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Resumo - Psicologia Social Sociológica Na década de 1960 é marcada por um cenário rico em ideias, ações políticas e embates teóricos de leste a oeste do globo. Na Europa, por exemplo, em Maio de 1968 ocorreu um dos acontecimentos revolucionários mais importantes do século XX pela capacidade de questionar o status quo de uma sociedade. Essa movimentação acadêmica foi reconhecida pela significativa capacidade de transformação comportamental desencadeada pelos problemas levantados pelos movimentos de revolta e agitação cultural que, na época, postulavam, entre outros, maior liberdade sexual, ampliação dos direitos civis e igualdade entre homens e mulheres. Entre a classe estudantil, o movimento de Maio de 68 representou uma contestação sobre a visão positivista de se fazer pesquisa, no qual se prezava pela objetividade e neutralidade do indivíduo. No que tange a Psicologia Social, é possível perceber como esses questionamentos repercutiram na construção e consolidação desta área na Europa. Com os EUA vivendo uma crise da psicologia social psicológica, justamente por apresentar uma linguagem científica cada vez mais neutra e afastada dos problemas reais, a psicologia social sociológica cresce em tamanho e influência, adquirindo sua própria identidade ao demonstrar uma maior preocupação com as estruturas sociais. Nesse sentido, entre os temas de estudo mais frequentes no contexto europeu encontram-se a identidade social, que se insere principalmente no contexto das relações intergrupais, e as representações sociais, que remetem a uma psicologia dos grupos e coletividades. Entre os principais representantes da psicologia social sociológica destacam-se Henri Tajfel e Serge Moscovici. Este analisou os processos através dos quais os indivíduos e os grupos em interação constroem uma “teoria” sobre um objeto social. As teorizações de Moscovici possuem discordâncias da Psicologia Social cognitiva tradicional, com o enfoque individualista para leituras dos processos cognitivos. A teoria da identidade social, desenvolvida por Henri Tajfel a partir de pesquisas com percepção visual, entende a identidade psicossocial como a percepção de pertença a um grupo e de não pertença a outro. É, de fato, uma tendência da cognição juntar, em categorias ou grupos, objetos, eventos e pessoas de acordo com suas semelhanças físicas, psíquicas, comportamentais ou outras. A percepção social consiste em “categorizar”, ou agrupar em “categorias”, pessoas possuidoras de características não possuídas por outras. As primeiras constituem um grupo, as demais um outro que, por essa razão, se distinguem, se contrapõem e, não raro, conflitam. Referências: FERREIRA, M. C. A Psicologia Social contemporânea: principais tendências e perspectivas nacionais e internacionais. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília , v. 26, n. spe, p. 51 - 64, 2010.
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