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Jung: Psicologia Analítica Panorama da Psicologia Analítica - A Psicologia Analítica, se baseia no pressuposto de que fenômenos ocultos podem influenciar e de fato realmente influenciam a vida de todos. - Jung acreditava que cada um de nós mente por experiências reprimidas, mas também por certas experiências de tom emocional herdadas de nossos ancestrais. - O inconsciente coletivo inclui aqueles elementos que nunca experimentamos, de modo individual, mas que chegam até nós provenientes de nossos ancestrais. É a mescla de ideias e tendências inatas, que são transmitidas desde os primórdios de nossa espécie. Quando nascemos essas pré-disposições que formam o conteúdo psíquico do inconsciente coletivo são potencialidades (como sementes à espera de condições propícias para germinar). - Os arquétipos emergem a partir de tendências inatas, tem base biológica, é ativado quando passamos por experiências relacionadas a ele. Biografia de Carl Jung - Carl Gustav Jung em 26/07/1975, em Kesswil, na Suíça. - Jung descrevia seu pai como um idealista sentimental com Fortes dúvidas com a sua fé religiosa. ele via sua mãe como tendo 2 disposições separadas por um lado, ela era realista, prática e afetiva, mas por outro, era instável, mística, clarividente, arcaica e implacável. - Jung se identifica mais com o lado dê sua mãe, qual ele chamava de personalidade nº 2 ou personalidade noturna. - Quando criança Jung foi separado de sua mãe, que teve que ser hospitalizada por vários meses, essa separação abalou profundamente Jung. por muito tempo depois disso, ele se sentia desconfiado sempre que a palavra “amor” era mencionada. Anos depois, ele ainda associava “mulher” a inconfiabilidade, enquanto a palavra “pai” significava confiável. - Durante seus anos escolares, Jung, de forma gradual, tomou conhecimento de 2 aspectos separados de seu self, os quais ele denominou personalidades nº 1 e nº 2. - Entre os 16 e os 19 anos, a personalidade número 1 de Jung emergiu como mais dominante e, aos poucos, “reprimiu o mundo das premonições intuitivas”. - Na teoria de Jung sobre atitudes a sua personalidade nº 1 era extrovertida e em consonância com o mundo objetivo, enquanto personalidade nº 2 era introvertida e direcionado internamente para seu mundo subjetivo. - Jung em seus primeiros anos escolares era simplesmente introvertido, mas virgula quando chegou a época de se preparar para uma profissão e cumprir outras responsabilidades objetivas, ele se tornou mais extrovertido, uma atitude que prevaleceu até que ele passou por uma crise na metade da vida e entrou em um período de extrema introversão. - A primeira opção profissional de Jung era arqueologia; contudo ele também é interessado em filologia, história, filosofia e ciências naturais. - Jung se matriculou na Universidade de Basileia, onde não havia professor de arqueologia. tendo que escolher outro campo de estudo, ele optou pelas ciências naturais porque, por 2 vezes viu ele havia sonhado ter feito descobertas importantes no mundo natural. Sua escolha acabou se afunila para medicina. Tal escolha tornou-se ainda mais delimitada quando ele ficou sabendo que a psiquiatria lidava com fenômenos subjetivos. - Enquanto estava na escola médica, começou a participar de uma série de sessões com parentes da família Preiswerk, incluindo sua prima Helene, a qual alegava que podia se comunicar com pessoas mortas. - Jung participou dessas sessões principalmente como membro da família, mas depois, quando escreveu sua dissertação médica sobre fenômenos ocultos, relatou que tais sessões tinham sido experimentos controlados. - Após completar sua formação médica na Universidade de Basileia em 1900, Jung se tornou psiquiatra assistente de Eugene Bleuler no Hospital Psiquiátrico de Burgholtzli, em Zurique. - De 1902 – 1903 estudou em Paris com Pierre Jantet, sucessor de Charcot. -Jung leu a Interpretação dos sonhos de Freud assim que foi publicada, porém não mostrou interesse. Alguns anos depois quando releu o livro, Jung teve mais entendimento das ideias de Freud e começou a interpretar seus próprios sonhos. - Em 1906, Jung e Freud deram início a uma correspondência constante. - Em 1907 Freud convidou Jung e