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Políticas Públicas na Educação Infantil

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Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
As políticas públicas para a 
educação infantil
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 compreender como ocorre a efetivação das políticas públicas na prática nas instituições de educação infantil; 
•	 identificar	os	principais	indicadores	de	qualidade	do	ensino	ofertado	que	asseguram	espaços,	materiais	didáticos	e	
mobiliários	adequados	para	atender	as	especificidades	da	faixa	etária	de	zero	a	três	anos;
•	 analisar como ocorre a efetivação da garantia do direito a educação infantil;
•	 identificar	os	campos	de	experiência	que	fazem	parte	da	proposta	curricular	para	a	educação	infantil.
Pessoal, agora vamos compreender melhor o que 
representam as políticas públicas para a educação infantil no 
Brasil, seus aspectos positivos e negativos a serviço da educação.
Nesta aula, entraremos em contato com as políticas 
públicas para a educação infantil, ou seja, analisaremos como 
os direitos e deveres assegurados pelas legislações educacionais 
se efetivam na prática das instituições de educação infantil em 
todo o país.
As políticas públicas acontecem realmente na prática em 
sala de aula?
Claro que sim! 
As unidades de educação infantil devem estar adequadas 
ao que consta na lei, caso contrário, são proibidas de continuar 
recebendo crianças e fecham suas portas. Bons estudos!
7º Aula
61
1 - Espaços, materiais e mobiliários
2 - Formação de professores
3 - A garantia do direito à Educação Infantil
4 - Os campos de experiência da Educação Infantil
1 - Espaços, materiais e mobiliários
 O ambiente físico de uma instituição de educação 
infantil deve atender às exigências de funcionamento postas 
pela legislação. Para que as crianças possam ter garantias 
do cumprimento de seus direitos, bem como as unidades 
educativas têm o dever de cumprir as leis que busquem 
viabilizar a qualidade do ensino ofertado.
Os bebês e crianças pequenas precisam ter 
espaços adequados para se mover, brincar no 
chão, engatinhar, ensaiar os primeiros passos 
e explorar o ambiente. Brinquedos adequados 
à sua idade devem estar ao seu alcance sempre 
que estão acordados. Necessitam também 
contar com estímulos visuais de cores e 
formas variadas, renovados periodicamente 
(Brasil, 2009, p. 50).
Diante do exposto acima, compreende-se que a educação 
infantil possui muitos aspectos que precisam ser melhorados 
pois nem todas as instituições de educação infantil atendem às 
exigências feitas em lei para o atendimento a crianças de zero 
a três anos de idade.
 Disponível em: psicosaber.wordpress.com psicosaber.wordpress.compsicosaber.
wordpress.compsicosaber.wordpress.com. Acesso em: 01 set. 2022.
Quando falamos de espaço e mobiliário adequado, os 
Indicadores de Qualidade na Educação Infantil (2009, p. 51, 
destaque do autor) realizam os seguintes questionamentos de 
acordo com o indicador de qualidade número cinco:
Há espaço organizado para a leitura, como 
biblioteca ou cantinho de leitura, equipado 
com estantes, livros, revistas e outros materiais 
acessíveis às crianças e em quantidade 
suficiente?
As	 janelas	ficam	numa	 altura	 que	permita	 às	
crianças a visão do espaço externo?
Seções de estudo
Os espaços e equipamentos são acessíveis para 
acolher	as	crianças	com	deficiência,	de	acordo	
com o Decreto-Lei nº 5.296/2004 (Saiba Mais 
7)?
Há bebedouros, vasos sanitários, pias e 
chuveiros	 em	 número	 suficiente	 e	 acessíveis	
às crianças?
 A instituição disponibiliza nas salas espelhos 
seguros e na altura das crianças para que 
possam brincar e observar a própria imagem 
diariamente?
Há mobiliários e equipamentos acessíveis para 
crianças	com	deficiência?
Questão que se refere apenas a bebês e 
crianças pequenas
A	instituição	prevê	móveis	firmes	para	que	os	
bebês e crianças pequenas possam se apoiar ao 
tentar	ficar	de	pé	sozinhos?	
Diante dos questionamentos realizados acima, torna-se 
relevante salientar que até o momento estamos falando de 
como precisa estar organizado uma instituição de educação 
infantil embora ainda não elencamos a realidade dessas 
instituições em nosso país.
