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Trabalho Interdisciplinar Supervisionado engenharia civil

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18
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA – UNEC
ENGENHARIA CIVIL
SÍLVIO ALMEIDA GUTIERREZ ORTEGA 
CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS: UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
 NA CONSTRUÇÃO DE CASAS DE BAIXO CUSTO 
ITAPEVA
JANEIRO/2021 
SÍLVIO ALMEIDA GUTIERREZ ORTEGA 
CONSTRUÇÕES ECOLÓGICAS: UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS RECICLÁVEIS
 NA CONSTRUÇÃO DE CASAS DE BAIXO CUSTO 
Trabalho apresentado ao Centro Universitário de Caratinga – UNEC, como parte dos requisitos para a avaliação da Prática como Componente Curricular do curso de Engenharia Civil.
Itapeva
JANEIRO/2021
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 3 
2. OBJETIVOS........................................................................................................... 4 
2.1. Objetivo Geral.................................................................................................... 4 
2.2. Objetivos Específicos....................................................................................... 4 
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 5 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS OU CONCLUSÃO................................................... 16 
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................17 
1. INTRODUÇÃO
O desenvolvimento urbano no Brasil teve um crescimento considerável nas últimas décadas do século XX, gerado pelo desenvolvimento da indústria que acelerou a migração campo-cidade. As cidades sem infraestruturas para atender esse crescimento acelerado vivencia vários problemas, principalmente a falta de trabalho e moradia. A falta de trabalho e de uma política habitacional, que atendesse a todos, motivou a ocupação das áreas periféricas, com moradias inadequadas.
O atual processo de urbanização gerou mudanças na infraestrutura das cidades, principalmente o atendimento de moradia a toda população. Garantir o acesso à moradia para a população considerada de baixa renda é indispensável, para atender as necessidades dos grupos sociais mais vulneráveis. 
Segundo Schlindwein (2006) apud Carvalho (2018), “a problemática habitacional no país é composta por diversos elementos. Três deles: moradias inadequadas, custo excessivo dos imóveis e coabitação (mais de duas famílias sob o mesmo teto)”.
A construção civil é uma das áreas mais importantes para a economia do país, mas em compensação é o setor que mais traz consequências para o meio ambiente, pelo consumo de recursos naturais e de produção de resíduos. Em decorrência deste ato torna-se urgente o desenvolvimento da arquitetura sustentável e ecológica, consolidando novas formas de se amenizar os impactos na natureza.
O atendimento da demanda de moradia para muitos brasileiros, que estão desabrigados e que vivem em moradias impróprias ou precárias, vem sendo a construção de habitações de qualidade e sustentável, a construção ecológica, com a utilização de materiais naturais, reciclados e reutilizado, promovendo moradias de baixo custo e a preservação do meio ambiente.
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo geral
· Assimilar os fundamentos técnicos (materiais, técnicas construtivas) para a construção de casa ecológica de baixo custo.
2.2. Objetivos específicos
· Identificar as técnicas para a construção de casa ecológica com o propósito do baixo custo
· Avaliar a viabilidade do emprego da reciclagem na construção de casa ecológica para redução do custo;
· Identificar os materiais e resíduos de construção que podem ser reciclados;
· Especificar a forma de utilização dos materiais reciclados;
· Averiguar os materiais que podem ser reutilizados na construção de casa ecológica para redução do custo;
· Caracterizar os recursos renováveis da natureza utilizados na construção de casa ecológica para redução do custo.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As intensas reflexões sobre os danos causados ao meio ambiente determinaram os primeiros empenhos para a difusão de uma consciência ecológica através de atitudes efetivas. A partir desses propósitos, surgiu à ideia de desenvolvimento sustentável, a partir do conceito de eco desenvolvimento, proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no ano de 1972. 
Pena (2020) delineia sobre a conceituação de desenvolvimento sustentável.
O desenvolvimento sustentável é um conceito elaborado para fazer referência ao meio ambiente e à conservação dos recursos naturais. Entende-se por desenvolvimento sustentável a capacidade de utilizar os recursos e os bens da natureza sem comprometer a disponibilidade desses elementos para as gerações futuras. Isso significa adotar um padrão de consumo e de aproveitamento das matérias-primas extraídas da natureza de modo a não afetar o futuro da humanidade, aliando desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental. (PENA, 2020, s/p).
