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1 Thayná Campos Duarte PROBLEMA 3 – FECHAMENTO 2 INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CRÔNICA É uma síndrome clínica decorrente de alterações estruturais e/ou funcionais do coração que resultam em prejuízo do enchimento e esvaziamento de sangue. Ocorre aumento das pressões intracavitárias que culminam em congestão venocapilar pulmonar e/ou venosa sistêmica. O coração é incapaz de atender a demanda tecidual ou o coração é capaz de atender à demanda mas as custas do aumento da pressão de enchimento ventricular (pressão diastólica final). A insuficiência cardíaca pode se apresentar com FE preservada (normal) ou reduzida. -1-2% da população. -Aumento exponencial da prevalência com o avançar da idade -No Brasil é a principal causa de hospitalização por doença cardiovascular -Terceira causa de internação em idosos -Mortalidade em um episódio de IC descompensada é de 5-15%. -Qualquer condição que altere a estrutura ou função do coração pode causar IC. -Doença arterial coronariana responsável por 70% dos casos -HAS associado a DAC *A IC pode ser resultado de uma doença intrínseca do coração (cardiomiopatia), ou mais comumente em virtude de outras doenças crônicas que causam um processo de alteração da função cardíaca, seja ela sistólica ou diastólica. *As principais causas no Brasil são cardiopatia isquêmica, cardiopatia hipertensiva, cardiopatia secundária a valvopatias, cardiomiopatia dilatada, cardiomiopatia alcóolica e doença de Chagas. -DAC, DM, tabagismo, valvopatias, HAS e obesidade. -30-40% dos pacientes morrem em um ano. -Metade das vezes ocorre morte súbita (arritmias ventriculares) na outra metade por progressão da falência circulatória. -O principal determinante prognóstico é a chamada classe funcional feito por meio do escore NYHA (avalia parâmetros clínicos). o Função sistólica: capacidade do ventrículo de bombear o sangue para a circulação (sistêmica ou pulmonar). É estimada pela Fração de Ejeção (Normal=50-70%). *NA IC FE está diminuída. o Função diastólica: capacidade que os ventrículos têm de relaxar para se encherem de sangue, sem aumentar muito a pressão intracavitária. (PDF normal= 8-12mmHg). *Na ICFE preservada. Um ventrículo normal contém cerca de 100ml de sangue no final da diástole (volume diastólico final {VDF} normal: 80-150ml). Desse total, cerca de 60ml são ejetados a cada batimento (volume sistólico {VS} normal: 40-100ml). *Depende da pré-carga, contratilidade e pós-carga. Após ejetar o sangue, o que sobra na cavidade, em torno de 40 ml é o volume sistólico final (VSF normal: 30-60 ml). O fluxo total gerado pelo coração na unidade de tempo é o Débito Cardíaco (DC): DC= FC x VS -> normal 4,5-6,5 L/min O Índice Cardíaco (IC) é o DC corrigido pela área de superfície corporal. O valor normal do índice cardíaco é de 2,8-4,2 L/min/m2. Disfunção sistólica: (Miocardite dilatada). Coração maior, mas a parede do coração fica User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Sublinhado User Sublinhado User Sublinhado User Sublinhado User Realce User Realce User Realce User Realce 2 Thayná Campos Duarte mais fina. Presença de B3. Fração de ejeção diminuída <40. Disfunção diastólica: (Miocardiopatia hipertrófica). A fração de ejeção é preservada mas a quantidade de sangue é insuficiente. Ocorre um dano no coração -> Rim ativa o SRAA. Angiotensina II: atua nos receptores AT1 no coração e sinaliza para que ocorra mudanças estruturais com síntese proteica para produzir um miócito melhor. Ocorre formação de fibrose porque o sistema supressor de tumor