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P1 F2 IMUNO RESPOSTA INFLAMATÓRIA

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1 Thayná Campos Duarte 
- Principal forma com que o sistema imune inato lida 
com infecções e lesões teciduais. 
- É o acúmulo de leucócitos, proteínas plasmáticas e 
fluidos derivados do sangue. 
- Leucócitos e proteínas plasmáticas circulantes são 
recrutadas aos sítios de infecção e lesão onde matam 
o patógeno e iniciam o reparo tecidual. 
 O principal leucócito recrutado durante uma 
inflamação aguda são os neutrófilos. Os monócitos 
que se transformam em macrófagos nos tecidos 
aumentam com o passar do tempo. 
 As principais proteínas são as do sistema 
complemento, anticorpos e proteínas da fase aguda. 
O que garante a chegada desses componentes são as 
alterações dos vasos sanguíneos nos tecidos, como: 
-- Aumento do FS no tecido, devido a maior dilatação 
arteriolar; 
-- Maior adesão dos leucócitos ao revestimento 
endotelial da vênulas; 
-- Aumento da permeabilidade dos capilares e vênulas 
às proteínas plasmáticas e fluidos. 
Essas alterações são induzidas por citocinas e por 
mediadores moleculares como mastócito, macrófago 
e células endoteliais, em resposta a estimulação de 
PAMP e DAMP. 
 INFLAMAÇÃO CRÔNICA: Ocorre após a aguda caso 
não seja resolvida. Envolve recrutamento e 
ativação de monócitos e linfócitos. Podem sofrer 
remodelamento tecidual, como angiogênese e 
fibrose. 
 
PRINCIPAIS CITOCINAS PRÓ-
INFLAMATÓRIAS 
Os macrófagos e mastócitos teciduais são as principais 
fontes de citocinas. 
 FATOR DE NECROSE TUMORAL (TNF) 
 
 Mediador das respostas inflamatórias agudas a 
bactérias e micro-organismos. 
 Provoca necrose dos tumores devido a inflamação 
local e da trombose dos vasos sanguíneos na área 
neoplásica. 
 Produzido por macrófagos, células dendríticas e 
linfócitos T 
*Nos macrófagos é sintetizado como proteína de 
membrana não glicosilada de tipo II, expresso como 
homotrímero. A produção de TNF por macrófagos é 
estimulada por PAMP e DAMP 
 
* A forma membranosa constitui o TNF em forma de 
pirâmide. 
 Receptores: 
TNF-RI Encontrados na maioria dos tipos 
TNF-RII celulares 
A afinidade do TNF com seus receptores é baixa. 
*Superfamília do receptor TNF, envolvidos em 
respostas imunológicas e inflamatórias. 
 A ligação da citocina a receptores como TNF-RI, 
TNF-RII e CD40 leva ao recrutamento de proteínas 
chamadas fatores associados ao receptor de TNF 
(TRAF) que ativam fatores de transcrição (NF-KB e 
AP-1). Outras ligações leva ao recrutamento de 
proteína adaptadora que ativa capazes e 
desencadeia apoptose. 
*O choque séptico é provocado pela entrada de 
bactérias na corrente sanguínea mediado pelo TNF. 
 INTERLEUCINA 1 
 
 Mediador de respostas inflamatórias agudas. 
 Fonte celular: Macrófagos, neutrófilos, células 
endoteliais e células epiteliais. 
 Existem duas formas, IL-1α e IL-1β. Se ligam aos 
mesmo receptores e desempenham as mesmas 
funções. A principal forma ativa secretada é IL-1β. 
 A IL-1 madura é liberada quando as células 
infectadas ou os macrófagos ativados morrem. 
Algumas bactérias patogênicas induzem o 
processamento mediado pelo inflamossomo da IL-
1B e IL-18 em macrófagos e a morte celular 
dependente de capase I, liberando citocinas. TNF 
também pode estimular fagócitos e células a 
produzirem IL-1. 
PROBLEMA 1 – FECHAMENTO 2 
Resposta inflamatória 
 
2 Thayná Campos Duarte 
 A IL-1 medeia seus efeitos biológicos através do 
receptor de IL-1 tipo I, que é uma proteína de 
membrana que contém um domínio Ig 
extracelular de interação com o ligante; e um 
domínio de sinalização Tollreceptor de IL-1 (TIR) 
na região citoplasmática. Resultam na ativação 
dos fatores de transcrição NF-KB e AP-1. 
*O receptor de IL-1 tipo II não ativa tais vias. 
 INTERLEUCINA 6 
 