sua esposa para irem a Viena. O primeiro encontro dos dois levou a uma longa conversa de 13 horas seguidas. - Freud achava que Jung era a pessoa ideal para ser seu sucessor. - Os sentimentos de afeto de Freud por Jung e por o considerar um homem de grande inteligência, motivaram Freud a escolhê-lo como o primeiro presidente da Associação Psicanalítica Internacional. - Em 1909, durante uma viagem de 7 semanas e enquanto estavam em contato diário, uma tensão subjacente começou a surgir entre Jung e Freud. Essa tensão não diminuiu quando os dois, começaram a interpretar os sonhos um do outro, um passatempo que provavelmente criaria tensão em qualquer relacionamento. - Em Memórias, sonhos e reflexões, Jung contou que Freud não estava disposto a revelar detalhes de sua vida – detalhes que Jung precisava para interpretar um dos sonhos de Freud. - Jung também afirmou que Freud não conseguia interpretar seus sonhos, em especial um que parecia conter material rico do seu inconsciente coletivo. - Depois que Freud e Jung retornaram de sua viagem aos Estados Unidos, as diferenças pessoais e teóricas se tornaram mais intensas, ao mesmo tempo que a amizade esfriava. - Em 1913, eles interromperam a parceria e, no ano seguinte, Jung se demitiu da presidência e, logo depois, retirou sua filiação da Associação Psicanalítica Internacional. - O rompimento de Jung com Freud pode estar relacionado a eventos não discutidos em Memórias, sonhos e reflexões. - Em 1907, Jung escreveu a Freud sobre sua “admiração ilimitada” por ele e confessou que sua veneração “tem algo do caráter de uma inclinação ‘religiosa’” e que possuía um “inegável meio-tom erótico”. Jung continuou sua confissão, dizendo: “Esse sentimento abominável provém do fato de que, quando menino, fui vítima de agressão sexual por um homem que eu cultuava”. - Alan Elms (1994) discutiu que os sentimentos eróticos de Jung por Freud – associados a sua experiência de agressão sexual por um homem mais velho antes cultuado – pode ter sido uma das principais razões pelas quais Jung acabou rompendo com Freud. - Elms ainda sugeriu que a rejeição de Jung das teorias sexuais de Freud pode ter se originado de seus sentimentos ambivalentes em relação ao médico vienense. - Os anos imediatamente seguintes ao rompimento com Freud foram preenchidos com solidão e autoanálise para Jung. - De dezembro de 1913 – 1917, Jung passou pela experiência mais profunda e perigosa de sua vida: uma jornada pelos subterrâneos de sua psique inconsciente. - Mesmo que a jornada de Jung ao inconsciente se mostrasse perigosa e dolorosa, ela também foi necessária e fecunda. Usando a interpretação dos sonhos e a imaginação ativa para se obrigar a essa viagem aos subterrâneos, Jung, por fim, conseguiu criar sua teoria singular da personalidade. - Durante esse período, ele anotou seus sonhos, fez desenhos deles, contou histórias para si mesmo e, depois, seguiu essas histórias sempre que elas avançavam. - Por meio desses procedimentos, ele tomou conhecimento de seu inconsciente pessoal. - Prolongando o método e se aprofundando mais, ele deparou com os conteúdos do inconsciente coletivo: os arquétipos. Ouviu sua anima falar com ele como uma clara voz feminina; descobriu sua sombra, o lado mau da sua personalidade; falou com os arquétipos do sábio e da grande mãe; e por fim, quase no término da sua jornada, atingiu um tipo de renascimento psicológico chamado de individuação. - Em1944, tornou-se professor de Psicologia Médica na Universidade de Basileia, mas a saúde debilitada o forçou a renunciar o cargo no ano seguinte. - Jung morreu em 6 de junho de 1961, em Zurique. Níveis da Psique - Jung assim como Freud, baseou sua teoria da personalidade no pressuposto de que a mente, ou psique, possui um nível consciente e um inconsciente. - Diferente de Freud, Jung afirmava de modo veemente que a porção mais importante do inconsciente se origina não das experiências pessoais do indivíduo, mas do passado distante da existência humana – Um conceito que Jung denominava inconsciente coletivo. - De menor importância para a teoria junguiana são o consciente e o inconsciente pessoal. Consciente - Jung afirmava que as imagens conscientes são aquelas percebidas pelo ego, enquanto os elementos