provoca destruição desses miócitos gerando remodelamento cardíaco. **IECA E BRA: REDUZ REMODELAMENTO CARDÍACO Aldosterona: induz formação de miócitos no coração (posteriormente será destruído) **ARM (ANTAGONISTA DO RECEPTOR DE MINERALOCORTICOIDE): ESPIRONOLACTONA. Agrava a IC que aumenta a volemia. AD aumenta e produz um mensageiro para o rim BNP (peptídeo natriurético), que age no rim aumentando a natriurese (aumenta a eliminação de sódio e água. A neprilisina atua degradando o BNP. **SUCUBITRIL/VALSARTANA (BRA) DEGRADA NEPRISILINA. Sistema nervoso simpático: faz descarga adrenérgica (norepinefrina) estimulando os receptores adrenérgicos aumentando o cronotropismo, ionotropismo e ao dronotropismo. Essa ativação simpática acentuada é deletéria ao coração. **DEVE SER USADO UM B-BLOQUEADOR. PODE ASSOCIAR IVABRADINA QUANDO A FC ESTÁ MUITO ALTA. Um evento índice (IAM, cardiotoxicicidade) leva à perda de cardiomiócitos (alteração estrutural) ou à perda da habilidade dos cardiomiócitos em gerar força mecânica (alteração funcional) -> esses mecanismos diminuem a capacidade do VE em bombear o sangue. (Disfunção sistólica -> provoca dilatação do Ventrículo -> cardiomiopatia dilatada). Ocorre ativação de sistemas neuro-hormonais em resposta a esse dano e queda do débito cardíaco. 1-Sistema adrenérgico: o barorreceptores entendem essa queda da função sistólica e ativam o SN simpático gerando secreção de catecolaminas. 2-SRAA: distensão da arteríola aferente do glomérulo e sistema adrenérgico estimulam a secreção de renina. 3-Sistema de citocinas: ANP e BNP, bracicinina, óxido nítrico e prostaciclinas. *São degradados pela neprisilina. Esses mecanismo buscam restaurar a função sistólica ventricular por meio de: 1- Aumento do tônus adrenérgico provoca aumento do cronotrospismo e ionotropismo, e vasoconstrição da arteríola periférica (manter PA). 2- Reabsorção de sal de água em resposta à aldosterona e angiotensina II. ( volemia e retorno venoso -> a pré-carga e débito sistólico. 3-Citocinas exercem ação vasodilatadora. A ativação ininterrúpita dos sistemas neuro- hormonais provocam REMODELAMENTO CARDÍACO. -O excesso de adrenalina, angiotensina II e aldosterona lesa os cardiomiócitos, e provocam: 1-Disfunção contrátil 2-Necrose/apoptose/autofagia dos cardiomiócitos 3-Substituição da matriz extracelular Também ocorre DISFUNÇÃO ENDOTELIAL: 1-Vasocontrição 2-Hipertrofia do músculo liso da parede vascular 3-Estado pró-trombótico O resultado é um remodelamento da macro e microvasculatura. Ocorre secreção não osmótica de ADH: em casos graves causa HIPONATREMIA, que é um marcador de mau prognóstico. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 3 Thayná Campos Duarte Fatores cardíacos e extracardíacos provocam hipertrofia concêntrica do VE, com grande aumento da pressão de enchimento. O mecanismo pode ser uma alteração no relaxamento muscular e/ou uma redução na complacência ventricular (“ventrículo duro” por excesso de tecido conjuntivo). Ao contrário da ICFER, onde o tratamento previne o remodelamento cardíaco e consegue prolongar a sobrevida do paciente, para a ICFEN não existe uma estratégia terapêutica que comprovadamente reduza a mortalidade! O que se faz é apenas o tratamento das doenças de base (ex.: HAS, dislipidemia, diabetes mellitus), aliado ao controle dos sintomas (ex.: diureticoterapia para alívio da congestão pulmonar). A contração está normal, com FE > 50%, mas ocorre uma restrição ao enchimento diastólico o que aumenta a pressão de enchimento. o Insuficiência Cardíaca de BaixoDébito: maioria dos casos. A disfunção sistólica do VE reduz