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TÍTULO Autor – Cátia Ortiz Pereira Tutor Externo – Susane Beatris dos Santos Souza Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Curso de Bacharelado em Serviço Social (SES 0774) – Estágio III 31/10/2021 1 INTRODUÇÃO O presente relatório aborda a prática realizada no estágio supervisionado III, período em que o acadêmico vivência troca de saberes, aproximação entre teoria e prática, vivenciando também os “ditos” populares. Durante esse processo de aprendizado, consolidei vínculos junto à Comunidade Escolar (escola, família e sociedade) e a rede de proteção socioassistencial, a fim de conhecer as demandas e a complexidade da realidade social do território onde estou desenvolvendo a prática. Com a chegada da Pandemia Covid-19, sofremos uma calamidade pública, uma crise sanitária sem precedentes, e com ela o aumento da vulnerabilidade e risco social. Essa crise sanitária exigiu do Governo Federal uma resposta com ações e compromisso social, através das políticas públicas já existentes no país, sendo que no primeiro momento por não sabermos ainda como conduzir essa situação, o isolamento social foi a medida emergencial drástica na tentativa de conter a proliferação do vírus Covid-19, essa atitude provocou um impacto negativo na saúde mental da população, foi necessário criar junto aos municípios, estratégias de enfrentamento a pandemia pensando com os gestores públicos estratégias para diminuir os impactos causados pela pandemia covid-19, estamos falando de alto índice de desemprego; insuficiência alimentar; moradia, entre outras situações. Com a pandemia, muitas atividades foram suspensas e uma exigência maior da/os profissionais da saúde se acentuou, além de outras áreas ditas como serviços essenciais nesse momento, a/o Assistente Social teve um papel indispensável junto a população brasileira, Poder Público e redes de atendimento, no entanto o Ministério da Cidadania e Ministério da Saúde criaram ações de enfrentamento a pandemia, programas de transferência de renda, e desenvolveram ações possibilitando o acesso das classes menos favorecidas a esses programas, pessoas que não tinham acesso aos programas de transferência de renda do governo federal, alguns específicos para a educação e saúde, em caráter emergencial com direitos universais, respeitando o que prevê a Constituição Federal de 1988, estes direitos estão contemplados no Cap II dos Direitos Sociais. Traz o Art. 6º da Const. Federal: São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição(BRASIL, 1988). Atualmente, vivenciamos uma crise econômica e sanitária, impactando principalmente a classe social de baixa renda ou que vivem à margem da sociedade, que trabalham na informalidade, algumas na reciclagem sem vínculo empregatício, dependendo de doações ou ajuda das Ongs e sociedade civil. Com isso, presenciamos maior fortalecimento do capitalismo, momentos de incertezas, a classe mais privilegiada ficando cada vez mais rica, altos impostos, crianças e adolescentes fora da escola, a desigualdade social cada vez maior, pessoas morrendo pela falta de informações e acesso e a negativa em respeitar os protocolos para melhoria dessa situação e controle da pandemia. Estamos na busca por novas estratégias de enfrentamento das expressões da questão social nas diversas formas de manifestações desencadeadas nesse processo de adoecimento e incertezas, e foi preciso readequar os atendimentos, elencar as demandas, traçando metas, prioridades, mobilizando e articulando com as redes de proteção planos de ações sociais em benefício da população em exercício da cidadania, atuando na garantia de direitos, a educação, saúde, concessão de cesta básica, segurança principalmente pelo direito a vida com dignidade. Realizei meu estágio supervisionado na mesma Organização da Sociedade Civil (3º setor), em que a Instituição é mantenedora de uma escola Infantil conveniada a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, diante deste contexto da violação de direitos básicos, a escola tem sua responsabilidade e integra a rede de proteção social, a Educação juntamente com o setor de Serviço Social constatou a necessidade de uma articulação intersetorial, sendo a/o Assistente Social, o mediador e sua atuação envolve um conjunto de ações direcionada aos alunos e familiares no combate dos paradigmas para não cair no senso comum, ter um pensamento e