Buscar

Determinismo: Conceitos e Discussões

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 38 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA MARIA APPARECIDA PINTO DA CUNHA 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
PARA NOTA BIMESTRAL DE SOCIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
GIOVANNA DAIA DE ALMEIDA 15 
GUSTAVO DA SILVA ROCHA 18 
MARIA EDUARDA NUNES LEÃO 29 
PAOLA KATTLYN DE JESUS 37 
SAMUEL DA SILVA MOURA BARBOSA 42 
 
 
 
 
POR QUE SOMOS DIFERENTES? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDAIATUBA 
2020 
GIOVANNA DAIA DE ALMEIDA 15 
GUSTAVO DA SILVA ROCHA 18 
MARIA EDUARDA NUNES LEÃO 29 
PAOLA KATTLYN DE JESUS 37 
SAMUEL DA SILVA MOURA BARBOSA 42 
 
 
 
 
 
POR QUE SOMOS DIFERENTES? 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado na disciplina de 
SOCIOLOGIA da Escola Estadual 
Professora Maria Apparecida Pinto 
Da Cunha sob orientação do 
Fernando Djalma Custódio, 
para nota bimestral. 
 
 
 
 
 
 
 
INDAIATUBA 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO....................................................................................... 5 
2. DESENVOLVIMENTO .............................................................................8 
2.1 Por que somos diferentes?.....................................................................8 
3. DETERMINISMO E CONCEITO..............................................................10 
3.1 Tipos de Determinismo..........................................................................13 
3.2 Autores Deterministas...........................................................................16 
4. FRIEDRICH RATZEL E DETERMINISMO GEOGRÁFICO.................18 
4.1. O determinismo geográfico..................................................................20 
4.2. Exemplos de Determinismo Geográfico...............................................22 
5. DETERMINISMO BIOLÓGICO...............................................................23 
6. QUAL A POSTURA DIANTE DO DETERMINISMO GEOGRÁFICO...26 
7. DIVERSAS CULTURAS.........................................................................28 
7.1. Cultura..................................................................................................28 
8. FIGURAS. 
Figura 1- Determinismo...............................................................................10 
Figura 2- Determinismo e Filosofia..............................................................11 
Figura 3- Tragédia de Édipo Rei, escrita por Sófocles................................12 
Figura 4- Determinismo e Liberdade...........................................................15 
Figura 5- Livre-arbítrio.................................................................................16 
Figura 6- Teoria de Darwin..........................................................................17 
Figura 7-Darwin e sua esposa.....................................................................18 
Figura 8 – Friedrich Ratzel ..........................................................................20 
Figura 9- Determinismo Geográfico.............................................................21 
Figura 10- Determinismo Dialogo................................................................22 
Figura 11- Determinismo Biológico.............................................................23 
Figura 12- Determinismo Julgamento.........................................................25 
Figura 13 – Foto Claude Lévi- Strauss.......................................................29 
Figura 14- Holocausto................................................................................33 
9- Tabela1..................................................................................................27 
 
10. CONCLUSÃO......................................................................................36 
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................37 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este trabalho tem como objetivo conceituar e discutir sobre o tema 
Determinismo, mas o que é determinismo: é um princípio filosófico, onde tudo no 
universo é determinado pelas leis da natureza e acontecimentos prévios. Dentro 
dessa filosofia, até a vontade e comportamento humano é predeterminado por esses 
acontecimentos, o que torna a liberdade, apenas uma ilusão subjetiva. 
Contudo, para entender melhor essa definição, precisamos esclarecer o 
significado de “acontecimento”. Sendo assim, nesse contexto, acontecimento deve 
ser entendido de uma forma totalmente abrangente. Podendo ser, tanto um trovão, o 
movimento da terra, como uma ação humana, um desejo e até uma crença. 
Sendo assim, todos os acontecimentos são determinados por causas 
anteriores. Então, segundo o determinismo, é o mesmo que dizer que eles não 
poderiam ter sido diferentes, devido às causas que os precederam e as leis da 
natureza. 
 O determinismo é uma doutrina filosófica, contudo, críticos alegam que 
quando o determinismo é aplicado a assuntos morais, este não permite a 
responsabilização do indivíduo por suas ações. 
Os conceitos tradicionais de liberdade esbarram na postura científica, uma 
vez que não levam em consideração as causas do comportamento ao afirmar que o 
indivíduo possa deliberar livremente sobre suas ações sem dependência de eventos 
externos a ele. 
Observamos também que o comportamento humano é um dos objetos mais 
complexos já estudados pela ciência. De acordo com Sidman (2009), grande parte 
dos problemas humanos advém da inabilidade de lidar com o próprio 
comportamento, sendo assim de grande preocupação entender por que as pessoas 
fazem o que fazem, de forma a lidar efetivamente com os problemas do mundo. O 
senso comum está permeado de conceitos de causas do comportamento humano, o 
que exerce uma grande influência em como ele é explicado. 
 
As concepções de causas do comportamento humano estão intimamente 
ligadas a várias práticas das instituições políticas, jurídicas, econômicas, 
educacionais e científicas (CHIESA, 2006; LOURENÇO, 2013). 
 
6 
 
 O comportamento humano de certo modo imprevisível, devido à unicidade da 
história de cada indivíduo, isso não impossibilita lidar com apenas algumas dessas 
variáveis, o que deve ser útil para alterar a probabilidade da ocorrência futura do 
comportamento, permitindo uma intervenção sobre este. 
Duas condutas diferem sobre a explicação do comportamento humano: o 
determinismo e a definição tradicional de liberdade. Em linhas gerais, o 
determinismo é descrito como uma doutrina filosófica para a qual todos os 
acontecimentos do universo, e em particular as ações humanas, estão ligados. 
Os eventos do mundo seriam então resultado das leis naturais, causados 
pelas circunstâncias anteriores. 
 
Um emprego dessa acepção à psicologia afirma que as ações 
humanas não acontecem ao acaso, mas é explicado pelas suas relações com 
outras variáveis, o que permite a sua investigação científica (STRAPASSON; 
DITTRICH, 2011). 
 
Já a definição tradicional de liberdade é caracterizada como uma doutrina em 
que o homem, ou a divindade, é possuidor do livre-arbítrio. Os defensores do livre-
arbítrio sobre a conduta humana argumentam que estas salvaguardas componentes 
que não são determinados por fatores externos ou internos, considerando uma 
racionalidade intrínseca ao homem. O comportamento humano é determinado como 
condição necessária para a previsão e o controle propostos pela Análise do 
Comportamento. 
 
 “Descobrindo e analisandoestas causas poderemos prever o 
comportamento; poderemos controlar o comportamento na medida que o 
possamos manipular” (SKINNER, 1953, pág. 23). 
 
Filósofos tais como Nicolai Hartmann, Deleuze, Espinoza e Nietzsche não 
veem contradição alguma entre determinismo radical e liberdade. Para Deleuze, 
liberdade não é livre escolha nem livre-arbítrio, mas sim criação. 
Somos livres porque somos imanentes ao mundo determinista, mundo onde 
não existe nada que seja singularmente determinado que não seja ao mesmo tempo 
singularmente determinante. 
 
