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1 É o local, infraestrutura e equipamentos que vão gerar o sinal e prover cobertura celular a uma determinada região. 2 Site greenfield, ou tradicional. É definido e negociado um terreno para instalação de alambrado em seu perímetro, entrada de energia e fibra óptica, aterramento e construção da torre ou poste (EV – estrutura vertical). Alguns cuidados devem ser tomados que podem impactar no custo e eficácia desta solução, como vandalismo, enchentes, vias de acesso e disponibilidade de energia elétrica. 3 Se já existe uma estrutura vertical para instalação de antenas em ponto adequado ao se projeto de cobertura, não há necessidade de levantar uma torre para isso. Os topos de prédio geralmente são locais sem uso pelos condôminos e podem render uma receita à administração do edifício, e economia a quem não precisará de construir uma torre. As caixas d’água e casas de elevadores, no topo, tem alta capacidade de carga (N/m2) e suportam instalação de equipamentos e antenas em suas estruturas (sempre é recomendado estudo comprobatório com laudo estrutural). O consenso, porém, não é simples em um condomínio, o que pode gerar alguma dificuldade para implantar este tipo de site. 4 O compartilhamento de infraestrutura é prática comum entre os operadores de redes de telecomunicações. A dificuldade legal e os custos de se levantar uma torre estimulam o compartilhamento de sites, onde o dono da torre recebe um aluguel pela torre e terreno, e o novo “inquilino” economiza com a construção dessa infraestrutura. Compartilha-se sites greenfield ou rooftop, até sites indoor (veremos adiante). É importante observar o espaço em solo para equipamentos, a AEV em torre ou fazer estudo estrutural do topo do prédio antes de instalar novas antenas. Um estudo de RNI (radiação não ionizante) também é importante em alguns casos. Hoje há empresas que constroem o site (solo e torre) e alugam para as operadoras. São chamadas empresas de “Sharing” ou “Built to Suit”. Elas recebem aluguel de todas as usuárias do seu site, e são responsáveis pela manutenção e adequações de infra a cada nova instalação ou ampliação de sistema. 5 As micro células são típicas soluções para pequenas áreas de cobertura. Tem baixa capacidade de usuários, baixa potência de transmissão e trabalham tipicamente com antenas de baixo ganho. Pode ser feita uma rede de micro células para cobertura Street Level, ou seja, no nível das ruas, com antenas ou smallcells instaladas em postes e marquises. Também se aplica a locais com concentração de tráfego indoor, para cobrir praças, pontos de ônibus, terminais e locais turísticos. Por estarem mais próximas da vista das pessoas, podem ser camufladas ou mescladas ao ambiente onde serão instaladas. A legislação federal e estadual (SC) tem tratado as micro células de maneira diferenciada, tornando menos burocrática sua instalação. Porém algumas prefeituras podem não permitir sua instalação em postes ou locais próximos à circulação de pessoas. 6 A estação móvel é própria para atendimento a eventos com tráfego sazonal, como festivais, feiras, shows ou exposições. Consiste de um abrigo (mini container) climatizado com medidores e conversores de AC, alarmes (temperatura alta, porta aberta, etc), banco de baterias, algumas com GMG (grupo motor gerador), eNODEB, antenas, cabos, filtros e um mastro retrátil para elevação das antenas e rápida instalação do site. 7 Os shoppings e grandes edifícios comerciais são típicas aplicações de sites indoor. São ambientes fechados com infraestrutura (paredes) pesadas e que impõe alta perda na propagação do sinal de fora para dentro. Também tem alta concentração de assinantes móveis e alto volume de tráfego é gerado nestes ambientes. Para prover o sinal indoor e não congestionar a estação de fora (do bairro) com este volume de assinantes, a solução é instalar o e-NODEB e distribuir antenas de baixo ganho por toda área do prédio, promovendo a cobertura interna, ou indoor. As antenas podem ser distribuídas com cabos e divisores (DAS Passivo). Para percorrer grandes distâncias e instalar muitas antenas (50 ou +) é recomendado uso de DAS Ativo, que usa unidades Master (conversores elétrico-óptico) para lançar o sinal com baixa perda por fibra óptica, e Unidades Remotas (conversores óptico-elétrico) para alimentar as antenas distantes. Os DAS indoor podem ser compartilhados. Para isso devem ser especificados filtros, combinadores, atenuadores e cargas para multiplexar diferentes frequências, tecnologias e operadoras. Em locais para grandes eventos (arenas esportivas, centros de convenção, circuitos de automobilismo) é comum o compartilhamento de DAS ativo com uso de POI (Point of Interconection) e sistemas de alta capacidade. 