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CIDADES INTELIGENTES

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1 CIDADES INTELIGENTES
As primeiras cidades foram instituídas na Mesopotâmia e Egito, há cerca de 5000 mil anos atrás. Com o perpassar do tempo e em razão do capitalismo houve uma aceleração no processo de urbanização em todo o mundo com uma intensa concentração de pessoas. Em razão desse cenário, emergem impasses como “o congestionamento de veículos, poluição e degradação ambiental, violência, insuficiência de serviços básicos (água, energia, saneamento etc.), desigualdades sociais e econômicas, e deficiência no acesso a bens culturais e educacionais”. (WHITMAN, 2021, p.15)
Com o intuito de atenuar a problemática advinda dessa urbanização, há, hodiernamente, cidades que se utilizam da tecnologia para organizar melhor a utilização de seus recursos de forma a preservar o meio ambiente, ofertar qualidade de vida a seus moradores e, ainda assim, estimular o crescimento econômico. Essas cidades são chamadas de “cidades inteligentes” justamente por sua capacidade de otimizar tudo o que envolve esse meio urbano. 
 
1.2 História e Conceito
É preciso frisar que o conceito de cidade inteligente emergiu na década de 90 e é visto por meio de, principalmente, duas abordagens: uma voltada amplamente para a tecnologia e outra voltada à questões humanísticas. No que concerne a primeira dessas perspectivas, conforme Rizzon et al (2017) o termo cidades inteligente ou, no inglês, smart cities, foi concebido nos anos iniciais da década de 90 para tratar do progresso urbano relacionado com a tecnologia. Nesse mesmo viés, o Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados – Cedes (2021) menciona que as primeiras definições relativas as cidades inteligentes salientavam, sobretudo, a relevância do uso de novas tecnologias. 
Em face dessa primeira visão, é indispensável ressaltar que, de acordo com Castro (2018), uma cidade que apenas faz uso de tecnologias, mas não as utiliza de forma estratégica é somente uma cidade digital, a cidade inteligente carece da colaboração da população para se configure como inteligente. Diante disso, surge a segunda abordagem que é humanística. Assim, em consonância com Castro (2018)
No âmbito humano, as cidades inteligentes devem ser baseadas em criatividade, diversidade, infraestrutura social e educação. Indivíduos com maior nível de educação tendem a migrar para cidades inteligentes devido a melhor qualidade de vida, diminuindo a força de trabalho e inovação de cidades que não possuem características inteligentes. Cidades de aprendizado se focam em formar uma massa trabalhadora mais educada e cidades de conhecimento encorajam a troca de conhecimento entre seus habitantes. (CASTRO, 2018, p.5)
A partir dessas concepções, verifica-se que o termo “cidade inteligente” pode ser retratado por visões distintas. Entretanto, no presente estudo, contaremos com o conceito de Ferreira (2013) que diz que uma cidade inteligente 
[...] é um ambiente urbano consolidado que utiliza várias Tecnologias de Informação e Comunicação (Information and Communication Technologies - ICT) para otimizar a administração dos serviços de uma cidade, como sistemas de comunicação, redes de transportes, hospitais e escolas, e buscar de maneira constante e interativa soluções para as demandas de seus habitantes. O objetivo final é o desenvolvimento sustentável dessa cidade, onde a comunidade pode alcançar uma melhor qualidade de vida, em conjunto com o crescimento do desenvolvimento econômico sustentável, utilizando de forma mais racional e eficiente os recursos naturais e financeiros disponíveis. (FERREIRA, 2016, p.13)
Dessa forma, esse conceito de cidade inteligente contempla aspectos tecnológicos e humanos de forma integrada. Todavia, ressalta-se, mais uma vez, que não há uma definição consensual do termo. 