Nesse contexto, o setor da Construção Civil é considerado uma das atividades que mais consome os recursos naturais e causa danos no meio ambiente com a deposição dos resíduos, portanto é fundamental que o setor da Construção Civil desenvolva projetos de construção sustentável com a finalidade de preservar a natureza.
Conforme Medeiros (2012) a Construção Civil no Brasil gera por ano em torno de 68,5 toneladas de entulho. “Outro fator a se destacar é a extração desnecessária de recursos naturais que poderiam ser evitados com a reutilização e/ou reciclagem do entulho gerado”. 
Segundo Skrzek et. al. apud Barth et. al. (2017), “as construções sustentáveis são a melhor maneira de diminuir os impactos causados ao meio ambiente e de possibilitar a reaproximação do homem à natureza”.
Os autores ainda afirmam que “entre outros benefícios advindos da construção sustentável, um deles é o benefício econômico, onde economiza-se cerca de 70% em produtividade com a construção de edifícios sustentáveis”.
Rangel (2015) explica que uma arquitetura sustentável deve considerar “o tripé da sustentabilidade, que é formado por três elementos: econômico, ambiental e social”, conceito instituído pelo sociólogo britânico John Elkingtonque, em 1990. 
De acordo com conceito da autora uma arquitetura sustentável tem por finalidade diminuir os danos causados ao meio ambiente, mas também deve promover o desenvolvimento social e cultural, possibilitando o desenvolvimento econômico.
Para Lamberts et. al. (2007) apud Santos e Santana (2017), “as edificações sustentáveis são concebidas de modo a racionalizar o uso de recursos naturais, a fazer uso de materiais ecologicamente corretos e a alterar o mínimo possível o ambiente no qual estão inseridas”.
Simas (2012) faz uma explicação sobre a construção sustentável: 
Construções sustentáveis, arquitetura sustentável, construção verde, arquitetura verde, construção ecológica são termos que definem o conceito de qualquer arquitetura construída com materiais recicláveis ou também chamado de biodegradáveis unidos ao uso de recursos tecnológicos de energia renovável é considerado como construção sustentável com o intuito de evitar impactos ambientais. (SIMAS, 2012, p.143). 
Simas (2012) também descreve que um projeto de arquitetura sustentável proporciona “uma melhor qualidade de vida para os seres humanos, além da redução de custos, e também o uso de materiais biodegradáveis e recursos de energia renovável”.
De acordo com Simas (2012) um projeto de arquitetura sustentável tem como benefícios:
· Uso de materiais redutíveis de poluição;
· Desenvolvimento de materiais e tecnologias menos agressores do ambiente; 
· Reciclagem e reutilização de materiais e resíduos; • Consumo racional da água e energia; 
· Projetos urbanísticos mais integrados com a natureza; 
· Aproveitamento de fontes de energia alternativas, como a solar, a eólica e geotérmica; 
· Redução do uso de produtos químicos prejudiciais à saúde na produção de elementos construtivos; 
· Minimizaçãodo emprego de matérias-primas raras; 
· Readequação de sistemas construtivos tradicionais para as necessidades atuais; 
· Reaproveitamento da água de chuva; 
· Redução de saída de resíduos sólidos prejudiciais a natureza e outros.
(SIMAS, 2012, p. 143 e 144).
As construções sustentáveis é uma solução viável para a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais através ações potencializadas como, a utilização de materiais ecológicos de forma legalizada, a reciclagem dos resíduos de construção e a reutilização de materiais descartados, ações que promovem o desenvolvimento social e econômico. 
	Dentro dos princípios da sustentabilidade temos a arquitetura ecológica que vem ganhando destaque na área da construção civil, decorrente da conscientização da necessidade de diminuir os danos causados no meio ambiente. 
A construção ecológica, através de técnicas e procedimentos apropriados, consiste em um processo diferenciado de construção, com o aproveitamento dos recursos naturais disponíveis (ventilação e luminosidade), fazendo uso de materiais produzidos com recursos naturais ( a terra, a água, fibras de vegetais) e materiais reciclados, integrando o empreendimento com a paisagem local. 
