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TRANSTORNOS ALIMENTARES

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1 
 
NEMOEL ARAUJO NUTRIÇÃO CLINÍCA 
TRANSTORNOS ALIMENTARES 
 
 
 
Distúrbios patológicos em que há o envolvimento dos as-
pectos psicológicos, emocionais, cognitivos, fisiológicos e 
alimentares, levando o indivíduo a apresentar uma ima-
gem corporal distorcida da realidade 
 
O dia 2 de junho é reconhecido como o Dia Mundial da 
Conscientização sobre os Transtornos Alimentares. O ob-
jetivo da data é promover ações mundiais para conscien-
tizar, informar e sensibilizar a população sobre os proble-
mas relacionados aos distúrbios alimentares. A data foi 
oficializada pela Academia de Desordens Alimentares 
(Academy for Eating Disorders - AED) 
EPIDEMIOLOGIA: 
Distribuição não uniforme, atingindo 90 a 95% do sexo fe-
minino 
Mulheres de classe social média e alta são as mais envol-
vidas 
Classificação diagnóstica: 
- Classificação Internacional de Doenças (CID-10)  
[Capture a atenção do leitor com uma ótima citação do 
documento ou use este espaço para enfatizar um ponto-
chave. Para colocar essa caixa de texto em qualquer lugar 
na página, basta arrastá-la.] 
 OMS 
- Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Men-
tais (DSM-IV) / Associação de Psiquiatria Norte-ameri-
cana 
Anorexia Nervosa - Bulimia: 
Transtornos intimamente relacionados 
 
 
 
 
Psicopatologia comum 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anorexia = negação 
As anoréxicas não sofrem de falta de apetite, a não ser no 
final da doença 
O que existe é um controle sobre a fome em que se pre-
coniza a baixa ingestão de alimentos ou o jejum para ema-
grecer 
Bulimia = exagero 
 
Anorexia Nervosa: 
DSM-IV 
Perda de peso e recusa em manter o peso dentro da faixa 
normal (>85% do esperado), ou seja, ocorre a presença 
de 15% de déficit em relação ao padrão de peso ideal 
Medo mórbido de engordar mesmo estando abaixo do 
peso 
Perturbação na forma de vivenciar o baixo peso, influên-
cia indevida do peso sobre a auto-avaliação e negação 
do baixo peso 
Amenorreia por 3 ciclos consecutivos 
Medo mórbido de engordar, acompanhada por emagreci-
mento intenso em razão de baixo consumo energético 
ou realização de jejum, amenorreia e complicações clí-
nicas 
 
Preocupação excessiva com o 
peso e a forma corporal, que 
leva as pacientes a se engaja-
rem em dietas extremamente 
restritivas ou a utilizarem méto-
dos inapropriados para alcan-
çarem o corpo idealizado 
2 
 
As pacientes acreditam estar obesas e adquirem uma 
obsessão por emagrecer 
Passam a não ter uma relação positiva com os alimen-
tos, desenvolvendo mitos e rituais alimentares onde só 
as calorias importam 
SUBTIPOS: 
Restritivo: Quando não há métodos compensatórios de 
purgação como o vômito, laxantes, diuréticos, anorexíge-
nos e intensa prática de atividade física 
Purgativo: Quando há, algumas vezes, métodos com-
pensatórios de purgação associados, mesmo consumindo 
menos do que necessitam 
BULIMIA NERVOSA: 
 DSM-IV 
Episódios recorrentes de compulsão alimentar (excesso 
alimentar + perda de controle) 
Métodos compensatórios para prevenção de ganho de 
peso: indução de vômitos, uso de laxantes, diuréticos, 
enemas, jejum, exercícios excessivos 
Frequência dos episódios compulsivos e compensatórios: 
em média pelo menos 2x/semana por 3 meses 
Influência indevida do peso/forma corporal sobre a auto-
avaliação 
SUBTIPOS: 
Purgativo: Quando há, com frequência, a prática de mé-
todos compensatórios de purgação, como o vômito, laxan-
tes, diuréticos, anorexígenos ou prática intensa de ativi-
dade física 
Não-purgativo: Quando há abuso de práticas como o je-
jum ou atividade física, mas não há abuso de outros mé-
todos purgativos 
 
Ingestão de quantidade exagerada de alimentos 
 
 
 
