (Organização 
Criminosa)
Art. 53. lei 11.343/06. Em qualquer fase da 
persecução criminal relativa aos crimes previstos 
nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em 
lei, mediante autorização judicial e ouvido o 
Ministério Público, os seguintes procedimentos 
investigatórios:.
II - a não-atuação policial sobre os portadores de 
drogas, seus precursores químicos ou outros 
produtos utilizados em sua produção, que se 
encontrem no território brasileiro, com a finalidade 
de identificar e responsabilizar maior número de 
integrantes de operações de tráfico e distribuição, 
sem prejuízo da ação penal cabível.
• Art. 8º Consiste a ação controlada em retardar a 
intervenção policial ou administrativa relativa à 
ação praticada por organização criminosa ou a 
ela vinculada, desde que mantida sob 
observação e acompanhamento para que a 
medida legal se concretize no momento mais 
eficaz à formação de provas e obtenção de 
informações.
• § 1º O retardamento da intervenção policial ou 
administrativa será previamente comunicado ao 
juiz competente que, se for o caso, estabelecerá 
os seus limites e comunicará ao Ministério 
Público.
Flagrante esperado
Não há agente provocador.
Há a espera da autoridade policial até o momento da 
prática do delito. A polícia sabe que um crime será 
praticado, então espera até o início de sua execução 
para prender o agente.
OBS: Venda simulada de drogas. Em relação ao 
verbo vender trata-se de flagrante preparado,
provocado. Porém, como o delito de tráfico de 
drogas é um crime de ação múltipla, nada impede
que o agente seja preso em flagrante por outro verbo 
núcleo, tal como ‘trazer consigo’, desde que a posse 
da droga seja preexistente.
FLAGRANTE NAS VÁRIAS ESPÉCIES 
DE CRIMES
 Crimes permanentes
É o crime cuja ação se prolonga no tempo, 
durante todo o período o agente continua 
dominado o fato, tendo o poder de cessar o ilícito.
Enquanto não cessar a permanência a pessoa pode 
ser presa em flagrante (art. 303, CPP).
CPP. Art. 303. Nas infrações permanentes, 
entende-se o agente em flagrante delito enquanto 
não cessar a permanência.
 Crimes de ação penal privada/ação 
penal pública condicionada à 
representação
É possível a prisão em flagrante, ficando a 
lavratura do APF condicionada à 
manifestação da vítima ou de seu 
representante legal.
O prazo para que a vítima manifeste seu 
interesse na persecução penal seria de 24 
horas, após a prática delituosa. Utiliza-se 
como fundamento o prazo que a autoridade 
policial tem para lavrar o auto de prisão em 
flagrante.
 Crimes formais
É o crime de consumação antecipada, onde 
não se exige o resultado.
Exemplo: Concussão (Art. 316 do CP), onde o 
recebimento indevido da vantagem é mero 
exaurimento.
A prisão em flagrante é possível, mas deve ser 
feita no momento da consumação (exigência 
da vantagem indevida) e não no momento do 
exaurimento do delito (recebimento da
vantagem)..
 Crime continuado
É um benefício para o agente que pratica 
uma série de crimes nas mesmas 
situações.
Na continuidade delitiva cabe flagrante 
em cada crime ISOLADAMENTE, por 
isso é chamado de flagrante fracionado.
• Art. 304 §2o A falta de testemunhas da 
infração não impedirá o auto de prisão em 
flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, 
deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas 
que hajam testemunhado a apresentação do 
preso à autoridade.
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde 
se encontre serão comunicados imediatamente ao 
juiz competente, ao Ministério Público e à família do 
preso ou à pessoa por ele indicada.
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a 
realização da prisão, será encaminhado ao juiz 
competente o auto de prisão em flagrante e, caso o 
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia 
integral para a Defensoria Pública.
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, 
mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela 
autoridade, com o motivo da prisão, o nome do 
condutor e os das testemunhas.
Providências da
Autoridade Policial
(306,cpp)
Imediatamente
(306,Caput)
Em ate 24 horas
(306, §1º e 2º)
Encaminhar copia integral 
do APF ao Juiz
Encaminhar copia integral 
do APF a Defensoria.(Não 
tiver advogado)
Entregar nota de culpa ao 
preso.
• Assinada pela autoridade
• Nome do condutor
• Nomes das testemunhas
Comunicar ao Juiz
Comunicar ao MP
Comunicar a família do 
preso ou pessoa por ele 
indicada
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz 
deverá fundamentadamente:
I - relaxar a prisão ilegal; ou
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando 
presentes os requisitos constantes do art. 312 deste 
Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; ou
III - conceder liberdade provisória, com ou sem 
fiança.
Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão 
em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições 
constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código 
Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento 
a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art312...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
Providências do Juiz
(art. 310. CPP)
Ilegal
Legal 
Converter em Prisão
Prisão Preventiva 
Conceder Liberdade 
Provisória com fiança
Conceder Liberdade 
Provisória semfiança
Relaxar Prisão 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente 
praticou o fato em qualquer das condições constantes dos incisos I, II ou 
III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a 
todos os atos processuais, sob pena de revogação.
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra 
organização criminosa armada ou milícia, ou que porta arma de fogo de 
uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem medidas 
cautelares.
§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivaçãoidônea, à não 
realização da audiência de custódia no prazo estabelecido no caput deste 
artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela omissão. (
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo 
estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de 
custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, 
a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade 
de imediata decretação de prisão preventiva.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
 AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA (AUDIÊNCIA DE 
APRESENTAÇÃO)
Conceito Trata-se da realização de uma audiência sem 
demora após a prisão, permitindo o contato imediato do 
preso com o juiz, com um Defensor (público, dativo ou 
constituído) e com o Ministério Público.
Costuma-se dizer que a audiência de custódia só seria 
necessária nos casos de prisão em flagrante. Porém, o art. 
13 da Resolução n. 213 do CNJ deixa claro que a 
audiência de custódia também deve ser feita em outros 
casos, quais sejam: prisão cautelar ou prisão definitiva.
 Finalidades
As finalidades principais da audiência de custódia são:
• Verificar eventuais maus-tratos.
• Conferir mais elementos para a convalidação judicial do 
flagrante (restrita aos casos de prisão em flagrante).
 Fundamento convencional
A audiência de custódia não está prevista de 
maneira expressa no CPP, o PL 554/11 visa incluir.
Há na Convenção Americana de Direitos Humanos 
dispositivo expresso quanto à audiência de custódia, 
vejamos:
CADH, art. 7º, § 5º: Toda pessoa detida ou retida 
deve ser conduzida, sem demora, à presença de um 
juiz ou outra autoridade autorizada pela lei a exercer 
funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro de 
um prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem 
prejuízo de que prossiga o processo. Sua liberdade 
pode ser condicionada a garantias que assegurem o 
seu comparecimento em juízo.
CONCEITO DE PRISÃO PREVENTIVA
Cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada 
pela autoridade judiciária competente, mediante 
representação da autoridade policial ou 
requerimento do Ministério Público, do querelante 
ou do assistente, em qualquer fase das investigações 
ou do processo sempre que estiverem preenchidos 
os requisitos legais (CPP, art. 313) e ocorrerem os 
motivos autorizadores listados no art. 312 do CPP, e 
desde que se revelem inadequadas ou insuficientes 
as medidas cautelares diversas da prisão (CPP, art. 
319).
• Possui natureza cautelar, uma vez que visa a 
tutela da sociedade, da investigação criminal e 
garantir a aplicação da pena. 
• Por se tratar de medida cautelar, pressupõe a 
coexistência do 
fumus bonis iuris (ou fumus comissi delicti) e 
do periculum in mora (ou periculum libertatis). 
 Como repercute na esfera da liberdade do acusado, que 
constitui direito e garantia fundamental do cidadão, a 
possibilidade de decretação da prisão preventiva 
encontra embasamento também no artigo 5º, 
especificamente no inciso LXI, da Constituição Federal, 
que permite a prisão provisória, antes do trânsito em 
julgado da sentença condenatória, desde que precedida 
de ordem escrita e fundamentada da autoridade 
judiciária competente. Em síntese, somente é possível 
decretar a prisão preventiva 
 “por ordem escrita e fundamentada da autoridade 
judiciária competente 
• Art. 5º LXI - ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, 
definidos em lei
LEGITIMAÇÃO 
Diante do que dispõe o art. 5º, LXI, CF/88, no 
sentido de que ninguém será preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos 
em lei, resta claro que a prisão preventiva 
somente pode ser decretada por ordem judicial. 