posicionamento crítico é necessário no dia a dia, respeito o código de ética da profissão, apoiado no projeto ético político. Considerando o princípio fundamental do Código de Ética: Art. XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. Essas alterações são de suma importância, pois reafirmam princípios e valores do nosso Projeto Ético-Político e incorporam avanços nas discussões acerca dos direitos da população LGBT pela livre orientação e expressão sexual. Portanto, as mudanças aqui expressas são resultado de discussões no âmbito do Conjunto CFESS/CRESS, em especial na temática da ética e dos direitos humanos. Sendo assim, a prática profissional foi se fortalecendo ao longo dos anos, e as relações sociais e comunitárias com usuários e famílias que buscam pelos serviços assistenciais, dando ênfase a visita familiar para fortalecer vínculos familiares e comunitários, realizando estudo de caso, o que nos possibilitou compreender de fato as necessidades de cada sujeito, o papel do representante familiar, a historicidade da família utilizando seus instrumentos de trabalho de forma assertiva, colocando em prática os instrumentais técnico operativo. Através do projeto de intervenção tive a oportunidade de colocar alguns instrumentos em prática e garantir mesmo que minimamente condições de acesso aos usuários a fim de compreender suas necessidades básicas e sociais, articulando e garantindo o acesso aos direitos sociais diante da diversidade socioeconômica. Neste sentido, Iamamoto (1998) afirma: O desafio é re-descobrir alternativas e possibilidades para o trabalho profissional no cenário atual; traçar horizontes para a formulação de propostas que façam frente à questão social e que sejam solidárias com o modo de vida daqueles que a vivenciam, não só como vítimas, mas como sujeitos que lutam pela preservação e conquista da sua vida, da sua humanidade. Essa discussão é parte dos rumos perseguidos pelo trabalho profissional contemporâneo (IAMAMOTO, 1998, p.75). Durante o desenvolvimento da prática de estágio observei a importância de estar atenta ao contexto escolar da comunidade que estamos inseridos, a intolerância, discriminação, exclusão, e pude observar o sistema de punição e adaptação da criança ao padrão escolar, e assim foi possível ajustarmos certas condutas como profissional, respeitando nosso código de ética, respeitando e tratando as pessoas com empatia. A partir do estágio supervisionado I, realizei as observações, me aproximando da instituição, território, e aos poucos conhecendo a rotina diária do espaço, e suas particularidades. No estágio II realizei o levantamento de demandas para a elaboração do projeto de intervenção, para no estágio III aplicar esse estudo realizado, desenvolver o projeto de intervenção, com o apoio da Supervisora de Campo e da Tutora Acadêmica, apresento todo o processo que realizado, principais desafios identificados na educação infantil, os objetivos e provocações a serem suprimidos, considerando os aspectos políticos, éticos, institucional e social. O objetivo do estudo é a construção de um trabalho interdisciplinar,o principal diagnóstico é uma desestruturação no ambiente escolar e a necessidade da exploração do território e da realidade vivenciada pela comunidade, o retrato do serviço social, uma profissão que analisa questões por trás dos descumprimentos do direito do cidadão e violações desses direitos não só para as crianças e adolescentes, mas para seus pais, avós e familiares, para proteger uma família é preciso ser protegido de qualquer violência, o profissional acolhe, escuta, atua, inova, luta e se reinventa na vida cotidiana dos sujeitos e potencializa seus resultados. 2 IDENTIFICAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO O estágio foi realizado no Município de Porto Alegre/RS na seguinte instituição: Nome da Instituição/campo de estágio: Escola de Educação Infantil Cantinho da Criança O endereço da respectiva instituição: Rua Adão Araújo, nº81 Supervisor de Campo: Andrea Dutra Rieger Estagiário: Cátia Ortiz Pereira Período de Estágio: 01/03/2019 à 15/06/2020 Carga Horária realizada: 300 horas Estágio 3 APRESENTAÇÃO DO CAMPO DE ESTÁGIO A Associação de moradores do Jardim São João (AMORSJS), foi fundada em 30 de julho de 1988, mas o início se deu a partir da solidariedade de uma moradora da comunidade que se sensibilizou com os pais e/ou responsáveis que não tinham como trabalhar