 Mediador de respostas inflamatórias agudas. 
 Apresenta efeitos locais e sistêmicos. 
 - Indução da síntese hepática de 
mediadores inflamatórios; 
 - Estimulação da produção de neutrófilos na 
medula óssea; 
 - Diferenciação dos linfócitos T auxiliares 
(helper) produtores de IL-17; 
 Produzida: Macrófagos, células endoteliais e 
linfócitos T, fibroblastos em resposta a PAMP, IL-1 
e TNF. 
 Fígado: síntese de proteínas de fase aguda; 
Linfocito B: proliferação de células produtoras de 
anticorpo. 
 O receptor de IL-6 participa da via de sinalização 
que ativa o fator de transcrição STAT3. 
 
 
 INTERLEUCINA 12 
 
 Secretada: pelas células dendríticas e macrófagos 
(produzem o componente p40) que estimula a 
produção de INF-γ pelas células NK e células T, 
aumenta a citotoxicidade mediada pela célula NK 
e CTL e promove a diferenciação das células TH1. 
 IL-12 é produzida em resposta ao TLR e outros 
receptores de reconhecimento de padrão 
induzidos por muitos estímulos microbianos, 
incluindo LPS bacteriano ou ácido lipoteitoico e 
infecções virais. O IFN-γ produzido pelas células 
NK ou células T também estimula a produção de 
IL-12, contribuindo para uma alça de 
retroalimentação positiva. 
*pacientes com mutações no receptor de IL-12 dão 
suporte à conclusão de que a IL12 é importante para a 
produção de IFN-γ pelas células NK e células T e para a 
resistência do hospedeiro a bactérias intracelulares e 
alguns vírus. Por exemplo, pacientes com mutações 
na subunidade β1 do receptor de IL-12 foram 
descritos, e eles são altamente suscetíveis a infecções 
com bactérias intracelulares. 
 INTERLEUCINA 18 
 
 aumenta as funções das células NK, similar à IL-12. 
A produção da IL-18, assim como a da IL-1, é 
dependente do inflamassoma. Também como a 
IL-1, a IL-18 se liga a um receptor que sinaliza 
através de um domínio TIR. 
 
 INTERLEUCINA 15 
 
 estimulação do crescimento e sobrevivência para 
ambas as células NK e células T. 
 A IL15 apresentada pelas células dendríticas às 
células NK nos linfonodos ativa vias de sinalização 
que promovem a produção de IFN-γ pela célula 
NK. A IL-15 também serve como fator de 
sobrevivência para as células NK e células T CD8 + 
de memória. 
 
RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS PARA O 
SÍTIO DA INFECÇÃO 
 TNF e IL-1 induzem células endoteliais venulares 
pós-capilares a expressar E-selectina e aumentar 
sua expressão de ICAM-1 e VCAM-1, os ligantes 
para as integrinas dos leucócitos. 
 TNF e IL-1 estimulam várias células a secretar 
quimiocinas, tais como CXCL1 e CCL2, que se 
ligam aos receptores nos neutrófilos e monócitos, 
respectivamente, aumentam a afinidade das 
integrinas de leucócitos por seus ligantes e 
estimulam o movimento direcional dos leucócitos. 
O resultado da expressão aumentada de selectina, 
integrina e quimiocina é maior adesão do 
neutrófilo e monócito às células endoteliais e 
transmigração através da parede do vaso. O 
acúmulo de leucócitos nos tecidos forma um 
infiltrado inflamatório. 
 
