Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSUFUCIÊNCIA CARDÍACA DEFINIÇÃO Disfunção do coração, a falência da bomba. Não consegue bombear nem relaxar para receber o sangue. Prejuízo no enchimento ou esvaziamento. Pode ser causada por fatores estruturais e/ou funcional. O sangue começa a se acumular e ocorre aumento das pressões intracavitárias. Ocorre aumento da pressão venocapilar pulmonar e/o sistêmica. Pode ocorrer baixo débito e má perfusão orgânica. TERMOS · IC congestiva: não se usa mais. Porque o paciente pode estar no perfil hemodinâmico seco. · IC sistólica: refere-se à insuficiência com FE<40%. · IC diastólica: refere-se à insuficiência com FE>50%. *Mas pode haver insuficiência com os dois componentes. EPIDEMIOLOGIA 1% da população geral. 10% da população acima de 65 anos. Causa importante de hospitalização. Dentre todas, é a terceira. Dentre as causas cardiovasculares, é a primeira. ETIOLOGIA FE REDUZIDA: · Doença coronariana · Sobrecarga de pressão (HAS ou obstrução por estenose de válvula) · Sobrecarga de volume · Cardiotoxicidade (etilismo crônico, quimioterápicos) · Infecções (miocardite, chagas) · Arritmias crônicas FE NORMAL: · Doença coronariana (A SCA e a HAS podem causar qualquer uma das IC e o que determina é a quantidade de miócito perdida) · HAS · Estenoses valvares · Envelhecimento · Cardiomiopatia hipertrófica · Cardiomiopatias restritivas IC DE ALTO DÉBITO: · Deficiência de B1 · Anemia grave · Tireotoxicose · Fistula atriovenosa · Ocorre por queda da RVP ou alta demanda. · Obesidade mórbida CLASSIFICAÇÃO DA IC CRÔNICA Uma FE normal é de 52-72%. FE < 40% = fração de ejeção reduzida FE > 50% = fração de ejeção normal FE entre 40-49% = intermediaria/boderline Os tratamentos são melhores em FE reduzidas, tem maiores resultados em quesito de sobrevida. FISIOPATOLOGIA O volume diastólico final é em torno de 100ml, ou seja, o coração relaxa a ponto de receber esse volume de sangue. O débito sistólico é em média 60ml, ou seja, o coração consegue ejetar 60ml pela sístole. Se ele recebe 100ml e ejeta 60ml, a fração de ejeção é 60%. Fatores que impactam o débito sistólico: · Pré-carga: o volume que entra no ventrículo. O retorno venoso. A Lei de Frank-Starling determina que o volume sistólico aumenta conforme o volume diastólico aumenta, mas até certo ponto, após isso, ocorre descompensação e o ventrículo não suporta. · Contratilidade: capacidade do ventrículo de se contrair. Influenciado pelo tônus adrenérgicos (receptores B1 que se abrem para aumentar o influxo de cálcio). · Pós-carga: é a pressão que tem que ser vencida, para o sangue ser ejetado. O evento índice da insuficiência cardíaca é o dano miocárdio. A força contrátil diminui e aumenta do débito sistólico. Para compensar: 1. o tônus adrenérgico aumenta 2. ocorre maior absorção renal de sal e água 3. citocinas vasodilatadoras são liberadas A principal citocina natriurética é a BPN, aumenta por conta da maior absorção de água e sal. Esse processo, ocorrendo agudamente, o corpo compensa, mas cronicamente, ocasiona remodelamento (noradrenalina, angiotensina II e aldosterona). QUADRO CLÍNICO · Dispneia: podendo ser ortopneia ou dispneia paroxística noturna. “Asma cardíaca” Edema agudo de pulmão *problemas mais do coração esquerdo · Congestão sistêmica Turgência jugular Hepatomegalia Edema de membro inferior (edema frio, mole e indolor) *problemas mais do coração direito · Pulso alternante: o coração de forma variável A principal causa de IVD é a IVE. PROGNÓSTICO O NYHA define o prognostico de acordo com os sintomas. A classificação de AHA define a probabilidade de desenvolver IC. EXAMES E DIAGNÓSTICO 2 critérios maiores OU 1 maior e 2 menores O diagnóstico é clínico + exames complementares (ECG + raio x + BNP e NT-proBNP + ECO) BNP diferencia a dispneia cardíaca da pulmonar. No ECG você vê sobrecarga ventricular (complexo QRS grande em V5 e V6; onda T invertida com ascensão rápida) – padrão strain BRD com hemibloqueio anterior esquerdo – sempre pensar em Chagas. No raio X, se observa cardiomegalia, derrame pleural bilateral ou mais à direita. Pode-se visualizar as linhas de kerley. O ecocardiograma determina a fração de ejeção. A RNM é o padrão ouro para quantificar volume, cardiomegalia e fração de ejeção. Cuidado porque usa contraste com gadolínio. TRATAMENTO · DROGAS QUE ALTERAM A SOBREVIDA (PORQUE INIBEM REMODELAMENTO): 1. IECA ou BRA – nuncajuntos (pode piorar a função renal inicialmente, causar hipercalemia) 2. Betabloqueador (metoprolol succinato, caverdilol, bisprolol ou nebivolol) – iniciar em dose baixa 3. Antagonista de aldosterona Sacubitril + valsartana também alteram sobrevida e há estudos que dizem que podem ser melhores que IECA ou BRA. Se for trocar, tem que esperar 36h para iniciar, porque pode causar angioedema. Dapaglifozina e empaglifozina melhoram também a sobrevida do paciente com IC em pacientes refratários, até para quem não é diabético. Ivabradina em pacientes refratários que tem ritmo sinusal com FC>70 bpm. Hidralazina + nitrato podem ser usados em pacientes refratários, negros ou com contraindicação a IECA e BRA. · SINTOMÁTICOS Diuréticos, principalmente os de alças, ajudam a controlar sintomas. Tiazídicos podem ser associados a quem não responde bem a furosemida. Digitálicos são muito bons, principalmente em ICFER, porque tem um certo efeito inotrópico. · NÃO AJUDAM NA SOBREVIDA E AINDA ATRAPALHAM BCC não di-hidropiridinico cardiosseletivo, tem efeito inotrópico e cronotopico negativos. Os cardiosseletivos, como a amlodipina, até podem ser usados. Antagonistas de Alfa1, como o prazosina são maléficos.
Compartilhar