devido ao déficit de escola de educação infantil no bairro, sendo assim, começaram a cuidar na sua própria casa. Devido à grande procura por vagas, a Sra. Olga procurou ajuda para a fundação da escola infantil com a LBA (Legião Brasileira de Assistência). Em outubro de 1988 foi inaugurada a escola de Educação Infantil com ajuda da LBA e doações de parceiros, e em 1992 a escola teve convênio firmado com a SMED (Secretária Municipal de Educação). A partir desse convênio começou um avanço no trabalho pedagógico e ampliação do espaço, mostrando como na historicidade do Serviço Social, que passa da Ação Caritativa a um método técnico de alfabetização das crianças usuárias do serviço., segundo Paulo Freire, para o desenvolvimento de novos saberes. Em seu livro, Medo e ousadia, Freire escreve: (...) a educação dialógica parte da compreensão que os alunos têm de suas experiências diárias(...), minha insistência de começar a partir de sua descrição sobre suas experiências da vida diária baseia-se na possibilidade de se começar a partir do concreto, do senso comum, para chegar a uma compreensão rigorosa da realidade. (FREIRE, 2008a, p.131) Atualmente a Escola alfabetiza 59 crianças, disponibilizadas nas seguintes turmas: a) Berçário 1 ano a 1 ano e 11meses. b) Maternal I 2 anos a 2 anos e 11 meses. c) Maternal II 3 anos a 3 anos e 11 meses. d) Jardim A 4 anos a 4 anos e 11 meses. e) Jardim B 5 anos a 5 anos e 11 meses. A escola conta com uma equipe multidisciplinar composta por orientadora pedagógica, professoras para as respectivas turmas, cozinheiras, nutricionista, psicóloga e Assistente Social dirigente. A escolha da diretoria se dá a cada 4 anos no mês de outubro com a votação de sócios. A Associação através da rede de proteção acessa os sistemas de garantia de direitos, com vistas a mediar seu acesso pelos (as) usuários(as) realiza visitas domiciliares, proporciona cursos de garçom, auxilia no preenchimento de curriculum vitae e postura em entrevista de mercado trabalho, parcerias com a rede que tem o papel solidário a constante busca da publicação de novos editais, elaboração de projetos, mobilização de recursos a cooperação do voluntário que tem o compromisso humano com a sociedade. Diante de tantos desafios na instituição, a dirigente que também é Assistente Social, atua junto à comunidade escolar durante a Pandemia criando estratégias de mobilização; ações sociais e metodologias de atendimento, relatando as dificuldades enfrentadas pelas famílias com a perda da renda familiar; alterações de Lei tais como Auxilio emergencial, medidas de enfrentamento para conter e/ou minimizar à violência doméstica e familiar; adoção de medidas imediatas ao novo contexto, momento de conscientização da responsabilidade familiar em parceria com a escola e sua participação na educação escolar das crianças que acessam diariamente o espaço; a escola é o primeiro exercício de socialização da criança, tem o papel essencial para potencializar suas autonomias, habilidades físicas e cognitivas. O trabalho da/o Assistente Social na Educação Infantil é essencial para o fortalecimento dos vínculos, para Igualdade Social, democracia, acessibilidade aos direitos sociais, necessidades a situações problema vivenciadas pela falta de alimento básico na busca de intervenção na problemática, enfatizo a evidencia de esforços para compreender relações família e escola para aprendizagem e desenvolvimento humano. 4 ATIVIDADES DE ESTÁGIO REALIZADAS NO PERÍODO DE 01 DE MARÇO DE 2019 A 15 DE JUNHO DE 2020 Na tabela a seguir seguem as atividades realizadas em campo de estágio. ATIVIDADE OBJETIVOS QUANTIDADE Conhecimento da Instituição Conhecimento do trabalho realizado, demandas e propostas. 1 Atendimento aos usuários. Atendimento aos moradores da comunidade, orientação e direcionamento aos problemas apresentados. 4 Reunião de pais Conscientização dos pais da demanda escolar. Através da reunião mostrar a realidade da escola, incentivando a participação e prestação de contas. 