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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO CAMPUS MORRINHOS CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL – 4º PERÍODO PROF.°. DR.°. ANTÔNIO CARLOS CHAVES RIBEIRO EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA RELATÓRIO 02 VIDRARIAS DE LABORATÓRIO MORRINHOS – GO 2021 Leonardo Eleutério da Costa João Vitor Gomes Paulino Carvalho Leonardo Eleutério da Costa Mariana Assunção da Silva FENÔMENOS QUÍMICOS & FENÔMENOS FÍSICOS Relatório apresentado ao Curso de Licenciatura em Química, do Instituto Federal Goiano – Campus Morrinhos como exigência parcial para aprovação na disciplina de Química Inorgânica Experimental do 4º Período, ministrada pelo Prof.°. Dr.°. Antônio Carlos Chaves Ribeiro. Morrinhos – GO 2021 1 INTRODUÇÃO Como podemos diferenciar os fenômenos e as transformações que ocorrem ao nosso redor? Para isso é necessário saber que fenômenos são transformações sofridas por um sistema e que existem dois tipos principais de mudanças relacionados à matéria, e que de acordo com Brown; Lemay Junior e Bursten (2005) podem ser físicas ou químicas. De acordo com Russel (1994), os fenômenos físicos são aqueles que não alteram a identidade das substâncias, ou seja, ocorrem sem alteração na estrutura química (as mudanças de estado físico da matéria são exemplos deste tipo) enquanto que as transformações químicas são mais significativas, pois as substâncias iniciais são transformadas em outras novas (RUSSEL, 1994). Toda transformação química é denominada de reação química, por consequência das substâncias iniciais, chamadas de reagentes, se combinarem e formarem substâncias diferentes, chamadas de produtos. Experimentalmente é possível diferenciar e classificar os fenômenos físicos das transformações químicas por observações qualitativas ocorridas durante testes rápidos. 2 OBJETIVO Identificar a diferença entre uma simples mistura de substâncias de uma reação química e classifica-las entre os fenômenos químicos e físicos através de processos experimentais. 3 MATERIAIS E REAGENTES • Bico de Bunsen. • Iodo sólido. • Magnésio metálico. • Telas de amianto. • Carbonato de cálcio sólido. • Tripé. • Cobre metálico. • Ferro metálico. • Tubos de ensaio. • Estante para tubos. • Solução de FeCl3 0,1 mol/L. • Solução de NH4SCN 0,1 mol/L. • Béqueres de 50 mL. • Solução de HCl 30% V/V. • Pinça metálica. • Solução de HCl 0,1 mol/L. • Vidro de relógio. • Solução de NaOH 0,1 mol/L. • Solução de Na2SO4 0,1 mol/L. • Solução de BaCl2 0,1 mol/L. • Solução de CuSO4 0,1 mol/L. • Solução de Ba(OH)2. • Pipetas. • Peras ou Pipetadores. 4 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 4.1 Processo 01 1. Em um béquer limpo e seco, foi adicionado com o auxílio de uma espátula alguns cristais de iodo (I2). 2. Com um vidro de relógio cobriu-se o sistema. 3. Foi levado esse sistema para aquecimento em chama baixa de um Bico de Bunsen. 4. Após aquecimento, deixou-se o sistema, ainda tapado, resfriar sobre outra tela de amianto. 5. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.2 Processo 02 1. Em um béquer limpo e seco, uma pequena porção de carbonato de cálcio foi adicionada. 2. Neste mesmo béquer, adicionou-se com uma pipeta 3,0 mL de solução de ácido clorídrico. 3. Esperou-se até que não mais houvesse a presença do carbonato. 4. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.3 Processo 03 1. Em um tubo de ensaio devidamente limpo e seco, colocou-se usando uma pipeta 1,0 mL de solução de sulfato de sódio. 2. Posteriormente, adicionou-se a este tubo de ensaio 1,0 mL de solução de cloreto de bário. 3. Agitou-se, observou-se e colocou-se o tubo de ensaio em uma estante para repouso. 4. Aguardou-se alguns minutos e observou-se o sistema. 5. