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Darah Azini 2021 Patologia Médica Patologias do Estômago ✻ Órgão intra-abdominal localizado abaixo da cú- pula diafragmática. ✻ Tem íntima relação em sua parte superior com o terço inferior do esôfago e sua parte inferior tem intima relação com a primeira porção duodenal. ✻ A grande curvatura do estômago é aderida ao omento maior. A pequena curvatura tem uma re- lação próxima com a cabeça do pâncreas. A duas curvaturas tem muitos linfonodos que fazem a dre- nagem dessa região. ✻ Regiões anatômicas: • O corpo gástrico é capaz de secretar muco, pep- sinogênio e HCL que promovem uma caracterís- tica ao estômago que o difere de outros órgãos: pH extremamente ácido. • O antro, além de produzir muco e pepsinogênio, produz também a gastrina, um dos principais hor- mônios gastrointestinais. ✻ Camadas do estômago: • Células Parietais (eosinofílica, maior) – HCl e Fator intrínseco. • Células Principais (basofílica, menor) – Enzimas gástricas ✻ Gastrites: • Crônica ∘ Helicobacter pylori ✻ Pólipos ✻ Neoplasias ✻ A gastrite é um processo inflamatório do mu- cosa gástrica. Pode ser dividida em aguda (transitó- rios) e crônica, dependendo do agente causal. ✻ O que causa a gastrite é a falta de equilíbrio entre o que te protege e o que te faz mal. O es- tomago é um meio ácido e para nos proteger dessa acidez a mucosa gástrica secreta muco que é rico em bicarbonato. Além disso, a mucosa Darah Azini 2021 Patologia Médica gástrica tem um fluxo sanguíneo continuo que ajuda a oferecer oxigênio e nutriente além de re- tirar o excesso de acidez. O fluxo é possibilitado pela produção de prostaglandinas no estômago que ajudam no processo de vascularização da mu- cosa gástrica. Esse são os fatores protetores da mucosa gástrica. ✻ É uma bactéria que causa o desbalanço dos fa- tores protetores e consegue sobreviver ao ambi- ente estomacal. ✻ Descrita desde o século XIX, porém, apenas na década de 80 a comunidade científica aceitou a im- portância do H.pylori na patogenia da doença gás- trica. ✻ 1994 – National Institutes of Health (EUA) reco- nhece como causador da Úlcera gástrica e propõe tratamento com antibiótico. ✻ Estrutura do H. pylori • Geneticamente instável • Cada indivíduo carrega uma cepa diferente. • Fatores de virulência diferentes • Alguns tipos de H. pylori tem o gene cagA – mai- oria dos pacientes. È um gene relacionado a antí- genos citocinas, esse é um tipo de h pylori que carrega essa informação genética capaz de liberar muitas citocinas que geram grandes processos in- flamatórios gástricos. Esse é o tipo de H. pylori que causa as piores gastrites e aumenta a chance de câncer. • O gene vac A causa uma vacuolização na célula e é uma mutação que faz com que o H. pylori consiga sobreviver na mucosa gástrica, pois essa mutação ajuda a bactéria a mudar o pH de onde ela estiver. • Seu formato espiralado ajuda a sua movimenta- ção no estomago. • Para permanecer em um ponto para causar a inflamação, ela tem um tipo de proteína em seu envoltório, as adesinas, que ajudam a bactéria a se fixa na mucosa gástrica. • O H. pylori costuma ficar no topo da mucosa gás- trica, pois lá ele consegue secretar a enzima uré- ase, transforma a ureia do componente gástrico e quebra a ureia em amônia. A amônia gera uma neutralização do pH ácido. O Aumento desse pH gera um ambiente mais favorável para o H. pylori ficar. ✻ Endemia mundial. ✻ Prevalência em torno de 50-60%. • Países desenvolvidos: 30% a 60%. • Países em desenvolvimento: 70% a 90%. ✻ Modo de transmissão: pessoa-pessoa • Voas fecal-oral. • Oral-oral. ✻ Condições sanitárias e habitação. Darah Azini 2021 Patologia Médica ✻ O H. pylori gera o processo inflamatório, que não é muito rápido. Tem um pouco de neutrófilo na fase mais agudizada. Depois gera a gastrite crônica com um componente linfocitário muito grande ✻ Além disso, pode ter períodos de agudização em uma gastrite crônica. É um processo de infla- mação contínuo que pode gerar modificações no ambiente, podendo gerar processos de metaplasia e displasia. ✻ Endoscopia e biópsia • Histologia • Permite avaliação da mucosa • Sensibilidade: 90-95% • Especificidade: 95-98% • Observador dependente ✻ Nódulos que se projetam acima do nível da mu- cosa. ✻ Podem se desenvolver como resultado de uma hiperplasia epitelial, estromal, inflamação, ectopia ou neoplasia. ⁂ Pólipo hiperplásico • 75% de todos os pólipos. • Formação sobre-elevada da mucosa reativo a um processo de gastrite. ⁂ Pólipos de Glândula Fúndicas • 15% de todos os pólipos ✻ Adenocarcinoma (95% dos tumores), linfoma (3% dos casos) e sarcoma. ✻ Homens, por volta dos 70 anos. Darah Azini 2021 Patologia Médica ✻ No Brasil, esses tumores aparecem em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto, en- tre as mulheres. ✻ Epidemiologia • Fatores genéticos. • Fatores alimentares (consumo excessivo de sal). • Infecciosos: H. pylori em linfoma MALT e adeno- carcinoma. • Atrofia gástrica. ✻ Localização: • Piloro e antro (60%). • Cárdia (25%). • Corpo e fundo (15%) • Curvatura menor (40%). • Curvatura maior (12%). • A localização mais comum do câncer gástrico é na mucosa de transição do corpo com o antro na pequena curvatura (incisura angular). ✻ Sequência de alterações: Processo inflamatório ⇢ dano epitelial ⇢ atrofia ⇢ metaplasia ⇢ displasia (mutação) ⇢ carcinoma. ✻ Classificação microscópica (Lauren 1965) 1- Tipo intestinal • Mais comum • 55 anos, homem 2:1 mulher • Bem diferenciado com formação de túbulos. • Volumosos, ulcerados. • Desenvolvem a partir de lesões precursoras. • Região de alta incidência. • Disseminação hematogênica 2- Tipo difuso (anel de sinete) • 48 anos. • H=M. • Crescimento infiltrativo. • Pouco diferenciado. • Limite plástica: infiltração difusa do órgão. • Disseminação linfática e transmural. • Célula em anel de sinete. ✻ Classificação Macroscópica de Borrmann Tipo 1: lesão circunscrita, elevada ou polipoide. Tipo 2: lesão ulcerada de margens elevadas. Tipo 3: lesão infiltrativa, irregular, in- termediária entre o tipo 1 e 2 (mais comum). Tipo 4: lesão difusamente infiltrativa. ✻ Manifestações clínicas Darah Azini 2021 Patologia Médica ✻ Manifestações clínicas: metástases ✻Varia de acordo com o estadiamento da doença. ✻O câncer precoce (limitado às camadas mucosa e submucosa) pode ser tratado com ressecção en- doscópica ou gastrectomia com linfadenectomia. ✻As lesões avançadas são tratadas com gastrec- tomia associada a tratamento (neo)adjuvante, con- templando quimioterapia e, eventualmente, radiote- rapia.
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