3 Reunião Conselho Tutelar Escola e Conselho Tutelar órgãos de proteção à criança e ao adolescente, conscientização dos direitos e deveres da família 1 Entrevista a interação da historicidade familiar que é fundamental, para a intervenção nos conflitos dessa família 12 Ficha Socioeconômica Conhecer a realidade socioeconômica, a estrutura familiar e comunitária 35 Relatório Relações de instrumentos utilizados (compreender, descrever, intervenção a ser praticada) 03 Encaminhamento Conselho Tutelar Integração da escola cm olhar de rede de proteção as crianças , no momento em que se esgota o diálogo com os Pais (RF) ou família 06 Ação marmitex solidário Ação Social no combate a fome na comunidade 12 Brechó solidário Sentimento de solidariedade a doação de agasalhos e calçados a quem deles necessitar 05 Concessão de cestas básicas Benefício eventual as famílias em situação de vulnerabilidade temporário ou sem apoio familiar 12 Painel com acesso de Informações Escola como inclusão digital a importância do acesso aos direitos sociais 05 Atendimento ao usuário Escutar, avaliar, questionar Visita domiciliar Realidade social das famílias e comunidade 25 Percursoria na Comunidade Anseios e melhorias no esgotos a céu aberto e demandas apresentadas a subprefeitura do bairro, junto ao delegado do Orçamento Participativo 09 5 RELATO E ANÁLISE DA PRÁTICA No estágio I realizei acompanhamento e observação, com objetivo de fortalecer os vínculos familiares, a realidade social, permite a criticidade onde o olhar é essencial para mudar as ideias na prática da abordagem da comunidade. Durante o estágio II, o projeto de intervenção foi colocado em prática do agir profissional e a interlocução com os objetivos e instrumentos de trabalho da/o assistente Social, com a ferramenta utilizada com a/o usuário pude perceber que toda a atividade tem como resposta o aperfeiçoar e/ou desenvolver uma habilidade, qualidade, capacidade, nela é explorado o direito democrático, autonomia, vivências e experiências possibilitando o enfrentamento de críticas decisões e potencialidades. Havia um grande desafio a ser enfrentado na Comunidade Escolar, a participação da família e comunidade, realizei planejamentos e ações diversas conforme os objetivos a serem conquistados no fortalecimento de vínculos, a importância da educação, mediação de conflitos família e escola, enfrentamento da vulnerabilidade social /risco social, a função da rede de proteção, o acesso à informação na garantia de direitos universais e o acesso a programas de transferência de renda, bem como aos direitos sociais. A pandemia ocasionada pelo Covid 19 agregou novas mazelas e acentuou as desigualdades sociais, nesse cenário de enfrentamento capitalista, a atuação da/o Assistente Social na linha de frente e diante dos impactos sociais que foram devastadores se fez necessário conectar-se a pessoas e território como estratégia de localização, reinventar o trabalho, criar alternativas nosso trabalho deve estar em consonância com as perspectivas norteadoras e valorização da emancipação humana. Para realizar o diagnóstico socio territorial é preciso estar inserido, conhecer o território para obtermos mais articulações junto à comunidade. É aqui que a dimensão territorial ganha concretude justamente pelo seu aspecto intrinsecamente relacional, em decorrência não somente das relações sociais estabelecidas no lugar cotidiano, como também pela possibilidade de seu alcance com outras dimensões da cidade e da cidadania. Pois a partir do território vai-se além da visão micro ou do localismo reducionista, tendo em vista que as próprias condições de vida no lugar, remetem diretamente a relações entre populações e lugares, entre pedaço e outro da cidade, entre lugar e a totalidade da cidade, entre a situação do lugar e as políticas que se direcionam à manutenção ou à transformação das condições de vida. (KOGA, 2003, p. 55). 5.1 ASPECTOS RELEVANTES QUE NÃO ESTAVAM PREVISTAS NO PROJETO DE INTERVENÇÃO O projeto de intervenção sofreu alterações diante das diversas dificuldades encontradas na escola, família e comunidade, a socialização trouxe informações que oportunizaram a aproximação ao cotidiano e fortalecimento de vínculo de famílias inseridas na escola. 5.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO Os encontros e publicidade do trabalho pedagógico ofertado proporcionou a troca de saberes entre a escola e comunidade. Uma trajetória que não termina aqui, a inserção é apenas o começo, conhecer o território onde estamos inseridos e a historicidade de cada família é de suma importância, encaminhamentos conforme a necessidade ou fragilidade apresentada em uma brincadeira, expressão sentimental, integração social e participação, trabalhar uma base familiar para minimizar seus riscos que estão expostos seja no contexto sociofamiliar ou no contexto comunitário, afim de compreender suas peculiaridades e alcançar objetivo de intervenção. 