As perguntas acima são postas realmente para indagar se 
todas as instituições de educação infantil estão adequadas às 
exigências legais para o atendimento a crianças de zero a cinco 
anos,	e,	em	nosso	texto	mais	especificamente	às	crianças	de	
zero a três anos de idade.
 
Disponível em: fortenanoticia.com.br. Acesso em: 01 set. 2022.
Há algumas instituições de educação infantil que estão em funcionamento 
mas não atendem as exigências legais para o atendimento a crianças de 
zero a cinco anos de idade?
Contudo, ainda os Indicadores de Qualidade da Educação 
Infantil (2009, p. 52, destaque do autor), realiza outros 
questionamentos acerca dos espaços, materiais e mobiliários 
adequados para o desenvolvimento do trabalho pedagógico:
Há espaço que permite o descanso e o 
trabalho individual ou coletivo da equipe que 
seja confortável, silencioso, com mobiliário 
adequado para adultos e separado dos 
espaços das crianças (para reuniões, estudos, 
momentos de formação e planejamento)?
Há	banheiro	de	uso	exclusivo	dos	profissionais,	
com chuveiro, pia e vaso sanitário?
Há espaços especialmente planejados para 
recepção e acolhimento dos familiares?
Questão que se refere apenas a bebês e 
62Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
crianças pequenas
Há fraldário/mesa/bancada na altura 
adequada ao adulto para troca de fraldas dos 
bebês e crianças pequenas, com segurança? 
Diante do exposto, observamos que as indagações são 
muitas, mas respostas plausíveis não são encontradas na 
maioria das instituições de educação infantil, pois ainda há 
inúmeras	dificuldades	para	o	financiamento	e	gerenciamento	
das benfeitorias que necessitam ocorrer nessas unidades 
educativas.
CURIOSIDADE
Foram estudados os casos de cinco municípios brasileiros acerca do 
grande desafio que é efetivar a educação infantil contemplando as 
exigências legais para seu funcionamento. Procure e leia mais sobre esse 
assunto no endereço eletrônico: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/integra01.pdf
Ainda nesta perspectiva de melhorias que necessitam ser 
realizadas nas instituições de educação infantil, o indicador de 
número cinco dos Indicadores de Qualidade (2009, p. 51-52, 
destaque do autor) questiona a relevância de estar a disposição 
(acessível) da criança os mais variados instrumentos:
Há diversos tipos de livros e outros materiais 
de	leitura	em	quantidade	suficiente?
Há brinquedos que respondam aos interesses 
das	 crianças	 em	quantidade	 suficiente	 e	 para	
diversos usos (de faz de conta, para o espaço 
externo, materiais não estruturados, de encaixe, 
de abrir/fechar, de andar, de empurrar, etc.)?
Há instrumentos musicais em quantidade 
suficiente?
Há na instituição, ao longo de todo o ano e em 
quantidade	 suficiente,	 materiais	 pedagógicos	
diversos para desenhar, pintar, modelar, 
construir objetos tridimensionais (barro, 
argila, massinha), escrever, experimentar?
Há material individual de higiene, de qualidade 
e	 em	 quantidade	 suficiente,	 guardado	 em	
locais adequados (sabonetes, fraldas, escovas 
de dentes e outros itens)?
Há brinquedos, móbiles, livros, materiais 
pedagógicos e audiovisuais que incentivam o 
conhecimento e o respeito às diferenças entre 
brancos, negros, indígenas e pessoas com 
deficiência?
Há livros e outros materiais de leitura, 
brinquedos, materiais pedagógicos e 
audiovisuais adequados às necessidades das 
crianças	com	deficiência?
Questão que se refere apenas a bebês e 
crianças pequenas
Há objetos e brinquedos de diferentes materiais 
em	 quantidade	 suficiente	 e	 adequados	 às	
necessidades dos bebês e crianças pequenas 
(explorar texturas, sons, formas e pesos, 
morder, puxar, por e retirar, empilhar, abrir 
e fechar, ligar e desligar, encaixar, empurrar, 
etc.)? 
Logo, percebemos que para trabalhar com crianças na 
educação infantil torna-se necessário adequar todoo espaço 
físico, mobiliário e materiais didático-pedagógicos buscando 
atender	as	especificidades	da	faixa	etária.