o Débito Cardíaco (DC), causando hipoperfusão tecidual. Nas fases iniciais o DC pode se manter normal no estado de repouso, mas durante esforço físico o aumento fisiológico do DC não acontece. Já na IC diastólica também se observa uma limitação do DC, especialmente durante a atividade física: não há como elevá-lo sem aumentar a pressão de enchimento em demasia. Todas as cardiopatias intrínsecas que promovem ICC o fazem gerando um quadro de IC de baixo débito. o Insuficiência Cardíaca de Alto Débito: IC sem redução do débito cardíaco ou aumento da pressão de enchimento do ventrículo por disfunção diastólica, sendo o tipo menos comum. É causada por doenças como anemia grave, tireotoxicose e fístulas arteriovenosas, principalmente. Nesses casos, apesar do débito cardíaco ser adequado, configura-se IC pois o coração não consegue atender a demanda tecidual, seja pela falta de hemoglobina no caso da anemia, aumento da demanda tecidual de nutrientes em virtude da tireotoxicose, ou desvio do sangue ejetado, impedindo a chegada deste aos tecidos, caso das fístulas arteriovenosas. o Insuficiência Cardíaca Esquerda: Falência de VE causa pressão enchimento em VE, passagem de sg de AE para VE pressão em AE dificultando o retorno do sangue da circulação pulmonar para AE. Cursa com congestão pulmonar (dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna e em casos graves edema agudo de pulmão). Exemplos: IAM, cardiopatia hipertensiva (por sobrecarga ventricular), miocardiopatia idiopática. o Insuficiência Cardíaca Direita: falência de VD, pressão enchimento em VD, passagem de sg de AD para VD, pressão em AD dificultando retorno do sangue da circulação sistêmica para AD. Cursa com congestão sistêmica: (turgência jugular patológica, hepatomegalia, ascite, edema de membros inferiores). Exemplos: cor pulmonale (relacionado à DPOC, obesidade mórbida, pneumopatias, TEP ou hipertensão arterial pulmonar primária), infarto do ventrículo direito e miocardiopatias. “a principal causa de insuficiência do coração direito é a insuficiência do coração esquerdo”. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 4 Thayná Campos Duarte *Ortopneia: aumento do retorno venoso ao decúbito o que aumenta a pressão de enchimento do VE e agrava a condição. OUTROS SINTOMAS -Fadiga -Caquequixia cardíaca: perda ponderal involuntária do paciente com IC avançada superior a 6% em um período menor ou igual a 6 meses. É um sinal de mau prognóstico. -Queixas gastrointestinais; náusea, saciedade precoce, dor e distensão abdominal. AO EXAME FÍSICO -Aparência geral varia -Fases avançadas: dispneia em repouso -Caquexia -PA em fase inicial normal ou alta e em fase avançada diminuída, com baixa pressão de pulso. -Taquicardia sinusal -Sinais de vasoconstrição como extremidades frias, pálidas e cianóticas. Tempo de enchimento capilar aumentado. -Na ICFER pode ter o Pulso Alternas: Após uma contração sistólica eficaz a capacidade contrátil não se recupera de imediato, seguindo-se uma contração menos eficaz. -Veias jugulares internas podem estar ingurgitadas com o paciente inclinado a 45º. É o sinal mais importante para identificar congestão circulatória sistêmica. *Nas fases iniciais da IC as jugulares podem ser normais, mas podem ser visualizadas com a manobra de compressão da região mesogástrica durante 15s. provocando o sinal do refluxo abdominojugular positivo. -> Ausculta pulmonar: Estertores inspiratórios. A altura da ausculta dos estertores se relacionam com a gravidade. (em fases avançadas). *respiração de Cheynes-Stokes é observada em algunspacientes com ICFEr, ->Edema agudo