6 ANÁLISE DO PROCESSO DE SUPERVISÃO No estágio I, a Assistente Social e dirigente me proporcionou o acompanhamento em todos os segmentos da Instituição, o papel e agir profissional na escola e Associação. A observação orientada proporciona a empatia e a análise crítica das informações da realidade social e a discussão da instrumentalidade a ser inserida junto ao usuário. No estágio II, a partir da observação, histórico, cultura da comunidade, localização, perfil social, econômico, instrução escolar, me foi proporcionado realizar uma pesquisa qualitativa para o projeto de intervenção a partir das expressões da questão social da Comunidade escolar. No estágio III, a Pandemia alterou a análise realizada, a atuação do serviço social sofreu alterações frente as demandas que se multiplicaram e os serviços prestados e reflexões da escola junto à comunidade, a supervisora de campo posicionou-se nessa luta social, havia uma definição urgente a se pensar, a partir das necessidades básicas das famílias enquanto acesso e direitos, entretanto o Estado se exime de suas responsabilidades básicas, tais como acesso a saúde, educação e saneamento básico, com o crescimento do capitalismo otimizamos resultados da ação do Serviço Social, nos reinventamos, refletimos condutas e rotinas de atendimento, priorizando o atendimento, o acesso à informação, escuta e nos acolhimentos nos aproximamos da realidade das famílias atendidas, apendemos a compreender as necessidades básicas e as impostas pela emergência sofrida com a crise mundial da proliferação do Vírus Covid-19, bem como suas respectivas dimensões socioeconômicas e sociopolíticas a serem analisadas na vida dos sujeitos, diante desta calamidade pública. 6.1. AUTOAVALIAÇÃO O estágio I e II me proporcionou a elaboração de relatos descritivos e analíticos bem como a execução e avaliação do Projeto de Intervenção, conforme a necessidade do acompanhamento de cada usuário e sua família no contexto da comunidade. No desenvolvimento do estágio menciono sobre a importância do comprometimento, a pontualidade, assiduidade, organização, atitude e ética frente ao usuário, equipe de trabalho e colegas para a obtenção de credibilidade na atuação profissional. O estágio III se refere as três dimensões do serviço social teórico-metodológicos, técnico-operativos e ético-político para exercer a profissão, observei e explanei a supervisora de campo que o projeto de intervenção é desafiador pois a construção de respostas das expressões da questão social enfrentadas pela comunidade escolar vai depender da historicidade familiar para o profissional criar estratégias de enfrentamento aos impactos sociais e econômicos. A educação infantil sofre constantes desafios frente aos problemas sociais, tais como a negligência, remanência de evasão escolar, maus tratos, acesso à informação (demandas), qualidade de ensino, gestão democrática, a importância da comunidade atuar junto a escola, para intervir nas vulnerabilidades e riscos sociais prevenindo a exclusão social que pode ser submetido pela sociedade, diante disso é preciso articular o serviço da rede de proteção já que a educação sempre foi renegada, para a classe popular nunca houve investimento do Estado, a inserção da Política da Educação nos traz autonomia enquanto sujeito, conforme a Lei 13.935/19, o papel da Assistente Social na Educação a ser implementada conforme a CFESS, trabalha na perspectiva de mudança de comportamento articulação de garantia proteção de direitos, a permanência do aluno na escola, uma educação emancipadora, a educação básica infantil é um segmento vulnerável não me refiro a vulnerabilidade social ou econômica,, mas a necessidade de proteção do Estado, da sociedade, família, comunidade a Escola é representante do Estado seu papel é prevenir violações de direitos, a falta de acesso à escola, a falta de alimentação, transporte, convivência ambiental sem preconceito de raça, cor ou gênero. 