7 
 
Esse trabalho ofereceu ao grupo uma visão que ultrapasse nossos 
paradigmas, possibilitando assim uma transformação para com o Determinismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
2.DESENVOLVIMENTO 
2.1 Porque somos Diferentes? 
 
Começaremos com um o ditado popular, que ressalta o sol nasceu para todos 
independentes de credo, cor, classe social, orientação sexual de cada um, mas por 
que somos diferentes uns dos outros? 
Vemos diferenças em colegas, familiares, professores, diretor, funcionário. 
São tantas as discrepância ou pessoas diferentes que nunca conseguiríamos 
enumerá-las todas. O mundo tem uma enormíssima diversidade de pessoas, 
costumes, línguas, crenças e culturas diferentes. Por isso é que podemos dizer que 
somos todos diferentes, pois convivemos com as diferenças diariamente. 
Somos diferentes, mas temos os mesmos sentimentos dentro de nós. Na 
verdade, quase todos os problemas do mundo se resumem a não entender as 
diferenças que existem, gerando o conhecido preconceito, mas seja ele qual for o 
motivo, viveremos sempre em guerra por defender a nossa diferença como a ideal. 
É preciso entender e aceitar que cada pessoa vê, sente, interpreta e se 
adapta aos acontecimentos do dia a dia de maneira diferente. Isto ocorre em função 
de diferenças na formação, vivência, cultura e personalidade de cada um. Por conter 
todos os tipos possíveis de indivíduos, o que é muito positivo, a sociedade se 
beneficia da diversidade, que garante inovações e criatividade, fatores que 
contribuem para que não haja estagnação. 
Somos todos seres humanos, apesar dos variados tipos de pessoa, porém, 
mesmo que não gostemos de certos tipos de diferenças, precisamos respeitá-las 
para nos tornarmos pessoas mais compreensíveis e, acima de tudo, melhores. 
As diferenças, por vezes, levam a desacordos, que por sua vez podem 
conduzir os homens a guerras, genocídios e outras atrocidades. Somos "todos 
iguais", certo, mas como? Lá no fundo, por debaixo do que os homens, na sua 
ignorância, chamam de "diferenças", estão às semelhanças que nos tornam iguais. 
Somos todos homens, facto inegável, seres racionais, bípedes, criativos, 
pensadores e reflexivos e é isso que nos torna iguais. 
O que é que nos torna homens? O que é que nos torna legítimos seres 
humanos? É a capacidade de pensar e refletir e é aí que está a nossa chave. 
Ninguém tem o poder de atribuir ou retirar esta capacidade, nasce conosco, como 
9 
 
um direito de nascença, embrenhado no nosso ser como uma pedra à espera de ser 
lapidada e transformada em diamante. 
Por isso não vale a pena usar as diferenças como desculpa para as 
atrocidades por nós cometidas, porque não é a cultura, credo ou língua que nos 
torna mais ou menos humanos, é a capacidade de pensar, pois os pensamentos e 
ideias de um europeu também estão ao alcance de um árabe, de um indiano, de um 
chinês, de uma americano ou de um africano. 
Daí nenhuma cultura (desde que respeite os direitos do homem) estar errada, 
porque dizer que uma cultura é errada é o mesmo que dizer que os homens que a 
criaram estão errados, mas eles são tão humanos quanto os que criaram as outras 
culturas. 
Porque os outros não estão errados também? Somos diferentes por fora, 
mas, naquilo que nos torna semelhantes, somos iguais. Devemos respeitar os outros 
por mais que eles sejam diferentes, não porque está escrito na constituição e em 
tantos outros documentos, mas porque é um dever humano respeitar os outros 
porque são tão homens quanto nós. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
3. DETERMINISMO E CONCEITO 
Figura 1 – Determinismo https://img00.deviantart.net/1c7f/i/2015/060/3/d/e05_by_cryptoxeer_iv-
d8k01rc.jpg. 
 
A origem do termo determinismo, que se originou do verbo “determinar”, do 
latim determinare, que significa “não-terminar” ou “não-limitar”. De forma geral, o 
determinismo é uma corrente de pensamento baseada na ideia de que as decisões 
e escolhas humanas não decorrem de um acordo de livre-arbítrio. Assim, todas as 
nossas escolhas e decisões estão atreladas a relações de casualidades maiores do 
que vemos. Portanto, de acordo com o determinismo, tudo que existe no universo 
está limitado a leis imutáveis, e assim, todos os fatos e ações humanas são 
predeterminas pela natureza. 
 
[...] determinismo é visto, assim, como o único meio de afirmar positivamente 
o resultado de uma experiência ou o desenvolvimento de um fato”. (GOMES, 2007, p. 
178). 
 
O determinismo é um princípio filosófico, dentro dessa filosofia, à vontade e 
comportamento humano é predeterminado por acontecimentos da natureza o que 
torna a liberdade, apenas uma ilusão subjetiva, sendo assim, todos os 
acontecimentos são determinados por causas anteriores. Então, segundo o 
11 
 
determinismo, é o mesmo que dizer que eles não poderiam ter sido diferentes, 
devido às causas que os precederam e as leis da natureza. 
Figura 2 – Determinismo e Filosofia 
https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcT1bJMc12bRzeiyA9rG925V2U_LlY8Kte
Mh_w&usqp=CAU. 
 
Agora saindo um pouco do campo da ciência e filosofia, e olhando para a 
composição astrológica do horóscopo. A ideia central é que a posição dos astros no 
momento exato do nascimento de uma pessoa determinará os traços de sua 
personalidade. Seria um modo de entender o determinismo, já que você não pode 
escolher o momento do seu nascimento. Outro campo que traz uma visão parecida 
com a do determinismo é a religião. Na concepção judaico-cristã, todas as pessoas 
têm um destino já determinado por Deus. Assim, tudo acontece por vontade de 
Deus, e não por escolha individual. 
 