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.4 Processo 04 1. Foi adicionado com o uso de pipetas em um tubo de ensaio 1,0 mL de solução de cloreto férrico e 1,0 mL de solução de tiocianato de amônio. 2. Agitou-se, observou-se e colocou-se o sistema para repouso em uma estante. 3. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.5 Processo 05 1. Em um tubo de ensaio adicionou-se volumes iguais das soluções de sulfato cúprico e cloreto férrico. 2. Agitou-se e observou-se o sistema. 3. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.6 Processo 06 1. Usando uma pinça metálica, segurou-se um pequeno pedaço de magnésio metálico. 2. Introduziu-se a ponta do metal na chama do Bico de Bunsen. 3. Com o devido cuidado e orientações, observou-se a combustão do magnésio e o aspecto da substância e o fenômeno ocorrido. 4. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.7 Processo 07 1. Adicionou-se em um tubo de ensaio 1,0 mL das soluções de ácido clorídrico e hidróxido de sódio. 2. Agitou-se o tubo e observou-se o ocorrido. 3. Anotou-se todas as observações pré e pós experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.8 Processo 08 1. Em um tubo de ensaio, foram adicionados 2,0 mL da solução de ácido clorídrico 30% V/V e um pequeno pedaço de cobre metálico. 2. Agitou-se o frasco e observou-se o ocorrido. 3. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.9 Processo 09 1. Em um tubo de ensaio, foram adicionados 2,0 mL da solução de ácido clorídrico 30% V/V e um pequeno pedaço de ferro metálico. 2. Agitou-se o frasco e observou-se o ocorrido. 3. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 4.10 Processo 10 1. Em um tubo de ensaio adicionou-se 5,0 mL de água de barita. 2. Com o uso de uma pipeta devidamente limpa, introduziu-se uma de suas pontas na solução e pela outra ponta soprou-se dentro da solução. 3. Anotou-se todas as observações antes e depois do experimento para determinar futuramente se o fenômeno é físico ou químico. 5 RESULTADOS & DISCUSSÃO 4.1 Sublimação Do Iodo • Aspecto do iodo antes do aquecimento O reagente iodo, em temperatura ambiente, é sólido e apresenta cristais negros de cor semelhante ao violeta com brilho metálico. O mesmo é perceptivelmente volátil e sublima, isto é, passa diretamente do estado sólido para o estado gasoso. • Aspecto do iodo após o aquecimento Com o aquecimento, os cristais de iodo absorveram o calor proveniente da chama do Bico de Bunsen, e com isso ocorreu a sublimação dos cristais. • Indicação de fenômeno O indício do fenômeno deu-se ao perceber vapores de coloração rosadas saindo dos cristais de iodo após serem aquecidos e se cristalizando novamente na superfície fria do vidro de relógio. A sublimação/ressublimação do iodo são processos físicos, pois suas propriedades não se alteram, e sim o estado físico já que absorveu/liberou calor para que sublimasse/ressublimasse. • Justificativa De acordo Leenson (2005), os vapores de iodo são normalmente invisíveis na temperatura ambiente e à baixa pressão, no entanto usando material e reagentes laboratoriais é possível obter suaves vapores de coloração violeta em temperaturas acima de 30° C, cuja intensidade aumentará gradativamente com a temperatura.Segundo Machado Júnior; Assis e Braathen (2006), os cristais de iodo, em sistema fechado, aquecidos passam da fase sólida diretamente para a gasosa quando em temperaturas abaixo da de seu ponto de fusão (113,55° C) e pode ser reversível com o decaimento da temperatura. Essas mudanças recebem o nome de sublimação e ressublimação, respectivamente, e ocorrem a velocidades iguais, pois a pressão e a concentração permanecem inalteradas. A Figura 01 ilustra o processo de sublimação. Figura 01 – Aspecto do iodo no estado sólido (esquerda) e na fase vapor (direita), obtida por sublimação do sólido. Fonte: Dos Santos e Afonso (2011). 