Nesse caso, o Magistrado decreta, durante a 
investigação criminal ou ação penal, a prisão 
preventiva, que deve ser cumprida mediante a 
expedição do respectivo mandado. A prisão 
preventiva pode ser decretada em qualquer fase 
da investigação policial ou do processo penal. 
Art. 311. 
Em qualquer fase da investigação policial ou 
do processo penal, caberá a prisão preventiva 
decretada pelo juiz, a requerimento do 
Ministério Público, do querelante ou do 
assistente, ou por representação da 
autoridade policial. 
PRESSUPOSTOS 
• Como toda e qualquer medida cautelar, a 
prisão preventiva também está condicionada à 
presença concomitante do fumus boni iuris, 
aqui denominado de fumus comissi delicti, e 
do periculum in mora (periculum libertatis).
Fumus comissi delicti
• O fumus comissi delicti, indispensável para a 
decretação da prisão preventiva, vem previsto na 
parte final do art. 312 do CPP: prova da existência 
do crime e indício suficiente de autoria. É 
indispensável, portanto, que o juiz verifique que a 
conduta supostamente praticada pelo agente é 
típica, ilícita e culpável, apontando as provas em 
que se apoia sua convicção.
Periculum libertatis
O periculum libertatis, indispensável para a 
segregação preventiva, está consubstanciado em 
um dos fundamentos do art. 312 do CPP:
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser 
decretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a aplicação 
da lei penal, quando houver prova da existência 
do crime e indício suficiente de autoria e de 
perigo gerado pelo estado de liberdade do 
imputado
Para que a prisão preventiva seja decretada, não é 
necessária a presença concomitante de todos esses 
fundamentos. Basta a presença de um único destes 
para que o decreto prisional seja expedido. 
Logicamente, caso esteja presente mais de um 
fundamento (v.g., garantia da ordem pública e 
conveniência da instrução criminal), deve o 
magistrado fazer menção a cada um deles por 
ocasião da fundamentação da decisão, conferindo 
ainda mais legitimidade à determinação judicial. 
Assim o fazendo, na eventualidade de impetração de 
habeas corpus, ainda que o juízo ad quem reconheça 
a inexistência de um dos fundamentos, a prisão 
preventiva poderá ser mantida.
a) Garantia da ordem pública
 A expressão “garantia da ordem pública” é extremamente 
vaga e indeterminada, gerando controvérsias na doutrina 
e na jurisprudência quanto ao seu real significado.
 entende-se garantia da ordem pública como risco 
considerável de reiteração de ações delituosas por parte 
do acusado, caso permaneça em liberdade, seja porque 
se trata de pessoa propensa à prática delituosa, seja 
porque, se solto, teria os mesmos estímulos relacionados 
com o delito cometido, inclusive pela possibilidade de 
voltar ao convívio com os parceiros do crime. 
 Acertadamente, essa corrente, que é a majoritária, 
sustenta que a prisão preventiva poderá ser decretada 
com o objetivo de resguardar a sociedade da reiteração 
de crimes em virtude da periculosidade do agente.
 Compreendendo-se garantia da ordem pública como 
expressão sinônima de periculosidade do agente, não 
é possível a decretação da prisão preventiva em 
virtude da gravidade em abstrato do delito, 
porquanto a gravidade da infração pela sua natureza, 
de per si, é uma circunstância inerente ao delito. 
Assim, a simples assertiva de que se trata de autor de 
crime de homicídio cometido mediante disparo de 
arma de fogo não é suficiente, por si só, para justificar 
a custódia cautelar.
 Também não será possível a decretação da prisão 
preventiva em virtude da repercussão da infração ou 
do clamor social provocado pelo crime, isoladamente 
considerados. Tais argumentos, de per si, não são 
justificativas para a tutela penal cautelar.
Nessas hipóteses de clamor público e repercussão social do fato delituoso, 
não se vislumbra periculum Ubertatis,eis que a prisão preventiva não seria 
decretada em virtude da necessidade do processo, mas simplesmente em 
virtude da gravidade abstrata do delito, satisfazendo aos anseios da 
população e da mídia.
Não por outro motivo, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que não 
constituem fundamentos idôneos, por si sós, à prisão preventiva:
a) o chamado clamor público provocado pelo fato atribuído ao réu, 
mormente quando confundido, como é freqüente, com a sua repercussão 
nos veículos de comunicação de massa;
b) a consideração de que, interrogado, o acusado não haja demonstrado 
interesse em colaborar com a Justiça; ao indiciado não cabe o ônus de 
cooperar de qualquer modo com a apuração dos fatos que o possam 
incriminar - que é todo dos organismos estatais da repressão penal;
c) a afirmação a ser o acusado capaz de interferir nas provas e influir em 
testemunhas, quando despida de qualquer base empírica;
d) o subtrair-se o acusado, escondendo-se, ao cumprimento de decreto 
anterior ilegal de prisão processual
b) Garantia de ordem econômica 
• Nesse caso, visa-se, com a decretação da prisão 
preventiva, impedir que o agente, causador de 
seriíssimo abalo à situação econômico-financeira de 
uma instituição financeira ou mesmo de órgão do 
Estado, permaneça em liberdade, demonstrando à 
sociedade a impunidade reinante nessa área. 
• Equipara-se o criminoso do colarinho branco aos 
demais delinquentes comuns, na medida em que o 
desfalque em uma instituição financeira pode gerar 
maior repercussão na vida das pessoas, do que um 
simples roubo contra um indivíduo qualquer.
Esses crimes que atentam contra a ordem econômica 
estão previstos na Lei n° 1.521/51 (crimes contra a 
economia popular), Lei n° 7.134/83 (crimes de aplicação 
ilegal de créditos, financiamentos e incentivos fiscais), Lei 
n° 7.492/86 (crimes contra o sistema financeiro nacional), 
Lei n° 8.078/90 (crimes previstos no Código de Defesa do 
Consumidor), Lei n° 8.137/90 (crimes contra a ordem 
tributária, econômica e contra as relações de consumo), 
Lei n° 8.176/91 (crimes contra a ordem econômica), Lei n°
9.279/96 (crimes em matéria de propriedade industrial) e 
Lei n° 9.613/98 (crimes de lavagem de capitais).
c) Conveniência da instrução criminal 
É empregada quando houver risco efetivo para a instrução 
criminal e não meras suspeitas ou presunções. Ou seja, simples 
receio ou medo da vítima ou testemunha em relação ao 
acusado, não autoriza o decreto da prisão preventiva. 
Não cabe prisão preventiva com fundamento na conveniência 
da instrução criminal quando se pretende interrogar ou 
compelir o acusado a participar de algum ato probatório 
(acareação, reconstituição ou reconhecimento), sobretudo pela 
violação ao direito ao silêncio. 
Se a prisão preventiva foi decretada exclusivamente com base 
na conveniência da instrução criminal, uma vez encerrada a 
instrução, não há mais motivo para subsistir o decreto, 
impondo-se, então, a revogação, conforme se infere dos arts. 
316 e 282, § 5º, ambos do CPP. Do contrário, passa a preventiva 
a se constituir uma forma de execução antecipada de pena, 
configurando constrangimento ilegal 
d) Garantia da aplicação da lei penal 
Significa assegurar a finalidade útil do processo penal, que é proporcionar 
ao Estado o exercício do seu direito de punir, aplicando a sanção devida a 
quem é considerado autor da infração penal. 
É a prisão para evitar que o agente empreenda fuga, tornando inútil a 
sentença penal por impossibilidade de aplicação da pena cominada. 
Todavia, o risco de fuga não pode ser presumido. Tem de estar fundado 
em circunstâncias concretas. Logo, não havendo nenhum elemento 
concreto, mas mera suspeita de fuga, não há motivo suficiente para o 
decreto da prisão preventiva. 
