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1 MATERIAIS DENTÁRIOS 2 MARIANNE MOURA GESSO ODONTOLÓGICO É um dos materiais utilizados para a confecção de próteses dentárias. As próteses são consideradas restaurações indiretas, ou seja, ela é levada pronta até a cavidade oral. Segundo artigos, a prótese dentária é descrita como substituto artificial de partes ou de todo um órgão perdido ou não formado com atributos específicos que definam a sua função. CLASSIFICAÇÃO DAS PRÓTESES QUANTO A FIXAÇÃO Prótese fixa: poderá ser cimentada sobre dentes naturais e cimentada ou aparafusada sob implantes. Essas próteses quando instaladas, o paciente não consegue retirar a prótese para higienização da mesma e da cavidade oral. Prótese removível: Pode ser retirada da cavidade oral para higienização. Está subdividida em: ✓ Prótese Parcial Removível: irá reabilitar áreas que tenham perda dentária. ✓ Prótese Total: Planejadas e confeccionadas em pacientes desdentados totais. Alguns protocolos precisam ser seguidos no processo de confecção das próteses. Um deles é a MOLDAGEM, a qual se caracteriza como um conjunto de atos clínicos (seleção correta da moldeira, seleção do material de moldagem, posicionamento correto do paciente na cadeira etc), que visam obter a copia ou impressão como máximo de fidelidade. MOLDE: reprodução negativa da área registrada no material de moldagem. MODELO: reprodução positiva da área moldada. Para o planejamento e confecção das próteses dentárias, há necessidade de moldagem e construção de modelos. GESSOS E MATERIAIS DE MOLDAGEM São usados na odontologia para a construção de modelos físicos para as estruturas orais e maxilofaciais. O CD apresenta vários tipos de gessos para produzir moldes e modelos a partir dos quais próteses dentarias são feitas. Atualmente, 90% das próteses são confeccionadas através de modelos físicos e 10% sobre modelos virtuais, que não necessitam de moldagem. A grande maioria dos gessos odontológicos são oriundos de um mineral chamado gipsita, encontrado em várias partes do mundo. É também obtida como subproduto de alguns processos químicos. Quimicamente, este mineral, usado para fins odontológicos é basicamente o sulfato de cálcio di-hidratado. Dependendo da condução desse composto químico, iremos obter vários tipos de gesso que vão desde resistências mecânicas menores até maiores. O processo que transforma a gipsita em gesso odontológico é chamado de Calcinação, onde ela é triturada, aquecida perdendo parte da agua, se transformando em sulfato de cálcio hemi-hidratado. Gesso comum ou Paris/ Gesso tipo II: gipsita aquecida há uma temperatura de 110 à 120° C em caldeira aberta, transformado em Hemi- hidratado de Sulfato de Cálcio (perde ½ molécula de água). ESSE GESSO APRESENTA MENOR RESISTÊNCIA DOS GESSOS ODONTOLÓGICOS. Gesso Pedra de Moderada Resistência/ Gesso tipo III: gipsita aquecida à temperatura constante de 125°C + vapor de água sob pressão, transformando em sulfato de cálcio hemi- hidratado (hidrocal). APRESSENTA PROPRIEDADES MECÂNICAS MELHORES DO QUE O GESSO TIPO II. Gesso Pedra de alta resistência: Gipsita triturada e aquecida em 100°C com acréscimo 2 MATERIAIS DENTÁRIOS 2 MARIANNE MOURA de 30% do peso da gipsita de Cloreto de Cálcio, formando o Gesso densite. O gesso pedra de alta resistência pode ser transformado em Gesso Pedra de Alta Resistência e Baixa Expansão (TIPO IV) e Gesso Pedra de Alta Resistência e Alta Expansão (TIPO V). Precisamos de dois tipos de gesso especiais, pois poderemos programar para o paciente restaurações indiretas confeccionadas em ligas nobres com ouro na composição e esse metal quando passa da fase liquida para a solida, sofre uma contração de enrijecimento e endurecimento menor. Enquanto