8 É tudo o que está entre Transmissor (eNODEB) e o ar (sinal de rádio). Para LTE TDD macrocell site o módulo de RF (RRU) normalmente é instalado no topo da torre, reduzindo o sistema irradiante a antenas e jumpers. Nas micro, pico e femto células pode ser instalado sistema irradiante externo ou há opção de usar antena embutida dentro do corpo do equipamento. Tem que se tomar cuidado com a direção (azimute) que será instalado o equipamento neste caso. Sistema irradiante mais complexo é usado para células indoor através de DAS (Distributed antena System), com combinadores, divisores, filtros, conversores elétrico-óptico-elétrico, cabos, fibra óptica, atenuadores, cargas casadas. Em sistemas FDD o ENB normalmente vem de fábrica com Duplexers acoplados à RRU. Os Diplexer são elementos usados para sistemas que compartilham, em alguma parte do sistema irradiante, sinais de frequência diferente (ex. LTE2600 + WCDMA2100). A especificação da solução irradiante deve ser feita com cuidado, para cada caso, respeitando as premissas de cobertura e coexistência da célula. 9 Para especificar a antena mais adequada, é importante conhecer algumas características: • Diagrama de Radiação: é o padrão de propagação do sinal emitido pela antena. • Ganho: é uma medida da energia (densidade espectral de potência) concentrada por uma antena em dada direção (lóbulo primário). • Relação Frente-Costas: É a diferença entre as densidades de potência irradiadas para frente e para trás. Tem impacto no padrão de interferência na rede celular. • Lóbulos secundários: laterais, traseiros, superiores e inferiores, é o sinal irradiado em direções que não a de máximo ganho. São delimitados pelos nulos da antena. • Potência máxima: nível máximo de sinal de entrada, em Watts. • Impedância Característica: deve ser igual à impedância do cabo, conectores e transmissor para perfeita transferência de potência (casamento de impedância). • Abertura horizontal e vertical: definidas pelo ângulo de meia potência (HPBW – half power beam width) como o ponto onde a energia irradiada é 3dB menor que aquela na maior direção de propagação. • Polarização: é definida pela polarização do vetor Campo Elétrico irradiado. • TILT: é a de inclinação do sinal irradiado. Pode-se inclinar a própria antena (TILT mecânico) ou mudar o padrão da corrente de alimentação da antena (TILT elétrico). • VSWR, IM3: são medidas da qualidade da antena, com valores para máxima 10 potência refletida e para produto de intermodulação de terceira ordem. • Tamanho : intimamente ligada ao Ganho e Frequência. Tem impacto na AEV (e custo) das torres. 10 Antenas Omnidirecionais são usadas para prover cobertura em 360° no eixo horizontal. As células omnidirecionais tem a vantagem de atender para todos os lados do site com apenas um setor, o que torna mais barato o hardware (ENB e sistema irradiante). Sua desvantagem é a capacidade – os sites com 3 setores tem, virtualmente, 3 vezes a capacidade de um site omni devido ao hardware com 3 RRU e ao maior controle de interferência com as antenas painéis. As OMNI podem ser usadas para outdoor, indoor ou microcélulas, que é a aplicação indicada para o modelo exemplificado acima. 11 A antena acima é um modelo DUAL BAND, pois trabalha em duasfaixas de frequências diferentes, com 4 portas (2 por banda). É um modelo que tem uma relação de ganho x dimensões bem interessante, sendo adotada largamente nas estações MACRO outdoor. Ela possui TILT elétrico variável independente nas duas bandas, compatível com RET (Remote eléctrical TILT). 12 As antenas indoor são específicas para sites com essa finalidade. Há antenas indoor omnidirecionais e tipo painel. São desenvolvidas para trabalhar com várias faixas de frequência. Podem ser adequadas ao MIMO ou não. Sua fixação é própria para gesso ou parede, e sua aparência é desenhada para que passe desapercebida pelo público geral – pois são instaladas em escritórios, shoppings, arenas e centros de convenção, em áreas nobres, e devem causar mínimo impacto visual nestes locais. 13 Situações especiais demandam antenas especiais. Devido à propagação, tamanho ou requisitos de camuflagem alguns projetos precisam recorrer a antenas não convencionais. Um modelo de antena com baixo impacto visual é a antena 3 em 1. São 3 painéis, implementando um site de 3 setores, em um único radome cilíndrico, imitando uma chaminé. Os cabos são conectados em um fundo falso na base do cilindro e é possível o ajuste de TILT elétrico (mas não o mecânico) independente por setor / banda. Em grandes eventos musicais, por exemplo, a demanda de tráfego em uma área relativamente pequena (em frente ao palco) congestiona um único setor. As antenas multibeam, ou múltiplos feixes, são construídas para atender com 3, 4, 5, 6... até 10 setores a partir da mesma antena. Ela irradia cada setor com uma abertura lateral estreita e promove ganho de capacidade com a multiplicação dos setores. Sua desvantagem é o tamanho, algumas passam de 1m de largura. Podem ser úteis em instalações com ERB móvel. 14 Tipicamente usado para jumpers e trechos cursos, com até 20m. 15 Usados geralmente para subida em torres e lances de até 50m. 16 Os conectores devem ser especificados observando aspectos como: • Potência máxima permitida pelo fabricante; • Desempenho quanto a IM3; • Tipo de instalação (indoor ou outdoor); • Ferramentas disponíveis; • Bitola do cabo. Pergunte ao seu fornecedor de cabos e conectores quanto às ferramentas e kits de instalação recomendados para melhor desempenho do sistema irradiante. 