Como assim? Você pode ser perguntar, vamos 
compreender alguns conceitos sobre esse assunto.
CONCEITO
ESPAÇO: a criança necessita de estrutura física da instituição de 
educação infantil que atenda as suas necessidades, como: um lugar 
amplo e arejado para brincar, salas de aula com adequadas ao tamanho 
da criança, um lugar próprio para as refeições, um banheiro com vaso 
sanitário e pia próprios ao tamanho da criança.
MATERIAIS: torna-se de fundamental importância dispor dos mais 
variados recursos didáticos, como: livros de leitura diversos, brinquedos 
que levem a criança a construir (exercitar sua criatividade) e que sejam 
prazerosos de se brincar, instrumentos musicais para a criança explorar 
sons, brinquedos com diferentes cores, formas e tamanhos, bem como 
folhas de papel para a criança entrar em contato com mundo do registro 
e exercitar sua coordenação motora.
MOBILIÁRIOS: os móveis que são utilizados em sala de aula, como 
também em todos os ambientes na instituição de educação infantil 
precisam ser adequados ao tamanho da criança, com a finalidade de 
enfatizar a autonomia da criança em realizar as atividades mais simples 
como: levantar e sentar na cadeira sozinho, lavar as mãos na pia, pegar 
seu prato de comida, encher um copo de água e tomar sozinho, enfim, 
realizar as ações mais simples para um adulto, que para a criança ainda 
simboliza um momento de superação dos seus próprios limites.
Portanto, proporcionar um ambiente propício ao 
aprendizado da criança requer adequações espacias, mobiliária 
e de materiais didático-pedagógicos compatíveis com as 
necessidades das crianças, visando sumariamente atender 
as	 especificidades	 da	 faixa	 etária	 de	 zero	 a	 cinco	 anos.	 E,	
quando falamos da criança de zero a três anos os cuidados 
precisam ser redobrados, pois quanto menor a criança maior 
a dependência do adulto, bem como maior os cuidados com 
tudo que a cerca (materiais, mobiliário, espaço físico).
Nesta	 segunda	 seção,	 iremos	 identificar	 a	 importância	
da formação em nível superior dos professores que atuam 
na	educação	infantil,	bem	a	qualificação	em	nível	médio	dos	
demais	profissionais	que	atuam	nas	instituições	de	educação	
infantil.
2 - Formação de professores
Professores para atuar na educação infantil nas unidades 
educativas de todo o país necessitam ser bem preparados em 
sua formação inicial e continuada para garantir a oferta de um 
cuidar e educar (processo de ensino) de qualidade as crianças.
Um	dos	fatores	que	mais	influem	na	qualidade	
da	educação	é	a	qualificação	dos	profissionais	
que trabalham com as crianças. Professoras 
bem formadas, com salários dignos, que 
contam com o apoio da direção, da coordenação 
pedagógica	 e	 dos	 demais	 profissionais	
–	 trabalhando	 em	 equipe,	 refletindo	 e	
63
procurando aprimorar constantemente suas 
práticas – são fundamentais na construção de 
instituições de educação infantil de qualidade 
(Brasil, 2009. p. 54)
Diante	 do	 exposto	 podemos	 verificar	 que	 para	 atuar	
nas	 instituições	 de	 educação	 infantil	 todos	 os	 profissionais	
envolvidos com a arte de educar e cuidar são responsáveis 
pela qualidade do ensino ofertado, ou seja, os professores e os 
demais	profissionais	da	educação.
 
Disponível em: julainepedagoga.blogspot.com. Acesso em: 01 set. 2022.
O indicador de qualidade número seis (Brasil, 2009, p. 
54 ) realiza os seguintes questionamentos: “As professoras 
têm, no mínimo, a habilitação em nível médio na modalidade 
Normal?” e também “As professoras são formadas em 
Pedagogia?”.	 Sendo	 assim,	 ocorre	mais	 um	 grande	 desafio	
para	a	educação	infantil,	que	é	desmistificar	a	irrelevância	da	
presença de uma pedagoga nas salas de crianças de zero a três 
anos	idade,	bem	como	uma	qualificação	prévia	da	assistente	
de professora.