O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, também já teve a oportunidade 
de asseverar que a mera evasão do distrito da culpa - seja para evitar a 
configuração do estado de flagrância, seja, ainda, para questionar a 
legalidade e/ou validade da própria decisão de custódia cautelar – não 
basta, só por si, para justificar a decretação ou manutenção da medida 
excepcional de privação da liberdade do indiciado ou do réu.320
Descumprimento de obrigações impostas 
por força de outras medidas cautelares 
§ 1º A prisão preventiva também poderá ser 
decretada em caso de descumprimento de 
qualquer das obrigações impostas por força de 
outras medidas cautelares (art. 282, § 4o).
§ 2º A decisão que decretar a prisão preventiva 
deve ser motivada e fundamentada em receio de 
perigo e existência concreta de fatos novos ou 
contemporâneos que justifiquem a aplicação da 
medida adotada
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm#art282.
CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA 
PRISÃO PREVENTIVA – Art. 313 
• Não se mostra suficiente a presença de um 
dos fundamentos da prisão preventiva, 
devendo, além disso, ser decretada somente 
em determinadas espécies de infração penal 
ou sob certas circunstâncias. Trata-se das 
condições de admissibilidade previstas no 
artigo 313 do CPP. 
A) NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM PENA 
PRIVATIVA DE LIBERDADE MÁXIMA SUPERIOR 
A 4 (QUATRO) ANOS 
A) NOS CRIMES DOLOSOS PUNIDOS COM PENA PRIVATIVA DE 
LIBERDADE MÁXIMA SUPERIOR A 4 (QUATRO) ANOS: 
Nos termos desse inciso, somente é cabível a prisão preventiva para os 
crimes dolosos com pena máxima, privativa de liberdade, superior a 
quatro anos. 
O limite de 04 anos tem a sua razão de ser, porquanto, se condenado 
definitivamente, o agente poderá, se preenchidos os requisitos do artigo 
44 do Código Penal, ter substituída sua pena privativa de liberdade em 
restritiva de direitos. Nesse sentido, se condenado o agente não irá, a 
princípio, para prisão, com muito mais razão não poderá ser mantido 
preso quando incide a seu favor a presunção da inocência. 
Além disso, se condenado a pena não superior a 04 anos, o agente poderá 
cumprir a pena privativa de liberdade em regime aberto, podendo sair 
para trabalhar durante o dia e retornar ao cárcere à noite. 
B) SE O RÉU OSTENTAR CONDENAÇÃO ANTERIOR 
DEFINITIVA POR OUTRO CRIME DOLOSO NO PRAZO 
DE 05 ANOS DA REINCIDÊNCIA 
 Trata-se da hipótese do réu reincidente em crime 
doloso. Nesse sentido, ainda que se trate de crime com 
pena máxima não superior a quatro anos, poderá ser 
decretada a prisão preventiva se o réu for reincidente 
em crime doloso, desde que presente um dos 
fundamentos do art. 312 do CPP. 
 Convém ressaltar que, se for reincidente, mas não em 
crime doloso (registra contra si sentença condenatória 
transitada em julgado por crime culposo e depois 
pratica crime doloso), somente será possível decretar a 
prisão preventiva se a pena máxima cominada ao 
delito superar 04 (quatro) anos, se previsto um dos 
fundamentos do artigo 312 do CPP. 
C) SE O CRIME ENVOLVER VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR 
CONTRA A MULHER, CRIANÇA, ADOLESCENTE, IDOSO, 
ENFERMO OU PESSOA COM DEFICIÊNCIA, PARA GARANTIR A 
EXECUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA 
Por fim, cabe preventiva se o crime envolver violência doméstica e 
familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou 
pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas 
protetivas de urgência. 
Além das medidas protetivas previstas na Lei 11.340/2006 (Lei Maria 
da Penha), a nova redação do artigo 313 do CPP incluiu os casos de 
violência doméstica, não só em relação à mulher, mas à criança, 
adolescente, idoso, enfermo ou qualquer pessoa com deficiência. 
Essas medidas protetivas estão previstas no art. 22 da Lei 11.340/2006 
(Lei Maria da Penha), arts. 43 a 45 do Estatuto do Idoso (Lei 
10.741/2003), e arts. 98 a 101 do ECA (Lei 8069/90). 
Convém registrar que, neste caso, a prisão preventiva será decretada 
apenas para garantir a execução das medidas protetivas de urgência, 
indicando, assim, a necessidade de imposição anterior das cautelares 
protetivas de urgência. 
Dúvida sobre a identidade civil da pessoa 
ou não fornecimento de elementos 
suficientes para seu esclarecimento• § 1º Também será admitida a prisão 
preventiva quando houver dúvida sobre a 
identidade civil da pessoa ou quando esta não 
fornecer elementos suficientes para esclarecê-
la, devendo o preso ser colocado 
imediatamente em liberdade após a 
identificação, salvo se outra hipótese 
recomendar a manutenção da medida
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão preventiva 
com a finalidade de antecipação de cumprimento de 
pena ou como decorrência imediata de investigação 
criminal ou da apresentação ou recebimento de 
denúncia.
Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será 
decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos 
autos ter o agente praticado o fato nas condições 
previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código 
Penal.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
• Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das 
partes, revogar a prisão preventiva se, no correr 
da investigação ou do processo, verificar a falta 
de motivo para que ela subsista, bem como 
novamente decretá-la, se sobrevierem razões que 
a justifiquem.
• Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, 
deverá o órgão emissor da decisão revisar a 
necessidade de sua manutenção a cada 90 
(noventa) dias, mediante decisão fundamentada, 
de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.
PRISÃO TEMPORÁRIA: 
Lei 7960/89. 
CONCEITO DE PRISÃO TEMPORÁRIA
Cuida-se de espécie de prisão cautelar decretada pela 
autoridade judiciária competente durante a fase preliminar de 
investigações, com prazo preestabelecido de duração, quando a 
privação da liberdade de locomoção do indivíduo for 
indispensável para a obtenção de elementos de informação 
quanto à autoria e materialidade das infrações penais 
mencionadas no art. 1º, inciso III, da Lei n° 7.960/89, assim 
como em relação aos crimes hediondos e equiparados (Lei n°
8.072/90, art. 2o, § 4º), viabilizando a instauração da persecutio
criminis in judicio. Como espécie de medida cautelar, visa 
assegurar a eficácia das investigações - tutela-meio -, para, em 
momento posterior, fornecer elementos informativos capazes 
de justificar o oferecimento de uma denúncia, fornecendo justa 
causa para a instauração de um processo penal, e, enfim, 
garantir eventual sentença condenatória - tutela-fim.
REQUISITOS
Art. 1° Caberá prisão temporária:
 I - quando imprescindível para as 
investigações do inquérito policial;
 II - quando o indicado não tiver residência fixa 
ou não fornecer elementos necessários ao 
esclarecimento de sua identidade;
 III - quando houver fundadas razões, de 
acordo com qualquer prova admitida na 
legislação penal, de autoria ou participação 
do indiciado nos seguintes crimes:
De acordo com a doutrina majoritária, com o objetivo de 
consertar a falta de técnica do legislador, somente é possível 
decretar a prisão temporária quando houver fundadas razões 
de autoria ou participação do indiciado nos crimes listados 
no inciso III do art. 1º, associada à imprescindibilidade da 
segregação cautelar para a investigação policial ou à situação 
de ausência de residência certa ou identidade incontroversa. 
Tendo em conta tratar-se a prisão
temporária de espécie de prisão cautelar, conjugam-se, 
assim, seus pressupostos:
1) fumus comissi delicti, previsto no inciso III;
2) periculum libertatis, previsto no inciso I ou no inciso II
Da imprescindibilidade da prisão 
temporária para as investigações
• Acerca do primeiro requisito caracterizador do periculum libertatis
(inciso I do art. Io da Lei n° 7.960/B9), é indispensável a existência 
de prévia investigação (não necessariamente de um inquérito 
policial), apresentando-se a privação cautelar da liberdade de 
locomoção do indivíduo como recurso indispensável para para a 
colheita de elementos de informação quanto à autoria e 
materialidade da conduta delituosa.