17 Outros Elementos do Sistema Irradiante • Filtro: tem a função de eliminar interferências adjacentes à banda de operação. São usados quando há coexistência de sistemas em mesma torre ou DAS com potencial para interferência mútua. Ex. LTE FDD e TDD. • Duplexer: multiplexa em um mesmo cabo as frequências de downlink e uplink. Contém dois filtros (um de TX outro de RX) e três portas (TX/RX/COMB). Sua aplicação é exclusiva em sistemas FDD. • N-plexer: com base em filtros ele combina sinais de duas ou mais bandas de frequências diferentes. Ex. LTE2600MHz + LTE1900MHz. • Combiner: combinador híbrido para sinais da mesma faixa de frequências. Tem alta perda de inserção (~3dB). • TMA: Tower Mounted Amplifier – instalado no topo da torre é um amplificador com baixa figura de ruído (LNA – low noise amplifier) que tem objetivo de aumentar a cobertura de uplink. • RET (Remote Electrical TILT): possibilita o ajuste do TILT elétrico remotamente. Usa um motor de passo instalado na vareta de TILT da antena, software aberto (AISW) e configuração via telas do eNODEB. • Bias-T: leva alimentação DC a elementos ativos (TMA ou RET) desde o gabinete até a torre, usando o próprio cabo coaxial. 18 Alocação das Frequências no Espectro As frequências usadas em redes celulares variam de acordo com a norma e tecnologia adotadas. Características como tipo de Sistema (FDD ou TDD) e Largura de Banda (BW) disponível por sub-banda são determinantes para o planejamento da rede celular. Comprimento de Onda (Wavelength) O comprimento de onda pode ser determinado pela fórmula: Comprimento de Onda = Velocidade / Frequência, onde V=3*108 (velocidade da luz). Este parâmetro está diretamente relacionado ao tamanho das antenas dos Sistemas de Telecomunicações. Técnica de Múltiplo Acesso É definida pelas especificações técnicas do Sistema celular. No LTE é usada a técnica de OFDM no downlink e SC-FDMA no Uplink. Canal de Rádio É o meio de comunicação entre a estação rádio base e o equipamento do usuário. Trata-se de uma onda eletromagnética modulada por sinal digital codificado segundo a norma da tecnologia usada. Seu modelamento matemático leva à determinação do raio da célula. 19 Separação entre Portadoras Ou largura de banda (BW) do canal de rádio. É a porção do espectro de frequência usada para a comunicação entre estação rádio base e um usuário. Os sistemas LTE podem ter canais com largura de banda variável. Distancia Duplex Sistemas FDD requerem o uso de distância duplex (entre transmissões de uplink and downlink). Sem ela as duas vias de comunicação iriam provocar e sofrer interferência mútua. Taxa de Transmissão de bits É a taxa ou velocidade na transmissão de dados tanto no uplink quanto no downlink. É função da banda do canal, serviço requerido, modulação e da qualidade do link de RF. 20 Faixas de frequência e sua aplicação, segundo as especificações do 3GPP (Tird Generation Partnership Projct). Destaque para as Banda 7 no Brasil denominada pela ANATEL como Bandas P, W, V1, V2 e X, e para a Banda 28, divididas em bandas de 1 a 6. Banda 7 Banda 28 21 Faixas de frequência e sua aplicação, segundo as especificações do 3GPP (cont). Destaque para a Banda 38, no Brasil denominada pela ANATEL como Bandas T e U. Banda 38 22 As técnicas de múltiplo acesso permitem que mais de um usuário acesse os recursos (canais) das redes celulares. O espectro de frequências é um recurso finito e caro, então quanto mais eficiente for a técnica de múltiplo acesso mais assinantes ou Megabytes poderão trafegar por Hz. Na telefonia 1G era usado o FDMA, com um usuário por canal (frequência) de 30khz analógico. Com a segunda geração de sistemas celulares veio a digitalização do serviço, agregando funcionalidades, segurança e mais capacidade com a técnica do TDMA, ou múltiplo acesso por divisão de tempo, onde vários usuários acessam a mesma frequência em slots de tempo diferentes e sincronizados. O CDMA, ou múltiplo acesso por divisão de códigos, atende todos os usuários ao mesmo tempo na mesma frequência, diferenciados pelo código, usando a técnica do espalhamento espectral em um canal banda larga. Já o LTE usa a técnica do OFDMA, onde os pacotes de diferentes usuários são alocados no tempo e na frequência, muito eficiente em termos de alocação de banda, taxa de usuário e relação sinal ruído, tornando-se a tecnologia mais adaptada para transmissão de banda larga via rádio. 23 24 O slide acima representa as inúmeras manifestações de desvanecimentos que ocorrem em um canal de rádio móvel. Os principais efeitos de desvanecimentos que caracterizam as comunicações móveis são: desvanecimentos em grande escala (Slow Fading) e pequena escala (Fast Fading). Os desvanecimentos em grande escala representam a atenuação média da potência do sinal, ou perda no percurso em função da distância. Estas perdas são afetadas pela topografia e morfologia do terreno, como montanhas, florestas, lagos, prédios, etc, causando, muitas vezes o sombreamento do receptor. Há modelos matemáticos para predição da perda em função da distância, dado em termos da média da perda no percurso e uma variação em torno da média, com distribuição log-normal. O desvanecimento em pequena escala caracteriza-se por drásticas mudanças na amplitude e fase do sinal mesmo com pequenas mudanças na distância entre o RX e TX. Este desvanecimento se manifesta por dois mecanismos: espalhamento no tempo do sinal (time spreading ou signal dispersion) e comportamento variante no tempo do canal. A taxa de mudanças das condições de propagação determinam o perfil do desvanecimento rápido. A propagação do