inconscientes não possuem relação com o ego. - Jung entendia o ego como o centro da consciência, mas não o centro da personalidade. Inconsciente Pessoal - O inconsciente pessoal abrange todas as experiências reprimidas, esquecidas ou subliminarmente percebidas de um indivíduo. - Contém memórias e impulsos infantis reprimidos, eventos esquecidos, e experiências originalmente percebidas abaixo do limiar da consciência - O inconsciente pessoal é formado por experiências individuais e, portanto, é único para cada um. - O conceito de Jung sobre o inconsciente pessoal difere um pouco da visão de Freud do inconsciente e pré-consciente combinados. - Os conteúdos do inconsciente pessoal são complexos. - Um complexo é um conglomerado de ideias associadas carregadas de emoção. Ex: as experiências de uma pessoa com a mãe podem ser agrupadas em torno de um centro emocional de forma que a mãe da pessoa, ou mesmo a palavra “mãe”, desencadeie uma resposta emocional que bloqueia o fluxo tranquilo do pensamento. - No exemplo, o complexo materno não provém somente da relação pessoal com a mãe, mas também das experiências da espécie inteira com a mãe. - O complexo materno é formado, em parte, por uma imagem consciente que a pessoa tem da mãe. Inconsciente coletivo - Em contraste com o inconsciente pessoal, que resulta das experiências individuais, o inconsciente coletivo possui raízes no passado ancestral de toda a espécie. - Os conteúdos físicos do inconsciente coletivo são herdados e transmitidos de uma geração para a seguinte como potencial psíquico. - Os conteúdos do inconsciente coletivo são mais ou menos os mesmos para as pessoas em todas as culturas. - Os conteúdos do inconsciente coletivo não estão adormecidos, mas são ativos e influenciam os pensamentos, as emoções e as ações de uma pessoa. - O inconsciente coletivo não se refere as ideias herdadas, mas á tendência inata dos humanos a reagir de uma maneira particular sempre que suas experiências estimulam uma tendência de resposta herdada biologicamente. - Os humanos, assim como outros animais, ingressam no mundo com predisposições herdadas a agir e reagir de determinadas maneiras se suas experiências presentes tiverem contato com essas predisposições biologicamente determinadas. - Jung afirmou que as pessoas possuem tantas tendências herdadas quantas são as situações típicas que elas têm na vida. Repetições incontáveis dessas situações típicas fizeram com que se tornassem parte da constituição biológica do ser humano. - Com mais repetição, essas formas começam a desenvolver um conteúdo e emergem como arquétipos relativamente autônomos. Arquétipos - Os arquétipos são imagens antigas ou arcaicas que derivam do inconsciente coletivo. - Os arquétipos também devem ser distinguidos dos instintos. - Jung definiu instintos como um impulso físico inconsciente direcionado para a ação e considera os arquétipos como contrapartida psíquica de um instinto. - Jung afirma ao comparar os arquétipos com os instintos que, tanto os arquétipos quanto os instintos são determinados de modo inconsciente, e ambos podem ajudar a moldar a personalidade. - Os arquétipos têm base biológica, mas se originam por meio das experiências repetidas dos primeiros ancestrais humanos. - O arquétipo se expressa de vários modos, em especial por meio dos sonhos, fantasias e ilusões. - Os sonhos são a principal fonte de material arquétipo, e certos sonhos oferecem o que Jung considerava a prova da existência do arquétipo. - Tais sonhos produzem temas que poderiam não ser conhecidos do sonhador pela experiência pessoal. Os temas muitas vezes, coincidem com aqueles conhecidos dos povos antigos ou dos nativos de tribos aborígenes contemporâneas. - Jung acreditava que as alucinações dos pacientes psicóticos também ofereciam evidências de arquétipos universais. - Ainda que exista um grande número de arquétipos como imagens vagas, apenas alguns se desenvolveram ao ponto em que puderam ser conceitualizados. - Os mais notáveis deles incluem a persona, a sombra, a anima, o animus, a grande mãe, o sábio, o herói e o self. Persona - Persona é o lado da personalidade que as pessoas apresentam ao mundo. - O conceito de Jung de persona pode ter se originado de experiências com