Uma construção ecológica também é referenciada como construção sustentável, embora os termos “ ecológico e sustentável” “não sejam antagônicos, ao contrário são tão parecidos em conceito que muitos consideram como expressões sinônimas”, afirma Rangel (2015).
Rangel (2015) delineia sobre a arquitetura ecológica, assegurando que “a arquitetura ecológica é aquela que tem cuidado especial com a integração do edifício com o meio ambiente, procurando causar o menor impacto possível à natureza”.
Está associada às técnicas passivas de construção, como iluminação e ventilação natural, às estratégias verdes, como os jardins verticais e os telhados verdes, ao aproveitamento da água da chuva, e ao uso de materiais locais e naturais como, por exemplo; a terra, o bambu, tijolos ecológicos, entre outros. (RANGEL, 2015, s/p)
Carvalho (2018) define a construção ecológica afirmando:
Uma construção ecológica é uma forma de integrar a necessidade de construir uma moradia que tenha todo o desempenho esperado e ao mesmo tempo impacte o mínimo possível o meio ambiente. Os materiais de construção, atualmente, podem ser de origem reciclável, podendo aproveitar ao máximo cada tipo de matéria prima, mesmo já tendo sido usada para outros fins anteriormente. É importante ressaltar que esses materiais reciclados possuem um desempenho muito satisfatório, adequado para o dia a dia de qualquer empreendimento. (CARVALHO, 2018, p. 4).
Conforme as palavras do autor uma construção ecológica tem como propósito a redução dos impactos ambientais e também oferecer comodidade aos seus moradores. A utilização de materiais recicláveis e reutilizados favorece a diminuição da poluição ocasionada pelos resíduos (entulhos), e a implantação de fontes renováveis para a obtenção de energia e de água da chuva, proporcionando o baixo custo da construção. 
Conforme Barth et. al. (2017) em uma construção ecológica são utilizados materiais naturais de fonte renovável, de fornecedores legalmente certificados, materiais reciclados e a reutilização de materiais.
Os produtos naturais de fonte renovável são oriundos da natureza, que se renovam em curto prazo, e oferece como benefícios à aquisição de produtos de alta durabilidade, conforto térmico e baixo custo de produção. Entre os materiais naturais os mais utilizados em construções ecológicas são o bambu, a madeira (reflorestamento), a tinta mineral natural, o adobe, o tijolo de solo-cimento, a água, a energia solar e outros.
Os materiais reciclados são aqueles que após passarem por uma transformação física ou química podem ser reutilizados como matéria-prima de outros materiais com outras finalidades.
Alves et.al. (2015) considera que “o processo de reciclagem consiste em transformar os resíduos gerados pela construção em produtos que se tornarão insumos para outras finalidades, por meio da transformação ou alteração em sua composição física e química”. 
Além da reciclagem também temos o processo de reutilização de materiais, o aproveitamento dos descartes do processo de demolição ou reforma de construções sem a necessidade de modificação de seu estado natural, necessitando apenas de restauração. 
Conforme Alves et.al. (2015) a reciclagem de resíduos da construção civil teve início na Europa, após a 2ª guerra mundial, na reconstrução das casas destruídas durante o combate, a falta de material de construção ocasionou a necessidade de reutilização dos resíduos. 
Santos e Santana (2017) afirmam que:
As construções, demolições e reformas geram, em conjunto, uma grande quantidade de resíduos que, se não dispostos de forma adequada, podem causar sérios problemas ambientais. Esses resíduos são passíveis de reaproveitamento na forma de matéria-prima na construção, reduzindo, assim, o consumo de recursos naturais e ainda dando solução aos problemas ambientais urbanos relacionados à geração e disposição de resíduos da construção. (SANTOS e SANTANA, 2017, p.53).
Conforme o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA-2002) é considerado resíduos sólidos da construção:
Os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. (CONAMA, 2002, art. 2º, § 1º).
Temos ainda os produtos reciclados do lixo doméstico, utilizados no seu estado natural e outros que após passarem por processos de transformação em sua composição física, como as garrafas pet, vidros, plásticos, papéis e etc. 