6.2 AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES INSTITUCIONAIS A instituição possui sede própria, onde realizei o estágio I, II e III, minha sensação é de bem-estar, relato ainda que era voluntária há 6 anos na associação, a estrutura comporta uma sala pequena onde funciona a secretaria da escola, nessa sala contém duas mesas, computador, impressora, telefone e um armário. Sendo nesse ambiente que a assistente social desenvolve seu trabalho e atende os usuários. A Instituição ainda tem um refeitório e 03 salas de aula, que atende 59 crianças de 11 meses a 5 anos, em tempo integral, intercalando com atividades no pátio. A escola recebe doações de materiais escolares, alimentos, roupas, realiza brechós, jantares, rifas e eventos em datas festivas para gerar recurso próprio pois o repasse financeiro do convênio é destinado a folha de pagamento dos funcionários. Sempre tive autonomia no estágio, a troca de saberes junto a supervisão e educadoras enriqueceu meu conhecimento, novas propostas de parcerias, e perspectiva de melhorias no relacionamento com a Comunidade Escolar. 7 CONCLUSÃO O Serviço Social inserido na escola provoca no aluno o senso crítico, o pensar com amplitude e equidade, o profissional conhece a realidade da família e do território onde está inserido, o comprometimento e contribuição com as políticaspúblicas e sociais, além da educação e a saúde. O principal objetivo é a inclusão social, formação da cidadania e emancipação dos sujeitos sociais. Diariamente enfrentamos dificuldades e com isso o aprendizado, fortalecendo as relações vivenciadas por educadores, coordenação, assistente social, usuários e seus familiares. A transformação pela educação é possível, tudo é um processo de aprendizagem e conhecimento do relacionamento das relações interpessoais e grupais. Percebi que a Pandemia aumentou os desafios das expressões da questão social na comunidade escolar, é preciso a intervenção junto a família, conhecer suas fragilidades, capacidades protetivas, família extensa, relações com a rede de proteção e núcleo familiar enquanto comunidade, conhecer sua condição econômica, acesso a programas de transferência de renda, a políticas sociais, e como o representante familiar protege ou sustenta essa família, a história da família traz muitas respostas as demandas enfrentadas, índice de desemprego, o trabalho informal, espaços sociais de convivência, preconceito de gênero raça e cor intensificam as fragilidades do suporte familiar. Para Martins, os objetivos da prática profissional do Serviço Social no setor educacional são: Contribuir para o ingresso, regresso, permanência e sucesso da criança e adolescente na escola; Favorecer a relação família-escola- comunidade ampliando o espaço de participação destas na escola, incluindo a mesma no processo educativo; Ampliar a visão social dos sujeitos envolvidos com a educação, decodificando as questões sociais; Proporcionar articulação entre educação e as demais políticas sociais e organizações do terceiro setor, estabelecendo parcerias, facilitando o acesso da comunidade escolar aos seus direitos (MARTINS, 1999, p.60). A família ainda é vista como responsável pela proteção familiar e pelo sucesso ou fracasso, já a mulher é sobrecarregada e julgada o tempo todo, especialmente em famílias empobrecidas que tem dificuldades de acesso à escola regular, infantil, falta ou nenhum acesso a habitação e a renda fixa. No entanto as famílias de baixa renda não tem sua fragilidade reconhecida, vive a beira da marginalidade social e os ciclos familiares na maioria das vezes se repetem se não forem prevenidos ou enfrentados tendem a se transformar em situação de risco social, o que vai ensejar atenção em outros níveis de proteção do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) não a prevenção que é assistência básica e que é ofertada pela Instituição de educação Infantil o serviço de proteção o Fortalecimento de vínculos familiares. Compreende a Norma Operacional Básica do SUAS, em seu Art. 1º: A política de assistência social, que tem por funções a proteção social, a vigilância socioassistencial e a defesa de direitos, organiza-se sob a forma de sistema público não contributivo, descentralizado e participativo, denominado Sistema Único de Assistência Social - SUAS. Parágrafo único. A assistência social ocupa-se de prover proteção à vida, reduzir danos, prevenir a incidência de riscos sociais, independente de contribuição prévia, e deve ser financiada com recursos previstos no orçamento da Seguridade Social. O cenário da pandemia evidenciou um aumento expressivo da vulnerabilidade social, resultantes da falta de oportunidades e capacidades de cada território e do mercado de trabalho, é preciso um novo modelo de educação, realizando um trabalho direcionado voltado também