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P5F2- TRAUMA TORÁCICO

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1 Thayná Campos Duarte 
 [ Problema 5 – Fechamento 2 ] 
TRAUMA TORÁCICO 
Os principais sintomas relacionados a esse tipo de 
Trauma são: hipóxia, hipercapnia e acidose. 
O atendimento inicial consiste em avaliação primária, 
estabilização dos sinais vitais, visando principalmente 
a correção da hipoxemia, avaliação secundária 
minuciosa e tratamento definitivo. 
VIA AÉREA 
 Obstrução de VA: frequentemente causada por 
edema, sangramento ou broncoaspiração. 
Devemos inspecionar a cavidade oral, faringe e 
tórax (ver se há esforço respiratório); palpar o 
pescoço e o tórax; e auscultar em busca de 
crepitações ou estertores. Se houver obstrução, 
remover o conteúdo. 
 Lesão Traqueobronquial: raras e potencialmente 
fatais. Nos que conseguem se manter com vida, 
podemos ver os seguintes sintomas: hemoptise, 
enfisema subcutâneo, pneumotórax hipertensivo 
e cianose. Em caso de suspeita dessa lesão, 
acionar imediatamente um cirurgião e promover 
uma via aérea definitiva no paciente. 
O tórax e pescoço do doente devem ser expostos 
para que se possa avaliar a ventilação e vasos do 
pescoço. 
Pode ser decorrente tanto do trauma torácico 
fechado quanto aberto. É caracterizado pela 
instabilidade hemodinâmica e desvio acentuado do 
mediastino. 
- A lesão que ocasionou a entrada de ar entre as 
pleuras funciona como uma válvula de direção 
única, permitindo a entrada de ar e impedindo a sua 
saída. 
 
->O que provoca? 
-Colapso do pulmão ipsilateral ao pneumotórax 
-Desvio do mediastino com compressão do pulmão 
contralateral provocando insuficiência respiratória 
-O desvio do mediastino também leva à angulação 
dos vasos da base, o que dificulta o retorno venoso 
e provoca turgência jugular. 
-Com a diminuição do retorno venoso tem a 
diminuição do débito cardíaco que causa hipotensão 
e choque. 
->Manifestações clínicas: 
-Dispneia, dor torácica 
-Diminuição da expansibilidade do hemitórax 
-Desvio contralateral da traqueia 
-Timpanismo à percussão 
-Diminuição do murmúrio vesicular 
-Turgência jugular 
-Hipotensão ou enfisema subcutâneo. 
->Diagnóstico clínico. Pode-se utilizar US FAST 
->Conduta: Toracocentese (punção de alívio 
pneumotórax), transformando o pneumotórax 
hipertensivo em simples. Realizado no 4º ou no 5º 
espaço intercostal, entre a linha axilar média e 
anterior. O tratamento definitivo é a drenagem 
intercostal, toracostomia em selo d’água com 
introdução de dreno tubular no 4º ou no 5º espaço 
intercostal. 
PNEUMOTÓRAX ABERTO 
Ocorre uma continuidade entre o ar atmosférico e a 
cavidade pleural, com a tendência a equilíbrio entre 
as pressões (intratorácica e atimosférica). 
-Caso a ferida possua diâmetro igual ou superior a 
2/3 do diâmetro da traqueia, o ar seguirá 
 