4.2 Dissolução Do Carbonato De Cálcio Em Ácido • Aspecto do carbonato de cálcio O carbonato de cálcio é um composto inorgânico de fórmula química CaCO3, apresenta-se como pó branco monocristalino, inodoro, insípido, estável ao ar e insolúvel em água. • Aspecto da solução de ácido clorídrico O ácido clorídrico é um hidrácido com alto potencial de ionização e de formula química HCl, apresenta-se em estado líquido de aspecto amarelado, altamente corrosivo e tóxico. Em solução aquosa pode ser incolor ou levemente amarelo, não inflamável, tóxico e com odor pungente. • Observação após junção dos reagentes Ao misturar ambos os reagentes a observação marcante é a efervescência, isto é, liberação de algum gás em meio à solução líquida. • Indicação de fenômeno O indicativo do fenômeno deu-se ao notar o grande volume de bolhas de gás liberadas, ou seja, as bolhas de gás evidenciaram que houve reação química. Logo, o fenômeno é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa Como diz Monteiro (2016), a reação entre o CaCO3 e o HCl é marcada principalmente pela formação do gás CO2 (dióxido de carbono), como ilustra a Figura 02, além do CaCl2 solúvel (cloreto de cálcio) e H2O (água), porém há a formação de um produto intermediário, o H2CO3 (gás carbônico), que instantaneamente, por ser instável em solução, se decompõe em CO2 e H2O, como mostra as reações químicas balanceadas abaixo: CaCO3(s) + 2 HCl(aq) → CaCl2(aq) + H2CO3(aq) H2CO3(aq) → H2O(l) + CO2(g) CaCO3(s) + 2 HCl(aq) → H2O(l) + CO2(g) Figura 02 – Reação do CaCO3 com HCl. Fonte: Monteiro (2016). 4.3 Precipitação Do Sulfato De Bário • Aspecto da solução de sulfato de sódio O sulfato de sódio quando em solução apresentou aspecto incolor, por se solubilizar totalmente em água. • Aspecto da solução de cloreto de bário O cloreto de bário quando em solução exibiu aspecto incolor, por se solubilizar totalmente em água. • Observação após junção dos reagentes Misturando os reagentes observou-se que todo o contendo se turvou, isto é, o béquer com ambas as soluções ficou totalmente esbranquiçada, com aspecto leitoso. • Indicação de fenômeno O sinal do fenômeno ocorreu quando um precipitado esbranquiçado se formou no meio reacional ao reagia-los em solução. Logo, o fenômeno é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa O sal de sulfato de bário em prática foi resultado de uma reação de dupla troca, conforme mostra a reação química abaixo: Na2SO4(aq) + BaCl2(aq) → 2 NaCl(aq) + BaSO4(s) Este sal precipitado é pouco solúvel em meio aquoso e como diz o princípio de Le Chatelier, a adição da fonte de íons de bário e a consequente precipitação em sulfato de bário desloca o equilíbrio, produzindo assim novas quantidades do íon bário numa tentativa de restabelecer o equilíbrio: Ba2+(aq) + SO42–(aq) → BaSO4(s) Entretanto, todo sal, por menos solúvel que seja, se mantém, em meio aquoso, em equilíbrio com os seus íons formadores como se vê na Figura 03 e reação química abaixo. Figura 03 – Formação do precipitado de Sulfato de Bário. Fonte: Para Geologia (s.d.). BaSO4(s) ⇆ Ba2+(aq) + SO42–(aq) 4.4 Síntese Do Tiocianato De Ferro • Aspecto da solução de cloreto férrico A solução de cloreto férrico tem aspecto translúcido com tons levemente que variam, dependendo do ponto de vista do observador, do amarelado, esverdeado ou laranja-vermelhado. • Aspecto da solução de tiocianato de amônio O tiocianato de amônio em solução tem aspecto incolor, por se dissolver completamente em água. • Observação após junção dos reagentes Misturando o cloreto férrico sobre o tiocianato de amônio percebeu-se a mudança de cor, assumindo coloração vermelho escuro. • Indicação de fenômeno A indicação do fenômeno aconteceu quando houve alteração brusca de cor ao adicionar um reagente sobre o outro. Logo, o fenômeno