 Disponível em: arcauniversal.com. Acesso em: 01 set. 2023.
Outro ponto questionado pelo documento Indicador de 
Qualidade da Educação Infantil refere-se a formação continuada 
dos professores que atuam nas instituições de educação infantil 
(p. 55):
A instituição possui um programa de formação 
continuada que possibilita que as professoras 
planejem, avaliem, aprimorem seus registros e 
reorientem suas práticas?
A formação continuada atualiza 
conhecimentos, promovendo a leitura e 
discussão de pesquisas e estudos sobre a 
infância e sobre as práticas de educação 
infantil?
As professoras são orientadas e apoiadas na 
inclusão	de	crianças	com	deficiência?
Os momentos formativos estão incluídos 
na jornada de trabalho remunerada dos 
profissionais?
A formação continuada promove 
conhecimento e discussão sobre as diferenças 
humanas?
As professoras conhecem os livros acessíveis 
para	crianças	com	deficiência?
Nesta perspectiva, percebemos que para se trabalhar com 
a	educação	infantil	é	de	fundamental	importância	a	qualificação	
profissional	das	pessoas	envolvidas	com	o	processo.	Uma	vez	
que, promover o ensino e a aprendizagem, o cuidar e o educar, 
requer	formação	inicial	e	continuada	adequada	às	especificidades	
da criança de zero a três anos.
 
Disponível em: adjorisc.com.br. Acesso em: 01 set. 2022.
Outro ponto relevante destacado pelo indicador número 
seis (Brasil, 2009, p. 55) refere-se às condições de trabalho aos 
professores das instituições de educação infantil:
Há no mínimo uma professora para cada agrupamento 
de:
- 6 a 8 crianças até 2 anos (Saiba Mais 9)?
- 15 crianças até 3 anos?
- 20 crianças de 4 até 6 anos?
As professoras são remuneradas, no mínimo, 
de acordo com o piso salarial nacional do 
magistério (Saiba Mais 10)?
A instituição conhece e implementa 
procedimentos que visam prevenir 
problemas de saúde das professoras e demais 
profissionais?
Logo, percebemos que para desenvolver um bom 
trabalho na educação infantil torna-se necessário viabilizar 
condições favoráveis ao desenvolvimento do processo de 
ensino	e	aprendizagem,	bem	como	a	qualificação	profissional	
dos envolvidos é imprescindível para a garantia de qualidade 
do ensino ofertado.
Sendo assim, podemos destacar que:
Esse trabalho, que carrega consigo tanta 
responsabilidade, precisa ser valorizado na 
instituição e na comunidade. Na instituição 
é preciso que as condições de trabalho 
sejam compatíveis com as múltiplas tarefas 
envolvidas no cuidado e na educação 
das crianças até seis anos de idade. Na 
comunidade, é desejável que se estabeleçam 
canais de diálogo e comunicação que levem 
64Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
as famílias e demais interessados a conhecer 
e melhor entender o alcance do trabalho 
educativo que é desenvolvido com as crianças 
e o papel desempenhado pelas professoras 
e	 demais	 profissionais	 na	 instituição	 (Brasil,	
2009, p. 54).
Portanto, promover uma educação infantil de qualidade 
requer	 qualificação	 dos	 profissionais	 envolvidos,	 tanto	
professores	quanto	os	demais	profissionais,	bem	como	empenho	
em continuar estudando (formação continuada) buscando assim, 
melhorar a qualidade do processo de educar e cuidar.
Na próxima seção vamos compreender melhor como se 
dá o processo da garantia do direito à educação infantil, que 
é a primeira etapa da educação básica, assegurada na LDB 
9.394/1996.
3 - A garantia do direito à Educação 
Infantil 
A criança tem o direito a educação conforme assegurado 
pela legislação, assim como a família também é responsável pela 
efetivação desse direito.
Logo, pode-se dizer que:
A educação infantil no Brasil registrou muitos 
avanços nos últimos vinte anos. A Constituição 
Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases 
da	 Educação	 Nacional	 de	 1996	 a	 definiram	
como primeira etapa da educação básica, 
antecedendo o ensino fundamental, de caráter 
obrigatório, e o ensino médio. Essa ampliação 
do direito à educação a todas as crianças 
pequenas, desde seu nascimento, representa 
uma conquista importante para a sociedadebrasileira (Brasil, 2009, p. 13).