• Deve a autoridade requerente demonstrar ao juiz o que faz ser 
considerado “imprescindível ” o encarceramento do suspeito para 
elucidar o fato delituoso, como, por exemplo, a ocultação de 
provas, o aliciamento ou a ameaça às testemunhas, a 
impossibilidade de se proceder ao reconhecimento do acusado por 
se encontrar em local incerto, etc
Ausência de residência fixa e não fornecimento de elementos 
necessários ao esclarecimento da identidade do indiciado
Não ter residência fixa tem sido entendido pela doutrina como sendo a 
ausência total de um endereço onde possa o indiciado ser localizado.
De fato, alguém pode perambular sempre pelas mesmas ruas de uma 
cidade, em um estado de total miserabilidade, sem que isso importe em 
presunção de fuga. Daí ter concluído a Suprema Corte ser ilegal a 
decretação de prisão cautelar pelo simples fato de o agente não possuir 
residência fixa, decorrente de sua condição de morador de rua.
A custódia cautelar sob o argumento de que se destina a conhecer a 
identidade do indiciado só pode ser aceitável, portanto, no caso de fracasso 
das diligências policiais que devem ocorrer previamente e, mesmo assim, o 
tempo limite de cárcere temporário deve ser o estritamente necessário para 
submeter o indivíduo à identificação criminal, sem que seja necessário 
cumprir todo o prazo previsto na lei.
Fundadas razões de autoria ou participação do indiciado nos 
crimes listados no inciso III do art. Io da Lei n° 7.960/89 e no 
art. 2º, § 4º, da Lei n° 8.072/90
Prisão temporária decretada em relação a crime que não esteja 
previsto no rol do inciso III do art. 1º, da Lei n° 7.960/89, bem 
como no tocante a crimes hediondos e equiparados (art. 2º , § 4º 
, da Lei n° 8.072/90), é completamente ilegal, devendo ser 
objeto de relaxamento. Assim, será ilegal, por exemplo, a prisão 
temporária por homicídio culposo, estelionato, apropriação 
indébita, etc.
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);
b) sequestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°);
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°);
e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°);
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e 
parágrafo único);
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e sua combinação com o art. 
223, caput, e parágrafo único);
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e 
parágrafo único);
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°);
j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal 
qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285);
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal;
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n. 2.889, de 1° de outubro de 1956), 
em qualquer de sua formas típicas;
n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n. 6.368, de 21 de outubro de 1976);
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n. 7.492, de 16 de junho de 1986).
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2o): 
atente-se para o fato de que o homicídio 
qualificado (CP, art. 121, § 2o, I, II, III, IV, V, VI e VII), 
e o homicídio simples, quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, são 
considerados hediondos (Lei n° 8.072/90, art. 1º, I, 
com redação determinada pela Lei n° 13.104/15), 
daí por que, em relação a tais delitos, 
a prisão temporária poderá ser decretada pelo 
prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual 
período em caso de extrema e comprovada 
necessidadeº
c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ Io, 2o e 3o): com vigência em data de 24 
de abril de 2018, a Lei n. 13.654/18 uma nova causa de aumento de pena ao 
crime de roubo. De acordo com o art. 157, §2°-A, “a pena aumenta-se de 2/3 
(dois terços); I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de 
fogo; II - se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego 
de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum. A despeito da 
criação dessa nova majorante para o crime de roubo,a Lei dos Crimes 
Hediondos e a Lei da Prisão Temporária não foram alteradas a fim de se nelas 
fazer inserir expressamente o art. 157, §2°-A, do CP, do que se poderia concluir 
que a prisão temporária não seria cabível em relação a tal delito. Com a devida 
vênia, esse raciocínio não nos parece ser o mais acertado. A Lei n° 13.654/18 
não criou um delito autônomo. 
Na verdade, o §2°-A do art. 157 do CP funciona apenas como um 
desdobramento do tipo do crime de roubo, uma vez que o legislador apenas 
definiu um modus operandi do referido delito. Deveras, é pressuposto para o 
reconhecimento do roubo circunstanciado do §2°-A a prática da ação prevista 
no caput do art. 157 do CP, razão pela qual não é possível dissociar o crime 
majorado das circunstâncias a serem sopesadas na figura típica do art. 157. 
Logo, se a modalidade simples de roubo prevista no caput do art. 157 admite a 
decretação da prisão temporária, seria absurdo concluirmos que referida 
espécie de prisão cautelar não seria cabível em relação à figura circunstanciada 
do §2°-A;
d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ Io e 2o): por força 
da Lei n° 11.923/09, foi acrescido o § 3o ao art. 158 do 
Código Penal, para tipificar o denominado seqüestro
relâmpago (“Se o crime é cometido mediante a restrição 
da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para 
a obtenção da vantagem econômica, a pena é de 
reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se 
resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as 
penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, 
respectivamente”). Com base nos mesmos argumentos 
acima expostos em relação ao §2°-A do art. 157 do CP, 
reputamos que a prisão temporária também é cabível em 
relação ao crime do art. 158, §3°, do CP;
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 
223, caput, e parágrafo único):
o art. 223, caput, e parágrafo único, do Código Penal, 
foram revogados pela Lei n° 12.015/09. Quanto à nova 
figura delituosa do estupro de vulnerável, prevista no art. 
217-A do CP, certo é que o legislador não teve o cuidado 
de fazer inserir o referido delito no rol do art. Io, inciso III, 
da Lei n° 7.960/89. Não obstante, a partir do momento 
em que a Lei n° 12.015/09 inseriu o crime de estupro de 
vulnerável (art. 217-A) no rol dos crimes hediondos (Lei 
n° 8.072/90, art. Io, inciso VI), admitir-se-á a prisão 
temporária com fundamento no art. 2o, § 4o, da Lei n°
8.072/90;
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e 
sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo 
único): o art. 214 do Código Penal foi revogado pela 
Lei n° 12.015/09. Isso, no entanto, não significa 
dizer que teria havido abolitio criminis, já que 
houve continuidade norma- tivo-típica. Referida 
conduta delituosa, consubstanciada no 
constrangimento de alguém, mediante violência ou 
grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se 
pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal, 
simplesmente migrou do revogado art. 214 para o 
atual art. 213 do CP;
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 
223, caput, e parágrafo único):
o crime de rapto (art. 219) foi eliminado do Código Penal 
pela Lei n° 11.106/05. No entanto, não se pode falar em 
abolitio criminis, pois não houve descriminalização total 
da conduta 
(princípio da continuidade normativo-típica), na medida 
em que o art. 148, § Io, V, do Código Penal, acabou 
absorvendo a figura típica do antigo art. 219. Assim, 
como o crime de seqüestro ou cárcere privado (art. Io, 
inciso III, alínea “b”) comporta prisão temporária, esta 
ainda pode ser decretada em relação a tal delito;409
DO PROCEDIMENTO
A prisão temporária será decretada pelo juiz, em face da 
representação da autoridade policial ou de requerimento do 
Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por 
igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. 
Quando houver representação da autoridade policial, deve o 
Ministério Público ser obrigatoriamente ouvido, a fim de que se 
manifeste quanto à presença dos pressupostos indispensáveis à 
privação cautelar da liberdade-fumus comissi delicti (inciso III do art. 
Io) epericulum libertatis (inciso I ou II do art. Io).
Na hipótese de uma prisão temporária ser decretada de ofício, ou 
diante de mera representação policial, sem a obrigatória e prévia 
manifestação do Ministério Público, ter-se-á manifesto 
constrangimento ilegal, leitura do art. 2o, caput, da Lei n° 7.960/89, 
depreende-se que a prisão temporária não pode ser decretada de 
ofício pelo juiz. 
Prazo
Diversamente da prisão preventiva, que não possui prazo 
predefinido, o prazo de duração da prisão temporária é de, no 
máximo, 5 (cinco) dias, prorrogável uma única vez por igual 
período, em caso de extrema e comprovada necessidade. De 
acordo com o art. 2o, § 4o, da Lei n° 8.072/90, esse prazo é de, 
no máximo, 30 dias, prorrogável por igual período em caso de 
extrema e comprovada necessidade, no caso de crimes 
hediondos, tortura, tráfico de drogas e terrorismo.