que, as ligas que são consideradas alternativas (de alta fusão), sofrem uma alta contração então precisamos da confecção sobre modelos que promovem uma expansão que compensem a contração da liga após a fundição. Dependendo do processo de obtenção do hemi- hidrato, ele pode apresentar partículas maiores, menores, mais uniformes, menos uniformes, mais densas ou menos densas. TIPOS DE GESSO Gesso para moldagem (Tipo I): Estes materiais para moldagem são compostos de gesso Paris, ao qual foram adicionados modificadores para regular o tempo de presa e a expansão de presa. Ele não é mais comercializado. Gesso tipo II (Paris ou Comum): Utilizado especificamente para casos em que a sua resistência é adequada, ou seja, base de modelos, confecção de modelos primários ou de estudos nas próteses totais, montagem dos modelos no articulador e preenchimento da mufla na construção de uma dentadura. Gesso Pedra (Tipo III): Indicado para a construção de modelos de trabalho (secundário) na confecção de próteses totais, modelos antagonistas, modelos para ortodontia, pois apresentam uma resistência adequada para este propósito. Gesso Pedra de Alta Resistência e Baixa Expansão (Tipo IV): Os principais requisitos são resistência, dureza e um mínimo de expansão de presa. A dureza superficial deste gesso aumenta mais rapidamente que a resistência à compressão, uma vez que a secagem da superfície é mais rápida. Indicado para construção de modelos cujas restaurações indiretas serão feitas em ligas metálicas nobres (ouro). Gesso Pedra de Alta Resistência e Alta Expansão (Tipo V): Tem uma resistência à compressão superior à do gesso tipo IV. Este aumento é conseguido pela diminuição da relação água:pó. A razão para aumento da expansão de presa é que as ligas metálicas alternativas apresentam uma grande contração de solidificação diferente das ligas de metais nobres. ÁGUA NECESSÁRIA PARA MANIPULAÇÃO Para 100g de pó: ✓ Gesso tipo II = 40-50 ml (partículas mais irregulares, por isso maior quantidade de água) ✓ Gesso tipo III = 28-35ml ✓ Gesso tipo IV e V = 19-24ml FORMAS DE MANIPULAÇÃO ✓ À vácuo: dará um produto final com ausência de bolhas ✓ Manual COMO MANIPULAR Primeiro colocamos o pó e em seguida o líquido, devidamente proporcionado. Verte o pó, hidratando e deixando-o em massa maleável, manipulando com espátula de metal para formação da massa com metais bastante embricados. CRISTALIZAÇÃO= Transformação do hemi- hidrato em di-hidrato em forma de modelo. Reação exotérmica. A água tem como finalidade umedecer as partículas do pó e produzir uma mistura com viscosidade adequada. Ela é importante na determinação das Propriedades Físicas e 3 MATERIAIS DENTÁRIOS 2 MARIANNE MOURA Químicas do produto final da gipsita, agindo sobre o tempo de presa da reação. Quanto maior for a quantidade de água usada na mistura : ✓ Menor será a quantidade de núcleos de cristais (menor imbricamento mecânico) por unidade de volume; ✓ Maior o tempo de presa da reação (menor velocidade de presa); ✓ Maior a porosidade do produto final; ✓ Baixa resistência mecânica. ALTERAÇÃO NA VELOCIDADE DE PRESA Em casos de necessidade para alterar a velocidade de presa, nunca deve-se mexer na relação água/pó e sim utilizar outros artifícios como: ✓ Adição de retardadores: Citrato de sódio, bórax ou temperatura da água (<20°) ✓ Adição de aceleradores: Sulfato de potássio, citrato de sódio, Terra alba (sulfato de cálcio di hidratado = água gessada ou raspas de gesso) e temperatura da água (>40°). ARMAZENAMENTO DO MATERIAL O armazenamento do produto deve ser feito com muita atenção pois a temperatura e a umidade são os dois principais fatores que afetam a vida útil dos gessos odontológicos.
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