2 Thayná Campos Duarte 
preferencialmente pela abertura torácica durante a 
inspiração. Assim a ventilação efetiva é prejudicada, 
o que levará à insuficiência respiratória. 
->Manifestações clínicas: dor, dispneia, taquipneia e 
movimento ruidosos do ar através da parede 
torácica do lado afetado. 
->Diagnóstico: Normalmente é diagnosticado pela 
equipe do atendimento pré-hospitalar. 
->Conduta: oclusão da ferida com curativo 
quadrangular fixado em 3 pontos. Esta medida 
permite a saída de ar da cavidade pleural com a 
expiração e impede a entrada de ar com a 
inspiração. Em ambiente hospitalar, a drenagem 
intercostal em selo dágua é realizada, seguida do 
fechamento cirúrgico da ferida. 
HEMOTÓRAX MACIÇO 
Acúmulo rápido de mais de 1.500 ml na cavidade 
torácica. 
>Diagnóstico: choque, murmúrio vesicular ausente e 
macicez à percussão do hemitórax. Jugular colabada 
devido a hipovolemia. 
>Conduta: Infusão de cristaloides e sangue. 
Toracostomia com colocação de dreno. Indicação de 
toracotomia. 
TAMPONAMENTO CARDÍACO 
Pode ocorrer por lesões penetrantes ou fechadas. 
O sangue na cavidade pericárdica exerce efeito 
compressivo sobre as câmaras do coração 
ocasionando restrição do enchimento diastólico. 
Com isso, observamos turgência (estase) jugular 
bilateral e congestão pulmonar, esta última devido à 
restrição ao enchimento de câmaras esquerdas, com 
elevação da pressão capilar pulmonar. 
-A redução do enchimento diastólico acarreta uma 
redução do volume diastólico final, queda do débito 
cardíaco, hipotensão e choque. 
->Manifestações clínicas: Tríade de Beck: Turgência 
jugular, abafamento de bulhas e hipotensão. 
Cianose, congestão pulmonar e pulso paradoxal. 
*Sinal de Kussmaul: dilatação mais acentuada das 
jugulares durante a inspiração. 
->Diagnóstico: US FAST. Pode-se utilizar de 
ecocardiografia. 
->Tratamento: Toracotomia ou esternotomia. 
Reposição volêmica para para aumentar a pressão 
venosa e DC enquanto o paciente aguarda a 
cirurgia. Se não houver cirurgião disponível, realizar 
pericardiocentese subxifoidiana guiado por USG e 
indicar abordagem cirúrgica o quanto antes. 
PARADA CIRCULATÓRIA TRAUMÁTICA 
Inconsciência + ausência de pulso. No ECG costuma 
se apresentar como AESP, FV e assistolia. 
As causas de parada no trauma incluem hipóxia 
grave, pneumotórax hipertensivo, hipovolemia 
profunda, tamponamento cardíaco e contusão 
miocárdica. Devemos iniciar imediatamente o 
protocolo do ACLS (RCP imediata + ABCD). 
-Iniciar RCP, garantir via aérea com IOT. Ventilação 
adequada. Para descomprimir um possível 
pneumotórax hipertensivo, realizar toracostomias ou 
drenagem torácica bilateral. Reposição volêmica. 
Administrar epinefrina e avaliar ritmo. 
RCP bem sucedido, seguir atendimento normal. 
Caso contrário, realizar descompressão torácica 
bilateral. Se resolver, realizar drenagem torácica e 
seguir o atendimento normal. 
Se não resolver, seguir com abordagem cirúrgica 
(toracotomia AL ou pericardiotomia) para 
determinar se a causa da parada foi uma lesão 
cardíaca ou uma hipovolemia severa. 
-Se lesão cardíaca: reparar o coração. Se continuar 
em PCR, realizar massagem cardíaca interna e/ou 
aplicar choque elétrico internamente. Se mesmo 
assim o paciente não voltar em até 30min de 
ressuscitação, devemos considerá-lo morto. 
 