de pulmão: Diagnóstico clínico. Taquidispneia, esforço respiratório, ortopneia, estertores, hipoxemia e cianose. Pode ter expectoração rósea e espumosa (caso extremo) ->Exame do precórdio: Ictus cordis palpável abaixo do 5º espaço intercostal à esqueda. *cardiopatia dilatada o ictus de VE costuma ser difuso e fraco. Na cardiopatia hipertrófica o ictus de VE costuma estar localizado em posição normal, porém é “sustentado” (pico sistólico “forte” e duradouro). -Hipofonese B1 (Hipocontratilidade de VE) -Hiperfonese B2 (hipertensão arterial pulmonar) -Presença de B3 em disfunção sistólica -Presença de B4 em disfunção diastólica -Pode ter sopros de insuficiência mitral e tricúspide ->Abdome e extremidades: Hepatomegalia -Pulsação perceptível na borda hepática (indica insuficiência tricúspide) -Ascite -Icterícia -Edema de membros inferiores, mole frio, indolor e simétrico -Dermatite ocre *Nos acamados o edema predomina na região sacral e no escroto/grandes lábios. A anamnese + EF sugerem o diagnóstico de IC na grande maioria das vezes. Os critérios de Framingham para diagnóstico de ICC são simples, baratos e acurados. Alguns exames inespecíficos auxiliam (RXT, ECG) e, nos casos duvidosos, certos métodos mais específicos são capazes de confirmar User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 5 Thayná Campos Duarte ou afastar o diagnóstico (BNP, ecocardiograma- Doppler, cintilografia Gated, cateterismo cardíaco). -Critérios de Framingham: 2 critérios maiores OU 1 maior e 2 menores. ELETROCARGIOGRAMA Todo portador de IC deve realizar ECG de 12 derivações para verificar ritmo cardíaco, sequelas de infarto e sinais de sobrecarga de câmaras. As alterações presentes no ECG vão depender da etiologia da IC e das comorbidades associadas. RAIO X DE TÓRAX O raio x em PA e Perfil avalia a silhueta cardíaca. Permite avaliar aumento das câmaras. A cardiomegalia é vista pelo aumento do índice cardiotorácico. (diâmetro transverso da silhueta cardíaca dividido pelo diâmetro transverso da caixa torácica >50%). -Pode estar presente a inversão da trama vascular (vasos mais calibrosos no ápice que na base do pulmão) -Linhas B de Kerley (sinal de congestão pulmonar) -Visualização de derrame pleural. ECOCARDIOGRAMA TRANSTORÁCICO Exame obrigatório para o manejo da IC. -Avalia a estrutura do coração, a função sistólica e diastólica, o pericárdio e os vasos da base. -Consegue definir se o quadro é de ICFER ou ICFEN. -Confirma o diagnóstico e fornece informações sobre o prognóstico. -Deve ser feito em todos os pacientes, e deve ser repetido em casos de ICFER após 3-6m de tratamento com droga modificadora da doença para avaliar o remodelamento reverso. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA CARDÍACA Método padrão ouro para quantificar os volumes, massa miocárdica e fração de ejeção dos ventrículos. -Apresenta limitações: alto custo BIOMARCADORES -Não é obrigatório para manejo clínico. -Utilizado para avaliar se a dispneia é de causa pulmonar ou causa cardíaca -Níveis de BNP e NT-ProBNP aumentam tanto na ICFER quanto na ICFEN. -Tem alto valor preditivo negativo. Em casos em que estão baixos a etiologia não é cardíaca. - BNP > 35-50 pg/ml e NT-ProBNP > 125 pg/ml TESTE DE ESFORÇO Necessário para avaliar elegibilidade para transplante cardíaco. Classifica o grau de comprometimento das atividades diárias do paciente. Classe I: sem limitação às atividades cotidianas. Sobrevida (85% em 5 anos) Classe II: Limitação leve. Sintomas durante atividade cotidianas. Assintomático no repouso. Sobrevida (75% em 5 anos) Classe III: Limitação moderada. Sintomascom qualquer atividade, mesmo as mais leves que as do cotidiano. Assintomático no repouso. Sobrevida de 50% em 5 anos. Classe IV: Limitação grave. Incapacidade física; sintomas em repouso ou com mínimos esforços; não tolera a ergometria. Sobrevida 50% em 1 ano. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 6 Thayná Campos Duarte A: Controle de FR: tabagismo, dislipidemia, HAS, etilismo, diabetes e obesidade. Monitorar cardiotoxicidade. B: Considerar IECA, betabloqueador e antagonistas mineralocorticoides. C: Tratamento clínico otimizado, medidas adicionais, consi-derar TRC (terapia de ressincronização cardíaca), CDI (cardiodesfibrilador implantável) e tratamento cirúrgico. Considerar manejo por equipe multidisciplinar. D: Todas medidas acima, considerar transplante cardíaco e dispositivos de assistência ventricular. -Mudança do estilo de vida: >Reduzir a ingesta hídrica (menos de 1 litro e meio por dia) em pacientes com hiponatremia ou com retenção de líquido, ingesta de sal (menos de 5g de NaCl por dia) > cessação do tabagismo e etilismo > tratamento da obesidade > pacientes devem ser vacinados contra influenza e pneumococos *Existe tratamento para ICFER que modifica a história natural da doença. Não existe para ICFEN. MEDICAMENTOS QUE AUMENTAM A SOBREVIDA -É baseado no bloqueio da resposta neuro- hormonal que provoca o remodelamento cardíaco. -Capacidade de aumentar a sobrevida do paciente Terapia tripla: IECA/BRA + B-bloqueador + espironolactona -IECA + BRA deve ser prescrito em todo paciente que apresenta queda de FE do VE < 40%, incluindo os assintomáticos. o IECA: Indicado para todos os casos de IC sistólica. Causam vasodilatação (reduz pré e pós-carga) e inibem os efeitos diretos da angio2 no miocárdio. Principal efeito colateral é a tosse seca. o BRA: Bloqueadores do receptor AT1 de angiotensina II. Podem ser usados no lugar dos IECA em casos de intolerância. o B-bloqueador: Podem ser usados apenas (Carvedilol, metoprolol e bisoprolol). User Realce User Realce User Realce User Realce User Sublinhado User Sublinhado User Realce User Realce User Realce User Realce 7 Thayná Campos Duarte -Indicado em todos os pacientes com disfunção sistólica. - Começar com dose mínima e aumentar gradativamente em paciente compensado. ** O uso em asmático não é proibido. Se não houver história de intolerância a essas drogas, seu uso cuidadoso pode e deve ser tentado, devido aos benefícios cardíacos, melhor optar por Bisoprolol). o Espironolactona: Antagonista da aldosterona. Deve ser associado (terapia tripla) em pacientes sintomáticos). NYHA III e IV. -Reduzem a mortalidade por morte súbita e número de hospitalização. -Auxiliam na redução da pré-carga **Risco de hipercalemia Pacientes que NÃO toleram IECA ou BRA: o Hidralazina + Nitrato: provoca vasodilatação balanceada. -Também indicado em pacientes negros (maior benefício que IECA/BRA) -Indicado em paciente sintomático apesar da terapia padrão; Inibidores da neprisilina: o Sucubitril: Vendido como medicamento combinado de Sucubitril + Valsartana. Pode substituir IECA. Sucubitril = inibidor da neprisilina Valsartana = antagonista do receptor de angiotensina. *é necessário suspender os iECA 36 horas de iniciar o uso do valsartana-sacubitril, para evitar a sobreposição das drogas, o que aumentaria o risco de hipotensão e angioedema. Outra o Ivabradina: inibidor da corrente If do nódulo sinusal. Diminui a FC sem ação inotrópica negativa. - Indicado em pacientes NYHA II-IV com disfunção sistólica e terapia otimizada (IECA/BRA + BB) desde que a FC ≥ 70bpm e o ritmo seja sinusal. o Anticoagulação