é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa A reação química entre os reagentes é caracterizada como sendo uma reação de síntese, que ocorrem quando duas ou mais substâncias iniciais reagem, produzindo uma única substância, e neste caso, um produto denominado de composto ou complexo de coordenação. As propriedades dos compostos de coordenação são definidas conjuntamente pelo íon metálico e por seus ligantes. Esses complexos sempre se apresentam na forma termodinamicamente mais estável em solução, alguns são lábeis em solução e trocam rapidamente os ligantes coordenados pelas moléculas de solvente ou por outros ligantes. Outros são mais estáveis, denominados inertes, devido a sua lentidão em se dissociarem (SOUZA, 2020). Ao reagir as soluções obteve uma coloração característica, que de acordo com Curi (2006), é chamada de vermelho-sangue e é obtida através dos íons de Fe3+ com os íons de SCN–, formando o tiocianato de ferro como mostra as Figuras 04 e 05, e as equações químicas a seguir. Figura 04 – Solução de FeCl3(aq) (na bureta) e solução de NH4SCN (no tubo de ensaio). Fonte: De Alencar (2020). Figura 05 – Formação do Fe(SCN)3(aq). Fonte: De Alencar (2020). FeCl3(aq) + 3 NH4SCN(aq) → Fe(SCN)3(aq) + 3 NH4Cl(aq) Dependendo da proporção entre ambos os íons pode haver a formação de uma série de complexos de ferro, como: Fe3+(aq) + SCN–(aq) ↔ [Fe(SCN)3]2+ Fe3+(aq) + 2 SCN–(aq) ↔ [Fe(SCN)2]+ Fe3+(aq) + 3 SCN–(aq) ↔ [Fe(SCN)3] Fe3+(aq) + 4 SCN–(aq) ↔ [Fe(SCN)4]– Fe3+(aq) + 5 SCN–(aq) ↔ [Fe(SCN)5]2– Fe3+(aq) + 6 SCN–(aq) ↔ [Fe(SCN)6]3– 4.5 Síntese Do Sulfato Férrico – Fe2(SO4)3 • Aspecto da solução de sulfato cúprico O sulfato cúprico ou sulfato de cobre II é um composto químico de fórmula CuSO4, e que em solução, ou em sua forma sólida, apresenta na coloração azul. • Aspecto da solução de cloreto férrico O cloreto férrico ou cloreto de ferro III é um composto químico de fórmula FeCl3, e que em solução, ou em sua forma sólida, apresenta colorações distintas por depender do ângulo de visão. Em luz refletida seus cristais são verde-escuro, mas em luz transmitida são vermelho-púrpura. Em prática, esse reagente é o mesmo usado no teste 4.4, logo apresentou laranja-vermelhado. • Observação após junção dos reagentes Reagindo ambas as soluções notou-se a mudança de cor, assumindo coloração nos tons de verde. • Indicação de fenômeno O indicativo do fenômeno aconteceu quando houve alteração de cor ao misturar os reagentes um no outro. Logo, o fenômeno é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa A reação química que se procedeu é do metátese (dupla troca ou duplo deslocamento), na qual as duas substâncias compostas reagiram entre si, permutando seus componentes e dando origem aos dois produtos, como descreve reação balanceada abaixo. 2 FeCl3(aq) + 3 CuSO4(aq) → Fe2(SO4)3(aq) + 3 CuCl2(aq) 4.6 Combustão Do Magnésio Metálico • Aspecto do magnésio metálico antes da combustão Em prática recomenda-se o uso de uma fita de magnésio que pode ser encontrado em armações de rodas veiculares. Omagnésio metálico antes da combustão possui textura sólida e lisa, de cor prateado com brilho metálico. • Aspecto Do magnésio metálico depois da combustão Mediante sua combustão, a fita de magnésio sólida se transformou totalmente em um pó de cor branca, leve e inodoro. • Observação após junção dos reagentes Ao colocar a fita de magnésio sobre a chama do Bico de Bunsen notou-se rapidamente uma luz forte e brilhante, e com liberação de uma fumaça esbranquiçada. • Indicação de fenômeno O indicativo do fenômeno aconteceu ao perceber o surgimento da luz brilhante e liberação da fumaça branca. Logo, o fenômeno presenciado é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa Durante a combustão da fita de magnésio metálico, uma chama intensa e brilhante é liberada, produzindo o óxido de magnésio (MgO), que é um pó com aspecto esbranquiçado. O fenômeno químico pode ser visto na Figura 06 e reação química deste é expressada pela equação que se segue. Figura 06 – Combustão do magnésio metálico. Fonte: Educação (2012). 