Essa prorrogação do prazo da prisão temporária não é 
automática, devendo sua imprescindibilidade ser comprovada 
com base em elementos colhidos enquanto o acusado estava 
preso. Na verdade, apenas diligências novas, diversas daquelas 
inicialmente pensadas pela autoridade policial, podem 
efetivamente autorizar a prorrogação do prazo da prisão 
temporária
Decorrido o prazo da prisão temporária, o preso 
deverá ser colocado imediatamente em 
liberdade, sem necessidade de expedição de 
alvará de soltura, salvo se houver prorrogação 
da temporária ou se tiver sido decretada sua 
prisão preventiva 
Relembre-se que a prisão temporária não pode 
ser decretada ou mantida após o recebimento 
da peça acusatória 
• Além dos direitos e garantias constitucionais 
atinentes a toda e qualquer prisão cautelar, 
tópico abordado anteriormente, dispõe o art. 
3o, caput, da Lei n° 7.960/89, que os presos 
temporários deverão permanecer, 
obrigatoriamente, separados dos demais 
detentos
 a prisão temporária não é admissível em contravenções penais, 
nem tampouco em crimes culposos;
 Só existe no inquérito policial. 
 O juiz não pode decretar de ofício. 
 Prazo determinado: 5 dias prorrogáveis por mais 5 dias, ou 30 
dias prorrogáveis por mais 30 dias (crime hediondo ou 
assemelhado). A prorrogação só em casos de extrema e 
comprovada necessidade. 
 O juiz não pode prorrogar de oficio. 
 O juiz não pode decretar a prisão com sua prorrogação desde 
logo. 
 Quando vence o prazo da temporária, a pessoa é solta sem 
necessidade de alvará de soltura. 
 Antes do termino do prazo, há necessidade de alvará de soltura. 
 Se o juiz decretar a prisão preventiva após a prisão temporária, 
haverá nova contagem do prazo para encerramento do inquérito 
policial. 
Não
Prisão em Flagrante 
(Artigo 301/310 do CPP) 
Prisão Preventiva 
(artigo 311/316 do CPP )
Prisão Temporária
Lei 7.960/89 
ILEGAL 
LEGAL 
DESNECESSARIA
ILEGAL 
LEGAL 
DESNECESSARIA
ILEGAL 
LEGAL 
DESNECESSARIA
Cabe relaxamento de prisão
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e 
art. 5º, LXV da CF/88 
Cabe relaxamento de prisão
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 
5º, LXV da CF/88 
Cabe relaxamento de prisão
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 
5º, LXV da CF/88 
Liberdade Provisória 
Revogação de prisão 
preventiva 
BASE LEGAL: art. 316 do CPP 
Revogação de 
prisão temporária
Base Legal: art. 5º, LXV, da 
CF/88 
Liberdade Provisória 
base no art. 310, inciso III, do 
CPP, art. 321 do CPP, e art. 5º, 
LXVI, da CF
profedivaldoalvim
QUESTÃO 4 – XX EXAME PROVA REAPLICADA EM PORTO VELHO/RO (por conta 
da falta de luz no dia da prova geral da 2ª fase) 
Maria, primária e com bons antecedentes, trabalha há vários anos dirigindo uma 
van de transporte de crianças. Certo dia, após mudar o itinerário sempre 
observado, resolve fazer compras em um supermercado, onde permaneceu por 
duas horas, esquecendo de entregar uma das crianças de 03 anos na residência da 
mesma.Ao retornar ao veículo, encontra a criança desfalecida e, desesperada, 
leva-a ao hospital, não conseguindo, porém, evitar o óbito. Acabou denunciada e 
condenada pela prática do injusto do Art. 133, § 2º, do Código Penal (abandono de 
incapaz com resultado morte) à pena de 04 anos de reclusão em regime aberto. 
Apesar de ter respondido ao processo em liberdade, não foi permitido à Maria 
apelar em liberdade, fundamentando o juiz a ordem de prisão na grande comoção 
social que o fato causou. A família dispensou o advogado anterior e o(a) procurou 
para que assumisse a defesa de Maria. Considerando apenas as informações 
narradas na situação hipotética, responda aos itens a seguir. 
A) Qual a tese de direito material a ser alegada em eventual recurso defensivo 
para evitar a punição de Maria pelo crime pelo qual foi denunciada? Justifique. 
(Valor: 0,65) 
B) Qual a medida que deve ser adotada na busca da liberdade imediata de Maria e 
com qual fundamento? Justifique. (Valor: 0,60) Obs.: o examinando deve 
fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
• A. A tese a ser alegada é que Maria deve ser absolvida 
ou ter sua conduta desclassificada para o crime de 
homicídio culposo (0,30), pois o abandono decorreu de 
culpa e não de dolo (0,35). 0,65 
• B. O advogado deveria impetrar habeas corpus (0,25), 
alegando que não houve alteração fática a justificar o 
decreto prisional OU que a comoção social não é 
motivação idônea, OU porque com a aplicação do 
regime aberto, a medida cautelar acabaria sendo mais 
gravoso que a definitiva (0,35). 0,60 
QUESTÃO 03 - VI OAB 
Caio, Mévio, Tício e José, após se conhecerem em um evento 
esportivo de sua cidade, resolveram praticar um estelionato em 
detrimento de um senhor idoso. Logrando êxito em sua 
empreitada criminosa, os quatro dividiram os lucros e continuaram 
a vida normal. Ao longo da investigação policial, apurou-se a 
autoria do delito por meio dos depoimentos de diversas 
testemunhas que presenciaram a fraude. Em decorrência de tal 
informação, o promotor de justiça denunciou Caio, Mévio, Tício e 
José, alegando se tratar de uma quadrilha de estelionatários, tendo 
requerido a decretação da prisão temporária dos denunciados. 
Recebida a denúncia, a prisão temporária foi deferida pelo juízo 
competente. 
Com base no relatado acima, responda aos itens a seguir, 
empregando os argumentos jurídicos apropriados e a 
fundamentação legal pertinente ao caso. 
a) Qual(is) o(s) meio(s) de se impugnar tal decisão e a quem 
deverá(ão) ser endereçado(s)? (Valor: 0,6) 
b) Quais fundamentos deverão ser alegados? (Valor: 0,65) 
Distribuição dos Pontos Item 
a) Relaxamento da prisão (0,3), endereçado ao juiz de 
direito estadual (0,3) OU habeas corpus (0,3), 
endereçado ao Tribunal de Justiça estadual (0,3). 0,6 
b1) Ilegalidade da prisão, pois não há formação de 
quadrilha quando a reunião se deu para a prática de 
apenas um delito. (0,25) Não se poderia decretar a prisão 
temporária, pois estelionato não está previsto no artigo 
1º, III, da Lei 7.960/89. (0,2) 0,45 
b2) A prisão temporária é medida exclusiva do inquérito 
policial. (0,2) 
Prisão em Flagrante 
(Artigo 301/310 do CPP) 
Prisão Preventiva 
(artigo 311/316 do CPP )
Prisão Temporária
Lei 7.960/89 
ILEGAL 
LEGAL 
DESNECESSARIA
ILEGAL 
LEGAL 
DESNECESSARIA
ILEGAL 
LEGAL 
DESNECESSARIA
Cabe relaxamento de prisão
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e 
art. 5º, LXV da CF/88 
Cabe relaxamento de prisão
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 
5º, LXV da CF/88 
Cabe relaxamento de prisão
BASE LEGAL: art. 310, inciso I, CPP e art. 
5º, LXV da CF/88 
Liberdade Provisória 
Revogação de prisão 
preventiva 
BASE LEGAL: art. 316 do CPP 
Revogação de 
prisão temporária
Base Legal: art. 5º, LXV, da 
CF/88 
Liberdade Provisória 
base no art. 310, inciso III, do 
CPP, art. 321 do CPP, e art. 5º, 
LXVI, da CF
profedivaldoalvim
Como espécies de provimentos de natureza cautelar, 
as medidas cautelares de natureza pessoal jamais 
poderão ser adotadas como efeito automático da 
prática de determinada infração penal. 
Sua decretação também está condicionada à presença 
do fumus comissi delicti e do periculum libertatis.
