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TRAUMA TORÁCICO · Primeira causa de óbito em politraumatizados 25% desses pacientes vão morrer no próprio local do acidente porque o tórax envolve órgãos vitais responsáveis pela oxigenação, ventilação e oferta de O2. · Os outro 75% são os pacientes que recebem socorro · Em 80% dos casos a resolução será simplesmente pela toracostomia e 15 a 20% irão para a cirurgia importante saber fazer esse procedimento médico simples do dreno de tórax - Introdução · Pacientes · Instáveis = lesões graves em órgãos vitais e morte iminente · Estáveis = resolve com a drenagem torácica · Traumas · Fechado = trauma contuso · Penetrantes = na maioria das vezes será por arma de fogo ou arma branca - Avaliação inicial · O atendimento precisa ser priorizado para lesões ameaçadoras à vida, que têm que ser identificadas no exame primário · Obstrução de vias aéreas · Pneumotórax hipertensivo · Pneumotórax aberto · Contusão pulmonar com tórax instável · Hemotórax maciço · Tamponamento cardíaco · Lesões potencialmente ameaçadoras à vida que podem ser reconhecidas no exame secundário porque não são iminentemente ameaçadoras · Pneumotórax simples · Hemotórax · Contusão pulmonar · Lesão traqueobrônquica · Trauma cardíaco fechado · Rotura de aorta · Lesão diafragmática traumática · Ferimento transfixante de mediastino · Ferimento de esôfago · Coleta de história completa e proceder com o exame físico · SAMPLA = · Sintomas · Alergias · Medicações · Passado médico · Líquidos e última refeição · Ambiente do trauma · Observar · Simetria de tórax no movimento respiratório e lesões (algum afundamento – pneumotórax hipertensivo ou abdome instável) · Cianose (choque hemorrágico, via aérea obstruída) · Frequência respiratória e dificuldade respiratória · Alteração do nível de consciência (pode ser que o paciente esteja em choque hipovolêmico) · Palidez cutânea e sudorese (choque hipovolêmico) · Vias jugulares distendidas (estase jugular faz pensar em tamponamento cardíaco) · Inspeção · Amplitude de movimentos torácicos · Presença de movimentos paradoxais · Simetria de expansibilidade · Palpação · Pesquisa de pontos dolorosos · Creptações (pensar em enfisema subcutâneo) · Seguimentos instáveis da parede tórax · Percussão · Som abafado (pensar em pneumotórax hipertensivo) · Ausculta · Diminuição do murmúrio (hemotórax) · Sons respiratórios anormais (estertores – contusão pulmonar) · Sons cardíacos abafados (pensar em tamponamento cardíaco) - Lesões superficiais · Escoriações ou lesões de pele, subcutâneo e parte da musculatura que não atingem a fáscia endotorácica · Evita a exploração digital porque envolve órgãos vitais e com esse procedimento pode ocorrer a retirada do tamponamento que possa estar ocorrendo no paciente - Fraturas de costelas · Lesões mais comuns em pacientes com trauma torácico · Atingem geralmente do 4 aos 9 arcos costais (1 e 2 arcos costais são traumas de grande impacto e eles atingem outras coisas importantes como o arco da aorta) · Comprometem a ventilação, porque o movimento respiratório fica doloroso · Pode ser isolada – uma costela – e escalonada – fratura de mais de uma costela sequencialmente · Tórax instável · Fratura escalonada com no mínimo duas costelas sequenciais sendo acometidas com pelo menos dois pontos de fratura em cada · No movimento respiratório na inspiração os fragmentos ósseos provocam um afundamento e na expiração essa região faz expansão = respiração paradoxal · O maior risco é a contusão pulmonar associada porque os fragmentos ósseos soltos vão lesar, na maioria das vezes o pulmão · Tratamento costuma ser conservador, sem cirurgia até mesmo no tórax instável · Analgesia potente endovenosa e bloqueio intercostal com bupivacaína de 12 em 12 horas – porque com dor o paciente não ventila · Normalmente em pacientes com tórax instável submete uma via aérea definitiva até a melhora do quadro álgico · Tórax instável · Rápida deterioração respiratória alívio da dor, suporte ventilatório, monitorização cuidadosa · Via aérea