2 Mg(s) + O2(g) → 2 MgO(s) Como explica Freitas (2016), a reação de combustão do magnésio é uma reação de oxirredução, que durante a reação os átomos de Mg(s) perdem elétrons para formar os íons catiônicos Mg2+, que reagem com o oxigênio presente no meio ambiente, produzindo assim o óxido de magnésio, como elucidada as equações química abaixo. 2 Mg(s) → 2 Mg2+ + 2 e– 2 Mg2+ + O2(g) → 2 MgO(s) Curiosamente a queima do magnésio ocorre naturalmente ao estar exposto ao ar, e mesmo na ausência do oxigênio. Neste caso o mesmo reage com o azoto do ar formando o nitreto de magnésio (Mg3N2). Entretanto, o magnésio ao ar, quando em contato com uma fonte de ignição, há o fornecimento de energia ao sistema, assim mesmo reage mais energeticamente liberando energia na forma de luz. 4.7 Neutralização – Ácido/Base • Aspecto da solução de ácido clorídrico O ácido clorídrico é um hidrácido com alto potencial de ionização e de fórmula química HCl, apresenta-se em estado líquido de aspecto amarelado, altamente corrosivo e tóxico. Em solução aquosa pode ser incolor ou levemente amarelo, não inflamável, tóxico e com odor pungente. • Aspecto da solução de hidróxido de sódio O hidróxido de sódio é um sólido branco, cristalino, altamente tóxico e corrosivo, e por ser bastante solúvel em água, forma uma solução límpida e com cheiro característico. • Observação após junção dos reagentes Visivelmente depois de misturar os reagentes não se percebe mudanças macroscópicas, como formação de bolhas, alteração de cor ou formação de precipitados. Contudo, microscopicamente ocorre uma reação denominada neutralização. • Indicação de fenômeno Como em nível macroscópico ocorre uma reação de neutralização, logo o fenômeno é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa Segundo Silva e Santiago (2012), Arrhenius definiu um ácido como sendo um composto que contém hidrogênio e reage com a água para formar íons catiônicos hidrogênio (H+) e uma base é um composto que em meio aquoso produz íons aniônicos hidróxido (OH–). O ácido clorídrico e hidróxido de sódio, respectivamente, são exemplos desses compostos. Ainda de acordo com Silva e Santiago (2012), uma reação de neutralização ocorre entre os íons H+ e OH – produzindo água, conforme a seguinte equação. H+(aq) + OH–(aq) ↔ H2O(l) Desta maneira, como aconteceu em prática, quando o ácido clorídrico reagiu com o hidróxido de sódio, houve a formação de água e também a produção de um sal chamado cloreto de sódio (NaCl), que em meio aquoso se dissolve perfeitamente, tornando a solução totalmente translúcida, acarretando, em primeiro momento, dúvidas em classificar o teste como sendo um fenômeno químico ou físico. A equação da reação química de neutralização dos reagentes é descrita abaixo. HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) 4.8 Reatividade Do Cobre Metálico • Aspecto da solução de ácido clorídrico O ácido clorídrico é um hidrácido com alto potencial de ionização e de fórmula química HCl, apresenta-se em estado líquido de aspecto amarelado, altamente corrosivo e tóxico. Em solução aquosa pode ser incolor ou levemente amarelo, não inflamável, tóxico e com odor pungente. • Aspecto do pedaço de cobre Em prática recomenda-se o uso de um fio de cobre que pode ser encontrado em diversos eletrodomésticos por ser um excelente condutor de corrente elétrica. Possui aparência fina, maleável, de coloração marrom e com brilho metálico (esmaltado). • Observação após junção dos reagentes Mergulhando o pedaço de fio de cobre no ácido clorídrico percebeu-se que não houve