Aspecto central do diagnóstico 
A paciente mostra-se com peso corporal próximo ao 
normal, porém quer desesperadamente emagrecer e 
lança mão de métodos purgativos (vômitos, uso de la-
xantes, diuréticos e intensa prática de atividade física) 
para emagrecer 
É preciso afastar a hipótese de outras doenças que po-
dem provocar aumento no consumo calórico, como hi-
pertireoidismo, diabetes mellitus descompensado e a pró-
pria adolescência, além de outras em que há diminuição 
da ingestão alimentar por anorexia propriamente dita, 
como neoplasias, vírus da imunodeficiência humana posi-
tivo e doença pulmonar obstrutiva crônica 
Fisiopatologia: 
FATORES BIOLÓGICOS  centros da fome e saciedade, 
hormônios 
FATORES PSICOLÓGICOS  Distúrbios afetivos (indivi-
duais e familiares): traços de personalidade, depressão, 
ansiedade e abuso sexual na infância 
AN - ótimas alunas, tímidas e organizadas 
BN - depressivas, uso de álcool e drogas e promiscuidade 
sexual 
FATORES SOCIAIS 
Aspectos clínicos e complicações: 
Comprometimento do estado nutricional 
Práticas compensatórias inadequadas para o controle do 
peso 
 
O culto à magreza e a obsessão por dietas trazem con-
sequências negativas e problemáticas aos pacientes 
envolvidos com os transtornos alimentares, principal-
mente por acontecerem na fase da adolescência, em 
que há o crescimento, o estirão da puberdade e o acúmulo 
de tecido adiposo, que favorecerá a forma arredondada 
do corpo feminino 
Anorexia Nervosa 
Sinais e sintomas físicos: 
A sintomatologia mais evidente é o emagrecimento 
Ocorre perda de peso intensa, levando ao aparecimento 
dos ossos e à diminuição acentuada do tecido adiposo 
Sinais de desnutrição característicos podendo haver hir-
surtismo, lanugem, hipercarotenemia (alta ingestão de ali-
mentos ricos em caroteno) e pele ressecada, além de apa-
tia, falta de disposição e cansaço 
COMPLICAÇÕES ENDÓCRINO-METABÓLICAS: 
Amenorreia 
A menstruação retorna geralmente quando o teor de gor-
dura corporal atinge 22% 
Homens  esterilidade e perda do desejo sexual 
Intolerância ao frio, hipercolesterolemia e desidratação 
COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES, GASTROIN-
TESTINAIS, HEMATOLÓGICAS, ÓSSEAS E RENAIS: 
Bradicardia e hipotensão 
Constipação, saciedade precoce, alterações do paladar 
Leucopenia, linfopenia, anemia 
Osteoporose, osteopenia 
Litíase renal 
3 
 