e Antiplaquetários: Pacientes com IC têm risco aumentado de eventos tromboembólicos devido à estase sanguínea nas câmaras cardíacas dilatadas e em vasos periféricos. A anticoagulação com warfarin é indicada nas seguintes situações: história de evento embólico, fibrilação atrial paroxística. Pacientes DIABÉTICOS: -Droga de primeira escolha é a metformina. -Também podem ser usados Inibidores da SGLT2 (empagliflozina) MEDICAMENTOS PARA ALÍVIO SINTOMÁTICO o Diuréticos de alça + Tiazídico: -DDA = Furosemida. - sintomas da congestão e do edema (aumentam a excreção de Na e H2O, reduzindo a volemia). São eficazes tanto na IC sistólica quanto na IC diastólica. -Caso o uso de diurético de alça seja refratário pode-se associar um Tiazídico. o Digitálicos (Glicosídeos cardíacos): Digoxina -Possui ação ionotrópica positiva, colonérgica e arritmogênica. - São indicados em caso de IC sintomática classe III-IV, em pacientes que não compensaram apesar do uso de IECA, betabloqueador e diurético (2ª linha - São contraindicados nos casos de IC User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 8 Thayná Campos Duarte diastólica pura, na cardiomiopatia hipertrófica. *A FERROPENIA agrava os sintomas de ICFER devendo ser corrigida. - Considera-se como ferropenia no portador de ICFER a presença de: (1) ferritina sérica < 100 mg/L ou (2) ferritina sérica entre 100-299 mg/L com saturação de transferrina < 20%. -Tem que ser tratada com ferro parenteral DROGAS QUE NÃO PROLONGAM A SOBREVIDA NEM MELHORAM OS SINTOMAS o Antagonistas de canais de cálcio di- hidropiridínicos (vasosseletivos): Anlodipino. Controlam a hipertensão, não tem outros benefícios. o Antagonistas de canais de cálcio não dihidropiridínicos (cardiosseletivos): Verapamil. Devem ser EVITADOS. Pode descompensar a função sistólica. o Antagonistas alfa-1 adrenérgicos (ex.: prazosin, doxazosin) também devem ser evitados. Aumentam a volemia. EXERCÍCIO FÍSICO O portador de ICFER controlada com o tratamento pode e deve realizar um programa gradual de exercícios físicos supervisionados. Na ICFER não controlada ou refratária ao tratamento recomenda-se o repouso com forma de preservar o débito cardíaco para a perfusão de órgãos nobres (coração, cérebro e rins). DISPOSITIVOS - pacientes refratários ao tratamento clínico otimizado, apresentando FE≤35% e bloqueio de ramo completo (QR-S≥120ms). -Recomendado o ressincronizador biventricular. (Marcapasso que sincroniza os ventrículos). -CDI: Pacientes com IC que apresentam alto risco para morte súbita de causa cardiovascular podem fazer uso de cardiodesfibriladores implantáveis (CDI) como forma de prevenção primária. Os pacientes que já apresentaram TV ou FV e sobreviveram, podem fazer uso do CDI como forma de prevenção secundária. TRATAMENTO CIRÚRGICO Transplante: indicado p/ pacientes com doença avançada, NYHA IV permanente, ou III intermitente + sintomas severos e incapacitantes, s/ alternativa de tratamento (refratários ao medicamento) e com alta mortalidade em 1 ano. Revascularização Miocárdica: realizada nos pacientes com IC sistólica por cardiomiopatia isquêmica. -Disfunção diastólica. O tratamento da ICFEN se fundamenta em quatro pilares: (1) controle da congestão pulmonar; (2) controle da pressão arterial; (3) prevenção/tratamento da taquicardia e manutenção do ritmo sinusal; (4) tratamento das comorbidades associadas. A principal meta terapêutica é o controle da pressão arterial, o que por si só já costuma resolver a congestão pulmonar (se necessário pode-se associar diuréticos de alça). O ritmo cardíaco deve ser controlado, evitando-se qualquer