Exemplo de Determinismo: 
Mário está jogando bilhar. Usando o taco, ele bate em uma das bolas de 
bilhar (1) e esta começa a se mover, batendo em outra bola (2) que então passa a 
se mover. Assim, temos uma sequência de acontecimentos relacionados de forma 
casual. Portanto, podemos dizer que o movimento da bola dois foi determinado pelo 
movimento da bola um esse que foi determinado pela ação de Mário. Então, dizer 
12 
 
que o movimento da bola dois foi determinado, é o mesmo que dizer que ele não 
poderia ser diferente. Ou seja, é impossível que, se tudo ocorresse exatamente 
dessa forma, a bola dois ficaria parada, ou se movesse na direção contrária com o 
contato da bola um. Porque as mesmas causas devem produzir os mesmos efeitos. 
Determinismo emergiu no final do século XIX, no decorrer da Idade Moderna 
o determinismo foi o conceito usado para explicar o Universo, principalmente para 
tentar entender os fenômenos naturais. Segundo essa teoria, seria possível "prever" 
acontecimentos futuros se baseando em fatos atuais, pois toda a realidade estaria 
interligada por propósitos em comum; a realidade é fixa, ou seja, o que está previsto 
para acontecer acontecerá. Assim partir dos fatos do presente, seria possível que os 
pensadores da época fizessem previsões sobre fatos e acontecimentos futuros. A 
previsão era considerada real e correta, pois, para os deterministas, toda a realidade 
seria fixa e interligada, nenhum homem poderia alterar o que já estaria previsto para 
acontecer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 -Tragédia de Édipo Rei, escrita por Sófocles 
https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQjsrYBCO3gtx0Bqvt6FOHkyxq8lQnbC6SwHA&usqp=.Debates acerca do determinismo existem desde a Grécia Antiga, podemos 
encontrar em fragmentos de filósofos estoicos, e mesmo anteriores, discussões 
13 
 
acerca dos efeitos de se aceitar o determinismo, especialmente quando aplicado às 
ações humanas. 
Segundo autores, se no mundo todo viesse a ser de modo absolutamente 
determinado, incluindo as ações humanas, então tudo viria a ser por uma causa 
anterior. Assim, também seria com a nossa concordância e discordância em relação 
às atitudes que tomamos na vida, se esta causa não estivesse em nós, mas em algo 
anterior a nós. Se admitirmos que a realidade funcionasse desta forma, teríamos de 
admitir que as ações produzidas por esta concordância ou discordância não estão 
em nosso poder. Disto resulta que não haveria justiça nas punições e censuras que 
aplicamos em nossa sociedade. A isto, os defensores do determinismo afirmam que 
poderia ser o caso de que o papel daqueles que aplicam a punição e censura 
também esteja determinada por estas mesmas causa anteriores. Com esta 
discussão vemos como a compreensão do determinismo é fundamental para a 
questão do livre arbítrio. O determinismo em sentido estrito implica em apenas um 
futuro possível. O oposto disto seria o acaso, uma forma de indeterminismo. No 
acaso o futuro é imprevisível, permitindo-se assim supor futuros alternativos, de tal 
forma que a questão passa a ser, como um presente real é realizado a partir destas 
alternativas. 
Foram criados diversos tipos de conceitos para o determinismo, a partir do modo 
como a casualidade e determinação são compreendidas: 
 
3.1 Tipos de Determinismo: 
 
Com o desenvolvimento das ideias deterministas, alguns tipos da corrente 
filosófica foram criados levando em consideração as formas como a causalidade e 
as determinações são entendidas. 
Os principais tipos de determinismo são: 
 Pré-determinismo: Todo efeito está contido na causa, ou seja, as ações iniciais do 
Universo promoveram toda uma cadeia causal sobre tudo o que acontecerá. 
O pré-determinismo encontra ecos na teoria deísta de Universo, que entende que 
ele foi criado por uma inteligência superior, que pode ou não ser Deus, e que 
somente é entendida por meio da razão, e não da religião. Também há elemento 
pré-determinista na psicologia behaviorista, que afirma que a mente do ser humano 
14 
 
é formada por um sistema mecânico, em que estímulos desencadeiam reações 
precisas. 
 Pós-determinismo: Já o pós-determinismo é baseado na teleologia (doutrina 
baseada em metas) dos propósitos e finalidades. Desse modo, esse conceito é 
fundando na alegação de que a determinação dos fatos está no futuro. 
 Em outras palavras, tudo acontece por um motivo, propósito ou razão de alguma 
entidade divina. Como “a vontade de deuses”, por exemplo. 
 Co-determinismo: Em contrapartida, o co-determinismo defende a ideia de 
relação ocasional das causas como geradoras de novas realidades. Portanto, os 
efeitos de uma causa podem se transformar nas causas de outros efeitos, de 
uma realidade diferente das causas anteriores. Então, nessa concepção, o 
determinismo não é posto nem no futuro nem no passado, mas sim no presente 
ou na simultaneidade dos processos e acontecimentos. Desse modo, essa ideia 
também se encontra dentro da teoria do caos, que prevê que a aplicação de 
erros resulta em múltiplos resultados imprevisíveis. 
 Determinismo Genérico: Essa vertente não se trata de uma forma de 
determinismo precisa. Contudo, se baseia na afirmação de que os genes e 
as condições genéticas de uma pessoa determinam a sua vida. 
 Determinismo Geográfico: No determinismo geográfico, o meio ambiente é que 
determina o comportamento dos indivíduos que vivem nele. No entanto, o 
geógrafo e antropólogo alemão Friedrich Ratzel, pontua que através da utilização 
de recursos naturais e da cultura, é possível transpor os efeitos deterministas 
desse meio. 
 Determinismo Social: Esse é uma aplicação do determinismo geográfico, porém 
nos meios sociais capitalistas das sociedades urbanizadas industriais. Portanto, 
essa concepção acredita que o meio social que o indivíduo nasce determina a 
sua vida e as suas ações. Desse modo, pessoas que nascem em meio a lugares 
violentos, tendem a ser violentos, por exemplo. 
Hoje em dia o determinismo social é usado como uma forma de explicar a 
classificação social dos indivíduos. Essa que fomenta o preconceito e a exclusão de 
determinados grupos sociais. 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 –Determinismo e Liberdade 
https://questcosmic.files.wordpress.com/2013/11/determinismo.jpg?w=375&h=253. 
 
 Determinismo e Liberdade: Contudo, o conceito de determinismo é bastante 
criticado entre os pesquisadores e filósofos que defendem o conceito de livre 
escolha e livre-arbítrio; uma não casualidade. 
Desse modo, os críticos baseiam seu ponto de vista na ideia de que o espírito, a 
alma, o desejo, a escolha e a vontade humana não coexistem no mesmo universo 
casual da natureza. E assim, não são regidos pelas mesmas leis imutáveis da 
natureza. Os deterministas por sua vez, rebatem essas alegações com o argumento 
de que eles estejam ignorando o co-determinismo. Ou seja, a ideia de que 
existem relações entre várias realidades diferentes, seja molecular, social, 
planetária, psíquica e etc. Apesar disso, existem vários estudiosos como Nietzsche e 
Deleuze, que não enxergam o determinismo e a liberdade como ideias 
contraditórias. Porque a liberdade não seria “livre-arbítrio”, mas sim a capacidade de 
criação. Portanto, o “livre-arbítrio” seria apenas a escolha entre opções que já foram 
determinadas anteriormente. 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Livre-arbítrio 
http://cdn.simplesite.com/i/0c/de/283445309517061644/i283445314528342342._szw480h1280_.jpg. 
 