nenhuma alteração de cor, formação de precipitado ou liberação de gases. • Indicação de fenômeno Como não houve mudança de cor, formação de precipitados ou liberação de gases, pode-se afirmar que não se trata de um fenômeno químico, e como também não houve variação na temperatura e agregação do estado físico de nem um dos componentes, o teste não aborda um fenômeno físico. • Justificativa Como justificativa consideremos a fila de reatividade dos metais e ametais, mostrada na Figura 07, onde na mesma revela quais metais reagem facilmente na presença de ácidos, isto é, possuem maior tendência em doar elétrons (maior eletropositividade). Figura 07 – Fila de reatividades dos metais e ametais. Fonte: Mundo Educação (s.d.). Os metais não-nobres que aparecem na fila de reatividade, à esquerda do H, reagem com substâncias de caráter ácido. Isso ocorre porque são mais reativos que o hidrogênio, possuem o potencial de oxidação necessário para deslocar o hidrogênio ácido, e assim formam o cátion H+ ou H3O +. No entanto, os metais nobres, que estão situados à direita do hidrogênio, não reagem de maneira espontânea ao serem colocados em contato com soluções ácidas, e exemplo disso é o fio de cobre usado em prática, como mostrado na Figura 07 e a equação química abaixo. Figura 07 – Fio de cobre mergulhado em solução de ácido clorídrico. Fonte: Lindner (2009). Cu(s) + HCl(aq) → não há reação 4.9 Reatividade Do Ferro Metálico • Aspecto da solução de ácido clorídrico O ácido clorídrico é um hidrácido com alto potencial de ionização e de fórmula química HCl, apresenta-se em estado líquido de aspecto amarelado, altamente corrosivo e tóxico. Em solução aquosa pode ser incolor ou levemente amarelo, não inflamável, tóxico e com odor pungente. • Aspecto do pedaço de ferro Em prática recomenda-se, por apresentar maior superfície de contanto, o uso de uma esponja de aço (Bombril) que pode ser encontrado em diversos estabelecimentos comerciais. A mesma possui textura abrasiva, cor acinzentada e brilho metálico. • Observação após junção dos reagentes Ao mergulhar pedaços da esponja de aço no ácido clorídrico observou-se uma súbita efervescência, liberando algum gás em meio à solução líquida. • Indicação de fenômeno A percepção do fenômeno deu-se ao notar o grande volume de bolhas de gás liberadas, isso é, as bolhas de gás evidenciaram que houve reação química. Logo, o fenômeno é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa O ferro, presente na esponja de aço, por ser um elemento metálico podemos realizar a mesma análise feita antes para o cobre. Na fila de reatividade dos metais, apresentada na Figura 07, o ferro está localizado ao centro da fileira, e por ser mais reativo que o hidrogênio, uma reação de oxirredução em meio ao ácido clorídrico acontecerá. A reação procederá com o deslocamento (redução) do hidrogênio ácido, formando o gás hidrogênio, e oxidação do ferro metálico para íons de Fe2+ que se ligam aos íons de Cl–, formando o cloreto de ferro (oucloreto ferroso) que possui tonalidade amarelado. A Figura 08 e as reações químicas abaixo ilustram o fenômeno químico. Figura 08 – Esponja de aço mergulhada em solução de ácido clorídrico. Fonte: Acervo do autor. Fe(s) + 2 HCl(aq) → FeCl2(aq) + H2(g) Oxidação: Fe(s) → Fe2+(aq) + 2 e– Redução 2 H+(aq) + 2 e– → H2(g) Reação global: Fe(s) + 2 H+(aq) ↔ Fe2+(aq) + H2(g) 4.10 Precipitação Do Carbonato De Bário • Aspecto da água de barita A água de barita (hidróxido de bário) quando em solução apresentou aspecto incolor, por se solubilizar totalmente em água. • Observações após o sopro Soprando com o canudo a solução de água de barita notou-se que o sistema rapidamente passou do translúcido para o opaco ou leitoso. • Indicação de fenômeno A percepção do fenômeno deu-se ao notar a mudança no aspecto da