3 Thayná Campos Duarte 
-Se for hipovolemia severa: clampeamento dos 
vasos envolvidos + reposição pelo acesso venoso. Se 
paciente continuar em parada: massagem interna 
e/ou choque elétrico internamente. Se ele não voltar 
em até 30min, deve ser considerado morto. 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
Monitorar o paciente com oximetria, gasometria e 
ECG. Realizar exame físico completo. Podemos 
lançar mão do RX de tórax, USG fast e TC. As 
principais condições que devemos nos atentar são: 
(ferimentos com potencial risco à vida) 
1.Pneumotórax Simples 
2. Hemotórax 
3. Tórax Instável 
4. Contusão Pulmonar 
5. Contusão Cardíaca 
6. Ruptura Aórtica 
7. Ruptura Diafragmática 
8. Ruptura Esofágica por Trauma Contuso 
Ocorre pela entrada de ar no espaço entre a pleura 
visceral e parietal. 
Não apresenta desvio do mediastino. Pode ocorrer 
devido a um trauma penetrante ou fechado. 
-MC: Diminuição dos murmúrios vesiculares e 
hipertimpanimso à percussão. 
-Diagnóstico: Rx 
-Pequeno: perda do parênquima é inferior a 1/3 do 
volume do pulmão. 
-Grande: colapso de todo ou quase todo pulmão, 
sem desvio do mediastino ou hipotensão. 
-No pequeno pode-se manter em observação por 
24 horas, em caso de progressão realizar a 
drenagem intercostal sob selo d’água. 
-Grande: drenagem intercostal sob selo d’água é 
realizada sempre. 
A drenagem intercostal (toracostomia) sob selo 
dágua é realizada no 5º espaço intercostal, entre as 
linhas axilares média e anterior. Critérios para a 
retirada do dreno incluem um pulmão totalmente 
expandido e o não borbulhamento pelo frasco de 
drenagem por 48 a 72 horas. 
HEMOTÓRAX 
-Sangramento na cavidade pleural menor que 
1500ml. 
-Normalmente é uma lesão com sangramento 
autolimitado não necessitando de cirurgia. 
-Conduta: drenagem torácicaem selo d’agua. 
** Nas vítimas de trauma, todo derrame pleural deve 
ser encarado, até segunda ordem, como sendo um 
hemotórax. 
TÓRAX INSTÁVEL 
Ocorre quando um segmento da parede torácica 
perde continuidade com o restante da caixa torácica; 
esta condição é ocasionada mais frequentemente 
por fraturas de dois ou mais arcos costais 
consecutivos, sendo que cada arco costal esteja 
fraturado em pelo menos dois pontos. 
A consequência imediata é: Respiração paradoxal. A 
região torácica “encolhe” durante a inspiração e 
sobre um abaulamento durante a expiração. Causa 
dor intensa e hipoventilação alveolar. 
Tratamento: analgesia com opióides. A melhora da 
dor permite uma maior expansibilidade torácica, o 
que leva a alinhamento da fratura e evita acúmulo 
de secreções. 
Em pacientes instáveis: IOT 
CONTUSÃO PULMONAR 
Já a contusão pulmonar é como se fosse um 
hematoma dentro do pulmão (sangue e outros 
fluidos se acumulam no pulmão após um trauma 
contuso, gerando hipóxia). Para identificar tais 
condições devemos buscar hipóxia, esforço 
respiratório e realizar RXT. 
O tratamento inclui administrar O2 umidificado, 
adequar a ventilação, iniciar reposição volêmica e 
analgesia adequada. 
CONTUSÃO CARDÍACA 
 
4 Thayná Campos Duarte 
Normalmente se relacionam a acidentes de carro, 
atropelamento, acidente de moto ou queda de mais 
de 6m. As principais repercussões são: contusão do 
mm. cardíaco, ruptura cardíaca, dissecção de artéria 
coronária e lesão valvar. O diagnóstico é confirmado 
pelo ECG com disritmia e alterações da 
contratilidade vistas ao ecocardiograma. 
Deve-se suspeitar dessa lesão em traumas torácicos 
intensos, com fratura de esterno e arcos costais 
superiores. 
-Devido a posição anterior e a proximidade com o 
esterno o VD é o mais acometido 
-Manifestações clínicas: Hipotensão (acompanhada 
do aumento da Pressão Venosa Central); alterações 
de motilidade da parede miocárdica (eco); alteração 
eletrocardiográficas. 
-Conduta: Medicação antiarrítmica e medidas para 
melhorar a função ventricular direita em casos de 
falência desta câmara (drogas inotrópicas, infusão de 
volume. 
RUPTURA AÓRTICA 
Normalmente causada por acidente automobilístico. 
Se for completa, leva à morte imediata; se for 
incompleta ou o sangramento vazar apenas dentro 
do mediastino (forma um hematoma que o contém), 
podemos tratar cirurgicamente com a sutura da 
lesão ou colocação de enxerto. A ruptura de aorta 
não apresenta sinais específicos, devemos pensar 
nela se houver história de desaceleração. O 
diagnóstico é confirmado com base em exames de 
imagem (RX e TC). 
 
-Conduta inicial para pacientes estáveis: Controle da 
FC e PA. Betabloqueador. Contraindicado se 
hipotensão; 
-Depois: Cirurgia endovascular 
RUPTURA DIAFRAGMÁTICA 
Mais facilmente identificada quando ocorre do lado 
esquerdo. O principal achado é a elevação da 
cúpula no RXT ou TC. Se nenhum desses exames 
identificarem a ruptura, podemos usar a radiografia 
contrastada. O tratamento consiste no reparo direto 
do tecido muscular. 
Caso se suspeite de uma ruptura diafragmática do 
lado esquerdo, é indicado realizar uma sondagem 
gástrica e checar se o tubo aparece no tórax. Se 
aparecer, há ruptura e não é necessário expor o 
paciente ao contraste.

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