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Cirurgia II - Cistos e Tumores Odontogênicos (23-08-21) Rodrigo Resende.

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Cirurgia Bucal II - Rodrigo Resende 23/08/2021 
 
I N T R O D U Ç Ã O 
Cistos e tumores odontogênicos compreendem a uma 
série de patologias (anomalias) originadas em 
remanescentes de tecido dentário. 
↬ Cistos odontogênicos: 
¬ Cavidades revestidas por epitélio odontogênico; 
¬ Apresentam em seu interior conteúdo líquido ou 
semi-sólido; 
¬ Geralmente são ósseo-destrutivas e 
assintomática. 
 
↬ Tumores odontogênicos: 
¬ Lesões com comportamento clínico e histológico 
diversos. 
¬ São neoplasias benignas que resultam da 
proliferação de células relacionadas à 
odontogênese. 
¬ Podem ser malignos e benignos. 
Os diferentes tipos de cistos e tumores possuem 
particularidades ao seu tratamento, mas no geral, a 
conduta é semelhante. 
 
O resultado da biópsia incisional além do exame 
histopatológico vai ditar o tratamento adequado para cada 
tipo de cisto ou tumor odontogênico. 
 
↬ Considerações importantes para a definição do 
tratamento cirúrgico adequado: 
 Exame histopatológico; 
 Resultado da biópsia incisal; 
 Idade do paciente; 
* Ex.: Não é indicado uma ressecção em paciente pediátrico. 
 Agressividade da lesão; 
 Dimensão da lesão; 
 Tempo de evolução da lesão. 
 
TRATAMENTO CONSERVADOR x RADICAL 
O tratamento cirúrgico realizado pode ser dividido em 
conservador e radical. 
1) Tratamento cirúrgico conservador: 
↬ Procedimentos cirúrgicos onde ocorre a remoção da 
lesão no limite com tecido ósseo sadio, preservando ou 
não possíveis dentes ou tecidos envolvidos. 
Técnicas utilizadas para tratamento conservador: 
I. Enucleração 
 
II. Enucleração + tratamento do osso adjacente 
a) Curetagem 
b) Ostectomia Periférica 
c) Eletrocauterização 
d) Cauterização Química 
 
2) Tratamento cirúrgico radical: 
↬ Procedimentos cirúrgicos que removem a lesão com 
tecidos sadios em toda a sua periferia num monobloco, 
visando evitar recidivas e metástases. 
 
Tratamento Cirúrgico de 
Cistos e Túmores Odontogenicos 
2 
Lohany da Costa Campos - Unig 
Técnicas utilizadas para tratamento radical: 
I. Ressecção Marginal 
II. Ressecção Parcial 
III. Ressecção Total 
 
TECNICAS CIRÚRGICAS: ↬ Enucleação; 
 ↬ Marsupialização; 
 ↬ Descompressão 
 
 
E N U C L E A Ç Ã O 
- Criada em 1910; 
- Chamada também de Partsh II ou Cistectomia; 
↬ Definição: processo cirúrgico onde a lesão cística é 
removida por completo, sem rupturas, eliminando as 
células epiteliais remanescentes que possam existir região. 
A enucleação pode ser realizada por curetagem ou 
dissecção. 
* Curetagem = remoção através do uso de cureta. 
* Dissecção = com o auxílio de uma pinça, a lesão é 
removida com tesoura. 
 
Figura 1 Enucleação por curetagem. 
↬ A enucleação deve ser realizada cuidadosamente , 
visando a remoção do cisto em peça única, sem 
fragmentação, reduzindo assim as chances de recidiva. 
↬ Indicação: - cistos menores de 3 cm; 
↬ Vantagens: - Possibilidade da realização do exame 
histopatológico de toda a lesão; 
- Apenas1 tempo cirúrgico. 
↬ Desvantagens: - Lesões próximas a estruturas nobres 
que podem ser comprometidas durante o processo de 
enucleação. 
* Ex.: Pode ocorrer fratura da mandíbula, os dentes 
podem ser impactados ou desvitalizados. 
 
» Para a execução da enucleação, é realizado um 
acesso permitindo que a lesão seja vista. Se for 
realizado o acesso e não for possível examinar a 
lesão, deve-se utilizar uma broca esférica carbide, 
desgastando o osso ao redor da lesão possibilitando 
assim, uma visão direta da lesão. 
 
I m p o r t a n t e ! 
As incisões devem ser realizadas longe das cavidades 
císticas para evitar decência da sutura. (6 a 8 mm de 
osso sadio de cada lado) 
* Decência da sutura = Abertura dos pontos, aumenta o 
risco de infecção e dificulta a cicatrização. 
 