A luz da garantia da presunção de não culpabilidade e 
da própria redação do art. 282 do CPP, nenhuma 
dessas medidas pode ser aplicada sem que existam os 
pressupostos do fumus comissi delicti e do periculum 
libertatis
Medidas Cautelares Diversas da 
Prisão 
Medidas Cautelares Diversas da 
Prisão 
Consoante a nova redação do art. 282, inciso I, 
do CPP, as medidas cautelares de natureza 
pessoal deverão ser aplicadas observando-se a 
necessidade para aplicação da lei penal, para a 
investigação ou a instrução criminal e, nos 
casos expressamente previstos, para evitar a 
prática de infrações penais. 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas 
condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar 
atividades; 
Outro aspecto importante: cuidado para não confundir o art. 
319, I, (comparecimento periódico em juízo) com o 
comparecimento imposto no art. 310, §único, do CPP. 
Art. 310. Parágrafo único. Se o JUIZ verificar, pelo auto de 
prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas 
condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do 
Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código 
Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado 
liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a 
todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Medidas Cautelares Diversas da 
Prisão 
II - proibição de acesso ou frequência a 
determinados lugares quando, por circunstâncias 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado 
permanecer distante desses locais para evitar o 
risco de novas infrações; 
A expressão acesso deve ser compreendida como 
a simples ação de entrar ou ingressar em 
determinado local, não tendo qualquer 
conotação de reiteração ou repetição
III - proibição de manter contato com pessoa determinada 
quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado dela permanecer distante; 
Dentre outras finalidades dessa medida cautelar, podemos 
destacar: a) proteção de determinada pessoa, colocada em 
situação de risco em virtude do comportamento do agente. 
b) impedir que, em liberdade total e absoluta, possa o agente 
influenciar o depoimento de um ofendido e/ou testemunha, 
causando prejuízo à descoberta dos fatos. 
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a 
permanência seja conveniente ou necessária para a 
investigação ou instrução; 
Ao tratar dessa medida cautelar, o legislador parece coloca-la 
ligada à necessidade de que o acusado permaneça na 
comarca, de modo a auxiliar na investigação ou instrução. 
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos 
dias de folga quando o investigado ou acusado tenha 
residência e trabalho fixos.
Esta medida também pode ser imposta 
cumulativamente com o monitoramento eletrônico, o 
que ajuda no seu controle. O recolhimento domiciliar, 
no período noturno e nos dias de folga, não se 
confunde com a prisão domiciliar
VI - suspensão do exercício de função pública ou de 
atividade de natureza econômica ou financeira
quando houver justo receio de sua utilização para a 
prática de infrações penais; 
Esta medida cautelar, evidentemente, visa impedir a 
prática de novos crimes funcionais ou contra a ordem 
econômica financeira. 
VII - internação provisória do acusado nas 
hipóteses de crimes praticados com violência ou 
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser 
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código 
Penal) e houver risco de reiteração; 
O dispositivo é bem didático e trazendo de forma 
clara os requisitos para a medida cautelar diversa 
da infração. Visa impedir a prática de novos delitos. 
Trata-se de medida assemelhada à garantia da 
ordem pública. 
VIII- fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o 
comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu 
andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem 
judicial; 
Cuidado com uma mudança interessante: antes da Lei 
12.403/11, a fiança era apenas uma medida de contracautela 
substitutiva de anterior prisão em flagrante. A fiança agora foi 
colocada no rol das medidas cautelares diversas da prisão. 
IX - monitoração eletrônica
Consiste no uso da telemática e de meios tecnológicos, 
geralmente por meio da afixação ao corpo do indivíduo, de 
dispositivo não ostensivo de monitoração eletrônica (ex.: 
braceletes, pulseiras ou tornozeleiras), permitindo que, à 
distância e com respeito à dignidade da pessoa a ele sujeito, 
seja possível observar sua presença ou ausência em 
determinado local e período em que ali deva ou não estar, cuja 
utilização deve ser feita mediante condições fixadas por 
determinação judicial.
Medidas cautelares diversas da prisão 
previstas na legislação especial 
Também há medidas cautelares de natureza pessoal diversas da 
prisão que estão previstas em lei especial. Primeiro, importante 
lembrar as medidas protetivas de urgência da LMP (lei 
11.340/06), que continuam com sua aplicação possível, sem 
problema algum! Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem 
prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial 
ou comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus 
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do 
agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo 
dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos. 
 Vejam que muitas destas medidas já eram 
previstas no nosso ordenamento jurídico, só 
que como penas restritivas de direitos ou outras 
medidas, de natureza não cautelar. 
• O que a lei fez foi possibilitar que estas medidas 
pudessem ser aplicadas com caráter 
CAUTELAR, sempre que puder ser evitada a 
aplicação da PRISÃO PREVENTIVA
 As medidas cautelares poderão ser aplicadas 
isolada ou cumulativamente.
 Juiz pode usar Medidas inominadas. 319, CPP não é 
um rol taxativo. 
 Descumprimento: 
Substituir 
 Impor outra cumulação 
Decretar preventiva. 
 O juiz poderá revogar a medida cautelar ou 
substituí-la quando verificar a falta de motivo para 
que subsista, bem como voltar a decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem.
• De nada adianta a imposição de determinada medida 
cautelar se a ela não se emprestar força coercitiva. É nesse 
sentido que se destaca a importância dos arts. 282, § 4o, e 
312, parágrafo único, ambos do CPP, com redação 
determinada pela Lei n° 12.403/11.
• Verificado o descumprimento injustificado das medidas 
cautelares diversas da prisão, o que demonstra que o 
acusado não soube fazer por merecer o benefício da 
medida menos gravosa, é possível que o juiz determine a 
substituição da medida, a imposição de outra em 
cumulação, ou, em última hipótese, a própria prisão 
preventiva. 
• O magistrado não está obrigado a seguir a ordem indicada 
no art. 282, § 4o, do CPP. Na verdade, incumbe a ele 
analisar qual das medidas é mais adequada para a situação 
concreta.
• § 4o No caso de descumprimento de qualquer 
das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou 
mediante requerimento do Ministério Público, 
de seu assistente ou do querelante, poderá 
substituir a medida, impor outra em 
cumulação, ou, em último caso, decretar a 
prisão preventiva (art. 312, parágrafo único)
Vejam que o simples fato de estar o acusado sendo 
processado criminalmente não lhe retira o direito de 
se ausentar do país. No entanto, esta pode ser uma 
medida cautelar a ser decretada pelo Juiz, quando 
for necessário e adequado ao caso, Nesta hipótese, 
aplica-se a regra do art. 320 do CPP:
Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será 
comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de 
fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-
se o indiciado ou acusado para entregar o 
passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. 
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Da prisão domiciliar
Conceito 
Está previsto no art. 317 do CPP. Art. 317. A 
prisão domiciliar consiste no recolhimento do 
indiciado ou acusado em sua residência, só 
podendo dela ausentar-se com autorização 
judicial
Cabimento 
Funciona como substitutivo de prisão preventiva (cautelar).
O art. 318 do CPP traz as hipóteses de cabimento da prisão 
domiciliar, este artigo foi alterado, recentemente, pela Lei 
13.257/2016 (Estatuto da Primeira Infância).
Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar 
quando o agente for:
I - maior de 80 (oitenta) anos;
II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 
(seis) anos de idade ou com deficiência 
V - gestante;
V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade 
incompletos;
VI - homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de 
até 12 (doze) anos de idade incompletos.
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos 
requisitos estabelecidos neste artigo.
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher 
gestante ou que for mãe ou responsável por crianças 
ou pessoas com deficiência será substituída por 
prisão domiciliar, desde que:
I - não tenha cometido crime com violência ou grave 
ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou 
dependente.
Art. 318-B. A substituição de que tratam os arts. 318 
e 318-A poderá ser efetuada sem prejuízo da 
aplicação concomitante das medidas alternativas 
previstas no art. 319 deste Código
Estes requisitos são autônomos, ou seja, estando o 
indivíduo em qualquer destas situações (e não em 
todas ou algumas cumulativamente), poderá ser 
substituída a prisão preventiva pela prisão
domiciliar, que consiste no recolhimento do 
indivíduo em sua residência, só podendo sair dela 
com autorização judicial. 
• As hipóteses de prisão domiciliar previstas nos 
incisos do art. 318 do CPP são sempre 
obrigatórias? Em outras palavras, se alguma 
delas estiver presente, o juiz terá que, 
automaticamente, conceder a prisão 
domiciliar sem analisar qualquer outra 
circunstância? 