3 Thayná Campos Duarte 
 TNF, IL-1 e IL-6 produzidos podem entrar no 
sangue e ser distribuídos para medula óssea, onde 
aumentam a produção de neutrófilos a partir dos 
progenitores da medula óssea. Dessa maneira, 
essas citocinas aumentam o suprimento de 
células que podem ser recrutadas para os locais 
de infecção. 
FAGOCITOSE E MORTE DOS MICRO-
ORGANISMOS POR FAGÓCITOS ATIVOS 
 Neutrófilos e macrófagos realizam fagocitose, 
destruindo os micro-organismos. Eles têm 
receptores que reconhecem os patógenos, como 
lectina C e scavnger. 
 Esses receptores podem contribuir para a 
fagocitose somente de organismos que expressam 
padrões moleculares particulares, tais como 
manose para o receptor de manose. 
 Os fagócitos também têm receptores de alta 
afinidade para certas opsoninas, incluindo 
moléculas de anticorpo, proteínas do 
complemento e lectinas plasmáticas; 
 Um dos sistemas mais eficientes para a 
opsonização dos microrganismos é recobri-los 
com anticorpos.Os fagócitos expressam 
receptores Fc de alta afinidade chamados de FcγRI 
específicos para um tipo de anticorpo 
denominado IgG. Se um indivíduo responder a 
uma infecção produzindo anticorpos Ig contra 
antígenos microbianos, as moléculas de IgG se 
ligarão a esses antígenos, os terminais Fc dos 
anticorpos ligados podem interagir com o FcγRI 
nos fagócitos e o final resultante é uma fagocitose 
eficiente dos microrganismos. 
 A fagocitose dependente de anticorpo ilustra a 
ligação entre as imunidades inata e adaptativa – 
anticorpos são o produto do sistema imune 
adaptativo (linfócitos B) que ativa as células 
efetoras do sistema imune inato (fagócitos) a 
realizarem suas funções protetoras. 
 Neutrófilos e macrófagos ativados matam os 
microrganismos fagocitados pela ação de 
moléculas microbicidas nos fagolisossomas. 
*Mecanismos microbicidas: 
1- Espécies reativas de oxigênio: Macrófagos e 
neutrófilos ativados convertem oxigênio molecular 
em espécies reativas de oxigênio (ROS) – explosão 
respiratória-, que são agentes oxidantes altamente 
reativos e que destroem microrganismos, através da 
fagócito oxidase. A fagócito oxidase é ativada por 
muitos estímulos, incluindo IFN-γ e sinais dos TLRs. A 
função desta enzima é a redução do oxigênio 
molecular em ROS, tais como radicais superóxido. A 
oxidase age como uma bomba de elétrons, gerando 
um gradiente eletroquímico através da membrana do 
vacúolo, que é compensado pelo movimento de íons 
para o vacúolo. O resultado é um aumento do pH e da 
osmolaridade dentro do vacúolo, o que é necessário 
para a atividade da elastase e da catepsina G. 
-- Uma doença chamada de doença granulomatosa 
crônica é causada pela deficiência herdada de um dos 
componentes da fagócito oxidase; essa deficiência 
compromete a capacidade dos neutrófilos em matar 
certas espécies de bactérias Gram-positivas. 
2- Óxido nítrico: os macrófagos produzem espécies 
reativas de nitrogênio, como o óxido nítrico (NO), pela 
ação de uma enzima chamada óxido nítrico sintase 
induzida (iNOS). A iNOS catalisa a conversão de 
arginina em citrulina, e o gás difusível óxido nítrico é 
liberado. Dentro dos fagolissossomas, o óxido nítrico 
pode se combinar com peróxido de hidrogênio ou 
superóxido, gerados pela fagócito oxidase, para 
produzir radicais peroxinitrito altamente reativos que 
matam os microrganismos. 
3-Enzimas proteolíticas: Neutrófilos e macrófagos 
ativados produzem várias enzimas proteolíticas nos 
fagolissossomas que atuam para destruir os 
microrganismos. Uma das importantes enzimas nos 
neutrófilos é a elastase, necessária para a morte de 
muitos tipos de bactérias. Outra importante enzima é 
a catepsina G. 
Neutrofilos e macrófagos fortemente ativados podem 
danificar tecidos normais, através da liberação de 
enzimas lisossômicas, ROS e óxido nítrico. 
*Alguns macrófagos ativados também produzem 
fatores de crescimento para fibroblastos e células 
endoteliais que participam no remodelamento dos 
tecidos após infecções e lesão. 
 