Paulo e Coelho (2018) ressaltam que “a gestão adequada dos resíduos sólidos, além de ser de suma importância para a redução da exploração de recursos naturais, também apresenta uma boa imagem dos empreendimentos que tratam os resíduos sólidos com uma visão de política reversa”. 
A gestão adequada dos resíduos requer dos empreendedores um trabalho meticuloso com o tratamento dos resíduos sólidos, para com a sua deposição, reciclagem e reutilização. O tratamento apropriado dos resíduos de construção propiciam a redução dos impactos na natureza e o baixo custo, favorecendo assim a classe de baixa renda.
Mauricio (2017) apresenta “ o principal conceito da arquitetura ecológica é simples”
A edificação deve ser construída com materiais naturais, renováveis e não poluentes. Trata-se de um modelo diferente de construir e projetar as moradias, em que o mais importante é respeitar ao máximo a natureza e preservar o conforto interior da residência, enfatizando que a coerência ecológica não precisa estar vinculada a desconforto e padrões estéticos relacionados à rusticidade. (MAURICIO, 2017, p. 10)
Conforme o autor uma casa para ser considerada ecológica, ela necessita apresentar as seguintes características: 
· Ser adequada ao clima local e estar orientada em relação aos ventos (para aproveitá-los ou evitá-los), ao sol, às chuvas e à vegetação. Isso faz com que ela seja termicamente agradável; 
· Respeitar a topografia local e incorporar-se à paisagem sem agredi-la; 
· Usar materiais e técnicas de construção saudáveis e sustentáveis; 
· Conseguir reutilizar e reciclar as chamadas águas cinza (de banho, pias e tanques) e usar o telhado para coletar água de chuva; 
· Tratar adequadamente dejetos líquidos e sólidos, reintroduzindo-os, de forma positiva, aos ciclos naturais da região; 
· Incorporar vida vegetal para purificar o ar externo e interno.
. (MAURICIO, 2017, p. 10 e 11)
De acordo com Queiroz (2016) a sustentabilidade e economia estão relacionadas no processo de desenvolvimento sustentável. Na formulação do projeto de uma construção sustentável devem ponderarsobre os fatores econômicos, os quais são muito importantes. 
Queiroz (2016) aponta algumas condições que garante a relação economia e sustentabilidade, “economizar os recursos renováveis, utilizar materiais reutilizáveis ou descartáveis, visando sempre à economia e qualidade”.
O setor da construção civil tem um papel relevante na elaboração de projetos, relacionando o desenvolvimento sustentável e a economia, efetivando a minimização da produção de resíduos sólidos, a economia de energia e água, e a maximização da durabilidade para reduzir custos.
Medeiros (2012) orienta sobre as ações de arquitetos e engenheiros para o projeto sustentável assegurando que “devem projetar de forma mais elegante, adequada, ecologicamente versátil e adaptável à nova geração de edificações”, e recomenda:
a) Aplicar princípios ecológicos desde o início, para evitar o aumento de custos [...].
b) Evitar especificidades funcionais, pois poderão tornar as edificações inerentemente inflexíveis. 
c) Priorizar iluminação e ventilação naturais, e, se possível, com pátios internos, evitando plantas muito profundas. 
d) Projetar visando à simplicidade operacional, uma vez que a simplicidade das instalações e dos sistemas construtivos permite sua atualização periódica e cria uma relação de respeito entre o usuário e o espaço habitado. 
e) Projetar visando à durabilidade, pois uma construção de baixa qualidade pode converter em um fardo no futuro [...].
f) Para maximizar o uso de energias renováveis, a edificação deve ser orientada corretamente (com a fachada principal voltada para o equador); possuir uma inclinação adequada (de 30o a 40o na cobertura e de 60o a 70o na fachada) para instalação de painéis de aquecimento solar e ódulos fotovoltaicos; estar suficientemente afastada de outras construções, para permitir a incidência de iluminação solar (em especial durante o inverno, quando os raios solares incidem em ângulos inferiores); evitar obstáculos aos fluxos de ar; e as coberturas devem ser projetadas para suportar geradores eólicos e acumuladores térmicos (boilers). 