forma de taquicardia, especialmente a fibrilação atrial. Doença coronariana e apneia obstrutiva do sono são comorbidades frequentes, e precisam serpesquisadas e tratadas. Não há indicação de digitálicos na ICFEN. DIGITÁLICOS não são benéficos no tratamento da ICFEN, uma vez que não existe problema com a contratilidade, e sim com o relaxamento miocárdico. o Diuréticos: Tratamento dos sintomas de congestão pulmonar. Furosemida o Controle da HAS: facilita a ejeção de sangue do VE e diminui as pressões intracavitárias o que melhora a congestão. o Controle da FC: User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 9 Thayná Campos Duarte ICC NA CRIANÇA As etiologias que resultam em ICC na infância são: Cardiomiopatias congênitas, miocardites inflamatórias, taquicardia supraventricular, febre reumática e hipertensão aguda associada à glomerulonefrite difusa aguda pós-infecciosa. A fisiopatologia e os mecanismos compensatórios ocorrem de forma semelhante à do adulto. Respostas compensatórias à redução do débito cardíaco: taquicardia, ritmo de galope, pulsos finos, sudorese em polo cefálico, pele fria e pálida, baixo ganho de peso e estatura. Sinais de insuficiência de VE: a disfunção do VE aumenta a pressão venocapilar pulmonar com formação de edema, que por sua vez prejudica as trocas gasosas e a compla-cência pulmonar. Assim, desenvolve-se a taquipneia, dispneia (em lactentes manifesta pela dificuldade de mamar), ortopneia (crianças maiores), estertores, sibilos e diminuição da saturação de oxigênio. Sinais de insuficiência de VD: a disfunção do VD traduz-se por congestão venosa sistêmica, acarretando hepatome-galia e edema palpebral – princ. em lactentes, edema periférico (crianças maiores) e ganho de peso rápido. Apresentação clínica + exame físico + exames de imagem. RX: cardiomegalia, caracterizada por um aumento do índica cardiotorácico (neonatos >0,65; >0,55 em lactentes e >0,5 em crianças maiores), e sinais de congestão venocapilar pulmonar (hilos ingurgitados, edema intersticial, derrame cissural). ECG: arritmias e sinais de sobrecarga de câmaras. Possui especial importância para o diagnóstico da taquicardia supraventricular, que deve ser suspeitada sempre que houver uma FC acima de 180-200 bpm, com anormalidades de onda P (ausente ou negativa em DII, DIII e aVF) e complexo QRS estreito. Nas miocardites virais, geralmente observa-se uma taquicardia sinusal e um complexo QRS com baixa voltagem, além de elevação das enzimas cardíacas como CKMB e troponina I. Ecocardiograma: avalia o coração anatômica e funcionalmente, sendo fundamental na propedêutica da ICC. Pode haver aumento do peptídeo atrial natriurético. Medidas gerais: cabeceira elevada, fracionamento da dieta oral ou adm. por sonda nasogástrica ou nasoenteral, redução das necessidades hídricas para 80% do basal, controle de temperatura (evitar a hipo e a hipertermia), controle glicêmico, eletrolítico e infeccioso. Digitálicos: digoxina (5-10mcg/kg/dia 12/12h VO). Aumentam a concentração intracelular de Ca, melhorando a contração miocárdica. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 10 Thayná Campos Duarte Diuréticos: furosemida (1-4mg/kg/dia 6/6h VO/EV) e espironolactona. Atuam na redução do volume sanguíneo circulante. A espironolactona pode ser usada em associação com a furosemida para potencializar sua ação e por prevenir a espoliação de potássio. IECA: (Vasodilatadores) captopril (0,5-5mg/kg/dia VO) e enalapril (0,5-1mg/kg/ dia VO). Indicados na presença de disfunção VE, mesmo assintomática. Antiarrítmicos: na taquicardia supraventricular em pacientes ESTÁVEIS