• Renato Brasileiro entende que não. Para o referido autor, "(...) 
a presença de um dos pressupostos indicados no art. 318, 
isoladamente considerado, não assegura ao acusado, 
automaticamente, o direito à substituição da prisão 
preventiva pela domiciliar. O princípio da adequação também 
deve ser aplicado à substituição (CPP, art. 282, II), de modo 
que a prisão preventiva somente pode ser substituída pela 
domiciliar se se mostrar adequada à situação concreta. Do 
contrário, bastaria que o acusado atingisse a idade de 80 
(oitenta) anos par que tivesse direito automático à prisão 
domiciliar, com o que não se pode concordar. 
• Portanto, a presença de um dos pressupostos do art. 318 do 
CPP funciona como requisito mínimo, mas não suficiente, de 
per si, para a substituição, cabendo ao magistrado verificar se, 
no caso concreto, a prisão domiciliar seria suficiente para 
neutralizar o periculum libertatis que deu ensejo à decretação 
da prisão preventiva do acusado." (Manual de Direito 
Processual Penal. Salvador: Juspodivm, 2015, p. 998)
PRISÃO DOMICILIAR PREVISTA NA LEP PRISÃO DOMICILIAR PREVISTA NO CPP
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento 
do beneficiário de regime aberto em 
residência particular quando se tratar de: 
Veja os arts. 317 e 318: Art. 317. A prisão 
domiciliar consiste no recolhimento do 
indiciado ou acusado em sua residência, só 
podendo dela ausentar-se com autorização 
judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 
2011). Art. 318. Poderá o juiz substituir a 
prisão preventiva pela domiciliar quando o ag
I - condenado maior de 70 (setenta) anos; I - maior de 80 (oitenta) anos; 
II - condenado acometidode doença grave; II - EXTREMAMENTE DEBILITADO por motivo 
de doença grave
III - condenada com filho menor ou deficiente 
físico ou mental; 
III - IMPRESCINDÍVEL AOS CUIDADOS ESPECIAIS 
de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou 
com deficiência;
IV - condenada gestante. IV - gestante;
Sem correspondência V - mulher com filho de até 12 (doze) anos de 
idade incompletos
Sem correspondência VI - homem, caso seja o único responsável 
pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos 
de idade incompletos
Liberdade Provisória com Fiança
COM FIANÇA, sempre que o Juiz suspeite
de que o réu não comparecerá a todos os atos 
do processo e pretenda com isso (arbitramento 
da fiança), que o réu se sinta compelido na 
comparecer aos atos processuais, de forma a 
que não sofra reflexos no seu BOLSO.
Liberdade provisória sem fiança: 
1. art. 310, parágrafo único, CPP: se o crime foi praticado 
abarcado por causa excludente da ilicitude então será 
concedida a liberdade provisória sem fiança. 
2. art. 321, CPP: se o juiz verificar que estão ausentes os 
motivos que autorizam a prisão preventiva irá conceder a 
liberdade provisória com ou sem cautelar. 
3. art. 350, CPP: réu pobre. 
Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a 
situação econômica do preso, poderá conceder-lhe 
liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes 
dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas 
cautelares, se for o caso.
Procedimento: feito o pedido, o MP se manifesta e o juiz 
decide. 
Fiança pelo delegado 
A autoridade policial só poderá arbitrar a fiança nos crimes
cuja pena máxima não seja superior a quatro anos. Caso o 
crime possua pena máxima superior a 04 anos, a fiança 
deverá ser requerida ao Juiz, que a arbitrará em até 48 
horas, nos termos do art. 322 do CPP:
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder 
fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade 
máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada 
pela Lei nº 12.403, de 2011).
Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida 
ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas
Rol dos crimes: o CPP estabelece quais são os crimes 
inafiançáveis e por exclusão tudo que estiver fora 
desse rol (art. 323 e 324, CPP) é afiançável. 
Crimes Inafiançáveis
art. 323
I – nos crimes de racismo; 
II – nos crimes de tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos 
definidos como crimes hediondos; 
III – nos crimes cometidos por grupos armados, civis 
ou militares, contra a ordem constitucional e o 
Estado Democrático; 
Situação de Inafiançabilidade 
art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança:
I – aos que, no mesmo processo, tiverem 
quebrado fiança anteriormente concedida ou 
infringido, sem motivo justo, qualquer das 
obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 
deste Código; 
II – em caso de prisão civil ou militar; 
III – (Revogado);
IV – quando presentes os motivos que autorizam 
a decretação da prisão preventiva (art. 312).
Procedimento (Art. 333, CPP): Não é o 
procedimento do delegado, e sim em juízo. Feita a 
petição, o juiz defere e o MP analisa. 
Arbitramento (art. 325 e 326, CPP): procedimento 
bifásico. 
1ª fase: art. 325, CPP. O juiz precisa verificar qual 
a faixa do crime: 
 pena máxima menor ou igual a 4 anos: 1 a 100 
salários mínimos .
 pena máxima maior que 4 anos: 10 a 200 
salários mínimos.
• 2ª fase: art. 326, CPP. O juiz leva em 
consideração a natureza da infração, as 
condições pessoais de fortuna e vida pregressa 
do acusado, as circunstâncias indicativas de sua 
periculosidade, a importância provável das custas 
ao final do processo. 
Pode haver modificações no valor da fiança o 
juiz pode aumentar o valor em até 1.000 
vezes, artigo 325, parágrafo 1º, inciso III. 
O juiz pode reduzir em até 2/3 o valor da 
fiança. 
Pode dispensar a fiança nos termos do 
art.325, Parágrafo 1º, inciso I. 
Deveres da fiança (Artigos 327 e 328 do CPP) 
a) Comparecimentos aos atos do inquérito ou da 
instrução; 
b) Não pode mudar de residência sem 
autorização judicial; 
c) Não pode se ausentar da comarca por mais de 
8 dias sem comunicar o juiz. 
• Perda da fiança (Art. 344, CPP): e não 
comparecer para o inicio do cumprimento da 
pena, então haverá a perda da fiança. Essa 
perda significa a perda da integralidade do 
valor. 
Quebra (Art. 341, CPP): hipóteses: 
“Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o 
acusado:
 I - regularmente intimado para ato do processo, 
deixar de comparecer, sem motivo justo;
 II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao 
andamento do processo;
 III - descumprir medida cautelar imposta 
cumulativamente com a fiança;
 IV - resistir injustificadamente a ordem judicial;
V - praticar nova infração penal dolosa.” (NR)
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del3689.htm#art341
Consequências da quebra (Art. 343, CPP): 
Do ponto de vista patrimonial, haverá perda da 
metade do valor. 
Do ponto de vista pessoal, o juiz decidirá sobre a 
imposição de outras cautelares e se for o caso 
irá decretar a preventiva. 
Com base no Código de Processo Penal, assinale abaixo a 
situação em que é possível a concessão de fiança:
A)Quando o réu estiver sendo investigado pela prática de 
crime de tortura.
B)Quando o réu tiver praticado infrações penais de 
menor potencial ofensivo.
C)Quando o réu tiver sofrido prisão civil ou militar.
D)Quando estiverem presentes os motivos que autorizam 
a decretação da prisão preventiva.
E)Quando o réu estiver sendo investigado pela prática de 
crimes hediondos.
• Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TRF - 4ª REGIÃO Prova: FCC -
2019 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de 
Justiça Avaliador Federal
Considere as seguintes hipóteses:
I. Maria, grávida, atualmente com 4 meses de gestação, é presa 
em flagrante por crime de tráfico de drogas.
II. Flávia, grávida, atualmente com 2 meses de gestação, é 
presa em flagrante por crime de roubo.
III. Ricarda, grávida, atualmente com 6 meses de gestação, é 
presa em flagrante por crime de lesão corporal grave praticada 
contra o seu filho José.
IV. Patrícia, funcionária pública, grávida e atualmente com 8 
meses de gestação, é presa em flagrante por crime de 
peculato.
