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Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 Psiquiatria Transtornos alimentares Existem 4 transtornos que são mutualmente excludentes, ou seja, se existir um não pode existir o outro. • Transtorno alimentar restritivo / evitativo • Anorexia nervosa • Bulimia nervosa • Transtorno de compulsão alimentar Obesidade ➔ não é um transtorno mental, mesmo podendo envolver um transtorno alimentar. Anorexia nervosa Transtorno alimentar que se caracteriza por peso corporal anormalmente baixo, intenso medo de engordar, distorção da percepção corporal acompanhada de alterações hormonais devido a desnutrição. Por isso costuma vir acompanhada de comportamentos que envolvem a restrição persistente da ingesta calórica e do ganho de peso. Seu curso é potencialmente crônico, possuindo graves manifestações clinicas e psíquicas. O índice de massa corporal é um parâmetro útil para determinar o peso corporal em relação à altura. Para adultos, um IMC de 18,5 tem sido empregado como limite inferior de peso corporal normal. Para ser considerado como portador de peso significativamente inferior ao da normalidade, a pessoa tem que ter IMC abaixo de 17kg/m² Inicia na adolescência ou na idade adulto jovem. Raramente se inicia antes da puberdade ou depois dos 40 anos. O início costuma estar associado a um evento de vida estressante. O transtorno é mais comum no sexo feminino entre 15 e 25 anos. Possui a maior taxa de morbimortalidade entre os transtornos psiquiátricos. Algumas profissões apresentam maior chance para o desenvolvimento de AN, em especial aquelas ligadas à estética e ao corpo, como bailarinas, atletas, profissionais da moda, atrizes e atores, estudantes de nutrição, medicina e psicologia. Para os pacientes do sexo masculino, a prevalência mostra-se crescente, em especial entre homossexuais. Fisiopatologia Está relacionada a fatores psicológicos, biológicos e culturais. Normalmente esses pacientes apresentam distúrbios cognitivos (crenças disfuncionais), excessiva autocritica, perfeccionismo, ↓ autoestima e sensibilidade às criticas. Pode ter relação com a genética, sendo comum casos em individuos que tenham parentes de primeiro grau com o transtorno (hereditariedade + aprendizado comportamental). O ambiente cultural e a moda sao determinantes na patogenese da doença, devendo-nos atentar para profissoes de risco, como: bailarinas, atores, modelos, atletas, etc. Biologicamente ha mudanças na neurotransmissão, causando alterações na modulação da fome. Ha aumento nos niveis de cortisol serico, levando a diminuição do apetite, hipogonadismo hipotalamico e diminuição da libido. Ainda esta em estudo o papel dos neurotransmissores e mediadores (ex: grelina, leptina e peptideo Y) da fome na patogenese. Fatores predisponentes: sexo feminino, história familiar, baixa autoestima, perfeccionismo e dificuldade para expressar emoções. Aponta-se a rigidez familiar, relações parentais disfuncionais e a grande importância dada às aparências, tanto na questão física quanto no desempenho de diversos setores da vida, como possível fator que influencie o aparecimento da AN. Fatores precipitantes: dieta, separação e perda, alterações na dinâmica familiar, expectativas irreais na escola, no trabalho ou na vida pessoal, proximidade da menarca. Fatores mantenedores: alterações neuroendócrinas, distorção da imagem corporal, distorções cognitivas, praticas purgativas. Apresentação clinica O quadro inicia-se quase sempre após uma dieta, em razão da insatisfação com o peso ou a imagem corporal. Inicialmente são evitados alimentos ricos em carboidratos e engordativos. Com o agravamento da AN o paciente passa a restringir progressivamente sua alimentação, chegando a abolir grupos alimentares e minimizar o numero de refeições. Principais sintomas: Restrição de consumo energético. Medo de ganhar peso, ficar gordo ou comportamento que evite o peso. Percepção distorcida da imagem corporal Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 Sintomas associados Perseguição pela magreza. Preocupação obsessiva por comida. Medo de certos alimentos. Cardápio restrito. Rituais associados a alimentação. Medo de comer em público. Isolamento social. Alterações do sono, etc. Alterações dermatológicas