sinal pelo Canal Rádio Móvel está sujeita à vários fenômenos que irão mudaras características do sinal, como sua amplitude e fase. Estes efeitos podem ser previstos (ou modelados) por modelos matemáticos determinísticos que visam calcular perda de sinal (amplitude) em função da distância entre transmissor e receptor. São eles: • Reflexão • Difração simples ou múltipla • Espalhamento • Absorção • Efeito guia de onda 25 26 Desvanecimentos em pequena escala são normalmente referenciados como Rayleigh fading , pois os caminhos das múltiplas reflexões são inúmeros e normalmente não existe uma componente de sinal com linha de visada predominante. Para a situação descrita anteriormente, o sinal recebido é estatisticamente representado por uma função distribuição de probabilidade (pdf) de Rayleigh. Para situações onde existe uma componente de linha de visada , o desvanecimento em pequena escala é descrito por uma pdf de Rice. Um móvel transitando por um grande percurso, processará sinais que apresentam ambos os tipos de desvanecimentos: desvanecimento em pequena escala sobreposto à desvanecimentos de grande escala. O projeto da área de cobertura da célula deve refletir o impacto causado pelos dois tipoos de desvanecimento. Com boas práticas de engenharia de RF pode-se minimizar este impacto com o uso de técnicas adequadas a cada tecnologia de telefonia móvel. Diversidade de Antena Esta técnica aumenta os níveis de sinal de recepção tirando proveito de uma propriedade natural das ondas de radio. Existem dois métodos de implementar esta técnica: Diversidade especial e diversidade de polarização. Diversidade Espacial São instaladas duas antenas de recepção na estação radio base a uma distância apropriada (11 a 18λ) a probabilidade do sinal recebido por cada uma ser afetado por dip de fading ao mesmo tempo é baixa. O receptor irá escolher sempre o caminho de recepção (A ou B) com maior sinal, minimizando problemas com fast fading. Polarization Diversity Os dois caminhos de recepção estão fisicamente instaladas em uma única antena. Esta antena tem tamanho normal, mas contem, debaixo do radome, duas redes de dipolos polarizados ortogonalmente. Os modelos mais comuns são com dipolos orientados em ±45 graus. Estas duas antenas são conectadas ao receptor da ERB que vai selecionar o caminho com maior nível de sinal. Esta técnica reduz a quantidade de antenas na torre, a AEV (Área de Exposição ao Vento) consequentemente o custo da torre. 27 As duas técnicas apresentam desempenho similar. 27 As técnicas de Espalhamento Espectral minimizam os efeitos do desvanecimento por múltiplo percurso, pois este é seletivo em freqüência. Em um sinal espalhado (faixa larga), o desvanecimento pode ocorrer em uma porção mas não em toda a faixa de freqüências do canal. Espalhamento por Seqüência Direta Em canais de banda larga os dados da informação são “multiplicados” os por uma seqüência de bits a uma taxa superior à taxa da informação. Isso faz com que o sinal do usuário seja transformado em um sinal em banda larga, configurando assim o espalhamento da informação ao longo de uma extensa faixa de freqüências. Salto de Freqüências (Frequency Hopping) O canal em faixa estreita com as informações do usuário é modulado em diferentes freqüências ao longo do tempo. No GSM, cada frame é transmitido em uma freqüência diferente sendo que a BTS e a estação móvel trocam de freqüências de maneira sincronizada, dentro de uma seqüência de trocas pré- estabelecida. 28 29 À medida que os móveis locomovem sobre distâncias muito pequenas, ou mesmo parados em um ambiente onde objetos próximos movimentam-se, a intensidade de sinal recebida pode flutuar rapidamente, caracterizando o desvanecimento em pequena escala (fast fading). A razão para tal é que o sinal recebido é o somatório de muitas contribuições chegando de diferentes direções. Dado que as fases são aleatórias, o somatório das contribuições varia grandemente (por exemplo obedecem à distribuição de Desvanecimento de Rayleigh). Em desvanecimentos em pequena escala, a potência do sinal recebido pode variar muito mais do que três ou quatro ordens de magnitude (30 ou 40 dBs) quando o receptor tiver movido somente uma fração do comprimento de onda. À medida que o móvel se distancia do transmissor sobre distâncias muito grandes, o sinal recebido médio irá gradualmente diminuir, sendo que é este, o nível de sinal predito por modelos de propagação em grande escala.Tipicamente, a média local da intensidade de sinal recebida é computada por medidas em rotas de 5 a 40. Para as freqüências celular e PCS nas bandas de 1 GHz a 2GHz, isto corresponde a medir a potência do sinal recebido em movimentos de 1m a 10m. 30 Estudos Experimentais Os mecanismos de propagação baseados em medidas podem ser implementados em áreas específicas se inúmeras medidas forem analisadas. Medidas escalares facilmente caracterizam determinados ambientes, mas são escassos pois necessitam de hardware específico para as medidas e também podem apresentar dificuldades quanto à manipulação do volume de dados coletados, e conseqüentemente analisados, pois caracterizam uma mistura de inúmeros fenômenos de propagação. Estudos Teóricos Simulações em softwares ou estudos analíticos dos fenômenos de propagação possui uma vantagem principal sobre os estudos teóricos: o ambiente e a geometria são mais facilmente descritos e modificados. A principal desvantagem é a que a validade dos dados apresentados podem somente serem confiáveis para o caso particular simulado ou investigado, sendo que devem ser validados na prática. Modelos Empíricos A partir de ensaios simulando a transmissão de sinal e se medindo o sinal recebido em função da distância se pode levantar dados para modelar o comportamento do sinal de RF em ambiente específico. Cada ambiente (urbano, suburbano, rural) deve ter dados coletados especificamente sob suas características morfológicas e geográficas. 