(MEDEIROS, 2012, p. 18).
Os materiais de construção para uma casa ecológica são compostos por três categorias de materiais, os recursos renováveis da natureza, produtos reciclados e produtos reutilizados na sua forma original.
1st. Os recursos renováveis da natureza que podem ser utilizados na construção ecológica são diversos, como:
a. Água pluvial 
	O sistema de captação de água da chuva consiste no armazenamento da água das chuvas acima do solo (reservatório) ou guardando no subsolo (cisternas), para o consumo não potável, podendo ser usada na limpeza, descarga de banheiros, para irrigação de plantas e etc. O processo de aproveitamento da água da chuva possibilita uma redução de até 50% do consumo de uma casa.
	Medeiros ( 2012) afirma:
O projeto da edificação deve considerar e explorar os sistemas de captação de águas pluviais. Isso envolve a especificação de calhas bem dimensionadas, o fácil acesso a todo o sistema para, por exemplo, retirar as folhas das calhas e tubulações, e o cálculo meticuloso da inclinação da cobertura, que não deve acelerar o fluxo de água nem impedir indevidamente sua condução até a cisterna. (MEDEIROS, 2012, p.34)
b. Energia solar
	A luz do sol pode gerar dois tipos de energias. Temos a energia solar térmica que usa o calor do sol diretamente para aquecer, geralmente a água. Sistemas solares térmicos usam coletores (também conhecidos como placas) ou tubos a vácuo para captar o calor do sol e transferir o calor para um líquido (água).
A Energia solar fotovoltaica é a energia elétrica produzida a partir do calor e da luz solar. A energia solar fotovoltaica  é captada por painéis solares, onde ocorre a transformação da corrente elétrica para sua utilização. 
Medeiros (2012) explica que na parte da iluminação deve-se utilizar “lâmpadas energeticamente eficientes. Consomem apenas 20% a 25% da energia elétrica das lâmpadas convencionais (incandescentes) e possuem uma vida útil de 10 a 20 vezes maior”.
c. Blocos de Adobe 
	O adobe é uma composição de barro, água, palha de arroz e outros componentes naturais. Os blocos de adobe são feitos desta composição, moldados e secos ao sol. Esse é um dos mais antigos materiais de construção utilizados no mundo é o tijolo de adobe. 
d. Superadobe
O superadobe é feito com uma composição barro, água, palha de arroz, colocados em sacos de polipropileno, para dar a forma da parede. Eles são empilhados e socados. A largura da parede varia de acordo com a largura do saco. Possui alta resistência como parede estrutural. É uma das técnicas mais cansativas de construção em terra (demanda bastante tempo para construção e exige bastante esforço físico da mão de obra). 
e. Taipa de pilão 
A taipa de pilão são paredes feitas de barro amassado, misturado com cal para controlar a acidez da mistura, comprimida entre taipais (forma) de madeira (ou aço) desmontável, removida após secarem completamente, formando assim uma parede de um material consistente, com resistência comparada à do cimento, isotérmico natural e de baixo custo. 
f. Bambu
O Bambu é uma matéria prima altamente sustentável, pois é abundante e renovável. Devido à velocidade de seu crescimento, pode ser colhido anualmente, sem prejuízos à natureza.
O bambu pode ser utilizado na estrutura da casa (paredes, pilares, vigas e telhados), revestimento de piso e paredes, em áreas externas para sombreamento, quebra vento, proteção contra a erosão e drenagem. 
g. Madeiras de reflorestamento
	Um dos materiais usados na construção sustentável são madeiras extraídas de áreas de reflorestamento, como o Pinus, Eucalipto, Araucária.
	As madeiras de reflorestamento são obtidas de florestas plantadas com a finalidade de serem extraídas, e novas árvores são plantadas no mesmo local de onde elas foram tiradas. Na construção civil é usada como nas estruturas de cobertura, nas esquadrias (portas e janelas), nos forros e pisos.
h. Tintas de terra naturais 
Também conhecida por Tinta Mineral Ecológica, é feita à base de terra crua e emulsão aquosa. A matéria prima para essa tinta é retirada de jazidas certificadas. A Tinta Mineral não agride o meio ambiente, não possui nenhum tipo de Composto Orgânico Volátil (COVs – tido como um perigoso poluente), nem biocidas, estabilizantes ou corantes.
