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Geovanna Carvalho - T30 - UFCA CICLO CARDÍACO E AUSCULTA CARDÍACA . CICLO CARDÍACO Sístole ( 3 fases) Diástole (4 fases) Contração isovolumétrica (b) Relaxamento isovolumétrico (e) Ejeção rápida (c) Enchimento ventricular rápido (f) Ejeção lenta (d) Enchimento ventricular lento (f) Contração atrial (a) → 1ª bulha cardíaca: “TUM” → fechamento da válvula mitral e tricúspide no início da sístole → 2 ª bulha cardíaca: “TA” → fechamento das válvulas semilunares (pulmonar e aórtica) no início da diástole 1 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA → Onda P → contração atrial → Complexo qrs → despolarização ventricular → Sístole: do início do qrs até o fim da onda T → Diástole: do fim da onda T até o próximo qrs 2 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA BULHAS CARDÍACAS compostas por vibrações originadas dos componentes valvular, muscular e vascular 1ª bulha (B2) 2ª bulha (B2) 3ª bulha (B3) 4ª bulha (B4) Fechamento das válvulas mitral e tricúspide (TUM) Início da sístole Fisiológico Fechamento das valvas aórtica e pulmonar (TÁ) Início da diástole Fisiológico Após a segunda bulha (diástole) originado das vibrações da parede ventricular subitamente distendida pela corrente sanguínea Indica disfunção sistólica Som diastólico que ocorre junto com a onda P (contração atrial) Indica disfunção diastólica 2 componentes: mitral (M1) e tricúspide (T1) 2 componentes: B2 → A2 + P2 Melhor audível com a campânula do estetoscópio Gerada pela contração atrial que mobiliza o sangue no interior do ventrículo. Frequência: 40 Hz Frequência: 65 Hz → frequência maior por que o fechamento é sob maior pressão Frequência: 20 Hz Melhor audível com campânula do estetoscópio e na região do ápice cardíaco em decúbito lateral esquerdo. Desdobramento (não é comum) - BRD (bloqueio de ramo direito) - Intensidade maior de abertura da valva mitral - intervalo PR curto - Estenose mitral com folheto móvel Desdobramento (comum em crianças) - variações de capacitância pulmonar atrasam P2 - diminuições de volume de ejeção - A2 precoce - fisiológico é mais audível em foco aórtico e pulmonar (2EICE) Associada a patologias que levam a sobrecarga ao enchimento do ventrículo ou em patologias com extenso comprometimento do miocárdio → fibrosado, hipertrofiado, dilatado. Mais comum em patologias como: Hipertensão arterial sistêmica (devido a hipertrofia) Isquemia miocárdica Fisiológico em extremos de idade (crianças e idosos) Obs.: Desdobramento da 2ª bulha (fisiológicos) : dois sons distintos quase que ao mesmo tempo → fechamento da pulmonar um pouco depois da aórtica —> evento é melhor percebido na inspiração - Na inspiração o tórax tem sua pressão reduzida e o retorno venoso aumenta para AD e VD → passando mais sangue na pulmonar Desdobramento fixo de B2 → na inspiração e na expiração → comunicação interatrial 3ª bulha: ocorre na diástole e é um som que indica disfunção de sístole. Presença de com déficit de contração do coração fibroso ou endurecido que durante a enchimento rápido (passagem do A → V) essas paredes vibram 3 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA e emitem esse som. 4ª bulha: Indica uma disfunção diastólica → pouca complacência do ventrículo que emite uma vibração durante a contração atrial por já estar com uma pressão final diastólica aumentada (não é um ventrículo dilatada nem fibrosado) Padrão de desdobramento da 2ª bulha Obs.: desdobramento paradoxal → pulmonar antes do aórtico (item D) Ruídos de ejeção (“clicks”) - Timbre semelhante a um estalido - Ruídos transitórios e de alta frequência - Ocorrem logo após a 1ª bulha → relacionados à fase de ejeção ventricular Protossistólicos Mesotelessistólicos Vibração em valvas semilunares estenóticas (pulmonar ou aórtica), em próteses ou artérias dilatadas Tensão súbita dos folhetos → valva mitral com PVM (prolapso da valva mitral- distensão subindo para dentro do átrio E) Obs.: Prefixos comuns da cardiologia: proto → início meso → meio tele → final holo → tudo 4 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Estalidos de abertura das valvas atrioventriculares - Evento diastólico com ruídos de alta frequência - Qualidade de estalido que surgem após o componente aórtico da 2ª bulha - Causa mais frequentes → estenose mitral ou tricúspide → nem sempre vai gerar o estalido, pois a estenose pode estar bastante calcificada e assim não emite som. AUSCULTA CARDÍACA Ritmo Regular ou irregular - Em dois tempos → 2 bulhas - Em três tempos → presença de 3ª ou 4ª bulha (especificar se é por B3 ou B4) - Em galope → presença de 3ª bulha + taquicardia (patognomônico da IC descompensada) Normal: Ritmo cardíaco regular em 2 tempos (RCR), sem sopros. Frequência cardíaca Normal (adultos) → 50 a 100 bpm Bradicardia → abaixo de 50 bpm Taquicardia → acima de 100 bpm Focos de ausculta Foco mitral: quinto espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular Foco aórtico: segundo espaço intercostal direito Foco tricúspide: base do apêndice xifóide Foco pulmonar: segundo espaço intercostal esquerdo Foco aórtico acessório: um espaço intercostal abaixo do foco pulmonar Ordem de ausculta: 1º Mitral, 2º aórtico, 3º tricúspide, 4º pulmonar e Aórtico acessório - Primeiro valvas do lado esquerdo e depois das valvas do lado direito Mecanismos de formação dos sopros Fisiológico: A corrente sanguínea normal é um fluxo laminar → camada de células sanguíneas se sobrepõem uma às outras e o deslizamento de uma camada sobre a outra se faz silenciosamente Sopro: é decorrente do turbilhonamento sanguíneo no interior do aparelho cardiovascular - Pode ocorrer em um vaso sanguíneo ou dentro do coração - Não é um diagnóstico, é um sinal do exame físico. Obs.: O sopro pode ser fisiológico: sopro inocente (no máximo duas cruzes) → comum em crianças, pois elas têm uma frequência cardíaca elevada e o sangue em maior velocidade gera turbilhonamento. 