31 Perda no espaço livre A atenuação no espaço livre refere-se ao decaimento da energia do sinal propagando no espaço livre, em função da distância entre o transmissor e o receptor. A relação entre as potências recebida e transmitida em condições de propagação no espaço livre é dada pela fórmula de Friis, expressa por: em dB, utilizando-se antenas isotrópicas e sem perdas (Gt=Gr=1), com a freqüência em MHz e a distância em quilômetros: d GGW W rt r t 4 2 ][44,32log20log20 dBdfL 32 O modelo de Okumura é um dos modelos mais largamente utilizados para a predição de sinais em ambiente urbanos. Este modelo é aplicável para freqüências entre 150 MHz a 1920 MHz, e distâncias de 1Km a 100 Km. Pode ser utilizado para as antenas com alturas de 30 m a 1000 m. Okumura desenvolveu uma série de curvas disponibilizando a atenuação relativa ao espaço livre (A), em uma área urbana cujo terreno é quase plano com a altura efetiva das antenas das ERB’s de 200 m e a altura das estações móveis de 3 m . As curvas foram obtidas através de diversas medidas usando antenas omini direcionais tanto na ERB quanto na MS. Estas curvas foram plotadas em função da freqüência e também da distância da ERB. Para se determinar a perda no percurso utilizando o modelo de Okumura, a perda do espaço livre entre os pontos de interesse deve ser determinada, e então o valor lido das curvas deve ser somado a Ae com um fator de correção dependente do tipo de terreno. Este modelo pode ser expresso por: Gtx fator de correção quando se utiliza torres com altura diferente de 200m, sendo válido para 30m < ht < 1000m. Grx fator de correção para antenas móveis diferentes de 3m. GGGAA rxtxAREAOedBL )( 33 34 O modelo de Okumura não é muito fácil de ser programado porque envolve uma série de curvas gráficas. Portanto, para facilitar o cálculo da perda no percurso e também viabilizar softwares de predição, foi elaborado o modelo de Hata. O modelo de Hata é uma formulação empírica da perda no percurso gráfica disponibilizada por Okumura, sendo válida para as freqüências de 150 MHz a 1500MHz. Hata apresentou a perda na propagação em uma área urbana como uma fórmula padrão disponibilizando fatores de correção para serem aplicadas em outras situações. A fórmula padrão da perda no percurso média em áreas urbanas é dada por . A equação acima, é uma equação padrão para uma área urbana, sendo que para outras aplicações, como ambientes suburbanos, existem alguns fatores de correção a serem considerados Estes são: Para cidades pequenas ou médias: eq 21 dadBL hhhf tMStc log)log(55,69,44()(log82,13log16,2655,69)( dBffA hh rr )8,0log56,1()7,0log1,1()( 35 36 37 O EURO-COST (European Co-operative for scientific and Technical Research) formou o comitê COST-231 para desenvolver um aprimoramento do modelo de Hata para atender a faixa de freqüências proposta para o PCS (1800 MHz na Europa e 1900 nos USA). Seus estudos resultou na seguinte formulação: A equação acima é válida para: 1500 MHz f 2000 MHz 30m ht 200 m; 1m hr 10 m; 1Km d 20 Km. O fator C será igual a 0 dB para áreas suburbanas e cidades pequenas, e para ambientes urbanos igual a 3 dB. Este modelo é válido para macro células grandes e pequenas, e altura das antenas da estação base acima do nível dos telhados adjacentes à antena. dBCdAf hhhL trtu log)log55,69,44()(log83,13log9,333,46 38 O COST 231 também propôs uma combinação dos modelos de Walfisch e Ikegami . Esta formulação é baseada em diferentes contribuições dos membros do Subgrupo em Propagações Móveis., e ficou conhecido como Modelo COST – Walfisch-Ikegami (COST -WI). Este modelo permite melhorias nas estimativas na perda no percurso por mais parâmetros para se caracterizar um ambiente urbano. Estes são: •Altura dos prédios: hRoof; •Largura das ruas: w; •Separação entre os prédios: b; •Orientação das ruas em relação ao caminho de rádio direto: . Estes parâmetros são definidos nas figuras acima. Entretanto, este modelo ainda é estatístico, e não determinísticos pois somente valores característicos podem ser inseridos e nenhuma base de dados topográfica dos prédios é considerada. 