2nd. Os produtos reciclados que podem ser utilizados na construção ecológica são vários, como:
a. Telhas ecológicas. 
A telha ecológica é fabricada a partir de resíduos de fibras naturais, como madeira e coco, ou com o reaproveitamento de fibras de materiais reciclados como papel e garrafa PET.
Segundo Oliveira (2019) “há uma diversidade de matérias-primas sustentáveis que podem ser utilizadas para a fabricação desse material, conheça alguns tipos de telha ecológica”:
Telha ecológica de fibra vegetal: esse tipo é fabricado com fibras de madeiras como eucalipto ou pinho, ou com fibras naturais de sisal, coco e bananeira. Podem ser encontradas em diversas cores e utilizadas para a cobertura de casas, edifícios comerciais e galpões.
Telha ecológica de garrafa pet: é feita com garrafas PET recicladas que são separadas de acordo com a cor do plástico. Assim, pode ter a aparência translúcida ou colorida. É produzida em formato colonial, como as tradicionais telhas de cerâmica.
Telha ecológica de tetra Pak: reutiliza em sua fabricação embalagens longa-vida, como caixas de leite. O alumínio e o plástico das caixinhas são totalmente reaproveitados na sua composição. É normalmente comercializada no tamanho padrão de 2,20 x 0,92 m, mas pode ser facilmente cortada.
Telha ecológica de papelão: esse tipo é produzido com papel reciclado, que é dissolvido para a extração da fibra de celulose e depois, misturado ao betume asfáltico, que garante a resistência à telha. Pode ter coloração e tamanhos variados. (OLIVEIRA, 2019, s/p)
b. Madeira plástica 
	A madeira ecológica ou madeira plástica é um composto produzido a partir de plásticos reciclados, dentre outros materiais, como serragem de madeira,fibras vegetais e aditivos.
	Silva et.al. (2016) descreve sobre o processo de fabricação da madeira plástica.
A madeira plástica é composta de matéria-prima proveniente do lixo plástico reciclado, adicionado de aditivos que conferem ao produto características mecânicas e físico-químicas distintas de cada material isoladamente além de propriedades iguais ou até melhores que a da madeira natural. (SILVA et.al. 2016, p. 6).
c. Tijolos ecológicos
	Os tijolos ecológicos são feitos a partir de alguns resíduos gerados na construção civil, permitindo o reaproveitamento desses resíduos de forma positiva.
	Pereira (2019) comenta sobre as vantagens do tijolo ecológico:
A utilização de blocos cerâmicos ecológicos pode trazer as seguintes vantagens, considerando diferentes pontos de vista:
· Redução da demanda energética [...] 
· Aproveitamento de resíduos diversos [...]
· Geração de oportunidades locais: cada resíduo só será efetivamente útil para a produção de blocos com uso local, [...]
· Contribuir na habitação popular: as soluções não convencionais em peças de alvenaria podem viabilizar assentamentos e melhorar as condições de vida de pessoas em habitações precárias.
· Melhoria da produtividade: 
· Facilidade de execução: 
· Redução dos resíduos de construção. (PEREIRA, 2019, s/p)
d. Placas madeira mineralizada 
	O material é composto de fibras longas de madeira mineralizada e ajuntadas com cimento Portland de alta resistência, gesso ou pó de magnésio, criando assim uma estrutura compacta, estável, resistente e durável. 
	Carvalho (2018) afirma que “a estrutura celular da madeira proporciona às placas leveza e elasticidade. O processo de mineralização torna o material incombustível, resistente a cupins e imputrescível”,
	Possui baixo custo de transporte e montagem. 
	Uso: vedação, divisórias, forros, isolamento termo-acústico, lajes.
e. Placas de cortiça reciclada 
Material reciclado feito de tecido vegetal composto de 30% de cortiça extraída da casca do sobreiro e 70% reciclada de rolhas. A figura 16 apresenta exemplos de placas de cortiça reciclada. Uso: revestimento de paredes.
f. As Placas Ecológicas 
	As Placas Ecológicas são fabricadas por meio da prensagem de polietileno e alumínio, originados de embalagens longa vida, podendo ser utilizada em áreas externas, em forros, divisórias, fechamento de obras (Tapumes), proteções de pisos, outdoors.