CONSEQUÊNCIAS SISTÊMICAS E 
PATOLÓGICAS DAS RESPOSTAS 
INFLAMATÓRIAS AGUDAS 
*TNF, IL-1 e IL-6 têm múltiplos efeitos locais e 
sistêmicos. TNF e IL-1 agem nos leucócitos e endotélio 
para induzir inflamação aguda, e ambas as citocinas 
induzem a expressão de IL-6 pelos leucócitos e outros 
tipos celulares. TNF, IL-1 e IL-6 medeiam os efeitos 
protetores sistêmicos da inflamação, incluindo 
 
4 Thayná Campos Duarte 
indução de febre, síntese de proteína de fase aguda 
pelo fígado e produção aumentada de leucócitos pela 
medula óssea. TNF sistêmico pode causar 
anormalidades patológicas que levam ao choque 
séptico, incluindo função cardíaca reduzida, 
trombose, extravasamento capilar e anormalidades 
metabólicas atribuídas à resistência à insulina. 
 TNF e IL-1 agem no hipotálamo para induzir um 
aumento na temperatura corporal (febre): Essas 
citocinas são assim chamadas de pirogênios. 
Induzem a febre pelo aumento na síntese de 
prostaglandinas nas células hipotalâmicas. Os 
inibidores da síntese de prostaglandinas, como a 
aspirina, reduzem a febre pelo bloqueio da ação 
dessas citocinas. 
-Papel: funções metabólicas aumentadas das 
células imunes, funções metabólicas prejudicadas 
dos microrganismos e alterações no 
comportamento do hospedeiro febril que 
reduzem o risco de piora das infecções e lesão. 
 IL-1 e IL-6 induzem os hepatócitos a produzir 
reagentes de fase aguda, incluindo CRP, SAP e 
fibrinogênio, que são secretados no sangue: 
sinais clínicos de infecção e inflamação. 
-Papel: fibrinogênio, precursor da fibrina, 
contribui para a hemostasia e reparo tecidual. 
 Nas infecções graves, o TNF pode ser produzido 
em grandes quantidades e causar anormalidades 
sistêmicas clínicas e patológicas: 
1- O TNF inibe a contratilidade miocárdica e o tônus 
do músculo liso vascular, resultando em uma 
marcada redução na pressão sanguínea, ou 
choque. 
2- O TNF causa trombose intravascular, 
principalmente como resultado do prejuízo das 
propriedades anticoagulantes normais do 
endotélio. O TNF estimula a expressão, pela célula 
endotelial, do fator tecidual, um potente ativador 
da coagulação, e inibe a expressão da 
trombomodulina, um inibidor da coagulação. As 
alterações endoteliais são exacerbadas pela 
ativação dos neutrófilos, levando a 
tamponamento vascular por essas células. 
3- A produção prolongada de TNF causa fadiga das 
células musculares e adiposas, o que se chama de 
caquexia. Isso resulta da supressão do apetite 
induzida pelo TNF e síntese reduzida da 
lipoproteína lipase, uma enzima necessária para 
liberar ácidos graxos das lipoproteínas circulantes, 
de tal forma que eles possam ser usados pelos 
tecidos. Uma complicação da sepse bacteriana 
grave é uma síndrome denominada choque 
séptico, que pode ser causada pelo LPS liberado 
de bactérias Gramnegativas ou pelo ácido 
lipoteitoico liberado de bactérias Gram-positivas. 
*O choque séptico é caracterizado por colapso 
vascular, coagulação intravascular disseminada e 
distúrbios metabólicos. Esta síndrome se deve à 
sinalização do TLR induzida pelo LPS ou ácido 
lipoteitoico, levando à produção de TNF e outras 
citocinas, incluindo IL- 12, IFN-γ e IL-1. A concentração 
de TNF sérico pode ser preditiva do resultado das 
infecções bacterianas graves. 
4- A inflamação aguda pode causar lesão tecidual 
porque os mecanismos efetores que os fagócitos 
utilizam para matar os microrganismos também são 
tóxicos para os tecidos do hospedeiro. As enzimas 
proteolíticas e as espécies reativas de oxigênio 
produzidas pelos fagócitos que se acumulam no local 
de infecção podem danificar as células do hospedeiro 
e degradar a matriz extracelular se eles forem gerados 
em grandes quantidades, especialmente se os 
microrganismos resistirem à morte e continuarem a 
estimular as respostas imunes inatas. 
A inflamação aguda também causa dano tecidual no 
quadro das doenças autoimunes, em que os 
neutrófilos e macrófagos se acumulam e se tornam 
ativados secundariamente ao estímulo do sistema 
imune adaptativo pelos próprios antígenos. Como um 
uma inflamação induzida por infecções, TNF, IL-1, Il-6 
e IL-12 são os indutores-chave da inflamação nas 
doenças autoimunes. Antagonistas contra todas essas 
citocinas ou seus receptores estão em uso clínico ou 
em estudos para reduzir a inflamação em pacientes 
com doenças inflamatórias tais como artrite 
reumatoide, doença do intestino irritável e psoríase. 
 ANTICORPOS 
-São diversos, específicos e são os mediadores 
primários da imunidade humoral contra os micro-
organismos. 
-As substâncias que geram os anticorpos ou são 
reconhecidos por estes são os ANTÍGENOS. 
 Os anticorpos, as moléculas do complexo 
principal de histocompatibilidade (MHC) e receptores 
de antígeno da célula T são as três classes de 
moléculas usadas pelo sistema imune adaptativopara 
se ligar aos antígenos. 
Anticorpos e antígenos 
 