39 O processo de Cell Planning inicia com os requisitos de nível de serviço: • Tráfego: assinantes ou MB por km2; • Cobertura: área do município ou bairro, serviço outdoor, in car, indoor; • Qualidade: relação sinal ruído (SINR), taxa média de usuário (kbps); Com os requisitos e equipamentos disponíveis é produzido o Nominal Cell Plan, que é um padrão de distribuição teórica de células no mapa. Os Surveys são verificações em campo, para determinar o exato local do site. Depois é produzido o conjunto de especificações de projeto das células, como dados de ENB e sistema irradiante na etapa de System Design. Com estes documentos técnicos, contratos e licenças, segue a implantação dos sites que vão formar a rede celular. Implantados e funcionando, é feito drive test (medidas de sinal nas ruas) e tomadas estatísticas da célula (número de chamadas, taxa de quedas, throughput) que vão auxiliar na detecção de falhas de instalação e necessidade de mudança de parâmetros de design para melhor desempenho. Como crescimento do tráfego e da área a ser coberta, este processo se torna cíclico e o planejamento da rede de células tarefa contínua para a engenharia de RF. 40 A coleta de requisitos pode ser feita junto ao departamento de marketing da empresa operadora. Em caso de rede existente, as estatísticas de tráfego e cobertura podem ser input valioso. A análise dos requisitos de tráfego leva a um número de células necessárias para cobrir uma população de usuários, ou mercado. Os requisitos de cobertura definem o raio da célula e sua área de cobertura, de onde também deriva um número de células para atender o município ou local a ser coberto. O número de células final é o número máximo entre essas duas análises, atendendo, portanto, a todos os critérios de projeto. 41 A saída deste processo é o cálculo do número de células para acomodar o tráfego oferecido. Através de um modelamento de tráfego, é calculado o tráfego médio por usuário na hora de maior movimento (Busy Hour), tanto para downlink quanto para uplink. Com base no throughput da célula, taxa de erro e modulação esperadas pode-se calcular o número de usuários com o perfil médio de tráfego que pode ser servido por cada célula. Dividindo o número total de usuários do seu mercado pelo número de usuários por célula, tem-se o número de células para atender os requisitos de tráfego da rede celular. 42 A análise e dimensionamento da rede de células por critérios de cobertura contabiliza os Link Budget de Uplink e Downlink, que são as perdas, ganhos, margens e potências envolvidas em cada um dos enlaces entre ENB e UE (User Equipment). Com estes cálculos se tem o MAPL (Maximum Allowable Path Loss), ou a maior perda de propagação permitida para estabelecer a comunicação em duas vias. A perda máxima é usada para estimar o alcance máximo, ou raio da célula, que permite calcular sua área de cobertura, a distância entre células e o número de células para cumprir os requisitos de cobertura. 43 Uplink budget contabiliza todas as perdas, ganhos, margens e potências envolvidas no uplink, para calcular a máxima perda de propagação possível entre Equipamento de Usuário e ENB. O transmissor neste cálculo é o EU, que pode ter diferentes classes de potência. Segundo a norma do LTE os móveis classe III tem potência máxima igual a +23dBm. Do lado do receptor, tem-se as especificações do ENB como sensibilidade, figura de ruído e SINR. Os ganhos das antenas do link também são contabilizados, assim como as perdas em cabos, filtros e combinadores. As margens de projeto servem para diminuir o raio da célula, porém garantem níveis avançados de confiabilidade na sua cobertura. 44 Downlink budget contabiliza todas as perdas, ganhos, margens e potências envolvidas no downlink, para calcular a máxima perda de propagação possível entre ENB e Equipamento de Usuário. O transmissor neste cálculo é o ENB, que pode ser tipo MACRO, MICRO, PICO ou FEMTO. As normas do LTE estabelecem potência máxima, mas não limitam o fabricante a esta potência. Os dados do equipamento devem ser fornecidos pelo fabricante para estes cálculos.. Do lado do receptor, tem-se as especificações do EU como sensibilidade, figura de ruído e SINR. Os ganhos das antenas do link também são contabilizados, assim como as perdas em cabos, filtros e combinadores. As margens de projeto servem para diminuir o raio da célula, porém garantem níveis avançados de confiabilidade na sua cobertura. 45 A potência do transmissor e, por consequência a área de cobertura, especificam o tipo de célula e e-NODEB. Cada fabricante tem produtos que se encaixam dentro das definições de MACRO, MICRO, PICO ou FEMTO cell. O tipo do equipamento é definido pelo fabricante numa relação de custo x potência x capacidade que ele considere como estratégicas para seu mercado (operadoras). As MACRO ENB possuem, em sua maioria, arquitetura distribuída. Uma BBU (Base Band Unit) fica em abrigo no solo, junto com conversor AC/DC, baterias, trocador de calor e dispositivos de alarmes externos. Ela é responsável pelo processamento digital do sinal, como conversão de protocolos e codificação de canal. Um cabo óptico + DC levam sinal e alimentação para a RRU (Radio Remote Unit) que faz funções de modulação, amplificação e filtragem do sinal de RF. Essa arquitetura evita perdas de sinal em cabos desde o solo até a torre. As MICRO, PICO e FEMTO cells são compactas e agregam as duas funções (Base Band e Rádio Frequência). Algumas inclusive já trazem a antena acoplada no mesmo hardware. Há inúmeros produtos e aplicações destes tipos equipamentos. 46 As tabelas mostram valores de RF para pico e-NODEB. Para equipamentos macro estes dados podem ser encontrados nas especificações TS 36.922 do 3gpp. 47 As categorias de EU definem a capacidade do equipamento quanto a taxas de DL e UL de acordo com o 3GPP TS36.306. 