3.2 Autores Deterministas 
 
 Friedrich Ratzel: geógrafo e antropólogo alemão acreditava que o meio 
determinava a vida e as ações das pessoas. Apesar de ser um dos maiores 
nomes do determinismo, essa palavra não aparece em sua obra. 
 Friedrich Nietzsche: filósofo e filólogo alemão, afirmava haver uma força 
criativa universal que movimentaria toda a vida. Ele chamou essa força de 
vontade de poder, e ela seria a motriz e causa de tudo. 
 Charles Darwin: biólogo inglês e criador da teoria da evolução das espécies, 
não mencionou diretamente o determinismo e não se preocupou em defender 
uma posição determinista. Entretanto, sua teoria diz que a sobrevivência de 
uma espécie depende de sua capacidade de adaptação ao meio. Portanto, 
essa teoria denota um princípio determinista. Se há adaptação, há 
sobrevivência. 
 Baruch de Espinosa: para o filósofo holandês, qualquer ação de um ser 
humano não é uma ação isolada. Sendo assim, ela é resultado de ações 
anteriores que ele mesmo tomou, e essas ações são resultados de outras 
ações. Sendo assim, coloca o ser humano numa espiral sem fim até a sua 
morte. 
17 
 
 Gilles Deleuze: inspirado por Nietzsche e Espinosa, Deleuze afirmava que a 
liberdade é a capacidade de criar, e o pensamento que distingue o ser humano dos 
demais animais também é fruto dessa capacidade. A capacidade de criar, contudo, 
não esquiva o ser humano de determinações de forças nas ações dele mesmo e dos 
outros, o que lhe dá infinitas possibilidades de ação. 
 Teoria da evolução de Darwin: sobrevivência de uma espécie depende de sua 
capacidade de adaptação ao meio. 
 
 
Figura 6 – Teoria de Darwin 
 https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQd8TyeqL0XtDxISQXwDucLSKNyASDuY8znLA&usqp=
CAU. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
4. FRIEDRICH RATZEL E DETERMINISMO GEOGRÁFICO. 
 
Friedrich Ratzel (1844-1904) foi um pensador alemão, considerado como um 
dos principais teóricos clássicos da Geografia e o precursor da Geopolítica e do 
Determinismo Geográfico. Vale lembrar que a expressão “determinismo”não era 
empregada pelo próprio Ratzel, tratando-se de uma atribuição conceitual que foi 
dada a partir das leituras sobre o seu pensamento. Sua principal obra publicada foi 
a Antropogeografia. A Ratzel deve-se a ênfase dos estudos geográficos sobre o 
homem. Entretanto, a teoria ratzeliana via o ser humano a partir do ponto de vista 
biológico (não social) e que, portanto, não poderia ser visto fora das relações de 
causa e efeito que determinam as condições de vida no meio ambiente. A essa 
concepção deu-se o nome de Determinismo geográfico, em que o homem seria 
produto do meio, ou seja, as condições naturais é que determinam a vida em 
sociedade. O homem seria escravo do seu próprio espaço. Esse pensador foi 
bastante influenciado pela obra de Charles Darwin, que defendia o postulado de que 
a evolução se basearia na luta entre as diferentes espécies, de forma que aquelas 
que possuíssem as características de melhor adaptação ao meio sobreviveriam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7-Darwin e sua esposa. 
https://encryptedtbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQJAKIiqpEgzOcnwb5Q0s3ToaE9K50pz
b3K9g&usqp=CAU. 
 
19 
 
 
Darwin recebeu muitas criticas por suas ideias e por causa de suas ideias 
isolou-se em sua propriedade na Inglaterra, restringindo-se ao convívio à família. 
Acima, ele é retratado com sua esposa Emma. 
Ratzel, de certa forma, aplicou essas ideias à espécie e sua vida em 
sociedade. Os seres humanos, raças e etnias mais aptas venceriam e dominariam 
os povos considerados inferiores. Tais ideais basearam e justificaram teoricamente a 
dominação dos povos europeus, que se colocaram como uma civilização mais 
evoluída e desenvolvida, com a missão de dominar os povos inferiores e impor 
sobre eles a sua cultura e o seu modo de vida. Suas ideias também influenciaram 
aquilo que mais tarde veio a ser denominado por Nazismo. Ratzel foi também um 
profundo estudioso do conceito e comportamento do Estado moderno. Para ele, o 
Estado seria a sociedade organizada para construir, defender ou expandir o seu 
território. Também considerava que essa era uma forma de organização que 
aconteceria de forma natural em qualquer sociedade avançada. O Estado, para 
Ratzel, era um organismo vivo. 
A partir dessa concepção, elaborou o conceito de espaço vital, que seria as 
condições espaciais e naturais para a manutenção ou consolidação do poder do 
Estado sobre o seu território. Seriam as condições naturais disponíveis para o 
fortalecimento de uma dada sociedade ou povo. Aquelas populações que 
dispusessem de melhor espaço vital estariam mais aptas a se desenvolver e a 
conquistar outros territórios. 
 Tal noção foi fundamental diante do contexto histórico da Alemanha, que 
havia acabado de passar pelo seu processo de reunificação e necessitava de uma 
base para justificar e se afirmar enquanto Estado, com capacidade de crescimento, 
expansão e dominação. 
Apesar de se considerar o “pai da Geopolítica”, Ratzel jamais utilizou essa 
expressão, que foi elaborada por um de seus discípulos, o pensador sueco Rudolf 
Kjellen. Pode-se dizer, no entanto, que as suas ideias foram constitutivas de uma 
verdadeira Geografia do Poder. 
 
 
20 
 
 
Figura 8 – Friedrich Ratzel 
Https://assets.sutori.com/user-uploads/image/8fdea3ea-70f2-4e0f-adfa-
bfd94a21cf5e/7f77682b5e1b3945c66ee0f17c5d2716.jpeg 
 
4.1 O determinismo geográfico 
 
O determinismo geográfico pode ser definido como a postura segundo a qual 
se acredita que as diferenças de ambiente físico condicionam totalmente a 
diversidade cultural. Ou seja, segundo essa postura, os homens são diferentes, pois 
habitam áreas geográficas diferentes: umas mais frias, outras mais quentes, umas 
mais próximas ao mar, outras altas etc. Para os adeptos dessa postura, o meio físico 
condiciona totalmente o comportamento do homem. Assim, acreditam, por exemplo, 
que pessoas que moram em regiões quentes são mais preguiçosas, por conta do 
calor, entre outros preconceitos. O determinismo geográfico ou ambiental colocava o 
homem numa condição de submissão aos aspectos naturais (a natureza é que 
determina a ação humana), ou seja, sugeria que é o meio ambiente em que uma 
pessoa vive que define suas características físicas e psicológicas. 
O determinismo geográfico surgiu como consequência de uma época em que 
as interferências do homem nos aspectos naturais eram muito mais reduzidas do 
21 
 
que hoje em dia e serviu, também, como uma justificativa científica para a relação de 
domínio entre os países temperados e os países tropicais. Através dessa teoria, 
seria possível determinar, analisar e explicar a história de todos os povos em função 
das suas relações e interações com a natureza e o meio ambiente ao seu redor. 
A Antropologia mostrou também que existem limites para a influência do 
ambiente físico em uma determinada cultura. Ou seja, o meio físico pode influenciar 
o homem e seus costumes, mas não o condiciona totalmente. Os hábitos, costumes 
e conteúdos simbólicos da vida de um povo podem sofrer influência do meio físico. 
Existem elementos em nossa cultura que são influenciados pelo meio, como, por 
exemplo, a maior parte das nossas roupas. 
Elas são adapta das ao nosso clima. Ou, ainda, o fato de nos alimentarmos 
de mandioca, que é uma raiz que constitui a base da alimentação em muitas regiões 
do Brasil. Em países de clima mais frio é comum que as casas tenham sistema de 
aquecimento central, para que as pessoas não sofram com as baixas temperaturas, 
e que elas se alimentem de vegetai s que se desenvolvem em temperatura mais 
baixa do que aquela aqui encontrada. 
 