5 Thayná Campos Duarte 
Os anticorpos são sintetizados somente pelas células 
da linhagem de linfócitos B e existem em duas formas: 
 
 anticorpos ligados à membrana na superfície dos 
linfócitos B funcionam como receptores de 
antígenos; 
 anticorpos secretados na circulação que 
neutralizam as toxinas, previnem a entrada e 
espalhamento dos patógenos e eliminam os 
microrganismos 
 
Os linfócitos B são as únicas células que sintetizam 
anticorpos. Após a exposição a um antígeno, as 
células B se diferenciam em plasmócitos que secretam 
anticorpos. Essa forma secretada se acumula no 
plasma, secreções mucosas e líquido intersticial. Após 
a coagulação do sangue, os anticorpos permanecem 
no SORO. 
 
*Antissoro: amostra de soro que contém moléculas de 
anticorpo detectáveis. 
 
 Funções efetoras mediadas por anticorpos: 
 
-neutralização dos microrganismos ou produtos 
microbianos tóxicos; 
-ativação do sistema complemento; 
-opsonização dos patógenos para fagocitose 
aumentada; 
-citotoxicidade mediada por célula e dependente de 
anticorpo, pela qual os anticorpos têm como alvo 
células infectadas para a lise pelas células do sistema 
imune inato; 
-ativação de mastócito mediada por anticorpo para 
expelir vermes parasitas. 
 
ESTRUTURA DO ANTICORPO 
 
Imunoglobulinas (Ig) = anticorpo 
 
 As moléculas de anticorpo compartilham as 
mesmas características estruturais básicas, mas 
apresentam variabilidade nas regiões onde os 
antígenos se ligam. Esta variabilidade das regiões 
de ligação do antígeno é responsável pela 
capacidade de diferentes anticorpos se ligarem a 
um grande número de antígenos. 
 Uma molécula de anticorpo apresenta estrutura 
central simétrica, composta de duas cadeias leves 
e duas pesadas. Essas cadeias se dobram em uma 
forma globular chamada domínio Ig. 
 As cadeias pesadas e leves são compostas por 
regiões aminoterminais variáveis (V), que 
participam do reconhecimento do antígeno; e 
regiões carboxiterminais constantes (C) que 
medeiam as funções efetoras dos anticorpos. 
-- Nas cadeias pesadas, a região V é composta de um 
domínio Ig e a região C é composta de três ou quatro 
domínios Ig. Cada cadeia leve é composta de uma 
região V no domínio Ig e uma região C no domínio Ig. 
-- A região V de uma cadeia pesada (VH) e a região V 
contígua de uma cadeia leve (VL) formam um local 
de ligação do antígeno 
 
 Cada Ig, apresenta pelo menos dois sítios de 
ligação ao antígeno. (duas cadeias leves e 
pesadas) 
 Os domínios Ig da região C são distantes do local 
de ligação do antígeno e não participam no 
reconhecimento do antígeno. As regiões C da 
cadeia pesada interagem com outras moléculas 
efetoras e células do sistema imune e, assim, 
medeiam a maioria das funções biológicas dos 
anticorpos. 
 As cadeias pesadas existem em duas formas que 
diferem nas terminações carboxiterminais: 
-- uma forma das cadeias pesadas ancora os 
anticorpos ligados à membrana nas membranas 
plasmáticas dos linfócitos B; 
-- a outra é encontrada somente nos anticorpos 
secretados. 
*As regiões C das cadeias leves não participam nas 
funções efetoras nem são diretamente ligadas a 
membranas celulares. 
*Superfamília Ig: duas lâminas B-pregueadas unidas 
por ponte de dissulfeto. 
 