SABER MAIS
O termo “educação infantil”: Creche para crianças de zero a três anos e 
Pré-escola para crianças de quatro a seis anos de idade foi adotado na 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n. 9.394 de 1996 (Seção 
II Da Educação Infantil, artigo n. 30). 
Historicamente, o atendimento às crianças menores de sete anos 
possuía várias denominações, entre as quais: creche, maternal, berçário, 
jardim de infância, pré-primário e pré-escolar. A LDB n. 9.394/1996 foi 
alterada pela Lei 11.114/2005, que incluiu a criança de seis anos no 
ensino fundamental de oito anos e pela Lei n. 11.274/2006, se instituiu 
a obrigatoriedade da matrícula das crianças de seis anos de idade no 
ensino fundamental de nove anos.
Fonte: Feliz (2007)
Disponível em: francanetocafenews.blogspot.com. Acesso em: 01 set. 2022.
Sendo assim, a criança atualmente saiu do campo 
assistencial e passou para o campo educacional, já que a 
faixa etária de zero a cinco anos tem o direito, a garantia e a 
obrigatoriedade de oferta (poder público) pois está assegurado 
em lei.
E, nesta perspectiva Felix (2007) salienta:
É nas instituições de Educação Infantil que as 
crianças permanecem, muitas vezes, por uma 
jornada de 50 horas semanais. Se pensarmos a 
propósito desse tempo, podemos até dizer que 
talvez passem mais tempo na instituição de 
Educação Infantil do que com suas famílias, 
já que, por inúmeras vezes, saem dormindo 
ou dormem no caminho percorrido até suas 
residências e, no dia seguinte, retornam, 
dormindo, à instituição (Felix, 2007, p. 62).
A propósito do exposto pela autora acima, percebemos 
que a criança, quando permanece em período integral na 
instituição de educação infantil, não passa muito tempo com 
sua família, já que essa por sua vez tem seus afazeres (trabalho) 
e acaba por transferir o processo educacional para a unidade 
educativa.
Disponível em: fortenanoticia.com.br. Acesso em: 01 set. 2022.
Logo, podemos dizer que os Indicadores de Qualidade 
da Educação Infantil (2009) representaram um grande 
avanço para o setor, já que além da legislação tivemos outros 
documentos publicados visando direcionar o trabalho na 
educação infantil. E, dessa forma garantir a qualidade do 
ensino a ser ofertado para as crianças de zero a cinco anos 
de idade.
Este documento foi construído com o 
objetivo de auxiliar as equipes que atuam na 
educação infantil, juntamente com famílias 
e pessoas da comunidade, a participar de 
processos de autoavaliação da qualidade de 
creches e pré-escolas que tenham um potencial 
transformador. Pretende, assim, ser um 
instrumento que ajude os coletivos – equipes 
e comunidade – das instituições de educação 
infantil a encontrar seu próprio caminho na 
direção de práticas educativas que respeitem 
os direitos fundamentais das crianças e ajudem 
a construir uma sociedade mais democrática 
(Brasil, 2009, p. 14).
65
Ainda falando sobre a garantia de direitos das crianças, 
as instituições de educação infantil precisam cumprir algumas 
exigências	para	assegurar	o	atendimento	às	especificidades	da	
infância:
Cabe às instituições de Educação Infantil 
assegurar às crianças a manifestação de 
seus interesses, desejos e curiosidades ao 
participar das práticas educativas, valorizar 
suas produções, individuais e coletivas, 
e trabalhar pela conquista por elas da 
autonomia para a escolha de brincadeiras e 
de atividades e para a realização de cuidados 
pessoais diários. Tais instituições devem 
proporcionar às crianças oportunidades para 
ampliarem as possibilidades de aprendizado 
e de compreensão de mundo e de si próprio 
trazidas por diferentes tradições culturais e a 
construir atitudes de respeito e solidariedade, 
fortalecendo a auto-estima e os vínculos 
afetivos de todas as crianças (Brasil, 2009, p. 
08).