Hipercarotenia, pele seca, unhas finas e quebradiças, Lanugo nos braços, pernas, face e tronco (pelos finos), Cabelos finos e quebradiços, Perda de cabelo Alterações no sistema digestivo Retardo no esvaziamento gástrico, Diminuição do peristaltismo intestinal, Pancreatite, Constipação intestinal, Alterações nas enzimas hepáticas, Lesões esofagianas por vômitos, Perdas dentarias, halitose, Hepatite secundária à desnutrição pode manifestar-se com elevação das transaminases e bilirrubina e redução das proteínas séricas. Esofagite de refluxo e sangramentos mucosos são alterações fágicas comuns. Sistema circulatório Bradicardia, Diminuição da pressão arterial, taquirritmias ventriculares, Insuficiência cardíaca, Parada cardíaca, Hipotensão postural Sistema excretor Edema, Calculo renal, Aumento dos níveis séricos de ureia, Poliúria e Desidratação. Sistema hematológico / imunológico Anemia, Leucopenia, Trombocitopenia. Ocorre ↓ global da imunidade, com efeitos variáveis no que tange a imunidade humoral e consequências deletérias na imunidade celular. Apesar desse defeito, não são frequentes infecções nos pacientes anoréxicos. Sistema reprodutivo Infertilidade, Baixo peso em RN, Parto prematuro, Complicações perinatais. Os ciclos menstruaus podem não ocorrer por aproximadamente 1 ano após a recuperação do peso normal, mesmo que algum nível de estrogênio seja detectado antes disso. Eletrólitos Hipocalcemia, hiponatremia, hipofosfatemia e hipomagnesemia. Sistema endócrino Amenorreia, Diminuição das gonadotrofinas, Hipotireoidismo, atrofia cerebral, Alterações neurocomportamentais. Ocorre deficiência no mecanismo de reabsorção da água corporal, o que causa diabetes insipidus. Ocorre intolerância ao frio, bradicardia, hipotensão, hipercarotenia, elevação nos níveis do GH e redução do IGF Sistema osteomuscular As complicações físicas mais persistentes são a osteopenia, osteoporose, perdas e erosões dentárias secundárias a vômitos e a desnutrição. Risco de suicídio: elevado. A avaliação de inidivudios com anorexia nervosa deve incluir a determinação de ideação suicida e comportamentos suicidas, bem como de outros fatores de risco para suicídio, incluindo história de tentativas. Abordagem diagnóstica História clínica e psiquiátrica + avaliação do IMC e conversa com familiares, amigos ou cuidadores. A obtenção do peso e estatura do paciente e a comparação com padrões de referencia para a normalidade para a idade e sexo são importantes para se verificar o estado nutricional e também para acompanhar a evolução do paciente ao longo do tempo. O indicador nutricional mais utilizado em adolescentes e adultos é o IMC. A gravidade do quadro de AN pode ser considerada moderada quando o IMC estiver próximo de 17,5 kg/m2, e grave quando o valor for inferior a 15,0 kg/m². A verificação das pregas cutâneas é utilizada como medida de adiposidade e pode ajudar a determinar a composição corporal do ganho de peso e servir de ferramenta educacional para se explicar sobre a massa magra e a massa gorda. A análise de bioimpedância não é recomendada em pacientes com AN por conta das mudanças nos fluidos intra e extracelular e da desidratação crônica. Exames de rotina: ❖ Hemograma completo ❖ Bioquímica o Ureia o Colesterol o Enzimas hepáticas o Magnésio, zinco, fosfato e amilase o Bicarbonato, cloro, cálcio ❖ Endocrinologia o Tireoide o Estrogênio e testosterona ❖ Eletrocardiografia o Bradicinesia sinusalBruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 o Arritmias ❖ Massa óssea ❖ Glicemia ❖ Proteínas totais e frações ❖ Fosfatase alcalina ❖ Ureia e creatinina Gasto calórico em repouso Critérios diagnósticos DSM-V A. Restrição da ingesta calórica o que leva a um peso significativamente baixo (inferior ao mínimo normal) B. Medo intenso de ganhar peso ou de engordar, ou comportamento persistente que interfere no ganho de peso, mesmo estando com peso significativamente baixo C. Perturbação no modo como o próprio peso ou a forma corporal são vivenciadas. Tipos Restritivo • 3 meses sem episódios purgativos ou de compulsão recorrentes • Dieta, jejum ou exercícios Compulsão alimentar purgativa • Vômitos autoinduzidos • Laxantes, diuréticos ou enemas • Mais abuso de substancias Diagnóstico diferencial • Transtorno alimentar restritivo / evitativo • Bulimia