pode-se tentar a reversão com medidas físicas ou químicas. Dentre as medidas físicas destacam-se a colocação de água gelada ou gelo na face do lactente, ou massagem carotídea (menos eficaz). Crianças maiores podem tentar a manobra de Valsalva. Nunca deverá ser feita a pressão sobre o globo ocular. Se tais manobras não tiverem resultado, pode-se tentar a infusão de adenosina IV em bolus rápido como primeira escolha, amiodarona ou verapamil em crianças mais velhas. ICC EM IDOSOS -A prevalência da IC vem sendo associada ao aumento da expectativa de vida, devido a sua ocorrência ter relação direta com a idade e as comorbidades comuns do envelhecimento. -Nos idosos a IC tem prevalência entre as mulheres. Doença arterial coronária, hipertensão, patologia valvular degenerativa e a fibrilação auricular constituem as causas mais comuns de IC no idoso. -O envelhecimento é responsável por aumentar a labilidade da PA, incapacidade de aumentar o débito cardíaco em resposta a um estímulo, devido a uma frequência cardíaca máxima diminuída e dessensibilização adrenérgica, associada a um aumento dos níveis circulantes de catecolaminas e ao “down-regulation”, ou ao mau funcionamento, dos receptores cardíacos β1-adrenérgicos. Essas alterações são responsáveis por reduzir a reserva fisiológica do idoso, e assim apresentam uma capacidade diminuída de resposta às agressões cardíacas, aumentando assim a probabilidade de desenvolver IC. Ao contrário de outras faixas etárias em que a disfunção sistólica é mais comum, no idoso a função sistólica de VE está preservada. -40% dos doentes com idade superior a 70 anos apresentam disfunção diastólica. -Doente típico: Portador de IC com FE preservada se trata de uma mulher, idosa, obesa e hipertensa. Portador de IC com FE reduzida é mais frequentemente um homem, mais jovem, mais magro, com história de um infarto do miocárdio. -A astenia, muitas vezes atribuído à idade, pode constituir uma das principais manifestações deste síndrome. -Clínico + complementar -Electrocardiograma, o raio-x, ecocardiograma e o BNP (marcadores têm um valor mais limitado no idoso, uma vez que o seu nível sérico aumenta com a idade) Os principais objetivos do tratamento consistem no alívio da sintomatologia, na melhoria da qualidade de vida, na redução das hospitalizações e, se possível, no aumento da sobrevivência. -Terapia tripla: IECA/BRA + B-bloqueador + espironolactona CONTROLE DOS FATORES DE RISCO -Redução da ingesta salina (<2g) e de fluidos (1,5L). TRATAMENTO FARMACOLÓGICO User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce 11 Thayná Campos Duarte -IECA: são eficazes e bem tolerados pelo idoso, devem ser iniciados imediatamente após o diagnóstico. Recomendado iniciar em doses pequenas. Efeito colateral: hipotensão -B-bloqueador: bem tolerados pelos idosos (salvo contraindicações) -Diuréticos: Os Tiazídicos são frequentemente ineficazes devido à diminuição da filtração glomerular. Optar pelos de Alça. **Se em associação dos fármacos anteriormente mencionados o doente persistir sintomático deve associar-se um terceiro bloqueador neurohormonal. Este deverá ser um Antagonista dos Receptores da Angiotensina (ARA) ou, em alternativa um Antagonista da Aldosterona. BRA ou espironolactona. **Quando, para além da terapêutica descrita, o doente permanece sintomático é de ponderar a adição de digitálicos. Outra opção terapêutica é a adição da associação de nitratos com a hidralazina. Deve-se realizar o tratamento das comorbidades. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce
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