 Características estruturais das regiões 
variáveis dos anticorpos 
 
As diferenças de sequência e variabilidade entre os 
diferentes anticorpos está confinada a três pequenos 
trechos na região V da cadeia pesada e a três trechos 
na região V da cadeia leve. 
Estes segmentos da maiordiversidade são conhecidos 
como regiões hipervariáveis. Elas correspondem a 
três alças protuberantes conectando fitas adjacentes 
das cadeias β que compõem os domínios V da cadeia 
pesada da Ig e as proteínas da cadeia leve. 
 
-- As regiões hipervariáveis são compostas, cada uma, 
de 10 resíduos de aminoácidos de comprimento. 
-- Na molécula de anticorpo, as três regiões 
hipervariáveis do domínio VL e as três regiões 
hipervariáveis do domínio VH são mantidas juntas 
para criar uma superfície de ligação ao antígeno. 
 
*As regiões hipervariáveis são também denominadas 
regiões determinantes de complementariedade. 
 
6 Thayná Campos Duarte 
As diferenças na sequência entre as CDRs de 
diferentes moléculas de anticorpo contribuem para 
formação de superfícies de interação distintas e, 
dessa maneira, para a geração de especificidades dos 
anticorpos. 
-- A ligação do antígeno pelas moléculas de anticorpo 
é primariamente uma função das regiões 
hipervariáveis de VH e VL. 
 
 Características estruturais das regiões 
constantes dos anticorpos: 
 
As moléculas de anticorpos são divididas em classes e 
subclasses de acordo com as diferenças estruturais da 
região C da cadeia pesada. 
-- As classes de moléculas de anticorpo também são 
chamadas de isotipos e são nomeadas como IgA, IgD, 
IgE, IgG e IgM. 
As regiões C da cadeia pesada de um isótipo ou 
subtipo apresentam a mesma sequência de 
aminoácidos. 
- Nos anticorpos IgM e IgE as regiões C apresentam 
quatro domínios Ig sequenciais. As regiões C da IgG, 
IgA, e IgD contêm 3 domínios Ig. 
 
 Diferentes isotipos e subtipos de anticorpos 
realizam distintas funções efetoras. A maioria das 
funções efetoras dos anticorpos é mediada pela 
ligação das regiões C da cadeia pesada aos 
receptores Fc (FcRs) nas diferentes células, tais 
como fagócitos, células NK e mastócitos e 
proteínas plasmáticas, como proteínas do 
complemento. 
 As moléculas de anticorpo são flexíveis, 
permitindo que elas se liguem a diferentes 
antígenos. Cada anticorpo contém pelo menos 
dois locais de ligação do antígeno, cada um 
formado por um par de domínios VH e VL. Esta 
flexibilidade é conferida, em grande parte, por 
uma região de dobradiça localizada entre CH1 e 
CH2 de certos isotipos. 
 Existem duas classes, ou isotipos, de cadeias 
leves, chamadas κ e l, que são diferenciadas por 
suas regiões constantes (C) carboxiterminais. Cada 
molécula de anticorpo tem duas cadeias leves κ 
dênticas ou duas cadeias leves l idênticas. Em 
humanos, cerca de 60% das moléculas de 
anticorpo têm cadeias leves κ e aproximadamente 
40% possuem cadeias leves l. 
 Anticorpos secretados e associados à membrana 
diferem na sequência de aminoácidos da porção 
carboxiterminal da região da cadeia pesada. 
 Na forma secretada, encontrada no sangue e em 
outros fluidos extracelulares, a porção 
carboxiterminal é hidrofílica. A forma ligada na 
membrana do anticorpo contém um pedaço 
carboxiterminal que inclui dois segmentos: uma 
região transmembrana hidrofóbica α-helicoidal, 
seguida por uma porção carregada positivamente 
na região intracelular justamembranar. 
 IgG e IgE e todas as moléculas de Ig de membrana 
são monoméricas. 
 IgM e IgA são multiméricos. IgM pode ser 
secretado como um pentâmero e hexâmetro e IgA 
como dímero. 
 As formas multiméricas dos anticorpos se ligam 
aos antígenos mais fortemente que as 
monoméricas. 
 