48 A tabela mostra umexemplo dos cálculos de sensibilidade do EU (equipamento do usuário) em função da largura de banda do canal e modulação. Esta tabela pode ser encontrada nas especificações de desempenho mínimo de EU, em TS 36.101. 49 Continuação da tabela dos cálculos de sensibilidade do EU (equipamento do usuário) em função da largura de banda do canal e modulação. Esta tabela pode ser encontrada nas especificações de desempenho mínimo de EU, em TS 36.101. 50 A tabela acima mostra, para algumas bandas na tecnologia LTE, a largura de banda do canal de RF suportada pela norma. Dados retirados das especificações do EU – TS 36-101. 51 IM: Interference Margin. Devido ao fator de reuso = 1, ou seja, todas as células utilizam as mesmas frequências, deve ser considerado nos cálculos um valor entre 2 e 4 dB, dependendo da faixa de frequência, da geometria das células e sua proximidade no grid. LN: Log Normal Fading Margin. O sinal recebido se comporta segundo uma distribuição gaussiana com média e desvio padrão dependentes da morfologia da área coberta pela célula. Para não perder a cobertura devido a esta variação se considera esta margem. BPL – Building Penetration Loss: margem que reflete a perda de energia do sinal para penetrar em edificações. A perda varia com o tipo de edificação, e esta margem contabilizada garante que o usuário tenha cobertura indoor através da célula outdoor. Car Losses: margem para cobertura “in car”. Usada para projetos de cobertura em rodovias. FFM – Fast Fading Margin: devido a perdas por propagação em múltiplo percurso (Rayleigh fading). Típicamente 2dB. Body Loss: perda por acoplamento no corpo, e sombreamento pela cabeça. 52 Cell Edge Confidence Analysis In designing the cell coverage area, one cannot guarantee to have perfect link for all the mobile stations in the cell. This is especially difficult for the mobiles that are at the cell edges and in the fringe of the coverage. Instead statistical approach is used to ensure that most of the users (90% for instance) are covered at all times. This is referred to the confidence interval. Generally a normal distribution is used in calculating the confidence interval. The calculate the cell edge reliability apply the formula above, where: •n = path loss exponent; •r = normalized cell radius (on the cell boundary, r=1); • = log normal shadow standard deviation; • = log normal shadow margin. Comparison of Cell Edge - Cell Area Confidence The table illustrates de comparison between cell area and cell edge confidence and the log normal fade margin for a given cell, assuming the propagation loss coefficient equal to 4 and the log normal shadow standard deviation equal to 8. Os modelos matemáticos para predição perdas em função da distância são empíricos ou semi-empíricos. Podem ser reduzidos à função Loss = A + B*Log(d), onde A e B são constantes que dependem da frequência, altura das antenas da estação rádio base, da estação móvel e da morfologia do terreno. A especificação do modelo deve ser cuidadosa. Alguns deles são boas aproximações para frequências baixas, outros para altas frequências, há modelos adaptados para microcélulas e para cobertura indoor. Nesta etapa o modelo de predição vai ajudar a calcular o raio da célula, com base no MAPL (maximum allowable path loss) ou perda máxima permitida extraído do link budget. Daí se derivam os cálculos de área da célula e número de células para a rede. Lembre-se que o número de células para atender os critérios de cobertura pode ser diferente do número calculado no dimensionamento por tráfego. Deve ser adotado o maior número, que atenderá aos dois critérios. 55 O raio e a área de cobertura de uma célula tem relação com a faixa de frequência do canal de rádio e com sua modulação. A relação com a frequência é inversa, sendo cada vez menor o raio quanto maior a frequência de operação. Esta relação pode ser observada no modelo de predição de cobertura. A modulação tem relação com o SINR, ou relação sinal ruído. Quando mais alto o grau da modulação maior será a taxa do usuário (mais bits por símbolo), porém o canal de rádio deverá ter uma maior relação sinal ruído para a comunicação acontecer com baixa taxa de erro. A estação móvel informa à estação rádio base frequentemente sobre a qualidade do canal de downlink. Esta por sua vez agenda os pacotes elegendo a modulação com melhor desempenho sob as condições do canal informadas pelo móvel. 56 Com o número de células calculado na etapa anterior é produzido o Nominal Cell Plan. O objetivo é espalhar as células no mapa de modo a maximizar a cobertura, minimizar a interferência, privilegiar pontos notáveis e evitar situações indesejadas. É importante saber quais equipamentos estão a disposição do projetista (MACRO, MICRO, PICO e FEMTO) assim como os modelos e fabricantes de antenas. Conhecer a posição das torres e rooftops de outras operadoras pode ajudar a definir sites em compartilhamento. A legislação local pode proibir algumas situações, por isso é bom ter uma noção das permissões para instalação de estações de telecomunicações. A principal ferramenta é o software de predição de cobertura. Nele são carregadas as bases de antenas, de terreno (altitude, morfologia, ocupação), o modelo matemático de predição e os dados dos e-NODEB. Pode-se carregar no software informações de tráfego vivo em redes maduras, perfis de deslocamento de usuários e informação de coleta (drive test). 