nervosa Comorbidades Transtornos de: humor, ansiedade, obsessivo compulsivo, estresse pós-traumático, disruptivo, uso de álcool e outras substancias, personalidade (borderline). A depressão é a comorbidade mais prevalente nas anerexicas. O subtipo purgativo da anorexia apresenta maior prevalência de comorbidades psiquiátricas do que o subtipo restritivo. Tratamento Tratamento multidisciplinar com nutricionista, psicólogo e medico psiquiatra. Tomar cuidado com as medicações porque normalmente os pacientes tendem a ser resistentes principalmente quando o efeito colateral é o ganho de peso. Além disso, ao fazer medicação, diminuir a dose, pois esses pacientes tem maiores riscos de efeitos colaterais, além de alterações farmacocinéticas. O tratamento da AN pura é a renutrição criteriosa, sendo usado medicamentos quando existem comorbidades associadas. As medicações mais indicadas são: • Fluoxetina → melhora o prognostico dos pacientes após terem atingido um peso ideal, evitando recaídas. • Olanzapina → diminui a ansiedade e melhora alguns aspectos psicológicos, além de contribuir para o ganho de peso. • Ciproeptatina → propriedades anti-histamínicas. Facilita o ganho de peso. Se formos usar antidepressivos devemos dar preferência para os ISRS em detrimento dos IMAO e tricíclicos. Benzodiazepínicos podem ser indicados por seus efeitos ansiolíticos. Bupropiona não deve ser indicada pois aumenta do risco de convulsões. Pacientes com o subtipo restritivo necessitam de uma maior ingestão calórica para a recuperação ponderai, quando comparados aos do subtipo purgativo, pois a taxa de metabolismo basal está alterada. O ritmo recomendado para ganho de peso em pacientes tratados ambulatorialmente é de: 0,5 a 1kg por semana e de 1kg a 1,5 em pacientes hospitalizados. Indicação de internação: • Quando em muito baixo peso • Desnutrição grave • Desidratação • Distúrbios hidroeletrolíticos • Disritmia cardíaca • Instabilidade fisiológica • Hipotensão e hipotermia • Recusa alimentar, etc. Síndrome da realimentação ➔ hipofosfatemia, rápida hipocalemia e hipomagnesemia, intolerância a glicose, disfunção gastrointestinal e arritmias cardíacas. A retenção hídrica também pode causar edemas. Para evitar essa síndrome, no início do tratamento sevem ser solicitados os exames para corrigir as disfunções. São recomendadas aferições diárias de potássio, fosforo e magnésio nos primeiros 7 dias de tratamento. A dieta deve ter inicialmente baixa ingesta calórica, a qual deve ser aumentada gradativamente. São também fornecidos suplementos de cloreto de potássio, solução de fosfato de sódio, complexo multivitamínico, tiamina e gluconato de zinco. Se necessário realizar a correção parenteral de magnésio. Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 Quando se trata do subtipo purgativo, a interrupções do uso de laxantes e diuréticos pode levar a retenção hídrica, o que pode permanecer por varias semanas. o uso crônico de laxantes pode levar a constipação intestinal e formação de fecalomas. Além disso a terapia cognitivo comportamental deve ser indicada por ajuda na correção das crenças errôneas e pensamentos distorcidos. Bulimia nervosa Caracterizada por 3 aspectos principais: episódios recorrentes de compulsão alimentar, comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de peso e autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporal. Para que os diagnósticos sejam estabelecidos, a compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados devem ocorrer no mínimo uma vez por semana por 3 meses. Compulsão alimentar ➔ ingestão, em um período de tempo determinado, de uma quantidade de alimento definitivamente maior do que a maioria dos indivíduos comeria em um mesmo período de tempo em circunstancias semelhantes. A ocorrência de consumo excessivo de alimento deve ser acompanhada por uma sensação de falta de controle para ser considerada um episódio de compulsão alimentar. Um indicador de perda de controle é a incapacidade de abster-se de comer ou de parar de comer depois de começar. O antecedente mais comum da compulsão alimentar é o afeto negativo, outros gatilhos incluem fatores de estresse interpessoais, restrições dietéticas, sentimentos negativos relacionados ao peso corporal, a forma do corpo e a alimentos, e tedio. Normalmente