3rd. Produtos reutilizados na sua forma natural, após restauração.
Além da reciclagem ainda temos a reutilização de produtos, que compreende- se em reinstalar os materiais após passarem por um processo de remanufatura ou na sua forma natural, requerendo apenas uma restauração. A reutilização de materiais na construção civil trata-se de criar oportunidades de reuso  que se traduzam em sustentabilidade social e ambiental.
Paulo e Coelho (2018) asseguram que a adoção de materiais remanufaturados é “um meio mais econômico de se trabalhar, pois mesmo sendo materiais que já foram utilizados os recursos recondicionados apresentam uma qualidade demasiadamente similar aos produtos novos”.
Comprar produtos que voltaram à fábrica, foram recondicionados e ganharam nova garantia é praticamente a mesma coisa que comprar um produto novo. O consumidor precisa apenas julgar a relação entre custo, desempenho e garantia de um item recondicionado e um item novo. Tais produtos geralmente se encontram disponíveis em fornecedores confiáveis e em quantidade, e são entregues de maneira segura e em boas condições. (ADDIS, 2010 apud PAULO e COELHO, 2018, p.31).
São diversos produtos que podem ser reutilizado na sua forma natural, requerendo apenas uma restauração, como janela, portas, vitrôs, torneiras, peças de banheiro, madeira, vidro, partes do sistema elétrico etc.
Os elementos estruturais, caixilhos, porta, piso, painéis, etc., podem ser reutilizados simplesmente retirando-os e recolocando-os. Se o material estiver em bom estado, basta removê-lo com cuidado para não danificá-lo e reinstalá-lo em seu novo lugar de uso. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização desse trabalho, através de pesquisa e estudo, podemos afirmar que o aprovisionamento de moradia para a classe de baixa renda e ao mesmo tempo assegurar a qualidade do meio ambiente, são viáveis através de projetos de construção sustentável e ecológica. 
A construção de casas ecológicas para a população de baixa renda não se configura apenas na preservação da natureza, mas o baixo custo da construção. 
Uma proposta de moradia ecologicamente sustentável busca a utilização de recursos naturais renováveis, a utilização de produtos reciclados e a reutilização de materiais descartados, através de esses recursos tornam- se possível proporcionar uma melhor da qualidade de vida para a população de baixa renda e garantir a preservação da natureza.
Conforme os dados da pesquisa, constatamos que existem diversos materiais ecológicos de fonte renovável acessível para a construção sustentável e ecológica com a finalidade de reduzir o déficit habitacional.
Temos também os materiais fabricados com os resíduos sólidos, os materiais descartados que podem ser reutilizados na sua forma natural, transformando o lixo em elementos para a fabricação de casas ecológicas, contribuindo tanto na área habitacional, quanto na redução de resíduos sólidos, que antes eram depositados na natureza.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, M.R.; RODRIGUES, et.al.. A reciclagem e reaproveitamento no uso de resíduos da construção e demolição: criando novos produtos. In: III SIMTEC – Simpósio de Tecnologia da FATEC Taquaritinga. 13p. 2015. Disponível em:
www.fatectq.edu.br/simtec 
Acesso em: 30 dez. 2020
BARTH, Andressa Amaral et.al. A importância da criação de casas ecológicas para a maximização da sustentabilidade. XXVIII Congresso Regional de Iniciação Cientifica e Tecnológica em Engenharia – CRICTE. 2017. Disponível em:
file:///C:/Users/Usuario/Downloads/8870-Texto%20do%20artigo-37437-1-10-20180212.pdf
Acesso em: 15 dez. 2020
BRASIL. Resolução CONAMA nº 307 de 05/07/2002. Disponível em:
https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=98303
Acesso em: 21 dez. 2020
CARVALHO, Daniel Silva de. Aspectos técnicos para a construção de edificação ecológica para baixa renda. 2018. Disponível em:
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