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/fcc
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/trf-4-regiao
https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/fcc-2019-trf-4-regiao-analista-judiciario-oficial-de-justica-avaliador-federal
Nas audiências de custódia, realizadas dentro de 24 horas 
contadas a partir da prisão de cada uma das mulheres 
acima referidas, nos termos estabelecidos pelo Código de 
Processo Penal, sem prejuízo da análise de eventual 
direito das presas ao benefício da liberdade provisória, o 
Magistrado competente substituirá a prisão preventiva 
por prisão domiciliar APENAS em
A - I e IV.
B - I, III e IV.
C - III.
D- II e III.
E - II.
Sujeitos Processuais (251 a 281) 
 Sujeitos Principais (ou essenciais): são aqueles cuja 
existência é fundamental para que se tenha uma relação 
jurídica processual regularmente instaurada. Consiste na 
figura do juiz, do acusador (Ministério Público ou 
querelante) e do réu;
 Secundários (ou acessórios): são aqueles que, apesar de 
não serem imprescindíveis, poderão intervir no processo a 
título eventual. É o caso do assistente de acusação e do 
terceiro interessado.
 Há, também, um grupo de indivíduos que apesar de não 
integrarem propriamente a relação processual, nela 
intervêm através de atos que concorrem para o regular 
tramitar do processo penal. Como exemplos, os auxiliares 
da justiça, peritos, terceiros não interessados etc.
Do Juiz
• Ao Juiz incumbirá prover à regularidade do processo e 
manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, 
para tal fim, requisitar a força pública. É o Juiz quem 
conduz o processo, proferindo a decisão final. O Juiz 
exerce poderes de polícia — para garantiro 
desenvolvimento regular e tolher atos capazes de 
perturbar o bom andamento do processo — e poderes 
jurisdicionais — que compreendem atos ordinatórios, 
que ordenam e impulsionam o processo, e instrutórios, 
que compreendem a colheita de provas.
• Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do 
processo e manter a ordem no curso dos respectivos 
atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública.
• Provimento: no juízo de 1º grau se dará por 
concurso público 
• + 3 anos de atividade jurídica (STF), a contar no 
ato da inscrição no concurso, não na posse.
• A promoção para entrância superior, com 
abertura de vagas em cada localidade ou juízo, a 
serem providas, alternadamente, por antiguidade 
e merecimento
• A promoção para entrância superior, com 
abertura de vagas em cada localidade ou juízo, a 
serem providas, alternadamente, por antiguidade 
e merecimento
A doutrina, legitimando o status de Juiz, atribuiu alguns 
princípios inerentes aos Juízes. São eles:
 Inamovibilidade: Garante ao juiz a permanência no local 
em que se encontra classificado, salvo por razões de 
interesse público, por meio de decisão por voto da maioria 
absoluta do Tribunal a que estiver vinculado ou do 
Conselho Nacional de Justiça, assegurada a ampla defesa. 
CF, Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: II -
inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público
 Irredutibilidade de subsídios. redutibilidade de subsídio
Resguarda o magistrado de perseguições de ordem 
financeira por parte dos governantes.
Art. 95, III. Os juízes gozam das seguintes 
garantias: irredutibilidade de subsídio
Vitaliciedade: Os juízes gozam das seguintes 
garantias:
CF, Art. 95. I - vitaliciedade, que, no primeiro 
grau, só será adquirida após dois anos de 
exercício, dependendo a perda do cargo, nesse 
período, de deliberação do tribunal a que o juiz 
estiver vinculado, e, nos demais casos, 
de sentença judicial transitada em julgado;
Como forma de assegurar a imparcialidade do Juiz, dá-se luz aos artigos 
252 a 256, os quais versam sobre a suspeição e impedimento.
Apesar da necessidade de ser imparcial, o juiz não deixa de ser uma 
pessoa. Assim, a lei antecipa a proibição de o juiz exercer a jurisdição em 
determinados casos, presumindo a possibilidade de parcialidade. No caso 
dos impedimentos, tal presunção é absoluta (jure et jure).
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:
I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, 
em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor 
ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da 
justiça ou perito;
II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou 
servido como testemunha;
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de 
fato ou de direito, sobre a questão;
IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim 
em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou 
diretamente interessado no feito.
Segundo entendimento do STF, as hipóteses de impedimento 
previstas no CPP constituem rol taxativo e, portanto, não podem ser 
ampliadas.
Incompatibilidade
Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão 
servir no mesmo processo os juízes que forem 
entre si parentes, consangüíneos ou afins, em 
linha reta ou colateral até o terceiro grau, 
inclusive.
O impedimento deverá ser reconhecido ex
officio pelo juiz. Não o fazendo, poderá ser 
arguido o impedimento por qualquer das partes.
Suspeição
As causas de suspeição, conhecidas como motivos de incapacidade 
subjetiva do juiz, abrangem situações em que é duvidosa a imparcialidade 
do magistrado. Há, nestes art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não 
o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:
I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;
II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo 
a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja 
controvérsia;
III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até 
o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo 
que tenha de ser julgado por qualquer das partes;
IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;
V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;
Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no 
processo.
Diferentemente do impedimento, as hipóteses de suspeição constituem 
rol exemplificativocasos, presunção relativa de incapacidade (juris 
tantum).
Art. 256. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando 
a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.
Presunção Absoluta x Relativa
A presunção absoluta, também conhecida como 
presunção juris et de jure, caracteriza-se pela impossibilidade 
de prova em contrário. Como exemplo disso, em direito penal, 
tem-se a imputabilidade dos menores de 18 anos, pois 
presume-se de forma absoluta que os mesmos não possuem 
condições de entender o caráter ilícito dos fatos e de se 
determinarem de acordo com tal entendimento.
A presunção relativa, por sua vez, tem como 
conseqüência a inversão do ônus da prova, ou seja, quem 
está sofrendo a imputação do fato é que vai ter que 
demonstrar que quem acusa está errado.
Cessação do Impedimento e da Suspeição
Art. 255. O impedimento ou suspeição decorrente de parentesco por 
afinidade cessará pela dissolução do casamento que Ihe tiver dado 
causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o 
casamento sem descendentes, não funcionará como juiz o sogro, o 
padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no 
processo.
• Casamento Dissolvido + Filhos: Permanece o impedimento e a 
suspeição.
• Casamento Dissolvido Sem Descendentes: Acaba o impedimento e a 
suspeição em relação à esposa, mas não funcionará como juiz o sogro, 
o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no 
process
XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO
Situação-Problema
Questão 2
Em inquérito policial, Antônio é indiciado pela prática de crime de estupro de 
vulnerável, figurando como vítima Joana, filha da grande amiga da Promotora de 
Justiça Carla, que, inclusive, aconselhou a família sobre como agir diante do ocorrido.
Segundo consta do inquérito, Antônio encontrou Joana durante uma festa de música 
eletrônica e, após conversa em que Joana afirmara que cursava a Faculdade de Direito, 
foram para um motel onde mantiveram relações sexuais, vindo Antônio, 
posteriormente, a tomar conhecimento de que Joana tinha apenas 13 anos de idade.
Recebido o inquérito concluído, Carla oferece denúncia em face de Antônio, 
imputando-lhe a prática do crime previsto no Art. 217-A do Código Penal, ressaltando 
a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que, para a configuração 
do delito, não se deve analisar o passado da vítima, bastando que a mesma seja 
menor de 14 anos.
Considerando a situação narrada, na condição de advogado(a) de Antônio, responda 
aos itens a seguir.
A) Existe alguma medida a ser apresentada pela defesa técnica para impedir Carla de 
participar do processo? Justifique. (Valor: 0,60)
B) Qual a principal alegação defensiva de direito material a ser apresentada em 
busca da absolvição do denunciado? Justifique.(Valor: 0,65)
A) Sim, o advogado de Antônio, já no momento de apresentar 
resposta à acusação, deveria apresentar exceção de suspeição 
em face da Promotora de Justiça, tendo em vista a presença da 
causa de suspeição prevista no Art. 254, incisos I e IV, do Código 
de Processo Penal (CPP). Prevê o dispositivo em questão que o 
juiz dar-se-á por suspeito quando for amigo íntimo de alguma das 
partes ou quando tiver aconselhado uma das partes. Carla é 
muito amiga da genitora da vítima e ainda aconselhou a ofendida 
e sua família sobre como agir diante do ocorrido. Ademais, o Art. 
258 do CPP estabelece que as previsões referentes às causas de 
impedimento e suspeição do magistrado são

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