5 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Mecanismos de sopro Fisiopatologia Fluxo de sangue através de uma obstrução parcial Malformações congênitas: CIV, comunicação interatrial, fístulas Fluxo de sangue através de uma irregularidade valvar ou intravascular Valvas estenóticas: não abrem totalmente para a passagem sanguínea. (A-T u semilunares) Fluxo de sangue dentro de uma câmara dilatada Valvas insuficientes → geram regurgitações pois não fecham direito. (A-T u semilunares)Fluxo regurgitante através de uma valva incompetente DESCRIÇÃO DO SOPRO Classificação quanto a fase do ciclo cardíaco Sistólico: situado entre a primeira e a segunda bulha Diastólico: situado entre a segunda e a primeira Sistodiastólico: aparece de forma individualizada ocupando a sístole e a diástole Contínuo: aparece durante todo o ciclo cardíaco, englobando a segunda bulha → não escuta a bulha, só o sopro Intensidade do sopro Depende das condições de transmissibilidade do tórax e do grau de estenose ou insuficiência valvar → é graduada em cruzes + Difícil de ser auscultado porém detectável, às vezes evidenciado somente com manobras ++ Sopro leve, porém imediatamente detectável +++ Sopro moderadamente alto e frequentemente com irradiação ++++ Sopro alto e com frêmito palpável (coloca a mão em cima e sente a vibração) +++++ Sopro muito alto, porém ainda é necessário o uso do estetoscópio ++++++ Sopro muito alto e sem necessidade de estetoscópio para identificá-lo (colocando o ouvido sobre o tórax ou estetoscópio afastado da pele é possível auscultar) → paciente magro com valvulopatias ou cardiopatias de alto fluxo Localização Definir o foco cardíaco de máxima ausculta do sopro (vai ser verificado em todos os focos). - Serve de orientação para o diagnóstico. Irradiação Deslocar o estetoscópio para outras regiões (axila, pescoço, borda esternal direita, região interescapular, topo da cabeça) 6 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Quando maior o sopro, maior será a irradiação Obs.: Irradiação para axila - insuficiência mitral Irradiação para carótidas / região da fúrcula esternal → estenose aórtica Obs.: É preciso diferenciar se são dois soprosdistintos em focos distintos (sons diferentes) ou a irradiação de um único sopro. Frequência (tonalidade ou altura) Som grave: baixa frequência (estenose mitral) Som agudo: alta frequência (estenose aórtica) → sopro em diamante SOPRO SISTÓLICO Classificação Situação no ciclo cardíaco Causas relacionadas Sopro sistólico ejetivo → defeitos na ejeção cardíacas → estenose Holossistólico: ocupa todo o espaço entre a 1ª e a 2ª bulha - Insuficiência mitral e tricúspide (timbre mais suave ) - CIV - Janela aorto-pulmonar - PCA (persistência do canal arterial) → timbre mais agudo. Sopro sistólico regurgitante → insuficiência valvar Protomesossistólico: inicia na metade da sístole e vai até o início da segunda bulha. - Estenose aórtica (sopro em diamante) → o som cresce e depois diminui Mesossistólico: se iniciam no final da sístole e se prolongam até a B2. - PVM (prolapso da valva mitral) Obs.: Em casos de sopro sistólico holossistólico → Manobra de Rivero-Carvallo: aumento inspiratório da intensidade do sopro tricúspide na inspiração → para diferenciar se é um sopro regurgitante é mitral ou tricúspide Obs: Valva Mitral ou tricúspide com regurgitação (sopros regurgitantes) → pode ser holo, proto, meso, tele. 7 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA SOPRO DIASTÓLICO Protodiastólico Insuficiência aórtica Mesodiastólico Estenose mitral RESUMÃO SOPROS ESPECIAIS (organo-funcionais) Sopro de Carey-Coomb Valvulite mitral aguda - mesodiastólico → paciente que fez febre reumática Sopro de Graham-Steell Regurgitação pulmonar secundária a hipertensão pulmonar - protodiastólico. Sopro de Austin-Flint Sopro diastólico mitral - estenose mitral funcional decorrente de insuficiência aórtica → regurgitação da valva aórtica cai sobre os folheto da valva mitral que gera uma disfunção Sopro de Still Inocente/ funcional – sistólico CHECK LIST - ABORDAGEM DO PACIENTE COM SOPRO Pontos importante de descrição Dados relevantes da anamnese Dados relevantes do exame físico Avaliar intensidade, foco de ausculta máxima e irradiação Sintomas de insuficiência cardíaca presentes? Definir a fase do ciclo cardíaco em que o sopro aparece e sua intensidade 8 Geovanna Carvalho - T30 - UFCA Condição clínica Antecedente de febre reumática? Frêmito? Sinais de ICC? Sopro inocente Cianose? Cianose/ baqueteamento digital? Sopro indicativo de dilatação ventricular ou arterial Síncope? Anemia ou outra doença sistêmica presente? Sopro indicativo de valvopatia Com que idade o sopro foi auscultado? Exames complementares iniciais: - ECG e RX de tórax - Ecocardiograma com Doppler. Obs.: Síncope, dor torácica e sinais da insuficiência cardíaca → Estenose aórtica 9
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