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Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 1 ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL ENTERAL EM DOMICÍLIO INFORMAÇÃO E ORIENTAÇÃO PARA O PACIENTE DOMICILIAR NOME: __________________________________________________ DATA: _____ / ____ / ________ Manual Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 2 ÍNDICE 1. Introdução -------------------------------------------------------------------------------------- 3 2. Alimentação Enteral: o que é? ------------------------------------------------------------- 4 3. Tipos de Nutrição Enteral ------------------------------------------------------------------- 4. Vias de administração da Alimentação Enteral ----------------------------------------- 5. Equipamentos materiais e utensílios necessários ------------------------------------- 5 6. Preparação para administração das dietas ---------------------------------------------- 7. Preparação do paciente ---------------------------------------------------------------------- 7 8. Chame seu médico, nutricionista ou enfermeiro caso: ------------------------------- 8 Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 3 CUIDADOS GERAIS COM AO PACIENTE QUE RECEBE DIETA POR SONDA 1. INTRODUÇÃO: O Objetivo deste manual é ajudar você e sua família a compreender o que é nutrição enteral, como se administra, quais os cuidados e como atuar diante de algumas situações especiais. Durante sua estada no hospital, tanto você quanto sua família devem ter tido a oportunidade de aprender como se administra e quais são os cuidados necessários com a nutrição enteral. Mas sempre podem surgir dúvidas, e esperamos que este manual os ajude a esclarecê-las. A manutenção de um bom estado nutricional é fundamental para assegurar uma resposta adequada a seu tratamento. Sem dúvida, a Terapia Nutricional Enteral, quando utilizada em pacientes que não conseguem ingerir diariamente a quantidade de nutrientes necessária para atingir suas necessidades nutricionais, constitui uma importante ferramenta que a nutrição moderna utiliza em diversas situações clínicas. Nos últimos tempos, a terapia nutricional teve um grande avanço quanto às técnicas de administração, aos produtos de nutrição enteral industrializados e aos serviços prestados às pessoas que fazem uso desses produtos, proporcionando a certeza de que a nutrição enteral em domicílio é um suporte nutricional eficaz e seguro. Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 4 2. ALIMENTAÇÃO ENTERAL: O QUE É? Uma alternativa para ingestão de alimentos para alimentar pessoas que não podem e/ou não consegue se alimentar pela boca. É administrada ao paciente por meio de uma sonda fina, que é macia e flexível, e que leva a dieta líquida diretamente ao estômago ou intestino. Existem 2 tipos principais de Dietas enterais: caseira e industrializada. 3. TIPOS DE NUTRIÇÃO ENTERAL: - DIETA CASEIRA: É utilizada uma dieta artesanal, elaborada por alimentos geralmente consumidos pela família (Ex: leite, carne, arroz, batata, verduras, frutas, etc...), que devem ser cozidos, liquidificados e coados em peneira fina, e para que a dieta fique adequada, é necessário que a receita e o modo de preparo sejam rigorosamente seguidos conforme a orientação do nutricionista. - DIETA ENTERAL INDUSTRIALIZADA: É uma dieta pronta para uso, completa em nutrientes e balanceada, em que há menores chances de contaminação. Pode ser encontrada nas seguintes formas: • Pó: necessita de reconstituição ou diluição com água; • Líquidas em Sistema Aberto: prontas para uso, devem ser envasadas em um frasco plástico (descartável); • Líquidas em Sistema Fechado: prontas para uso, basta conectar o equipo diretamente no frasco da dieta. 4. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ENTERAL: Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 5 5. EQUIPAMENTOS, MATERIAIS E UTENSÍLIOS: Frasco: (trocar a cada 2 dias) Equipo (trocar a cada 24 horas) Seringa (trocar a cada 3 dias) • Os frascos e seringas podem ser reaproveitados (respeitando a data de troca descrita acima). Higienizar com água e sabão. Enxaguar muito bem. Colocar em solução de 1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água, por 15 minutos, e enxague em água corrente; • Guardar o frasco na geladeira em recipiente fechado, até ser utilizado. • Observar se os equipamentos apresentam resíduos e/ou rachaduras, nesse caso desprezar; • No caso das seringas, observar se o embolo desliza com facilidade dentro da seringa. 6. PREPARAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DAS DIETAS É muito importante que alguns cuidados com a higiene sejam tomados para que a sua dieta não se contamine e possa ocasionar algum tipo de problema. Essa contaminação pode ser proveniente dos equipamentos, utensílios e superfícies higienizadas. Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 6 • O local do preparo da dieta deverá ser limpo com álcool 70% • Dieta líquida pronta para uso: embalagens de sistema aberto (necessitam de envase no frasco descartável): verificar a data de validade do produto, higienizar a embalagem da dieta com água, sabão e álcool 70% e agitar o produto antes do envase; Importante: • A Dieta enteral contaminada pode causar sintomas de desconforto abdominal, diarreia, vômito e até infecção intestinal grave; • Toda a água utilizada para administração e/ou preparação de dietas, deve ser filtrada e fervida; NUNCA UTILIZE PRODUTOS COM DATA DE VALIDADE VENCIDA. COMO ADMINISTRAR A DIETA? • Colocar a dieta no frasco plástico e descartável; • Conectar o equipo ao frasco; • A pinça do equipo deve estar fechada; • Suspender o frasco pelo menos 60cm acima da cabeça do paciente; • Abrir a pinça para permitir que a dieta escorra até a outra ponta do equipo, em seguida fechá-la; • Retirar a tampa da sonda e conectar o equipo; • Abrir a roleta do equipo para que ocorra o gotejamento; • As dietas devem ser administradas bem lentamente (1 gota por segundo); • Após o término da dieta, não se esqueça de administrar a água (100ml). • Em casos de entupimento da sonda, injetar lentamente, com ajuda de uma seringa, 50 mL de água filtrada, fervida e morna. Caso a sonda continue entupida, procure a Unidade de Saúde mais próxima; • Não é necessário administrar de madrugada. • NÃO PASSAR A DIETA SE A SONDA NÃO ESTIVER BEM POSICIONADA; • MOLHAR SEMPRE A BOCA DO PACIENTE COM ÁGUA, CHÁ OU SUCO, PARA QUE O MESMO NÃO PERCA O PALADAR, CASO VOLTE A ALIMENTAR-SE POR VIA ORAL. Independentemente do tipo de dieta que vocêvai utilizar, a administração deve ser feita à temperatura ambiente. Se a dieta estiver guardada na geladeira, é preciso retirar o frasco e deixá-lo em temperatura ambiente por 30 minutos antes de administrá-lo. Agite antes de usar. Anote no frasco a data e o horário em que a dieta começou a ser administrada para que não ultrapasse o prazo de validade que o fabricante recomenda. Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 7 7. PREPARAÇÃO DO PACIENTE QUAL A POSIÇÃO IDEAL NA HORA DA ADMINISTRAÇÃO DA DIETA? No momento de administrar as dietas, o paciente deve estar semi-sentado ou pelo menos com a cabeça e o tórax elevados. Permanecer nesta posição por uma hora após o gotejamento da dieta. Este cuidado evitará que haja regurgitação, vômitos ou aspiração da dieta para o pulmão. SE O PACIENTE ESTIVER ACAMADO? • Eleve a cabeceira da cama de 30 a 45 graus, durante a administração da dieta; • Mantenha o paciente nesta posição de 20 a 30 minutos após a infusão da dieta, se a administração for intermitente ou por bolus (com seringa ); • Se o paciente estiver recebendo nutrição enteral de forma contínua, mantenha a cabeceira da cama elevada durante todo o tempo de 30 a 45 graus. COMO ADMINISTRAR MEDICAMENTOS? A administração de medicamentos triturados ou na forma líquida através da sonda, em conjunto com a dieta enteral, poderá causar algumas alterações nas características e na estabilidade da dieta enteral ou nas propriedades químicas dos medicamentos. Além disso, pode causar obstrução da sonda e desconforto digestivo no paciente. Para evitar que isto ocorra, alguns cuidados deverão ser tomados: Observação geral: as dietas enterais devem ser armazenadas em local seco, fresco, à temperatura ambiente e longe do calor. Mantenha fora do alcance de crianças. Uma vez envasadas no frasco plástico, devem ser imediatamente utilizadas. Caso contrário, devem ir para a geladeira, preferencialmente em prateleira exclusiva, por um prazo máximo de até 24h após sair da embalagem original. Depois deste período, a dieta enteral já preparada deve ser desprezada. Gláucia Morais Gomes Nutricionista CRN-3 65370 8 • A administração deverá ser sempre feita por bolus com seringa; • Dê preferência aos medicamentos na forma líquida; • Caso o medicamento se apresente na forma sólida (comprimidos/drágeas), ele deverá ser triturado até virar pó e reconstituído em água. Aspirar ao conteúdo com uma seringa e injetar na sonda; • Lavar a sonda com água antes e após a administração dos medicamentos para evitar a obstrução da mesma; • Recomenda-se a administração 1 hora antes ou 2 horas depois da dieta enteral. 8. CHAME SEU MÉDICO, NUTRICIONISTA OU ENFERMEIRO CASO: • Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal não cessem em 24 horas; • O paciente tenha febre acima de 38ºC; • Ocorra o rompimento ou a saída da sonda de alimentação; • Haja inchaço excessivo da face ou das pernas; • Ocorra arroxeamento ou ferimento na região em que a sonda está instalada; • Ocorra prisão de ventre por mais de 5 dias; • Haja suspeita de broncoaspiração. REFERÊNCIAS: Manual de Orientação Nutricional Enteral em Domicílio. Nestlé Health Science: NOURISHING PERSONAL HEALTH. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de Atenção Domiciliar: Cuidados em terapia nutricional / Ministério da Saúde,. – 1. ed., 1. Reimpr. 3 – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
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