Neste mesmo sentido, as unidades educativas 
responsáveis pela educação infantil e por atender à alguns 
princípios políticos de acordo com as Diretrizes Curriculares 
para a Educação Infantil (2009, p. 08) :
A Educação Infantil deve trilhar o caminho 
de educar para a cidadania, analisando se 
suas práticas educativas de fato promovem a 
formação participativa e crítica das crianças e 
criam contextos que lhes permitem a expressão 
de sentimentos, idéias, questionamentos, 
comprometidos com a busca do bem estar 
coletivo e individual, com a preocupação com 
o outro e com a coletividade.
Como parte da formação para a cidadania e 
diante da concepção da Educação Infantil 
como um direito, é necessário garantir uma 
experiência bem sucedida de aprendizagem 
a todas as crianças, sem discriminação. Isso 
requer proporcionar oportunidades para o 
alcance de conhecimentos básicos que são 
considerados aquisições valiosas para elas.
O Marco Legal da Primeira Infância (2016) representa 
um grande avanço em defesa da educação infantil e do direito 
da criança pequena, como expressa o documento:
Esforços para o desenvolvimento da Primeira 
Infância devem convergir para quatro tarefas 
de uma agenda inacabada – redirecionamento 
de políticas sociais para focarem nas 
crianças mais novas, incorporação do 
Desenvolvimento da Primeira Infância em 
modelos de saúde pública, mensuração de 
resultados e vinculação desses aos programas e 
políticas, além de comunicação da importância 
do desenvolvimento de um cérebro saudável 
na idade de 0 a 6 anos (Brasil, 2016, p. 26).
Portanto, além do compromisso da legislação em 
assegurar o direito ao acesso a educação infantil, cabe também 
às instituições de educação infantil zelarem pela grande 
responsabilidade presente do setor que refere-se a oferta de 
um ensino pautado na qualidade e no compromisso com o 
processo de ensino. A garantia de direitos então, deve ser 
assegurado pelo sistema educacional e pelas políticas públicas 
aplicadas nas unidades educativas.
 
4 - Os Campos de experiência da 
Educação Infantil
A educação básica brasileira passou por mudanças 
significativas	no	que	se	refere	ao	currículo	por	meio	da	BNCC.	
A educação infantil agora possui campos de experiência.
Os campos de experiências constituem um 
arranjo curricular que acolhe as situações e as 
experiências concretas da vida cotidiana das 
crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos 
conhecimentos que fazem parte do patrimônio 
cultural (BNCC, 2018. p. 40).
Os campos de experiência fazem parte da proposta 
presente na BNCC e cada campo busca enfatizar experiências 
significativas	 para	 o	 desenvolvimento	 integral	 da	 criança.	
Segue abaixo a estrutura dos campos de maneira resumida:
CAMPO DE EXPERIÊNCIA DEFINIÇÃO 
O eu, o outro e o nós É na interação com os pares e com 
adultos que as crianças vão constituin-
do um modo próprio de agir, sentir e 
pensar e vão descobrindo que existem 
outros modos de vida, pessoas diferen-
tes, com outros pontos de vista.
Traços, sons, cores e formas Conviver com diferentes manifestações 
artísticas, culturais e científicas, locais 
e universais, no cotidiano da institui-
ção escolar, possibilita às crianças, por 
meio de experiências diversificadas, 
vivenciar diversas formas de expres-
são e linguagens, como as artes visuais 
(pintura, modelagem, colagem, fotogra-
fia etc.), a música, o teatro, a dança e o 
audiovisual, entre outras.
Escuta, fala, pensamento e 
imaginação
Desde o nascimento, as crianças parti-
cipam de situações comunicativas co-
tidianas com as pessoas com as quais 
interagem. As primeiras formas de inte-
ração do bebê são os movimentos do 
seu corpo, o olhar, a postura corporal, 
o sorriso, o choro e outros recursos vo-
cais, que ganham sentido com a inter-
pretação do outro.
66Estimulação de Bebês e o Cuidar e Educar Crianças Pequenas
Espaços, tempos, quantida-
des, relações e transforma-
ções
As crianças vivem inseridas em espaços 
e tempos de diferentes dimensões, em 
um mundo constituído de fenômenos 
naturais e socioculturais. Desde muito 
pequenas, elas procuram se situar em 
diversos espaços (rua, bairro, cidade 
etc.) e tempos (dia e noite;hoje, ontem 
e amanhã etc.). Demonstram também 
curiosidade sobre o mundo físico (seu 
próprio corpo, os fenômenos atmosfé-
ricos, os animais, as plantas, as trans-
formações da natureza, os diferentes 
tipos de materiais e as possibilidades 
de sua manipulação etc.)
