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Glicocorticoides: Farmacologia e Efeitos

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Glicocorticoides 
 FARMACOLOGIA
 
 
 
 
 
 
CORTICOIDES ENDÓGENOS 
 
Os corticosteroides endógenos, produzidos 
pelo córtex da suprarrenal, são essenciais à 
vida. A matéria prima para síntese de 
corticoides é o . Os dois principais colesterol
grupos fisiológicos e farmacológicos são os 
glicocorticoides e os mineralocorticoides. 
 
Os possuem efeitos glicocorticoides
importantes no metabolismo intermediário, no 
catabolismo, nas respostas imunológicas e na 
inflamação. Os regulam o mineralocorticoides
transporte de sódio e potássio nos tubos 
coletores dos rins. Um terceiro grupo, os 
, é o principal andrógenos suprarrenais
precursor endógeno de estrogênio em 
mulheres nas quais a função ovariana é 
deficiente ou ausente e nos meninos pré-
adolescentes. 
 
Os glicocorticoides inibem a síntese do fator 
liberador de corticotrofina (CRF), no 
hipotálamo, e do hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH) na hipófise. O CRF 
controla a liberação do ACTH, que regula a 
produção dos corticoides na suprarrenal. Uma 
ação fundamental dos glicocorticoides 
exógenos é a ativação desse sistema de 
inibição da retroalimentação com a 
subsequente supressão da produção endógena 
do esteroide pelo córtex suprarrenal. Após o 
tratamento crônico com glicocorticoides 
exógenos, a recuperação da síntese endógena 
demora semanas a meses. 
 
 
GLICOCORTICOIDES 
 
MECANISMO DE AÇÃO: os hormônios 
esteroides entram na célula e se ligam a 
receptores no citosol. O complexo do receptor 
e seu esteroide entram no núcleo, onde 
alteram a expressão do gene ao se ligarem aos 
elementos de resposta ao glicocorticoide 
(GRE). As respostas dos tecidos aos esteroides 
são possíveis graças à presença de diferentes 
reguladores de proteínas em cada tecido que 
controlam a interação entre o complexo 
hormônio-receptor, outros fatores de 
transcrição e os elementos de resposta 
particulares. 
 
 
Efeitos sobre órgãos e tecidos 
 
 Importantes reguladores do metabolismo 
intermediário dos carboidratos, lipídios e 
proteínas, bem como estimulam o efeito 
catabólico geral. 
 Estimulam a gliconeogênese. Como 
resultado, o nível de glicose no sangue sobe 
e estimula a secreção de insulina. 
 Estimulação da lipólise e da lipogênese, com 
aumento resultante do depósito de gordura 
em certas áreas, particularmente o rosto, 
ombros e costas. 
 : surge após o Síndrome de Cushing
hipercortisolismo suprarrenal associado à 
produção excessiva de ACTH pela 
hipófise. Aparência: “cara de lua” e 
“corcunda de búfalo” na base posterior 
do pescoço. 
 Estimulação da decomposição de proteínas 
dos músculos e liberação de aminoácidos. 
: redução dos músculos Consequência
esqueléticos e perda do condicionamento 
físico com o uso crônico. 
 O tecido linfoide e conectivo, gordura e pele 
são prejudicados pela influência das altas 
concentrações desses esteroides. 
 Possuem efeitos catabólicos sobre os ossos, 
o que pode levar à osteoporose. 
 Inibição do crescimento nas crianças. 
 Desenvolvimento da hipertensão, devido à 
retenção crônica de sal e água. 
 Mudanças emocionais: insônia e euforia 
seguidas de depressão e, ocasionalmente, 
psicose. 
 
 
Efeitos anti-inflamatórios e 
imunossupressores 
 
Esses fármacos possuem um efeito relevante 
sobre a distribuição e função dos leucócitos. 
Eles aumentam os neutrófilos e reduzem os 
linfócitos, eosinófilos, basófilos e monócitos. A 
migração dos leucócitos também é inibida. Os 
mecanismos envolvidos com tais efeitos anti-
inflamatórios são a redução no metabolismo do 
eicosanoide e na produção de citocinas que 
participam das reações inflamatórias. 
 
O efeito imunossupressor dos corticoides 
consiste na inibição dos mecanismos 
envolvidos nas funções imunológicas mediadas 
por células, especialmente as dependentes de 
linfócitos. Os glicocorticoides são linfotóxicos, 
sendo, por isso, importantes no tratamento 
dos cânceres hematológicos. Os fármacos não 
interferem no desenvolvimento da imunidade 
normal adquirida, mas impedem as reações de 
rejeição em pacientes com transplantes de 
órgãos. 
 