para a atenção a diversidade como direito humano, com objetivos prioritários conforme a necessidade de aprendizagem igualdade e condições de vida, evitando assim a exclusão. Destacou-se a falta de proteção social básica na calamidade pública e fez com que o governo criasse um plano de contingência e medidas de respostas ao enfrentamento do Covid- 19, o Estado do RS realizou ações interventivas sendo o provedor de estratégia na saúde com leito, testes, luvas, álcool gel, máscaras e luvas, campanha Pátria vacinada (compromisso com a vida), motivou campanhas solidárias de alimentos ( concessão de cesta básica/CRAS), auxílio emergencial (transferência de renda ao cidadão que tivesse elegibilidade) eficiente inclusive na superação da família, no enfrentamento do Coronavírus no Brasil. A inserção da Política da Educação, assegurada em Lei 13,935/19, por meio de equipes multidisciplinares de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica, consolidam por meio do trabalho alinhado um projeto ético político e mediações das relações sociais e institucionais. 7.1 PRINCIPAIS DESAFIOS Os desafios são sempre existentes quando há algo novo a se propor. Estarei relatando alguns dos desafios encontrados durante os estágios I, II e III: a) Acadêmico: O olhar e a escuta foram primordiais para o reconhecimento das demandas a realidade cotidiana, visto que o território traz essa compreensão da cultura, mostra a perspectiva de vida, as atitudes e comportamentos a partir da condição de vida do sujeito e devemos elaborar e implantar o projeto de intervenção. b) Instituição campo de estágio: A instituição colaborou satisfatoriamente com a correlação da teoria com a prática, para obter a participação das famílias, para o fortalecimento de vínculos é preciso conhecer a historicidade familiar. c) Serviço Social: Ao serviço social cabe sempre ser desfiado para elaborar intervenções para mudar uma realidade. O profissional proporciona o exercício da cidadania e acesso aos direitos. 7.2 PROPOSTAS DE CONTINUIDADE DO ESTÁGIO A partir da criação do engajamento escolar e rede de proteção proporcionar estratégias de enfrentamento as vulnerabilidades , condições de vida social, econômica e habitação realizar oficinas , visitas domiciliares, dos grupos com as famílias, acompanhamento unifamiliar, familiar e comunitária , investigar e conhecer a realidade em que estão inseridos proporcionar perspectivas de melhorias e inserção de políticas públicas enquanto direito, tendo como objeto de intervenção as expressões da questão social. 8 PARECER DA SUPERVISORA A estagiária teve grande importância para a instituição pois somou aos nossos esforços de oferecer um lugar seguro e de aprendizagem para as crianças, bem como atendimento social e de fortalecimento às famílias atendidas. Trouxe contribuições importantes para a Instituição no sentido de observação da realidade e de orientação na busca dos Direitos Sociais. Tem uma boa relação com todos e parece tão integrada a nossa equipe profissional que será difícil o momento de término do estágio. Estamos felizes com seu sucesso profissional e estamos certos de que será uma profissional bem qualificada e terá muito a beneficiar qualquer instituição na qual atuar. 8.1. AVALIAÇÃO DESCRITIVA DA PRÁTICA DE ESTÁGIO A estagiária de Serviço Social buscou ao longo do estágio observar a realidade institucional e correlacionar com a teoria acadêmica obtida. Foi possível notar isso através de questionamentos e também de observações importantes trazidas por ela para nós enquanto profissionais e especialmente para a Direção da Escola. Foi importante sua construção desse saber profissional que permite ao estagiário perceber os limites, desafios e também possibilidades reais de intervir diante das demandas sociais e criar estratégias de enfrentamento adequado. A estagiária está de parabéns por seu interesse, perspicácia e comprometimento com o trabalho realizado na Instituição aliando teoria e prática. 8.1.1 Capacidade de o acadêmico relacionar teoria/prática no cotidiano interventivo do estágio. Foi importante sua construção desse saber profissional que permite ao estagiário perceber os limites, desafios e também possibilidades reais de intervir diante das demandas sociais e criar estratégias de enfrentamento adequado. A estagiária está de parabénspor seu interesse, perspicácia e comprometimento com o trabalho realizado na Instituição aliando teoria e prática. 