1.3 Características 
As cidades inteligentes possuem características intrínsecas, dentre elas encontra-se o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) em todas os seus âmbitos para que seja atingido eficiência, assim como interconectividade, em todas as etapas de infraestrutura, planejamento e administração. (FERREIRA, 2016)
Vale salientar que as cidades inteligentes possuem seis dimensões, em consonância com Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados – Cedes (2021, apud European Parliament, 2014) com o intuito de realizar avaliações para identificar se uma cidade se configura como inteligente ou não. Nesse sentido, baseando-se nesses eixos, um material da câmara dos deputados intitulado “Cidades inteligentes: uma abordagem humana e sustentável” traz a seguinte figura: 
Figura 1 – Dimensões das cidades inteligentes
Fonte: Cedes (2021)
Como exposto na figura, essas dimensões são: economia inteligente, mobilidade inteligente, meio ambiente inteligente, pessoas inteligentes, moradia inteligente e governança inteligente que integram três fatores: humanos, tecnológicos e institucionais. Para evidenciar o que cada um desses pilares significa, cabe trazer o que cada um deles retratam. Assim, ainda conforme o Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados (2021):
Os fatores tecnológicos avaliados são infraestrutura física, tecnologias inteligentes, móveis e virtuais, e redes digitais disponíveis. Por fatores humanos, são considerados a infraestrutura humana e o capital social. Por último, os fatores institucionais envolvem critérios de governança, política e regulação. Além disso, são considerados aspectos de maturidade dos projetos e de sucesso, de acordo com a visão do projeto, participação social e gerenciamento. (CEDES, 2021, p.41)
Além dessa forma de avaliar as cidades inteligentes, é importante dizer que também há diversos outros meios com outras características para este fim. Contudo, a partir dos eixos mencionados, constata-se que para uma cidade se tornar, deveras, inteligente, ela necessita contar com fatores de modo interligado. Para que isso seja possível, todos esses pilares, de acordo com Castro (2018) necessitam de investimento para que a cidade possa contemplar todas as solicitações e necessidades de seus moradores, bem como das indústrias e da natureza, tornando-se atrativa para investimentos e até mesmo novos moradores. 
1.4 Benefícios e Malefícios 
É notório que uma cidade inteligente oferta inúmeros benefícios os quais são capazes de promover qualidade de vida, prover maior atratividade a seus moradores e cooperar para a não destruição em massa da natureza. Weiss, Bernardes e Consoni (2015), a partir de seus estudos, trazem como benefícios a ampliação da capacidade energética e melhoria na produção de bens e serviços, o monitoramento e administração das infraestruturas urbanas e previsão de ocorrências naturais a partir de sistemas inteligentes, soluções de cooperação e redes sociais, sistemas ligados para a gerencia de ativos, sistemas, métodos e práticas para a coordenação integralizada de serviços de qualquer âmbito, dentre tantos outros. Há também, como pontos positivos a valorização de áreas verdes, uma melhor gestão dos resíduos.
É preciso destacar, no entanto, que, segundo Abdala (2014), as cidades que se esforçam para se tornarem inteligentes, também é contribuem para a segregação que se estabelece em relação à comunidade local, em razão das distinções de costumes, demandas e expectativas. Além disso, a mesma autora também ressalta que há a necessidade das cidades inteligentes, ao invés de atenderem às questões de forma pontual, comtemplando, maiormente, as solicitações de mercado, a tecnologia empregada nelas também carecem ser vistas a partir de uma concepção mais holística, de forma decentralizada, e participativa. Dessa forma, é indispensável que sejam trabalhadas questões locais e inserir toda a população nesse processo para que não se tenha aprofundamento da exclusão social. 
Nesse sentido, é competente elucidar, conforme o pensamento de Castro (2018) o seguinte: 
Para que projetos alcancem resultados ótimos e tragam retorno para a população e para o governo, é necessário que sejam bem estruturados e planejados.Uma cidade só poderá ser considerada inteligente quando suas ações contribuam positivamente para os pilares pessoas, economia, mobilidade, sustentabilidade, vivência e governança. (CASTRO, 2018, p.66)
1.5 Exemplos de Cidades Inteligentes
Copenhague, na Dinamarca
De acordo com a revista Exame (2015), Copenhague conquistou dois títulos no ranking de cidades inteligentes da Europa, da revista Fast Company. A cidade é um dos melhores exemplos em diminuição das emissões de carbono do planeta. Comparado com o conceito de carbono zero de 2005, Copenhague diminuiu as emissões em 21%. Hoje, a cidade emite por volta de 2 milhões de toneladas de carbono por ano. 
A meta é reduzir ainda mais as emissões até 2025, atingindo 1,16 milhão de toneladas per capita por ano. Para atingir o objetivo, todos os novos edifícios devem ser construídos de acordo com as regras de sustentabilidade. Também contribui com metade da população da cidade, com mais de meio milhão de pessoas, a utilizar bicicletas para se locomover até o trabalho, de acordo com dados oficiais. A cidade tem um grande sistema de aluguel de bicicletas equipadas com GPS. Há pouco tempo, eles começaram a obter sensores que avaliam a qualidade do ar e ainda permitem que os usuários obtenham informações sobre o congestionamento.