Alótipo: um variante polimórfico encontrado em 
alguns indivíduos de uma espécie pode ser 
reconhecido por um anticorpo 
 
Antialotípico: anticorpo que reconhece um 
determinante alotípico. 
 
As diferenças entre as regiões V do anticorpo estão 
concentradas nos CDRs e constituem os idiótipos dos 
anticorpos. Um anticorpo que reconhece algum 
aspecto dos CDRs de outro anticorpo é assim 
chamado de anticorpo anti-idiotípico. 
 
ANTICORPOS MONOCLONAIS 
 
 Identificação de marcadores fenotípicos únicos 
aos tipos celulares particulares. 
 Imunodiagnóstico. O diagnóstico de muitas 
doenças infecciosas e sistêmicas se baseia na 
detecção de antígenos ou anticorpos particulares 
no sangue, urina ou tecidos pelo uso de 
anticorpos monoclonais em imunoensaios 
 Identificação tumoral. Anticorpos monoclonais 
marcados e específicos para várias proteínas 
celulares são usados para determinar a fonte 
tecidual de tumores por meio da coloração de 
tecidos com imunoglobulinasmarcadas. 
 Terapia. Anticorpos monoclonais, em razão da sua 
especificidade, podem ser direcionados para 
moléculas patogênicas. 
 Análise funcional da superfície celular e 
moléculas secretadas. 
 
* Uma das limitações dos anticorpos monoclonais para 
terapia é que eles são mais facilmente produzidos com a 
imunização de camundongos, porém pacientes tratados 
com anticorpos murinos podem produzir anticorpos contra 
a Ig de camundongo chamada de anticorpo humano 
anticamundongo (HAMA). Esses anticorpos Ig bloqueiam a 
função ou aumentam a eliminação do anticorpo 
monoclonal injetado e também podem causar um distúrbio 
denominado doença do soro. 
 
7 Thayná Campos Duarte 
SÍNTESE, MONTAGEM E EXPRESSÃO DAS 
MOLÉCULAS DE IG 
 
As cadeias pesadas e leves da imunoglobulina, assim 
como a maioria das proteínas secretadas e de 
membrana, são sintetizadas em ribossomas ligados à 
membrana no retículo endoplasmático rugoso. 
 
A proteína é translocada para o retículo 
endoplasmático, e as cadeias pesadas da Ig são N-
glicosiladas durante o processo de translocação. A 
dobra apropriada das cadeias pesadas da Ig e sua 
montagem com as cadeias leves são reguladas por 
proteínas residentes no retículo endoplasmático 
chamadas de chaperones. Essas proteínas, que 
incluem a calnexina e a molécula BiP (proteína de 
ligação), se ligam a polipeptídios Ig recentemente 
sintetizados e garantem que eles sejam retidos ou 
alvo para a degradação, a menos que dobrem 
apropriadamente e se encaixem em moléculas de Ig 
completas. 
 
Após a montagem, as moléculas de Ig são liberadas 
dos chaperones, transportadas para a cisterna do 
complexo de Golgi em que carboidratos são 
modificados e, então, encaminhadas para a 
membrana plasmática em vesículas Anticorpos da 
forma membranar são ancorados na membrana 
plasmática, e a forma secretada é transportada para 
fora da célula. 
 
 A maturação das células B dos progenitores da 
medula óssea é acompanhada por alterações 
específicas na expressão do gene da Ig, resultando 
na produção de moléculas de Ig em diferentes 
formas (PÁG 99) 
 Quando linfócitos B maduros são ativados pelos 
antígenos e outros estímulos, as células se 
diferenciam em células secretoras de anticorpos. 
Esse processo também é acompanhado por 
mudanças no padrão de produção da Ig. Uma das 
mudanças é a produção aumentada da forma 
secretada de Ig em relação à forma membranar. A 
segunda mudança é a expressão de isotipos de 
cadeia pesada diferentes da IgM e IgG, chamados 
de troca de isotipos (ou classe) de cadeias pesadas 
 
MEIA-VIDA DOS ANTICORPOS 
 
 IgE, 2 dias na circulação (ligado apresenta meia-
vida longa) 
 IgA circulante 3 dias; 
 IgM circulante 4 dias; 
 IgG circulante 21 a 28 dias; 
A longa meia-vida da IgG é atribuída à sua habilidade 
em se ligar a um FcR específico chamado de receptor 
Fc neonatal (FcRn), que também está envolvido no 
transporte da IgG da circulação materna através da 
barreira placentária, bem como na transferência de 
IgG materna através do intestino nos neonatos. 
 