coloração da solução de hidróxido do bário, que antes era incolor, e ao soprar gás carbônico (dióxido de carbônico) a mesma ligeiramente torvou-se (ficando com aparência branca). Logo, o fenômeno é químico, pois as substâncias iniciais se combinaram e formaram novas substâncias. • Justificativa Está prática constitui-se em demonstrar o simples equilíbrio heterogêneo, através da reação de CO2 com o Ba(OH)2. O hidróxido de bário em solução se dissocia nos seguinte íons. Ba(OH)2(s) → Ba2+(aq) + 2 OH (aq) O borbulhamento de ar pulmonar implica a introdução de gás carbônico na solução, formando o íon carbonato, de acordo com o seguinte equilíbrio químico. CO2(g) + 2 OH–(aq) ↔ CO32–(aq) + H2O(l) Na presença de íons Ba2+(aq), o íon carbonato leva à formação de um precipitado branco de carbonato de bário, que é representado pelo seguinte equilíbrio químico. Ba2+(aq) + CO32–(aq) ↔ BaCO3(s) 6 CONSIRAÇÕES FINAIS Com os testes sugeridos em aula prática realizados pode-se observar, diferenciar e classificar se houve alterações físicas ou transformações químicas dos sistemas em estudo. Percebeu-se a presença de fenômeno físico apenas no Processo 01 (Sublimação do Iodo), caracterizado pela variação do estado físico da matéria, na qual aconteceu, por aquecimento do sistema, a sublimação da amostra sólida para seu estado gasoso. Em outros testes ocorreram transformações químicas, caracterizados por propriedades macroscópicas como mudanças de cores nos Processos 04 e 05 (Síntese do Tiocianato de Ferro e Síntese do Sulfato Férrico, respectivamente), liberações de gases nos Processos 02 e 09 (Dissolução de Carbonato de Cálcio em Ácido e Reatividade do Ferro Metálico, respectivamente) e formação de precipitados nos Processos 03 e 10 (Precipitação do Sulfato de Bário e Precipitação do Carbonato de Bário, respectivamente) e combustão seguida da liberação intensa de luz no Processo 06 (Combustão do Magnésio Metálico). O auge da curiosidade ocorreu ao realizar os Processos 07 e 08 (Neutralização – Ácido/Base e Reatividade do Cobre Metálico) ao presenciar nenhuma variação das propriedades macroscópicas citadas anteriormente. Mas, com a leitura, pesquisa e discussões é correto afirmar que no Processo 07, mesmo a alteração dos componentes não sendo perceptível aos olhos, existiu a presença de uma reação química inorgânica de neutralização em nível microscópico, onde o ácido e a base utilizados reagiram e produziram um sal inorgânico altamente solúvel em água. Entretanto, já no Processo 08 (Reatividade do Magnésio Metálico), não houve mudança de cor, formação de precipitados ou liberação de gases, constatou que não era um fenômeno químico, e como também não houve variação na temperatura e agregação do estado físico de nem um dos componentes, o teste não era físico. A execução dos experimentos proporcionou um vasto conhecimento químico-científico, abordando reações químicas inorgânicas de sínteses, combustão, oxirredução, precipitação e neutralização, que acarretará a fácil assimilação e compreensão dos conceitos e possíveis resultados das futuras práticas indicadas pelo professor. REFERÊNCIAS BROWN, Theodore L.; LEMAY JUNIOR, H. Eugene.; BURSTEN, Bruce E. Química a ciência central. Ed. Pearson Prentice Hall: São Paulo, 2005. CURI, D. Colorimetria – Determinação de Fe+3 em água. Química Nova na Escola, v. 24, p. 39-42, 2006. DE ALENCAR, Jhonatan. Laboratório 03 – Procedimento 1. YouTube, 30 mar. 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GaPxQirujSw. Acesso em: 26/10/2021. DOS SANTOS, Vanessa da Matta; AFONSO, Júlio Carlos. Iodo. Química Nova na Escola, São Paulo, v. 35, n. 4, p. 297-298, 2011. FREITAS, Zildonei de Vasconcelos. OLIVEIRA, Josimara Cristina de Carvalho. Manual – Experimentos para sala de aula. 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