definitiva – sinais de fadiga respiratória · FR > 30 ipm · PaO2 < 65 mmHg · FC > 120 bpm - Fratura de esterno · Traumas de grande energia cinética ou quedas de grandes alturas · Local mais acometido é o ângulo de Louis – transição entre o manúbrio e o corpo do esterno · Pode ser isolada ou associada com fratura de costela · Tratamento · Quando se tem um desvio intenso pode ser tratada com fixação cirúrgica - Pneumotórax · Aberto · Secundário a lesões penetrantes · Perda de pressão negativa intratorácica (iguala com a pressão atmosférica) e colaba o pulmão resultando em prejuízo da ventilação · Tratamento: · Temporário = curativo de 3 pontas (gaze ou material que sirva como um tampão, fecha 3 lados com o esparadrapo e um lado aberto para funcionar como uma válvula para que o ar atmosférico não entre pelo ferimento na hora de inspiração do paciente e na expiração ocorre a saída do ar de dentro) serve para melhorar expansibilidade e ventilação até esse paciente ser transferido para uma unidade · Definitivo = drenagem com selo d´água, dreno por outra incisão e o ferimento aberto fazer a rafia · Simples · Não tem perda de continuidade de parede e ocupa menos que 2/3 do volume torácico · Ocorre redução do MV e hipertimpanismo · Comum após passagem de acesso central, enfisema, tuberculose, lesão pulmonar em bronquíolos · Tratamento · Se ocupar menos de 20% do volume do hemitórax na maioria das vezes faz somente o tratamento conservador (oferta oxigênio e observa) · Se maior que 20%, faz a drenagem torácica como tratamento definitivo · Atenção para o transporte do paciente fazer drenagem nesse paciente para qualquer tipo de transporte mesmo se for um pneumotórax pequeno · Hipertensivo · Consequência do pneumotórax simples pulmão colabou totalmente a ponto de fazer um desvio de mediastino · Escape progressivo do ar no espaço pleural que provoca o aumento da pressão torácica cada vez mais até desviar as estruturas · Diagnóstico clínico = ausência de MV, hipertimpanismo, FTV aumentado geralmente no hemitórax afetado, turgência jugular, geralmente associado com HAS, desvio de traqueia e sofrimento respiratório · Tratamento · Imediato – tirar o paciente do risco iminente de morte = puncionar para a saída do ar e descompressão gelco ou abocate de grosso calibre e punciona em 90° o segundo espaço intercostal · Definitivo = drenagem torácica com selo d´água - Hemotórax · Acúmulo de sangue no espaço pleural · A causa mais comum é a lesão do parênquima pulmonar, pode acontecer também por fratura de costela · Hemotórax simples < 1500ml de sangue · Hemotórax maciço > 1500ml de sangue · Diminuição do FTV, percussão com macicez e MV diminuído · Imagem parecida com derrame pleural · Tratamento · Drenagem pleural · Alívio do espaço pleural = melhora a ventilação · Quantificar o volume de sangue perdido (hemotórax simples ou maciço) · Observar o débito do sangramento nas horas subsequentes (4 horas) – se persistir com volume > 200ml/h após 2 a 4 horas após a drenagem inicial = toracotomia. Se na drenagem inicial já sair 1500ml de sangue = toracotomia na sala de emergência porque não dá tempo de transportar o paciente para o centro cirúrgico · Indicações de toracotomia na salda de emergência · Hemotórax maciço agudo · Ferimento penetrante em tórax com PCR · Hemotórax com menos de 1500 ml na drenagem inicial, mas com persistência de 200ml/h · Tamponamento cardíaco - Quilotórax · Pouco frequente no trauma, mais comum como consequência iatrogênica em cirurgias torácicas ou punção venosa profunda · Derrame linfático quiloso não confundir com pus, no quilotórax geralmente vai ter um triglicérides maior que 110 mg/dL · No trauma = se o quilotórax foi na direita geralmente é decorrente de um trauma torácico baixo e na esquerda trauma torácico mais alto · Tratamento · Drenagem e dieta pobre em gordura · Contusão pulmonar · Manifestação típica de traumas contusos e penetrantes · Ocorre um rompimento de parte do parênquima pulmonar, os alvéolos serão literalmente inundadoscom sangue e não ocorre as trocas