*O FcRn não leva os IgG para os lisossomos, mas os 
sequestra por um período e o devolve a circulação. 
Esse sequestro impede a degradação do IgG o que 
mantem longa sua meia-vida. 
 
 É qualquer substância que pode ser 
especificamente ligada por uma molécula de 
anticorpo ou receptor de célula T. Os anticorpos 
podem reconhecer como antígenos praticamente 
todos os tipos de moléculas biológicas, incluindo 
metabólitos simples, açúcares, lipídios, 
autacoides, hormônios, carboidratos complexos, 
fosfolipídios, ácidos nucleicos e proteínas. 
 Embora todos os antígenos sejam reconhecidos 
por linfócitos específicos ou por anticorpos, 
somente alguns deles são capazes de ativar os 
linfócitos. Moléculas que estimulam as respostas 
imunes são chamadas de imunógenos. *O 
complexo hapteno-carreador, ao contrário do 
hapteno livre, pode agir como um imunógeno 
 
-- Polivalência/multivalência: presença de múltiplos 
epítopos idênticos em um antígeno. 
 
 A disposição dos epítopos influencia na ligação 
dos anticorpos. 
 
 Epítopo não sobrepostos e sobrepostos. 
Determinante = epítopo 
- Determinantes lineares: formados por diversos 
resíduos de aminoácidos adjacentes; 
- Determinantes conformacionais: resíduos de 
aminoácidos que não estão em sequencia; 
 
 LIGAÇÃO AO ANTÍGENO 
 
-Os sítios de ligação aos antígenos de muitos 
anticorpos podem ser planos 
 O reconhecimento do antígeno pelo anticorpo, 
envolve a formação de uma ligação não covalnete 
e reversível. 
 Alta afinidade e alta avidez. 
 
 RECONHECIMENTO DO ANTÍGENO 
 
Os anticorpos são capazes de reconhecer 
especificamente uma grande variedade de antígenos 
com afinidades variadas. Todas as características do 
Características dos Antígenos 
 
8 Thayná Campos Duarte 
reconhecimento do antígeno refletem as 
propriedades das regiões V do anticorpo. 
 
 ESPECIFICIDADE: Anticorpos podem ser muito 
específicos para os antígenos distinguindo-os por 
pequenas diferenças na estrutura química. Podem 
distinguir epítopos lineares que diferem somente em 
uma única substituição aminoácido. 
Essa alta especificidade é importante para que os 
anticorpos não reajam com moléculas próprias de 
estrutura semelhante aos antígenos. 
*Reatividade cruzada: anticorpo se liga a diferentes 
antígenos. 
Podem reagir com antígenos próprios  doenças 
autoimunes. 
 
 DIVERSIDADE: Um indivíduo é capaz de sintetizar um 
grande número de anticorpos distintos. Anticorpos se 
ligam de forma específica a diferentes antígenos, 
formam um repertório total de anticorpos. Ocorre nos 
linfócitos 
 
 MATURAÇÃO DE AFINIDADE: aumenta a afinidade de 
ligação dos anticorpos aos antígenos durante a 
evolução da resposta imune humoral. Durante a 
segunda resposta imune tem afinidade aumentada. 
 
 FUNÇÕES EFETORAS: 
 
 Muitas das funções efetoras das imunoglobulinas 
são mediadas pelas porções Fc das moléculas, e 
os isotipos dos anticorpos que diferem nestas 
regiões Fc realizam funções distintas. 
 As funções efetoras dos anticorpos são iniciadas 
somente pelas moléculas de Ig que se ligaram aos 
antígenos e não pelas Ig livres. A razão para 
somente anticorpos com antígenos ligados 
ativarem mecanismos efetores é que duas ou 
mais porções Fc de anticorpos adjacentes são 
necessárias para se ligar e disparar vários sistemas 
efetores, tais como proteínas do complemento e 
fagócitos FcRs. 
 Mudanças nos isotipos dos anticorpos durante as 
respostas imunes humorais influenciam como e 
onde as respostas trabalham para eliminar o 
antígeno. 
 As regiões C da cadeia pesada dos anticorpos 
também determinam a distribuição tecidual das 
moléculas de anticorpo

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