57 Nesta etapa os locais indicados no nominal cell plan para cada célula são visitados. É feito o levantamento de toda documentação técnica (LAT/LONG, rede elétrica, vias de acesso, fotos, obstruções, restrições) e não técnica (permissões, leis ambientais, plano diretor, contratos com proprietários) por uma equipe de busca de site, seguindo critérios definidos pela Engenharia. É comum o levantamento apresentar alguns candidatos para cada site, que serão qualificados por critérios técnicos e econômicos, até o fechamento do contrato com o candidato mais viável. 58 Assim que é fechado o contrato com o candidato qualificado após a etapa dos surveys, devem ser revistos todos os dados do site (detentor do site, endereço, LAT/LONG, tipo de construção); parâmetros físicos de RF (número de setores, posição das RRU, filtros, combinadores, azimute, TILT, modelo e altura das antenas); dados do projeto (fase, contatos engenharia, PM). Pode ser anexado um croqui com a posição das antenas em torre ou topo de prédio. O documento com os dados de RF do projeto é comumente chamado de RF Sheet. Ao mesmo tempo devem ser revistas e documentadas as especificações de Infraestrutura (croquis, plantas, projetos) e da rede de Transporte (especificação de rádio enlace, encaminhamento e mapeamento de fibra óptica, equipamento multiplex, canalização) pelas respectivas engenharias. Outro levantamento a cargo da Engenharia de RF é quanto aos parâmetros lógicos da nova estação, como PCI, parâmetros de acesso, paging, potência, PRACH, vizinhança... São os chamados CDD (Cell Design Data), que serão carregados na e-NODEB e no CORE para criação lógica no novo site. Estes dados devem estar todos documentados e disponíveis, para a implantação dos elementos das três áreas técnicas: infraestrutura, transporte e RF. 59 Na etapa de Implantação, com todos os dados de projeto definidos, se faz o planejamento das atividades visando o melhor aproveitamento dos recursos para ter o site implantado em menor tempo, custo e com a melhor qualidade de serviço. A operadora pode optar por fazer as instalações com mão de obra própria, com total controle e responsabilidade sobre as variáveis do projeto. Pode optar por contrato tipo turnkey, onde um terceiro faz toda a obra e entrega o site pronto para os equipamentos, ou até mesmo com estes já instalados e comissionados. Alternativamente pode ser feito contrato com fornecedor em cada área (civil, torre, elétrica, equipamento, irradiante) e um PM próprio gerenciar (ou orquestrar) todas as atividades e marcos doprojeto. Ainda há opção de site compartilhado, tipo sharing ou built to suit, onde um terceiro é detentor do site e as obras de implantação devem ser feitas com sua aprovação e acompanhamento. O sucesso nesta etapa é entregar o site funcionando (transmitindo) dentro das especificações das Engenharias no prazo, custo e qualidade desejados. 60 System Tuning é o conjunto de processos para otimizar a rede que está em funcionamento. São técnicas e ferramentas que buscam tirar o melhor proveito da rede, adaptando suas características, parâmetros e features à demanda dos usuários. O Inicial Tuning é um caso particular, onde é feito o trabalho de otimização da cobertura e serviço de um site novo, recém integrado à rede de células. Todo o trabalho é voltado para alcançar os melhores níveis de serviço, que podem ser quantificados através dos KPI (Key Performance Indicators) de rede, como por exemplo taxa de queda de conexões (DROPCALL), taxa de sucesso das conexões (Acessibilidade), falhas de Handover, congestionamento de canais de Paging, Acesso, Dedicados, Troughput médio, latência, SINR, CQI, Modulação, RSRP, etc. 61 A engenharia de RF tem enfrentado desafios cada vez mais complexos. Redes heterogêneas com diferentes tipos de equipamentos, tecnologias, faixas de frequência e demandas por cobertura. Felizmente as ferramentas disponíveis também acompanham essa evolução. Para predição de cobertura há produtos multi-tecnologia, habilitados para VoLTE, carrier agregation, WiFi offload. Há ferramentas específicas para predição em ambientes indoor, com plantas 3D e modelos de predição avançados. Além de prever a cobertura, elas estimam SINR, tráfego, troughput, handover, etc. As ferramentas de coleta são telefones ligados ao PC e GPS que coletam informações (RSRP, SINR, PCI e layer 3 msg) e disponibilizam no mapa, para análise da cobertura celular no ponto de vista do usuário. Há ferramentas automáticas que fazem upload dos dados ao longo da coleta, e produzem relatórios customizados instantaneamente. Os dados destas ferramentas podem ser cruzados no software de predição, para comparar a cobertura prevista com a real, e otimizar o modelo de predição para maior acuidade nos próximos cálculos. Existem ferramentas automáticas de planejamento de frequências e ajustes físicos (azimute, TILT, altura de antenas) para melhor desempenho quanto a cobertura e interferência. O conceito de SON – Self Organizing Network, agrega à rede a capacidade de executar várias tarefas de otimização automaticamente, como por exemplo o planejamento automático de listas de vizinhança. 62
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