 
 
Figura 9- Determinismo Geográfico 
https://0701.static.prezi.com/preview/v2/op5yidiht3cmwirzsxindd7yfd6jc3sachvcdoaizecfr3dnitcq_3_0.
png. 
 
22 
 
4.2. Exemplos de Determinismo Geográfico 
São exemplos de determinismo geográfico os seguintes casos: 
 Os brasileiros são calorosos e comunicativos porque vivem em um país de 
clima tropical; 
 Todos que moram em favelas tornam-se criminosos; 
 Pessoas que moram na Bahia, onde o clima é quente, são lentas e 
preguiçosas devido aos fatores geográficos do local. 
 O chinês é mais inteligente apenas por ele ter nascido na China. 
 
 
 
Figura 10- Determinismo Dialogo. 
http://4.bp.blogspot.com/_iRkpmV4yl7g/R90pHhPat2I/AAAAAAAAG_8/tTyyU_d5aho/s400/zope.jpg. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
5. DETERMINISMO BIOLÓGICO 
 
O determinismo biológico é um conceito que afirma que 
as características físicas e psicológicas do ser humano são determinadas por 
sua raça, nacionalidade ou por qualquer outro grupo específico a qual ele pertença, 
defendendo que as características sociais, econômicas, culturais de determinado 
povo são provenientes de fatores biológicos. Pertencer a uma etnia, nacionalidade 
ou grupo específico, significaria que todos os indivíduos teriam as mesmas 
características. Fazer uso do determinismo biológico é afirmar, por exemplo, que 
todos os japoneses, sem exceção, possuem inteligência acima da média, assim 
como afirmar que todos os africanos são negros, ou que todos os europeus são 
brancos, pois a partir da nacionalidade de cada um são impostas características 
para esses grupos. Surgiu assim uma ideia de “superioridade ou inferioridade” de 
povos determinando povos que seriam superiores a outros, pois possuem uma 
seleção de características ditas genéticas. 
 
Determinismo Biológico 
 
Figura 11- Determinismo Biológico 
https://wesleyjesusluz.files.wordpress.com/2013/12/imagem-2.jpg 
 
24 
 
Como relatamos o determinismo biológico em alguma época, pregava que as 
diferenças sociais entre as diferentes classes da sociedade e até questões 
financeiras e econômicas estariam ligadas a fatores biológicos, o que não é verdade. 
O fato é que essa corrente de pensamento determinou a “superioridade” e a 
“inferioridade” de diversos povos e etnias com base em suasdiferenças biológicas, 
presentes no DNA. Até a propensão à criminalidade, ao alcoolismo e ao fracasso, de 
acordo com esse determinismo, estaria relacionado com características genéticas. 
A própria evolução e o estudo comportamental do ser humano podem demonstrar 
que, definitivamente, as pessoas não são compelidas a terem certo tipo de 
comportamento porque possui certos genes ou caracteres biológicos semelhantes a 
este ou aquele outro. 
Os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não 
são determinantes das diferenças culturais. Segundo Felix Keesing, “não existe 
correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição 
dos comportamentos culturais. Qualquer criança humana normal pode ser educada 
em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de 
aprendizado”. A espécie humana se diferencia anatômica e fisiologicamente através 
do dimorfismo sexual (macho e fêmea de uma mesma espécie com formas 
diferentes), mas é falso que as diferenças de comportamento existentes entre as 
pessoas de sexos diferentes sejam determinadas biologicamente. O comportamento 
dos indivíduos depende de um aprendizado, de um processo que chamamos de 
enculturação. Um menino e uma menina agem diferentemente não em função de 
seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada. Nada é pré-
determinado, tudo que o ser humano pensa e faz é produto do seu aprendizado, 
do meio em que vive da cultura que o envolve. Ele sempre está aberto a todas as 
direções possíveis. 
Mas é preciso encarar também outra corrente de pensamento: o ser humano, 
do ponto de vista de espécie humana como um todo forma um grupo animal que 
evoluiu ao longo do tempo, mas que manteve certos aspectos instintivos e um tipo 
físico característico e identificável. Enfim, somos animais (racionais), com uma série 
de comportamentos geneticamente construídos e aperfeiçoados no decorrer da 
história evolutiva comum a todos. Porém até isso, para muitos pensadores, atesta a 
total falta de aprovação do determinismo biológico, pois o ser humano, ao evoluir, 
livrou-se da natureza e, ao conseguir cultura, largou as suas propriedades animais. 
25 
 
Com o pensamento moderno hoje, consideramos que o homem é sim, um resultado 
de sua cultura e do meio onde teve sua formação social. Uma manipulação criativa 
de vários tipos de cultura é que permitem invenções e inovações. Não basta que 
apenas existam humanos inteligentes, é necessário que o meio em que habitam lhes 
proporcione uma maior carga cultural, criativa e revolucionária. 
Diferenças genéticas e de hereditariedade não definem a importância básica 
das diferenças culturais e sim suas diversidades culturais e civilizatórias de vários 
povos e grupos étnicos. 
Sobre Cesare Lombroso: 
Cesare Lombroso (1835-1909) foi um criminalista italiano que afirmava que todas as 
nossas ações e pensamentos vinham de nossa genética. Relacionou também o 
nosso físico à tendência à criminalidade. Como resultado de sua pesquisa ele foi 
criticado e criminalizado. 
 
Exemplos de Determinismo Biológico 
 Julgar que um português é burro por ter nacionalidade portuguesa; 
 Julgar um japonês inteligente por ter nacionalidade japonesa; 
 Julgar que todo baiano é preguiçoso apenas por nascer na Bahia. 
 Julgar que todo Afrodescendente é bandido. 
 
 
Figura 12- Determinismo Julgamento. https://1.bp.blogspot.com/-
AVism1Ubizs/Vz9DsNd8dLI/AAAAAAAAAEE/IDvNSMRN35crGORpf81ignGlgLbYZgbdgCLcB/s1600/r
acismo.jpg. 
 