BULIMIA NERVOSA 
Sinais e sintomas físicos: 
Sobrepeso ou peso próximo ao normal 
Aumento das glândulas parótidas, submandibular e sub-
lingual 
Sinal de Russell e dentes com perimólise 
Fraqueza física e personalidade transtornada e extre-
mista, associada à depressão e ao risco de suicídio 
COMPLICAÇÕES ENDÓCRINO-METABÓLICAS: 
Hipoglicemia 
Hipercolesterolemia 
Distúrbio hidroeletrolítico 
Desidratação e alcalose metabólica (ocasionados pelo 
uso abusivo de métodos purgativos 
Complicações cardiovasculares e digestivas: 
Diminuição de eletrólitos  arritmia cardíaca 
Constipação ou diarreia 
Esôfago comprometido podendo sofrer rupturas 
Estômago dilatado e com ulcerações 
Fígado e o pâncreas com alterações enzimáticas 
COMPLICAÇÕES HEMATOLÓGICAS E RENAIS: 
Anemia 
Diminuição de cloretos e de potássio, além da desidrata-
ção  cálculos renais 
Tratamento: 
 Psiquiátrico 
 Psicológico 
 Nutricional 
Não há exatamente um tratamento específico para todos 
os casos de transtornos alimentares 
Há uma abordagem individual adequada 
A hospitalização pode ocorrer num momento de des-
controle da doença, em que só o tratamento ambulatorial 
não é suficiente para conduzir o caso 
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL: 
História dietética: 
Avaliação da ingestão energética, consumo de macro e 
micronutrientes, atitudes e comportamentos alimentares 
AN: 
Consumo inferior a 1000Kcal 
Contam calorias, sendo que geralmente superestimam 
sua ingestão alimentar e energética 
BN: 
A ingestão energética pode ser imprevisível 
Conteúdo calórico da compulsão alimentar, grau de ab-
sorção após a purgação, restrição calórica entre os episó-
dios de compulsão  desafios para a avaliação da inges-
tão energética 
Alimentação caótica, variando entre restrição e compul-
são alimentar 
Recordatório de 24hs Não é utilizado 
É útil estimar o consumo alimentar diário durante toda a 
semana  Diário alimentar 
Determina-se os dias sem compulsão alimentar e apro-
xima-se seu conteúdo calórico 
Deduz-se 50% do conteúdo calórico das compulsões 
alimentares que são purgadas 
Ingestão calórica inadequada, variedade limitada de ali-
mentos na dieta e consumo restrito de grupos alimentares 
resultam em um consumo inadequado de micronutri-
entes 
Comportamento alimentar: 
Aversão alimentares  carne vermelha, itens de panifica-
ção, sobremesas, gorduras 
Alimentos absolutamente bons ou maus 
Comportamentos incomuns e ritualísticos 
Avaliação laboratorial: 
Alterações importantes nas concentrações de proteínas 
viscerais não são comuns na AN 
Fenômeno adaptativo do jejum prolongado  mantém o 
metabolismo das proteínas viscerais às custas do com-
partimento somático (músculos) 
Apesar do consumo de dietas de baixo teor de lipídios e 
colesterol, alguns pacientes com AN apresentam concen-
trações elevadas de colesterol total (pacientes com BN 
podem ter também) 
Uma dieta restrita em lipídios e colesterol não deve ser 
prescrita inicialmente  o paciente deve ser reavaliado 
após a restauração da massa corporal 
Deficiência de vitamina e minerais: 
Hipercarotenemia é um achado comum na AN, sendo 
atribuível à mobilização dos estoques de lipídios, altera-
ções catabólicas e estresse metabólico 
Anemia ferropriva não é comum na AN  necessidades 
diminuídas de ferro 
AN x osteopenia e osteoporose 
Avaliação antropométrica: 
Pacientes com AN  apresentam desnutrição proteico-
energética caracterizada por reservas adiposas e de pro-
teína somáticas com depleção importante, porém com um 
compartimento de proteínas viscerais relativamente in-
tacto 
Peso, altura, IMC, dobras, circunferências, BIA 
Tratamento nutricional: 
Enquanto as pacientes com bulimia gastam grandes so-
mas em dinheiro com a compra de alimentos que serão 
consumidos em um único episódio seguido de purgação, 
as pacientes com anorexia restringem a alimentação, que 
será fracionada ao longo do dia 
Anorexia nervosa 
Objetivos da reabilitação nutricional: 
- Correção das sequelas biológicas e psicológicas 
da desnutrição 
- Restauração da massa corporal 
- Normalização dos padrões alimentares 
- Prescrições calóricas na faixa de 30 a 
40Kcal/Kg/dia são suficientes para iniciar o ga-
nho de massa corporal 
4 
 
- Deve-se aumentar progressivamente a prescrição 
calórica  100 a 200 calorias a cada 2 a 3 dias 
- Síndrome de realimentação / melhor aceitação 
- Prescrições calóricas na faixa de 3.000 a 4.000 
Kcal/dia podem ser necessárias no curso da res-
tauração de massa corporal (sexo masculino  
4.000 a 5.000 Kcal/dia) 
- Lipídios: 25 a 30% 
- Proteínas: 15 a 20% 
- Carboidratos: 50 a 55% 
Bulimia nervosa: 
- Estado de caos dietético, caracterizado por perío-
dos de alimentação descontrolada, mal estrutu-
rada e frequentemente seguida por um período de 
ingestão alimentar restrita 
- Meta imediata  interrupção do ciclo de compul-
são alimentar e purgação, restauração do com-
portamento alimentar adequado e estabilização 
da massa corporal total 
Os pacientes com BN apresentam graus variados de efi-
ciência metabólica 
Como estabelecer a prescrição calórica inicial?? 
1- Pedir para o paciente estimar: 
• o número de dias de compulsão alimentar/purga-
ção 
• os dias de compulsão alimentar/não-purgação 
• os dias de ingestão moderada 
• os dias de ingestão restritiva 
2- Solicitar ao paciente que descreva: 
• Ingestão alimentar típica em um dia de compul-
são alimentar 
• Um dia de ingestão moderada 
• Um dia de ingestão restritiva 
3- Estimar: 
• 50% da ingestão calórica nos dias de compulsão 
alimentar/purgação 
• 100% da ingestão calórica nos dias de compul-
são alimentar/não-purgação, ingestão moderada 
e ingestão restritiva 
4- Calcular a ingestão calórica total durante um período 
de 7 dias 
5- Calcular a ingestão diária média. 
• O nutricionista pode posteriormente for-
mular a alimentação inicial e o plano de refeição 
baseado nesta estimativa da ingestão diária mé-
dia 
Distribuição normal de macronutrientes

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