OBS.: Posteriormente, o cisto é levado ao laboratório onde 
o patologista corta a lesão em várias dimensões e analisa 
cada uma das partes, para ter certeza se a lesão única e 
não múltipla. 
 
M A R S U P I A L I Z A Ç Ã O 
- Técnica criada em 1892. 
- Chamada também de Fenestração ou Exteriorização. 
↬ Definição: técnica cirúrgica onde o cisto é exposto 
através de uma abertura, esvaziando seu conteúdo e 
mantendo a continuidade entre o cisto e a cavidade oral, o 
seio maxilar ou a cavidade nasal. 
Torna a cavidade cística parte integrante da cavidade oral. 
 
* A marsupialização só deve ser utilizada para cistos 
odontogênicos. Não deve ser usada para tumores. 
 
↬ Indicação: Cistos maiores que 3 cm: 
↬ Vantagem: - Procedimento de fácil execução; 
 - Poupa estruturas vitais de danos que 
seriam provocados por uma tentativa de 
enucleação imediata. 
3 
Lohany da Costa Campos - Unig 
↬ Desvantagem: - Deixa o tecido cístico sem a análise 
.......................................................histopatológica de todo o espécime; 
 
 - Diversas inconveniências para o 
paciente (na maioria dos casos, o 
paciente deve irrigar a cavidade várias 
vezes ao dia com auxílio de seringa, isso 
pode durar vários meses dependendo do 
tamanho da cavidade e da taxa de 
reparo ósseo.) 
 
 
 
↬ UTILIZAÇÃO DA MARSOPIALIZAÇÃO: LL 
1) Prevenção de danos a estruturas nobres 
 
Evita danos que a enucleação poderia trazer a 
determinadas estruturas. 
 
2) Preliminar a enucleação 
 
Iniciar o tratamento com marsupialização e 
concluir com enucleação. 
 
3) Acesso cirúrgico 
 
Em casos de dificuldade de remover a lesão. 
 
4) Assistência a erupção dentária 
 
Em caso de dentes inclusos associados ao cisto 
(cisto dentígero), pode ser utilizada essa técnica 
para permitir erupção 
 
5) Extensão da cirurgia 
 
Em um paciente não saudável/debilitado, a 
marsupialização é uma alternativa razoável a 
enucleação, por ser mais simples e pela 
possibilidade de ser menos estressante para o 
paciente 
 
↬ Tempo: deve ser deixado 7 à 14 dias. 
 
ATENÇÃO 
Após a remoção da sutura, deve ser instalado um 
obturador na região da cavidade, impedindo seu 
fechamento. Caso contrário, com o fechamento da 
cavidade cística, é produzido líquido novamente em seu 
interior, aumentando o tamanho da lesão. 
Além disso, o obturador impede a entrada de alimento na 
região prevenindo o surgimento de infecções. 
 
 
Figura 2 Obturador feito da parte posterior da (facilita a limpeza) 
Figura 2 Obturador de resina acrílica (feita com formato de prego) 
 
↬ Dificyltadores para a realização efetiva da 
marsopialização: 
x Falta de cooperação do paciente; 
x Residencia distante; 
x Falta de compreensão sobre a abordagem de 
tratamento. 
 
 
MARSUPIALIZAQÇÃO x DESCOMPRESSÃO 
Descompressão é uma técnica que pode ser confundida 
com a marsupialização, entretanto não são iguais. 
Marsupialização: 
1) Exposição do cisto através de abertura 
2) Retirada do líquido 
3) Lavagem da região com soro fisiológico 
4) União do cisto com os tecidos orais através de 
sutura 
5) Instalação de obturador na região 
 
 
 
4 
Lohany da Costa Campos - Unig 
Descompressão 
1) Exposição do cisto através de abertura 
2) Retirada do líquido 
3) Lavagem da região com soro fisiológico 
4) Instalação de obturador na região 
5) Descompressão da lesão 
6) Enucleação 
 
 
Resumindo: 
Na descompressão só é realizado o acesso seguido da 
instalação de um obturador, logo, não há união do tecido 
lesionado com a cavidade, como na marsupialização. 
Além disso, como o próprio nome diz, a descompressão é 
realizada para descomprimir a região para 
posteriormente ser realizada a enucleação. 
Esta técnica não pode ser utilizada sozinha, sempre deve 
ser seguida de enucleação!! 
 