26 
 
6. QUAL A POSTURA DIANTE DO DETERMINISMO GEOGRÁFICO 
 
Tal postura deve ser evitada, pois o meio físico, em parte, influencia uma 
cultura. Ou seja, existem elementos em nossa cultura que são influencia dos pelo 
meio, mas o meio físico não condiciona totalmente uma cultura. Há um limite para 
esse condicionamento em um mesmo meio geográfico podem se desenvolver 
culturas diferentes. Se fosse verdade que o meio físico condiciona totalmente o 
comportamento dos seres humanos, só haveria uma cultura na Península 
Escandinava, e não é o que acontece mesmo contendo o mesmo clima e um relevo 
muito parecido, assim como a flora e a fauna possuem culturas diferentes e línguas 
diferentes: há o sueco, o dinamarquês, o finlandês e o norueguês. Por que acontece 
isso, ao contrário do que acreditam os adeptos do determinismo geográfico, o meio 
físico não influencia totalmente a cultura. Na verdade, há limites para a influência do 
meio físico sobre a cultura. Esses limites são dados pelos interesses de cada 
cultura. 
Toda cultura age seletivamente em relação ao meio físico em que ela se 
desenvolve e, por isso, existem elementos culturais que, apesar de aceitos, não 
estão de acordo com o meio geográfico. Um exemplo notório é o uso do terno e 
gravata em um país quente como é o Brasil na maioria dos meses do ano. Essa 
roupa é adequada aos países de clima temperado, mas totalmente inadequada, na 
maior parte do ano, ao clima do nosso país. 
O uso do terno Mesmo assim, os homens, seja por razões de trabalho, sejam 
porque têm de comparecer a um determinado evento social, muitas vezes usam 
terno e gravata. Por que eles fazem isso? Não é porque essa roupa seja adequada 
ao nosso clima, mas, sim, porque ela tem um significado cultural. Trata-se do 
exemplo de uma vestimenta mais formal. Ela proporciona certo status social para 
quem a veste, pois não é uma roupa barata. Se o meio físico influenciasse 
totalmente as culturas, como querem acreditar os adeptos do determinismo 
geográfico, os homens usariam roupas adequadas ao nosso clima. 
Isso também pode ser refletido na nossa alimentação, existem animais que 
habitam o Brasil e outros países, como a China, o Camboja, a Tailândia, o Vietnã e o 
México, por exemplo. Mas isso não significa que eles sejam considerados passíveis 
de servir como alimento aqui e lá. É o caso, por exemplo, do rato. No Brasil, é 
praticamente impensável para uma pessoa se alimentar da carne de ratos. Já na 
27 
 
China, no Camboja, no Vietnã e na Tailândia eles são normalmente consumidos 
como alimento. Na Tailândia também é comum comer espetos de certas larvas na 
rua, assim como aqui se come churrasco. Há ainda o caso do México: lá é possível 
comer tacos (prato típico mexicano feito de farinha de milho, parecido com uma 
panqueca, com vários tipos de recheios e molhos) recheados com certo tipo de grilo 
comestível. Se o determinismo geográfico realmente existisse, nós nos 
alimentaríamos igualmente desses animais também existente s em nosso território. 
Pode-se concluir que o meio físico age sobre a cultura, embora não a condicione 
totalmente, pois esta age de forma seletiva em relação aos elementos que aquele 
fornece. 
 
Tabela -1 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
7. DIVERSAS CULTURAS 
7.1. Cultura 
 
 Cultura é uma palavra que vem do latim, “cultura”, e que significava cuida do 
como campo até o século XIII. Depois ela não significa mais um estado da coisa 
cultiva da, mas a ação de cultivar a terra. Já no século XVII I ela passa a designar o 
cuidado de trabalhar algo. 
Logo, cultura seria tudo aquilo que as pessoas cultivam (CUCHE, 
2002, p.19). 
 
 É por isso que se pode falar em uma cultura de fungos, ou cultivo de fungos. 
O significado do termo pode variar de uma língua para outra. 
A Cultura pode ser compreendida como o cultivo de algo: essa outra 
concepção do termo cultura se liga ainda mais à sua raiz. 
 É usada em agricultura quando se quer falar a respeito de uma plantação. 
Para se tiver uma plantação de algo é necessário fazer o cultivo de determinada 
espécie. 
 Outro termo utilizado é o germânico Kultur, usado para simbolizar todos os 
aspectos espirituais de uma comunidade, a palavra francesa Civilization, referia-se 
principalmente às realizações materiais de um povo, ambos os termos foram 
sintetizados por Edward Tylor (1832- 1917) no vocábuloinglês Culture. 
Culture, “tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que 
inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra 
capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”. 
Em 1871, Tylor definiu cultura como sendo todo comportamento aprendido, tudo 
aquilo que independe de uma transmissão genética, como diríamos hoje. As 
culturas estão constantemente se comunicando, estabelecem trocas. Umas 
influenciam mais do que são influenciadas, mas não há nenhuma que exista fechada 
em si, por mais que ela tente. 
 Cultura pode ser entendida como as manifestações artísticas s de um povo, 
como quando se usa o termo cultura nas expressões: “teatro é cultura, cinema é 
cultura ”. 
29 
 
 Cultura também pode ser entendida como os hábitos e costumes de um 
povo: seria aquilo que as pessoas aprendem como membros de uma sociedade. Ou 
seja, as pessoas dizem, por exemplo, “os alemães comem salsicha, pois isso é uma 
característica de sua cultura”. 
Apesar dos múltiplos significa dos do termo e das inúmeras variações, 
podemos dizer, genericamente, que cultura, tanto para a Antropologia como para a 
Sociologia, significa tudo aquilo que o homem vivencia, realiza e transmite por meio 
da linguagem. Ou seja, a cultura está relaciona da com os conteúdos simbólicos da 
vida. Ou, como alguns diriam, com os mecanismos de controle dos indivíduos em 
sociedade, isto é, sistemas de símbolos entrelaçados e interliga dos entre si que 
fornecem para os indivíduos um modo de pensar, de agir e sentir. Logo, o 
comportamento humano é regido por meio desses símbolos que são passados de 
geração para geração e que também se modificam. 
Não há ser humano cujo comportamento não seja regido por meio de 
símbolos. 
 
Figura 13 – Foto Claude Lévi- Strauss 
 https://revistacult.uol.com.br/home/wp-content/uploads/2019/01/foto-college-de-
france_divulgacao.jpg. 
 
 Claude Lévi-Strauss, o mais destacado antropólogo francês, considera que a 
cultura surgiu no momento em que o homem convencionou a primeira regra, a 
primeira norma, para ele, esta seria a proibição do incesto, padrão de 
30 
 
comportamento comum a todas as sociedades humanas. Todas elas proíbem a 
relação sexual de um homem com certas categorias de mulheres (entre nós, a mãe, 
a filha e a irmã). 
Leslie White, antropólogo norte-americano contemporâneo, considera que a 
passagem do estado animal para o humano ocorreu quando o cérebro do homem foi 
capaz de gerar símbolos, pois os animais não são regidos por meio de símbolos, o 
que não quer dizer que não possam transmitir mensagens. Sim, eles podem 
transmitir mensagens. Mas essas mensagens são sempre as mesmas para a 
espécie, por isso são sinais. Já entre os homens, as mensagens variam de grupo 
para grupo, pois são compostas de símbolos socialmente estabelecidos que variem 
de sociedade para sociedade. O comportamento dos animais é regido 
predominantemente por meio de sinais, enquanto o do homem é regido 
predominantemente por meio de símbolos. 
 