sua personalidade nº 1, a qual teve que fazer acomodações ao mundo externo. Sombra - A sombra é o arquétipo da escuridão e da repressão, representa aquelas qualidades que não desejamos reconhecer e tentamos esconder de nós mesmos e dos outros. - A sombra consiste em tendências moralmente censuráveis, além de inúmeras qualidades construtivas e criativas que, no entanto, somos relutantes a enfrentar. - Lidar com a escuridão dentro de nós mesmos é alcançar a “conscientização da sombra”. Anima - Assim como Freud, Jung acreditava que todos os seres humanos são psicologicamente bissexuais e possuem um lado masculino e um lado feminino. - A anima é o lado feminino dos homens e é responsável por muitos de seus humores e sentimentos irracionais. - Aparece em sonhos, visões e fantasias sob uma forma personificada. Animus - O animus é o arquétipo masculino nas mulheres. - Enquanto a anima representa os humores e sentimentos irracionais, o animus é simbólico de pensamento e de raciocínio. - É capaz de influenciar o pensamento de uma mulher, embora, na verdade, não pertença a ela. - Ele pertence ao inconsciente coletivo e se origina dos encontros das mulheres pré- históricas com os homens. - O animus também é a explicação para o pensamento irracional e as opiniões ilógicas com frequências atribuídas às mulheres. - Muitas opiniões mantidas pelas mulheres são objetivamente válidas, porém, de acordo com Jung, a análise detalhada revela que essas opiniões não foram pensadas, mas já existiam prontas. - Assim como a anima, o animus aparece em sonhos, visões e fantasias sob uma forma personificada. Grande Mãe - Dois outros arquétipos, a grande mãe e o velho sábio, são derivados da anima e do animus. - Todos, homens ou mulheres, possuem um arquétipo da grande mãe. - Esse conceito preexistente de mãe está sempre associado a pensamentos positivos ou negativos. - A grande mãe apresenta duas forças opostas – fertilidade e nutrição, por um lado, e força e destruição, por outro. - Ela é capaz de produzir e manter a vida, mas também pode devorar ou negligenciar sua prole. Velho Sábio - O velho sábio é o arquétipo da sabedoria e do significado, simboliza conhecimento preexistente dos humanos em relação aos mistérios da vida. Herói - O arquétipo de herói é representado na mitologia e nas lendas como uma pessoa poderosa, às vezes semideus, que luta contra grandes adversidades para conquistar ou derrotar o mal na forma de dragões, monstros, serpentes ou demônios. - A imagem do herói toca em um arquétipo dentro de nós. Quandoum herói derrota o vilão, ele nos liberta de sentimentos de impotência e miséria, ao mesmo tempo servindo como modelo para a personalidade ideal. - A origem do tema herói remota ao início da história humana: alvorecer da consciência. Ao derrotar o vilão, o herói está simbolicamente dominando as trevas da inconsciência pré- humana. Self - Jung acreditava que cada pessoa possui uma tendência herdada para avançar em direção ao crescimento, à perfeição e à completude. - É o mais abrangente dos arquétipos. - O self é o arquétipo dos arquétipos, porque reúne os outros arquétipos e os une no processo de autorrealização. - Assim como os demais arquétipos, ele possui componentes conscientes e inconscientes pessoais, porém é formado com mais frequência por imagens inconscientes coletivas. - O self é simbolizado pelas ideias de perfeição, completude e plenitude de uma pessoa. Seu símbolo é a mandala. - A mandala representa os esforços do inconsciente coletivo pela unidade, pelo equilíbrio e pela plenitude. - O self inclui imagens do inconsciente pessoal e coletivo e, portanto, não deve ser confundido com o ego, que representa apenas a consciência. Causalidade e Teleologia - Jung dizia que a motivação se origina de causas passadas e de objetivos teleológicos. - Causalidade significa que os eventos presentes têm origem em experiências prévias. - Teleologia significa que os eventos atuais são motivados por objetivos e aspirações para o futuro que direcionam o destino de uma pessoa. - Jung defendia que o comportamento humano é moldado tanto por forças causais quanto teleológicas, e que as explicações causais devem ser equilibradas com as teleológicas. Progressão e Regressão - Progressão é a