Os glicocorticoides endógenos, como o 
cortisol, são necessários à excreção renal 
normal de grande quantidade de água. Os 
glicocorticoides também possuem efeito sobre 
o SNC. Quando administrados em altas doses, 
especialmente por longos períodos, podem 
provocar fortes mudanças comportamentais. 
Grandes doses estimulam a secreção de ácido 
gástrico e reduzem a resistência à formação de 
úlceras. 
 
 
Usos clínicos 
 
 Reações alérgicas: 
 Edema angioneurótico, asma, picada de 
abelha, dermatite de contato, reações 
medicamentosas, rinite alérgica, doença 
do soro e urticária. 
 Distúrbios vasculares do colágeno: 
 Arterite de células gigantes, LES, 
síndromes mistas de tecido conectivo, 
polimiosite, polimialgia reumática, artrite 
reumatoide, arterite temporal. 
 Doenças oculares: 
 Uveíte aguda, conjuntivite alérgica, 
coroidite, neurite ótica. 
 Doenças gastrintestinais: 
 Doença inflamatória intestinal, espru não 
tropical, necrose hepática subaguda. 
 Distúrbios hematológicos: 
 Anemia hemolítica adquirida, púrpura 
alérgica aguda, leucemia, anemia 
hemolítica autoimune, púrpura 
trombocitopênica idiopática, mieloma 
múltiplo. 
 Inflamação sistêmica: 
 Síndrome da angústia respiratória aguda. 
 Infecções: 
 Septicemia por Gram-negativos – útil 
para suprimir a inflamação excessiva. 
 Infecções inflamatórias dos ossos e 
articulações: 
 Artrite, bursite, tenossinovite. 
 Distúrbios neurológicos: 
 Edema cerebral e esclerose múltipla. 
 Transplantes de órgãos: 
 Prevenção e tratamento de rejeição. 
 Doenças pulmonares: 
 Pneumonia de aspiração, asma 
brônquica, prevenção de síndrome da 
angústia respiratória do recém-nascido, 
sarcoidose. 
 Distúrbios renais: 
 Síndrome nefrótica. 
 Doenças de pele: 
 Dermatite atópica, dermatoses, líquen 
simples crônico (neurodermatite 
localizada), micose, pênfigo, dermatite 
seborreica, xerose. 
 Doenças da tireoide: 
 Exoftalmia maligna, tireoidite subaguda. 
 Diversos: 
 Hipercalcemia, doença das montanhas, 
náuseas e vômitos induzidos por 
quimioterapia. 
 Distúrbios suprarrenais: 
 São essenciais para preservar a vida dos 
pacientes com insuficiência cortical 
suprarrenal crônica (doença de Addison), 
sendo necessárias grandes doses na 
insuficiência suprarrenal aguda. 
 Hiperplasia suprarrenal congênita: 
utilizado quando a síntese das formas 
anormais dos corticosteroides é 
estimulada pelo ACTH. 
 
 
Glicocorticoides importantes 
 
Principal corticoide endógeno: cortisol
(hidrocortisona). Os níveis plasmáticos do pico 
de cortisol ocorrem pela manhã, e os níveis 
menores, à meia noite. O cortisol também tem 
um pequeno efeito, mas significativo, de 
retenção de sal, como os mineralocorticoides, 
uma causa importante de hipertensão em 
pacientes com tumor secretor de cortisol ou 
tumor pituitário secretor de ACTH. 
 
A prednisona e seu metabólito ativo, a 
, a e a prednisolona dexametasona
 são importantes. Foram triancinolona
desenvolvidos corticoides especiais para uso no 
tratamento da asma e outras condições nas 
quais é necessária a atividade sobre as mucosas 
ou pele, mas os efeitos sistêmicos devem ser 
evitados. 
 
 
MINERALOCORTICOIDES 
 
O principal mineralocorticoide endógeno nos 
humanos é a . A secreção de aldosterona
aldosterona é regulada pelo ACTH e sistema 
renina-angiotensina-aldosterona, sendo 
importante na regulação do volume e pressão 
sanguíneos. A aldosterona tem meia-vida curta 
e pouca atividade glicocorticoide. Outros 
mineralocorticoides: e desoxicorticosterona
. Esta última possui significativa fludrocortisona
atividade glicocorticoide. 
 
 
ANTAGONISTAS DOS 
CORTICOSTEROIDES 
 
Os antagonistas dos receptores ou inibidores 
da síntesedos corticosteroides são usados para 
antagonizar os efeitos dos corticosteroides 
endógenos. O , um antifúngico, cetoconazol
inibe esse processo, sendo usado em várias 
condições nas quais é desejável reduzir os 
níveis dos esteroides, como o carcinoma 
suprarrenal e cânceres de mama e de próstata.

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