 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO CONSERVADOR 
» Enucleação 
» Enucleação + tratamento do osso adjacente 
* Curetagem 
* Ostectomia Periférica 
* Eletrocauterização 
* Cauterização Química 
 
Enucleação + Curetagem 
↬ Realiza-se a enucleação (curetagem ou dissecção) e 
posteriormente, com a utilização de uma cureta ou broca 
é removidode 1 a 2 mm de osso na periferia da cavidade 
cística. 
 
 
 
↬ Objetivo: remover células epiteliais remanescentes que 
possam estar na periferia da parede cística ou da 
cavidade óssea. 
 
↬ Vantagens: a remoção de remanescentes epiteliais 
reduz a probabilidade de recidiva. 
↬ Desvantagens: se a curetagem é realizada próxima às 
raízes dentárias, a polpa pode ser danificada. 
 
 
Enucleação + Ostectomia Periférica 
↬ Realiza-se a enucleação e posteriormente, com a peça 
reta associada a uma broca esférica carbide, é removido 
parte do osso que se encontra na periferia da cavidade 
cística. (1 a 2 mm) 
 
» Mesmas vantagens e desvantagens da 
enucleação seguida de curetagem. 
 
Enucleação + Crioterapia 
↬ Realiza-se a enucleação e posteriormente, é feita o 
tratamento com crioterapia, onde é aplicado um jato de 
nitrogênio líquido à -170°C, congelando a periferia da lesão, 
eliminando qualquer célula epitelial remanescente. 
 
 
 
 
 
↬ Vantagens: 
- A remoção de remanescentes epiteliais reduz a 
probabilidade de recidiva. 
- Ausência de sangramento (devido à baixa 
temperatura); 
- Baixo índice de infecções secundárias; 
- Relativa ausência de dor; 
- Margem de 2 a 3 mm além da lesão. 
 
5 
Lohany da Costa Campos - Unig 
» Se o jateamento encostar no tecido mole ocorre a 
necrose, por isso deve ser feito com muita cautela. 
 
» É considerado um dos melhores tratamentos para 
lesões benignas, entretanto, tem o custo bem alto. 
 
 
Enucleação + Cauterização Química 
↬ Realiza-se a enucleação e posteriormente, é feita a 
cauterização química através do uso da solução de Carnoy 
na cavidade óssea exposta. 
 
 
 
 
 
↬ Vantagens: - A remoção de remanescentes 
....................................................epiteliais reduz a probabilidade de 
...................................................recidiva. 
 - Ausência de sangramento; 
 - Margem de segurança de 1 a 2 mm. 
 
Enucleação + Eletrocauterização 
↬ Realiza-se a enucleação e posteriormente, é feita a 
eletricauterização com bisturi elétrico, cauterizando a 
periferia parede cística e a cavidade óssea. 
Solução de Carnoy: álcool absoluto ( 6 mL ), ácido acético 
glacial (1 mL ) e cloreto férrico ( 1 g ). 
 
 
 
 
 
Como utilizar: 
1) Isolar a região; 
2) Molhar a gaze na solução de carnoy; 
3) Aplicar a solução (5min) cuidadosamente a fim de 
proteger as estruturas anatômicas importantes; 
4) Lavar a cavidade com soro fisiológico; 
5) Suturar região 
 
» Um dos mais efetivos para tratamento de ceratocisto 
odontogenico, pois proporciona uma menor taxa de 
recorrência da lesão. 
 
» Método com menor taxa de recindiva. 
 
» Vantagens: - precisão da aplicação e a manutenção da 
arquitetura óssea 
 
» Desvantagens : - Neurotoxicidade 
- Queimadura tecidual 
- Danos irreversíveis à superfície 
- Desvitalização da margem óssea, sem 
possibilidade de enxerto imediato. 
 
» Acompanhar pós operatório clinicamente e 
radiograficamente. 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO RADICAL 
 
» Ressecção Marginal; 
» Ressecção Parcial; 
» Ressecção Total 
 
R E S S E C Ç Ã O M A R G I N A L 
A ressecção marginal é a remoção cirúrgica de tumor 
intacto dispondo uma margem de osso sadio (basilar 
óssea), deixando estrutura de sustentação para o 
remanescente ósseo; 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Lohany da Costa Campos - Unig 
R E S S E C Ç Ã O P A R C I A L 
A Ressecção pacial é remoção de tumor inteiro, deixando 
uma pequena margem de osso sadio, sem preservação da 
basilar óssea, deixando estrutura de sustentação 
comprometida. 
 
R E S S E C Ç Ã O T O T A L 
A ressecção Total é a remoção cirúrgica de tumor pela 
retirada do osso inteiro. 
» Mandíbulectomia, maxilectomia

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