adaptação ao mundo externo envolvendo o avanço do fluxo da energia psíquica. - A progressão inclina uma pessoa a reagir de modo coerente a determinado conjunto de condições ambientais. - Regressão é a adaptação ao mundo interno em um fluxo retroativo da energia psíquica. - A regressão é um retrocesso necessário para o sucesso da obtenção de um objetivo. - Tanto a progressão quanto a regressão são essenciais se as pessoas querem atingir o crescimento individual ou autorrealização. Tipos Psicológicos - Os tipos psicológicos se desenvolvem a partir de uma união de duas atitudes básicas – introversão e extroversão – e quatro funções separadas – pensamento, sentimento, sensação e intuição. Atitude - Jung definiu a atitude como uma predisposição a agir ou reagir em determinada direção. - Jung insistia que cada pessoa possuía uma atitude introvertida e outra extrovertida, embora uma possa ser consciente e outra inconsciente. Introversão - É quando a energia psíquica se volta para o interior com uma orientação em direção ao subjetivo. - Os introvertidos estão afinados com seu mundo interno, com todas as suas inclinações, fantasias, sonhos e percepções individualizadas Extroversão - É a atitude na qual a energia psíquica se volta para o exterior, de modo que a pessoa é orientada em direção ao objetivo e se afasta do subjetivo. - Os extrovertidos são mais influenciados pelo entorno do que seu mundo interno. Eles tendem a focar a atitude objetiva, enquanto suprimem a subjetividade. Funções - Tanto a introversão quanto a extroversão podem se combinar com uma ou mais das quatro funções, formando oito orientações possíveis, ou tipos. - As quatro funções – sensação, pensamento, sentimento e intuição – podem ser brevemente resumidas das seguintes formas: a sensação diz às pessoas que algo existe; o pensamento lhes possibilita reconhecer seu significado; o sentimento lhes diz seu valor; e a intuição lhes permite saberem a seu respeito sem saber como. Pensamento - A atividade intelectual lógica que produz uma cadeia de ideias. - O tipo de pensamento pode ser introvertido ou extrovertido, dependendo da atitude básica de uma pessoa. - Pessoas com pensamentos extrovertidos, contam com pensamentos concretos, mas elas também podem usar ideias abstratas se estas foram transmitidas de fora. - Pessoas com pensamentos introvertidos, reagem aos estímulos externos, porém sua interpretação de um evento é mais colorida pelo significado interno que trazem consigo do que pelos fatos objetivos em si. Sentimento - Processo de avaliação de uma ideia ou de um evento. - Sentimento é a avaliação de cada atividade consciente, mesmo aquelas avaliadas como indiferentes. - Pessoas com sentimentos extrovertidos usam dados objetivos para fazer avaliações. Elas não são tão guiadas por sua opinião subjetiva, mas pelos valores externos e por padrões de julgamento amplamente aceitos. - Pessoas com sentimentos introvertidos baseiam seus julgamentos de valor principalmente em percepções subjetivas, em vez de em fatos objetivos. Sensação - Recebe estímulos físicos e os transmitem para a consciência perceptiva. - A sensação não é idêntica ao estímulo físico, mas é simplesmente a percepção do indivíduo acerca dos impulsos sensoriais. - Essas percepções não dependem do pensamento lógico ou do sentimento, mas existem como fatos elementares absolutos dentro de cada pessoa. - Pessoas com sensação extrovertida percebem os estímulos externos de modo objetivo, de uma forma muito parecida com esses estímulos existem na realidade. Suas sensações não são tão influenciadas por suas atitudes subjetivas. - Pessoas com sensação introvertida são, em grande parte, influenciadas por suas sensações subjetivas de visão, audição, olfato, tato. Elas são guiadas por sua interpretação dos estímulos sensoriais, não pelos estímulos em si. Intuição - Envolve a percepção além do trabalho da consciência. - Assim como a sensação, baseia-se na percepção de fatos elementares absolutos, que fornecem o material bruto para o pensamento e o sentimento. - Pessoas intuitivas extrovertidas são orientadas para os fatos do mundo externo. No entanto, em vez de senti-los integralmente, elas apenas os percebem de modo subliminar. - Pessoas intuitivas introvertidas