os indivíduos tem vergonha da sua condição e tentam esconder os sintomas. Comportamentos compensatórios ➔ comportamentos purgativos ou purgação, podem ser: vômitos, uso indevido de laxantes e diuréticos, enemas, hormônios tireoidianos, redução de dose de insulina (em pacientes com diabetes e bulimia nervosa), jejuns prolongados ou exercícios excessivos. Esses indivíduos normalmente estão dentro da faixa normal de peso ou com sobrepeso. É mais comum em mulheres e adultos jovens. Não é incomum que o transtorno comece após um período de dieta, sendo mais comum no final da adolescência ou inicio da idade adulta. Assim como na AN se apresenta mais em algumas profissões de risco, como modelos, profissionais da moda e atletas. Há dois tipos de transtorno: purgativo, no qual o paciente usa como métodos compensatórios os laxantes, enemas, diuréticos e vômitos autoinduzidos e o não purgativo (restritivo), no qual o paciente apresenta outros comportamentos compensatórios inadequados, como jejum ou excesso de exercícios. O purgativo apresenta maiores comorbidades clinicas e psiquiátricas. Fisiopatologia Vários fatores biológicos vêm sendo estudados, dentre eles: alterações na neurotransmissão de noradrenalina e serotonina. Além de peptídeos YY, leptina e colescistoquinina. Os fatores psicológicos também influenciam, sendo comum nesses pacientes pensamentos dicotômicos, perfeccionismo, labilidade emocional, autodestruição, aversão a conflitos e medo de abandono. Sentem-se inseguros com relação a sua identidade e da maneira que são avaliadas por outras pessoas. Experiencias traumáticas na infância, incluindo abuso sexual, estão associadas a comportamentos multiimpulsivos. Fatores socioculturais também influenciam, sendo importante destacar os padrões sociais e o papel da mídia na difusão de modelos de beleza. Problemas familiares, como alterações nas relações interpessoais e sistêmicas, dificuldade de comunicação com seus parentes e falta de coesão no núcleo familiar também contribuem para o transtorno. Além disso, há maior predisposição entre parentes de primeiro grau com o transtorno, revelando a importância de fatores genéticos envolvidos. Quadro clinico O paciente apresenta peso normal ou um pouco elevado, possuindo um grande medo de engordar sem, contudo, ter o desejo de emagrecer. Em um determinado momento sente grande necessidade de comer, apresentando descontrole e consumindo o alimento em quantidade maior do que onormal e num período curto de tempo. Sente-se culpado e lança mão de métodos purgativos, como vômitos, abuso de exercícios, uso de laxantes, inibidores do apetite, maconha, cocaína, hormônios, etc. Ocorre um ciclo vicioso em que primeiramente vem a dieta → descontrole e evento bulimico → arrependimento → sensação de que está fazendo algo errado / culpa → dieta ... Pele e anexos: Calosidade no dorso da mão por escoriação dentaria (sinal de Russel), Retração gengival, Erosão do esmalte dentário, Peliose, Caries, Hipertrofia de glândulas parótidas em decorrência de vômitos, Aumento da amilase na saliva Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 Sistema gastrointestinal Dor abdominal, Dispepsia, Gastrite, Esofagite, Erosões gastresofágicas, Hérnia de hiato, Metaplasia de barret, Sangramento Sistema metabólico Desidratação e Alterações hidroeletrolíticas Sistema reprodutivo Irregularidade menstrual, Risco de aborto espontâneo, Parto cesáreo, Depressão pós-parto, Baixo peso em recém-nascido Sistema cardiovascular Arritmias cardíacas Risco de suicídio: alto Limitações funcionais: prejuízo no desempenho de papéis, sendo o domínio social da vida o mais prejudicado. Fatores de risco • Preocupações com o peso • Baixa autoestima • Sintomas depressivos • Transtorno de ansiedade social • Abuso sexual ou físico na infância • Genética • Obesidade infantil • Maturação puberal precoce • Transmissão familiar do transtorno Abordagem diagnóstica Exames de rotina ❖ Eletrólitos ❖ Metabolismo ❖ Gastrointestinal ❖ ECG ❖ Glicemia em jejum ❖ Hemograma completo ❖ Avaliação hormonal Comorbidades Transtornos de humor, ansiedade, uso de substancias e de personalidade. A comorbidade mais comum é a depressão. Esses pacientes também costumam ingerir maiores quantidades de álcool e drogas, como cocaína. As complicações clínicas são mais frequentes em pacientes com bulimia nervosa que apresentam maior número de episódios compulsivos e práticas purgativas. Critérios diagnósticos A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar, sendo caracterizado pelos seguintes sintomas: a. Ingestão por um período de tempo determinado de uma quantidade de alimento muito maior do que a maioria dos indivíduos no mesmo período b. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio B. Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes a fim de impedir o ganho de peso, com vômitos auto induzidos, ou uso indevido de laxantes, diuréticos ou outros medicamentos, jejum ou exercícios em excesso. C. A compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados ocorrem, em média, no mínimo uma vez por semana durante 3 meses D. A autoavaliação é indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporal E. A perturbação não ocorre exclusivamente durante episódios de anorexia nervosa Características • Paciente com anorexia não tem bulimia • Paciente com bulimia não tem anorexia • Diagnósticos podem se alternar • Normalmente o bulemico encontra-se dentro da faixa de peso • Episódios de compulsão alimentar • Sexo feminino – jovens • Achados laboratoriais o Alcalose metabólica o Hipocalemia o Hipocloremia • Achados físicos o Perda do esmalte dentário Tratamento Equipe multiprofissional com atendimento psiquiátrico, psicológico e nutricional. A terapia cognitivo-comportamental é indicada para o transtorno. A orientação nutricional deve mostrar a importância de ingerir diversos grupos de alimentos, em porções adequadas e discutir crenças errôneas sobre a alimentação, além de poder estabelecer um diário alimentar. O tratamento médico deve incluir informações sobre as consequências para a saúde de um comportamento bulimico, orientando quanto a complicações detarias, sangramentos, arritmias, além do uso inadequado de laxantes ou outras medicações. Bruna Oliveira de Paula – Medicina UFMT / Sinop – Turma 3 Farmacoterapia: os mais indicados são os ISRS, tricíclicos, e os ISRSN. O uso do topiamato tem se mostrado eficaz e antagonistas dos narcóticos também. Transtorno de compulsão alimentar Critérios diagnósticos Conhecido como comer compulsivo, esse transtorno é caracterizado por episódios recorrentes de impulsividade alimentar, conhecidos como compulsão alimentar, na ausência de comportamentos para promover a perda ou evitar o ganho de peso comuns na AN e BN. A. Episódios recorrentes de compulsão alimentar, sendo esse caracterizado por: a. Ingestão de uma quantidade muito grande do alimento, maior do que a maioria das pessoas consumiria b. Sensação de falta de controle sobre a ingestão durante o episódio B. Os episódios de compulsão alimentar estão associados a três (ou mais) dos seguintes aspectos: a. Comer mais rapidamente que o normal b. Comer até se sentir desconfortavelmente cheio c. Comer grandes quantidades de alimento na ausência da sensação física de fome d. Comer sozinho por vergonha do quanto está comendo e. Sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida C. Sofrimento marcante em virtude da compulsão D. Os episódios de compulsão alimentar ocorrer, em média, ao menos uma vez por semana durante 3 meses. E. A compulsão alimentar não está associada ao uso recorrente de comportamento compensatório inapropriado como na bulimia nervosa e não ocorre exclusivamente durante o curso de bulimia nervosa ou anorexia nervosa O comportamento alimentar desses pacientes é de comer mais rápido do que o normal, comer ate se sentir fisicamente desconfortável, ingerir grandes quantidades de alimentos quando não se está fisicamente faminto e preferir comer sozinho por conta do constrangimento pela quantidade de alimentos que ingere. É comum sentimentos de tristeza, culpa, vergonha e angustia. Tratamento O tratamento é individualizado conforme as comorbidades do paciente. Em todos está indicada a psicoterapia (TCC). Quando indicado tratamento medicamentoso, preferem-se ISRS (fluoxetina). Se houver presença comórbida de obesidade preferir sibutramina (controle da saciedade), além disso o topiramato pode estar indicado, favorecendo não somente o controle do ECA, como também auxiliando a perda de peso.
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