Fonte: BNCC (2018, p.40-41)
 Portanto, os campos de experiências representam uma 
proposta curricular para a educação infantil que acolhe as 
situações e as experiências concretas da vida cotidiana das 
crianças.	Cabe	salientar	que,	a	definição	e	a	denominação	
dos campos de experiências também se baseiam no que 
dispõem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a 
Educação Infantil em relação aos saberes e conhecimentos 
primordiais a ser proporcionados às crianças em suas 
experiências.
RETOMANDO A CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, vimos como as políticas públicas para a 
educação infantil são efetivas em três aspectos distintos:
•	 Questões espaciais, materiais e mobiliários;
•	 A formação docente;
•	 A garantia do direito a educação;
•	 Os campos de experiência da educação infantil.
Na primeira seção, discutimos que os espaços 
disponíveis para a criança precisam atender as 
especificidades	 da	 faixa	 etária	 de	 zero	 a	 três	 anos.	 Os	
materiais didático-pedagógicos presentes nas salas de aula 
devem ser compatíveis a idade das crianças, com tamanho, 
forma e cores diferentes e o mobiliário também precisa 
estar adequado, como mesas e cadeiras, além dos sanitários, 
proporcionais ao tamanho da criança.
Já na segunda seção, descobrimos que para educar 
e cuidar crianças de zero a três anos de idade há a 
necessidade	de	um	profissional	em	nível	superior,	no	caso	
um pedagogo (a) que recebeu em sua formação inicial 
conceitos e técnicas da prática pedagógica nesta faixa etária. 
Ressaltamos também a relevância da formação continuada 
buscando a qualidade do ensino ofertado.
Na terceira seção, tratamos da garantia do direito 
a educação infantil, que é a primeira etapa da educação 
básica e todas as crianças de zero a três anos tem o acesso 
assegurado pela legislação.
E, na última seção, abordamos os campos de 
experiência que fazem parte da nova proposta curricular 
para a educação infantil presente na Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC).
Chegamos, assim, ao final dessa aula. Espera-se que 
agora tenha ficado mais claro o entendimento de 
vocês sobre as políticas públicas para a educação 
infantil. Vamos, então, recordar:
Retomando a aula
1 - Espaços, materiais e mobiliários 
Nesta primeira seção, tivemos a oportunidade de melhor 
compreender como deve estar organizado o atendimento às 
crianças na Educação Infantil.
2 - Formação de professores 
Já nesta segunda seção, podemos perceber a relevância 
de	um	profissional	qualificado,	em	nível	superior,	para	melhor	
conduzir o processo de educar e cuidar na Educação Infantil.
3 - A garantia do direito à Educação Infantil 
Nesta	 penúltima	 seção,	 verificamos	 a	 importância	 de	
conhecer as leis que regem a educação no Brasil para que a 
partir possamos garantir o direito a primeira etapa da educação 
básica em nosso país.
4 - Os campos de experiência da Educação Infantil
Nesta última seção, tivemos a oportunidade de conhecer 
os campos de experiência presentes na nossa BNCC.
KRAMER, Sonia. et al. As crianças de zero a seis anos 
nas políticas educacionais no Brasil: Educação Infantil 
e/é Fundamental. Educação & Sociedade, Campinas, n. 96. 
Especial, p. 797 – 818, out. 2006. Disponível em: www.
scielo.br
FERNANDES, Francisco das Chagas. Política de 
Ampliação do Ensino Fundamental para Nove Anos – Pela inclusão 
das crianças de seis anos de idade na educação obrigatória. 2006. 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/Ensfund/chagas_ensfundnovanos.pdf . Acesso em: 
10 nov. 2008.
Vale a pena ler
Vale a pena
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www.scielo.br
portal.mec.gov.br
www.anped.org.br
Vale a pena acessar
http://tvescola.mec.gov.br/index.php?option=com_
zoo&view=item&item_id=4414. 
Vale a pena assistir
 
Minhas anotações

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