Santa Ana, nos Estados Unidos
Em Santa Ana, Cidade localizada nos Estados Unidos, a grande parte da água usada nas casas do condado de Orange, Califórnia, é tratada e torna-se potável novamente. Até a água dos banheiros de Santa Ana passa por um processo de limpeza. O sistema, conhecido como microfiltração, funciona com a ajuda de elementos químicos e dispositivos emissores de raios ultravioleta, nele, as partículas sujas são separadas com uma membrana especial até que permaneçam apenas água potável e até os protozoários e bactérias são eliminados. 
 De acordo com Exame (2015), em 2014, em uma série de reportagens sobre soluções sustentáveis para o futuro, a revista online Slate e a Arizona State University escolheram Santa Ana como modelo para o restante dos Estados Unidos. Para os especialistas, essa solução é uma alternativa ao caro processo de dessalinização da água do mar. Com isso todas as casas da cidade com 330.000 habitantes, desfrutam de água tratada por micropurificação. Esta usina também beneficia outras cidades, com cerca de 600.000 lares e 230 milhões de litros de água são reutilizados.
Songdo, na Coreia do Sul
Ainda, para Exame (2015), Songdo, na Coreia do Sul, é um exemplo de aerocidade, termo usado por planejadores urbanos para se referir a cidades que estão planejadas para se desenvolver em torno de um aeroporto. O projeto criado teve início em 2003 e tem sido um rápido sucesso desde 2009, quando um programa de promoção de investimentos foi lançado pelo governo local. 
O slogan de Songdo é "Três horas e meia de distância de um terço da população mundial". O jornal britânico The Guardian considerou-a a primeira cidade inteligente do mundo. O Songdo teve conclusão prevista para 2018, no entanto, desde 2011, este local está habitado. Em 2013, a população contava com 67.000 pessoas. 
A cidade ainda conta com 25 quilômetros de ciclovias para os que usam transporte sobre duas rodas. Um sistema pneumático de gestão de resíduos se espalha por toda a cidade, isso faz com que praticamente seja elimina a necessidade de coleta de lixo e faz o trânsito fluir melhor.
REFERÊNCIAS
ABDALA, L. N. et al. COMO AS CIDADES INTELIGENTES CONTRIBUEM PARA O DESENVOLVIMENTO DE CIDADES SUSTENTÁVEIS? UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA. Int. J. Knowl. Eng. Manag. Florianópolis, v. 3, n.5, p. 98-120, mar2014/jun2014. Disponível em: < https://via.ufsc.br/wp-content/uploads/2016/06/Cidades-Inteligentes_Lucas.pdf> acesso em 16 de dezembro de 2021. 
BRASIL. Governo Federal Ministério de Minas E Energia. O que são Cidades Inteligentes e Sustentáveis? Série: “O papel das cidades no uso da energia”. Rio de Janeiro, 2020. 
CASTRO, C. P. C. S. de. Cidades inteligentes: definições, estudos de casos e modelagem de iniciativa inteligente em Volta Redonda. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Engenharia de Telecomunicações. 2018, Niterói. Disponível em: < https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/8066/TCC-%20Carolina%20Portela.pdf;jsessionid=923D6861B23C690C7C5C5056642CD866?sequence=1> acesso em 14 de dezembro de 2021.
CEDES. Cidades inteligentes: uma abordagem humana e sustentável. 1. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2021. Disponível em: < https://www2.camara.leg.br/a-camara/estruturaadm/altosestudos/pdf/cidades_inteligentes.pdf> acesso em 16 de dezembro de 2021.
EXAME. Conheça 3 cidades inteligentes pelo mundo. [S. l.], 2015. Disponível em: https://exame.com/tecnologia/conheca-3-cidades-inteligentes-pelo-mundo/. Acesso em: 16 dez. 2021.
FERREIRA, Aline de Ávila. ESTRATÉGIAS E INICIATIVAS PARA A MOBILIDADE EM CIDADES INTELIGENTES. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso. Graduação. Engenharia Civil. 2016, Porto Alegre. Disponível em: < https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/159577/001019343.pdf?sequence=1&isAllowed=y> acesso em 13 de dezembro de 2021. 
RIZZON, F. et al. SMART CITY: UM CONCEITO EM CONSTRUÇÃO. Revista Metropolitana de Sustentabilidade - RMS, São Paulo, v. 7, n. 3, p. 123-142, Set./Dez., 2017. 
WEISS, M. C.; BERNARDES, R. C.; CONSONI, F. L. Cidades inteligentes como nova prática para o gerenciamento dos serviços e infraestruturas urbanos: a experiência da cidade de Porto Alegre. urbe. Revista Brasileira de Gestão Urbana. 2015 set./dez., 7(3), 310-324. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/urbe/a/7PPdkzYV9xCL4kR4RbbPjMv/?lang=pt&format=pdf> acesso em 13 de dezembro de 2021.

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