Isso ocorre porque os sinais são organicamente programados, geneticamente 
transmissíveis e intransformável (RODRIGUES, 2003, p. 25-26). 
 
 O sinal é organicamente programado. Isso ocorre porque faz parte da 
constituição biológica desses animais se comunicarem da forma como se 
comunicam. A maioria dos animais, mesmo quando tirados do seu meio, 
desenvolve as características da espécie, ou seja, age como um membro criado pelo 
grupo, mesmo que tenham sido separados ao nascer. Já os nossos símbolos são 
socialmente programados. Um homem separado de seus pais ao nascer não agirá 
como eles, mas, sim, como membro do grupo que o criou. Daí decorre o fato de que 
o comportamento dos animais é geneticamente transmissível. Afinal, a maioria deles 
vai se comportar sempre da mesma forma, não interessa em qual grupo seja criado. 
Assim, todos os tigres sempre agirão e se comunicarão por meio dos mesmos 
sinais, o castor sempre construirá seus diques da mesma forma, assim como as 
abelhas sempre farão suas colmeias do mesmo jeito. Já o nosso comportamento é 
regido muito mais pela forma por meio da qual somos criados. É possível 
compreender a partir disso que os sinais entre os animais são intransformáveis, pois 
são passados geneticamente de geração para geração. Ao passo que, entre os 
seres humanos, os símbolos são eminentemente transformáveis, ou seja, variam de 
cultura para cultura, de grupo para grupo. 
31 
 
 White afirma: “todos os símbolos devem ter uma forma física, pois do 
contrário não podem penetrar em nossa experiência, mas seu significado não pode 
ser percebido pelos sentidos”. Ou seja, para perceber o significado de um símbolo é 
necessário conhecer a cultura que o criou. Alguns pensadores católicos, 
preocupados com a conciliação entre a doutrina e a ciência, defendiam que o 
homem adquiriu cultura no momento em que recebeu do Criador uma alma imortal. 
Só o homem tem essa capacidade de se projetar em tudo o que faz. Ele 
projeta seus valores, suas ideias, nos objetos que constrói. Pois o ser humano deixa 
vestígios de suas relações sociais nos objetos. O homem não se adapta à natureza 
como os outros animais. Ele transforma a natureza, interage com ela. Só ele tem a 
capacidade de transformar a natureza. Os animais sempre se adapta m ao meio ou, 
então, morrem. O homem renova e transforma seu comportamento: ao contrário dos 
outros animais, cujo comportamento se modifica para se adaptar a mudanças do 
meio físico, o homem está sempre renovando e transformando seus 
comportamentos, independentemente do meio físico no qual habita. O meio físico 
pode provocar certas mudanças no comportamento dos seres humanos, mas isso 
não é algo que determina a nossa maneira de agir. É o contato com outros homens 
e cultura que provoca a renovação e a transformação nos hábitos, costumes, 
maneiras de pensar e de agir dos seres humanos. O homem é capaz de partilhar e 
transmitir a experiência. Ele a vai acumulando, os outros animais não. Mas ele não 
só a acumula. Com a acumulação ele vai transformando os comportamentos 
anteriores; 
A cultura desenvolveu-se, pois, simultaneamente com o próprio equipamento 
biológico e é, por isso mesmo, compreendida como uma das características da 
espécie, ao lado do bipedismo e de um adequado volume cerebral. À medida que 
cresce, o homem é cada vez menos conduzi do pelos seus instintos e cada vez mais 
pela cultura. É claro que o homem é um ser biológico que depende de uma série de 
funções vitais: todos os homens comem, dormem , bebe m etc. Entretanto a maneira 
de satisfazer essas diferentes funções biológicas varia de uma cultura para outra. 
Assim, entende-se que o comportamento do homem é fruto da interação entre 
biologia e cultura. 
Keesing refere-se, inicialmente às teorias modernas que consideram a cultura 
como um sistema adaptativo, as culturas são sistemas (de padrões de 
comportamento socialmente transmitidos) que servem para adaptar as comunidades 
32 
 
humanas aos seus embasamentos biológicos, mudança cultural é primariamente um 
processo de adaptação equivalente à seleção natural. O homem além de reagir às 
adversidades do meio físico, também o transforma e cria coisas com essa 
experiência igualmente se transformando nesse processo . 
 A cada grupo humano corresponde uma tradição cultural. 
Para W. Goodenough, cultura é um sistema de conhecimento: “consiste em 
tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira 
aceitável dentro de sua sociedade”. 
Para Geertz, todos os homens são geneticamente aptos para receber um 
programa, e este programa é o que chamamos cultura. A criança está apta ao 
nascer a ser socializada em qualquer cultura existente. Esta amplitude de 
possibilidades, entretanto, será limitada pelo contexto real e específico onde de fato 
ela crescer. 
David Schneider tem uma abordagemdistinta, embora em muitos pontos 
semelhante à de Geertz. “Cultura é um sistema de símbolos e significados. 
Compreende categorias ou unidades e regras sobre relações de modos de 
comportamento. O status epistemológico das unidades ou coisas ‟ culturais não 
depende da sua observabilidade: mesmo fantasmas e pessoas mortas podem ser 
categorias culturais”. 
 O modo de ver o mundo, as apreciações de ordem moral e valorativa, os 
diferentes comportamentos sociais e mesmo as posturas corporais são produtos de 
uma herança cultural, ou seja, o resultado da operação de uma determinada cultura. 
As pessoas não se chocam apenas porque as outras comem coisas diferentes, mas 
também pela maneira como agem à mesa. Como utilizamos garfos, surpreendemo-
nos com o uso dos palitos pelos japoneses e das mãos pelos indianos. Em algumas 
sociedades o ato de comer pode ser público, em outras uma atividade privada. 
Alguns rituais de boas maneiras exigem um forte arroto, após a refeição, 
como sinal de agrado da mesma. Tal fato, entre nós, seria considerado, no mínimo, 
como indicador de má educação. Entre os latinos, o ato de comer é um verdadeiro 
rito social, segundo o qual, em horas determinadas, a família deve toda se sentar à 
mesa, com o chefe na cabeceira, e somente iniciar a alimentação, em alguns casos, 
após a prece. 
O homem tem despendido grande parte da sua história na Terra, separado 
em pequenos grupos, cada um com sua própria linguagem, sua visão de mundo, 
33 
 
seus costumes e expectativas. O fato de que o homem vê o mundo por meio de sua 
cultura tem como consequência a propensão em considerar seu modo de vida como 
o mais correto e o mais natural. Tal tendência, denominada de etnocentrismo, é 
responsável em seus casos extremos pela ocorrência de numerosos conflitos 
sociais. 
O etnocentrismo, de fato, é um fenômeno universal. É comum a crença de 
que a própria sociedade é o centro da humanidade, ou mesmo sua única expressão. 
 As autodenominações de diferentes grupos refletem este ponto de vista. Tais 
crenças contêm o germe do racismo e da intolerância, e, frequentemente, são 
utilizadas para justificar a violência praticada contra os outros. 
 