8.1.2 Habilidade do acadêmico em aplicar instrumentos e técnicas do Serviço Social. Considerando a capacidade da utilização das técnicas e instrumentos operacionais do Serviço Social na prática interventiva podemos dizer que a estagiária teve total capacidade e habilidade para desenvolver seu trabalho. Tanto diante das entrevistas de ajuda com as famílias atendidas, tendo grande empatia e respeito a comunidade, como nos momentos em que desenvolvemos as atividades em prol do acesso aos direitos sociais. Durante o período de estágio foi notável o interesse da estagiária pela realidade institucional, sempre procurando participar ativamente das atividades e auxiliar. Tem respeito e empatia tanto para com a comunidade atendida, como com os demais colegas de trabalho, estando sempre atenta ao que se desenvolve como as demandas surgidas. Demonstra empatia, solidariedade e capacidade de se relacionar bem com todos, contribuindo para que o trabalho se desenvolvesse de maneira harmônica e tranquila. Conquistou a simpatia dos pais, equipe profissional e das crianças. 8.1.3 Atitude profissional do acadêmico: Relação com o supervisor, usuário e equipe, iniciativa, responsabilidade, interesse, compromisso, postura ética, contribuição e criticidade. Durante o período de estágio foi notável o interesse da estagiária pela realidade Institucional, sempre procurando participar ativamente das atividades e auxiliar. Tem respeito e empatia tanto para a Comunidade escolar atendida como com os demais colegas de trabalho, estando sempre atenta ao que se desenvolve como as demandas surgidas. Demonstra empatia, solidariedade e generosidade com o público atendido, buscando informações a respeito dos moradores e território, quando me refiro desta forma, declaro que a mesma tem o hábito de ir a campo para sanar dúvidas e ver a realidade social e ouvir a comunidade. 8.1.4 Compromisso do acadêmico com a supervisão (pontualidade, assiduidade, interesse etc.). A estagiária é pontual e comprometida na sua atuação profissional, é extrovertida e consegue obter afinidade com os sujeitos, em curto prazo criava vínculos, nas mais diversas particularidades de cada família; com relação a assiduidade da mesma, relato que é além das horas acadêmicas exigidas no estágio, pois sempre que foi necessária sua presença numa visita, atendimento emergencial ou alguma ação realizada foi incansável sua atuação. Percebi a evolução da mesma ao longo do estágio, pois teve interesse em buscar conhecimento através da pesquisa, me relatava e questionava a respeito de demandas apresentadas elencando o atendimento a práxis, criticidade e instrumento de intervenção a ser utilizado, priorizando sempre a escuta e não era só do sujeito, procurava saber mais a respeito da família, do responsável, os conflitos e os ciclos de vida, sempre enfatizava a respeito disso. 8.1.5 Documentação (Relatórios, diário de campo etc.): Entrega nos prazos estabelecidos, qualidade do conteúdo, clareza na redação, atendimento às exigências estabelecidas. Entrega sempre os relatórios nas datas estabelecidas, tem boa redação e clareza em suas atividades e propostas de trabalho. Seus relatórios são claros, bem como nos estudos sociais, sendo detalhista em todas suas observações, com as quais podemos definir estratégias de ação eficazes, pois a observação prática é um retrato fiel da realidade observada pela estagiária. Assinatura do(a) Supervisor(a): (Andrea Dutra Rieger) Acadêmico – Cátia Ortiz Pereira. REFERÊNCIAS BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 07 nov. 2021. BRASIL. Código de ética do assistente social. Brasília: Conselho Federal de Serviço Social, 2012. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf. Acesso em: 07 nov. 2021. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional Básica da Assistência Social – NOB/SUAS. Brasília, 2005. FREIRE, Paulo. Medo e ousadia. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2008. IAMAMOTO, Marilda Vilela. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1998. KOGA,Dirce; NAKANO,Kazuo. Perspectivas territoriais e regionais para políticas públicas brasileiras. Revista Serviço Social e Sociedade, São Paulo,SP, ano 2006,n.85, março. 2006. MARTINS, Eliana Bolorino Canteiro. O Serviço Social na área da Educação. In: Revista Serviço Social & Realidade. V 8 Nº 1. UNESP, Franca: São Paulo, 1999.
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