são guiadas pela percepção inconsciente dos fatos que são basicamente subjetivos e têm pouca ou nenhuma semelhança coma realidade externa. Suas percepções intuitivas subjetivas são, com frequência, extraordinariamente fortes e capazes de motivar decisões de magnitude monumental. Desenvolvimento da Personalidade - Jung acreditava que a personalidade se desenvolve por meio de uma série de estágios, que culminam na individuação, ou autorrealização. - A saúde psicológica de pessoas de meia idade está relacionada a sua capacidade de atingir o equilíbrio entre os polos dos vários processos opostos. Autorrealização - O renascimento psicológico, chamado de autorrealização ou individuação, é o processo de se tornar um indivíduo ou pessoa completa. - A autorrealização é o processo de integração dos polos opostos em um único indivíduo homogêneo. - Esse processo de “chegar à individualidade” significa que uma pessoa possui todos os componentes psicológicos funcionando em unidade, sem qualquer processo psicótico atrofiando. Teste de Associação de Palavras - Jung não foi o primeiro a usar o teste de associação de palavras, mas pode receber os créditos por ajudar a desenvolvê-lo e redefini-lo. - Sua finalidade principal ao usar o teste de associação das palavras era demonstrar a validade da hipótese de Freud de que no inconsciente opera um processo autônomo. - A finalidade básica do teste na psicologia junguiana de hoje é trazer à tona complexos com matrizes de sentimentos. - Ao administrar o teste, Jung, em geral, usava uma lista de cem palavras-estímulo, escolhidas e organizadas para despertar uma reação emocional. Análise dos Sonhos - Jung concordava com Freud em relaçãoao fato de que os sonhos tinham significados e deviam ser levados a sério. - Jung também concordava com Freud no sentido de que os sonhos se originam de profundezas do inconsciente e seu significado latente é expresso na forma simbólica. - Jung contestava a noção de Freud de que quase todos os sonhos são realização de desejos e que a maioria dos símbolos dos sonhos representa impulsos sexuais. - O propósito da interpretação dos sonhos junguiana é trazer à tona elementos do inconsciente pessoal e coletivo e integrá-los à consciência para facilitar o processo de autorrealização. - Jung defendia que certos sonhos davam provas da existência do inconsciente coletivo. Estes incluíam grandes sonhos, que têm significado especial para todas as pessoas; sonhos típicos, os quais são comuns à maioria das pessoas; e os sonhos mais precoces lembrados. Psicoterapia - Jung identificou quatro abordagens básicas de terapia, representando quatro estágios do desenvolvimento na história da psicoterapia. 1. O primeiro é a confissão de um segredo patogênico. Esse método é catártico praticado por Breuer e sua paciente Anna O. Para os pacientes que apenas têm vontade de compartilhar seus segredos, a catarse é efetiva. 2. O segundo estágio envolve interpretação, explicação e elucidação. Tal abordagem, usada por Freud, dá aos pacientes a compreensão das causas de suas neuroses, mas ainda pode deixá-los incapazes de resolver problemas sociais. 3. O terceiro estágio, é a abordagem adotada por Adler e inclui a educação dos pacientes como seres sociais. Infelizmente, diz Jung, essa abordagem com frequência deixa os pacientes apenas bem-adaptados no âmbito social. 4. O quarto estágio é a transformação. Sugerida por Jung, por transformação, ele queria dizer que o terapeuta primeiro precisava ser transformado em um ser humano saudável, de preferência se submetendo a psicoterapia. Somente depois da transformação e de uma filosofia de vida estabelecida é que o terapeuta seria capaz de ajudar os pacientes a avançarem na direção da individuação, da totalidade ou autorrealização. - O quarto estágio é especialmente empregado em pacientes na segunda metade da vida e que se encontram preocupados com a percepção do self interno, com problemas morais e religiosos e encontrar uma filosofia de vida unificadora. - O objetivo final da terapia junguiana é ajudar os pacientes neuróticos a se tornarem saudáveis e encorajar pessoas saudáveis a trabalharem de forma independente em direção à autorrealização.
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