Figura 14- Holocausto 
https://www.robsonpiresxerife.com/wp-content/uploads/2016/04/holocausto.jpg. 
 
As doenças psicossomáticas são fortemente influenciadas pelos padrões 
culturais. Muitos brasileiros, por exemplo, dizem padecer de doenças do fígado, 
embora grande parte dos mesmos ignore até a localização do órgão. Entre nós são 
também comum os sintomas de mal-estar provocados pela ingestão combinada de 
alimentos. Quem acredita que o leite e a manga constituem uma combinação 
34 
 
perigosa, certamente sentirá um forte incômodo estomacal se ingerir 
simultaneamente esses alimentos. 
A cultura também é capaz de provocar curas de doenças, reais ou 
imaginárias. Estas curas ocorrem quando existe a fé do doente na eficácia do 
remédio ou no poder dos agentes culturais. O que importa é que o doente é tomado 
de uma sensação de alívio, e em muitos casos a cura se efetiva. A Todo sistema 
cultural tem a sua própria lógica e não passa de um ato primário de etnocentrismo 
tentar transferir a lógica de um sistema para outro. Infelizmente, a tendência mais 
comum é de considerar lógico apenas o próprio sistema e atribuir aos demais um 
alto grau de irracionalismo. 
A coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do 
sistema a que pertence. 
Rodney Needham, antropólogo inglês, afirma que cada cultura ordenou a seu 
modo o mundo que a circunscreve e que esta ordenação dá um sentido cultural à 
aparente confusão das coisas naturais. 
 
Várias são as características de todas as culturas. 
 
Entre elas é importante destacar que toda cultura é: 
 Simbólica, ou seja, a cultura é um conjunto de significados sistematiza dos 
transmitidos por símbolos e sinais, ou seja, a linguagem; 
 Social: não existe uma cultura individual. Toda cultura é necessariamente 
partilha da por um grupo. Ela diz respeito a um sistema de símbolos 
socialmente partilha dos que ajudam a reger o nosso comportamento; 
 Dinâmica e estável: pode-se dizer que toda cultura é ao mesmo tempo 
dinâmica e estável. As culturas são dinâmica s, pois se transformam. Não há 
cultura que permaneça estática. Mas é claro que umas se transformam mais 
rápido, outras mais devagar. Entretanto, ao mesmo tempo em que as culturas 
mudam, pode-se dizer que essa mudança não ocorre diariamente. Existem 
padrões, modelos institucionalizados de comportamentos que são 
considerados aceitáveis e que não se modificam da noite para o dia. Por essa 
razão é possível dizer que elas também são estáveis, pois durante determina 
do período de tempo (que varia de cultura para cultura) permanecem as 
mesmas. Existe duas possibilidades de mudança cultural: uma que é interna 
35 
 
à própria cultura e outra que é o resultado do contato com outro sistema 
cultural. Elas mudam, então, devido a fatores internos ou externos. A 
mudança por fatores internos à própria cultura é mais difícil de ocorrer, pois a 
tendência de uma determina da cultura, quando tem pouco contato com 
outras, é a de reproduzir sempre o mesmo padrão. As mudanças culturais em 
virtude de fatores externos são mais fáceis de ocorrer. O contato com culturas 
com valores, costumes, modos de vida diferentes dos nossos pode provoca r 
transformações culturais. 
 Seletiva: a cultura está sempre mudando. É verdade. Mas a cultura muda de 
forma seletiva. Cada cultura absorve determina dos padrões, mas não todas 
as formas possíveis. É preciso dizer que muitas vezes essa seleção é 
inconsciente. Há a tendência de achar que o padrão cultural estabelecido não 
é um padrão cultural, mas, sim, um comporta - mento natural. As pessoas se 
esquecem de que outros padrões são possíveis; 
 Determinante e Determinada: ao mesmo tempo em que a cultura se impõe 
sobre o indivíduo, que determina o seu comportamento, o indivíduo pode 
mudar a cultura, ou seja, ela pode ser determina da pelo indivíduo. Toda 
cultura é uma obra coletiva, mas pode ser modifica da e é vivida de diferente 
s maneiras pelas diferentes pessoas. Ela não é só uma amarra, ela não só se 
impõe sobre nós. Nós também possamos os modificá-la, determiná-la. Afinal, 
apesar de existir um sistema de símbolos partilha do por todas as pessoas 
não se inserem em uma cultura todas da mesma forma, seja porque cada 
subgrupo dentro de uma cultura se relaciona com ela de uma forma diferente, 
seja porque cada pessoa compreende e se relaciona com os mesmos 
padrões culturais de uma maneira única. Caso isso não ocorresse, todos 
dentro de uma mesma cultura pensariam da mesma forma, pois partilha - riam 
valores e símbolos. Mas não é isso o que acontece. Cada indivíduo se 
relaciona com o padrão social e culturalmente estabelecido de forma única. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 
Assim, por meio deste estudo foi possível constatar que a cultura , mais do 
que a herança genética , determina o comportamento do homem e o mesmo age de 
acordo com os seus padrões culturais, ou seja, ele é um ser parcialmente movi do 
pelos instintos e o papel do instinto no homem diminui conforme ele passa pelo 
processo de socialização. 
O homem depende muito mais do aprendizado do que do instinto. Como não 
só se adapta ao meio, mas também interage com ele, o homem é capaz de viver sob 
os mais diversos climas e situações. Assim ele conseguiu transformar quase toda a 
Terra em seu habitat. A cultura é um processo cumulativo resultante das sucessivas 
gerações, ou seja, a experiência vai sendo acumula da com o passar do tempo. 
 Esta conclusão permite refletir sobre a importância de um estudo e debate 
sobre o Determinismo, além de contribuir para nossa vida acadêmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
REFERENCIAS 
 
 
https://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/16191316022012Historia_do_Pensamento_Geografico_Aula_7.pdf acessado:10/08/2020. 
 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/pensadores-geografia.htm 
acessado:10/08/2020. 
 
https://brainly.com.br/tarefa/11096719#:~:text=Popula%C3%A7%C3%B5es%20que
%20habitam%20regi%C3%B5es%20quentes,mais%20rigorosas%20e%20mais%20r
acionais.acessado: 10/08/2020. 
 
http://www.cienciahoje.uol.com.br acessado:12/08/2020. 
 
https://universoracionalista.org/por-que-o-determinismo-cultural-nao-e-
ciencia/acessado:acessado:15/08/2020. 
 
https://destinocomum.wordpress.com/2012/08/29/determinismo-biologico-e-
determinismo-
geografico/#:~:text=O%20determinismo%20geogr%C3%A1fico%20considera%20qu
e,limita%C3%A7%C3%A3o%20do%20seu%20meio%20ambiente.&text=A%20gen%
C3%A9tica%20heredit%C3%A1ria%20de%20um,geogr%C3%A1fica%20sobre%20o
s%20fatores%20culturais.acessado 17/08/2020.

Continue navegando