gasosas gerando hipoperfusão manifestações clínicas não ocorrem imediatamente, demoram e é comum em individuo que chega ventilando bem no PS e depois evolui para piora do quadro rapidamente · Lesão pulmonar demora para aparecer na radiografia, quando aparece são opacidades algodonosas e surgem geralmente depois de 6 horas do trauma · São comuns de serem identificadas na avaliação secundaria · Tratamento · Associado com suporte ventilatório adequado · Cuidado com reposição volêmica porque o alvéolo está cheio de sangue e se fizer reposição maciça faz um quadro de edema pulmonar piorando o quadro clínico · Ferimentos traqueobrônquicos · Geralmente quando tem ferimento aberto de traqueia ou brônquios esse individuo vai apresentar enfisema subcutâneo, hemoptise (laceração), pneumotórax como manifestações precoces · Manifestações tardias: não expansão pulmonar mesmo após drenagem torácica com borbulhamento intenso da água provavelmente esse paciente apresenta fistula traqueobrônquicas · Diagnostico por broncoscopia · Tratamento: · Conservador = drenagem com aspiração contínua, o selo d´água é conectado em outro selo d´água e liga esse segundo no aspirador e aspira 24 por dia o ar, com isso o pulmão poderá ser completamente expandido e depois de alguns dias permite a cicatrização · Definitivo = em lesões grandes faz-se a toracotomia · Rotura traumática da aorta · Traumas de grande energia cinética ou queda de grandes alturas · Local mais acometido = imediatamente após a saída do tronco braquiocefálico esquerdo · Importante a rotura total geralmente é incompatível com a vida e a pessoa vai a óbito alguns minutos depois do trauma, o que geralmente ocorre é um pseudoaneurisma na lesão fazendo um tamponamento que pode se romper a qualquer momento, se o paciente chega no PS vivo e com sinais de choque normalmente não é decorrente da aorta e sim de outras lesões · Não existe tratamento conservador ou temporário aqui · Sinais na radiografia · Mediastino alargado > 8cm · Borramento do contorno aórtico · Obliteração do espaço aórtico-pulmonar · Rebaixamento do brônquio-fonte esquerdo · Desvio da traqueia para a direita · Fratura de primeiro e segundo arcos costais · Fratura de escapula · Fratura de coluna torácica · Fratura de esterno · Hemotórax maciço à esquerda se lesou a aorta provavelmente lesou o pulmão – na maioria das vezes vai ser decorrente do sangramento pulmonar ou de algum vaso de menor calibre e não do sangramento da aorta em si · Tratamento · Angioplastia se estiver disponível na unidade de saúde endoprótese na região de aneurisma · Cirurgia com toracotomia e rafia da lesão aórtica · Se paciente estável fazer a estabilização, tomografia, drenagem torácica e se paciente instável procede para a cirurgia diretamente · Trauma cardíaco · Traumas penetrantes · Associado com tamponamento cardíaco quase sempre, ocorre extravasamento e acúmulo de liquido no pericárdio, isso impede o retorno venoso, ocorre estase jugular e diminui o DC resultando em atividade elétrica sem pulso (AESP) · Sempre pensar em trauma cardíaco quando tiver lesão na zona de Zindler = linha imaginaria que passa no ângulo do manúbrio com o corpo do esterno, rebordo costal, paraesternal direita e axilar anterior formando um retângulo · Tríade de Beck: abafamento de bulhas cardíacas, estase jugular, hipotensão · Tratamento · Toracotomia com rafia da lesão · Realizar pericardiocentese se o individuo não tem como passar por uma toracotomia naquele momento, aí esse procedimento terá a tentativa de diminuição de pressão pericárdica e saída do quadro de choque · Ruptura diafragmática · Traumas abertos penetrantes, geralmente no trauma contuso a lesão diafragmática é maior · Mais comum à esquerda porque na direita ocorre um pouco de proteção pelo fígado · Diminuição do MV com presença de ruídos hidroaéreos · Radiografia · Lesão de cúpula diafragmática, presença de níveis hidroaéreos, bolha gástrica dentro do tórax · Tratamento: cirúrgico com rafia do diafragma
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