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ANTICORPOS E RESPOSTA INFLAMATÓRIA AGUDA E LOCAL - RESUMO IMUNOLOGIA

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N I C O L E M A L H E I R O S - M E D I C I N A 
N I C O L E M A L H E I R O S - M E D I C I N A 
 
14 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
PROBLEMA 01 - FECHAMENTO 02 
 
1. Descrever as vacinas que a criança até 1 ano já deve ter 
tomado, correlacionando com as tecnologias utilizadas na sua 
elaboração. 
2. Descrever as vacinas existentes no Brasil, correlacionando-
as com as vacinas do calendário infantil, assim como as vacinas 
utilizadas para COVID. 
3. Explicar os possíveis efeitos adversos das vacinas. 
4. Explicar os tipos de imunização (passiva e ativa). 
5. Explicar como funciona o soro contra o COVID. 
6. Explicar o que são os anticorpos e como eles são produzidos. 
7. Explicar a resposta inflamatória aguda e local. 
 
ANTICORPOS 
 
Anticorpos são proteínas da classe gamaglobulinas, sendo 
chamados também de Imunoglobulinas (Ig) que circulam em 
resposta à exposição a antígenos, são os mediadores da 
imunidade humoral contra todas as classes de 
microrganismos. 
São extremamente diversos e específicos em reconhecer 
estruturas estranhas. Reconhecem e diferenciam os antígenos 
de maneira mais ampla e se ligam a eles com maior força. Cada 
anticorpo é específico para um antígeno. 
Os anticorpos são sintetizados apenas pelos linfócitos B e 
existem em duas formas: anticorpos ligados à membrana na 
superfície dos linfócitos B, atuando como receptores 
antigênicos, e anticorpos secretados que atuam na proteção 
contra microrganismos. 
Anticorpo fica na membrana do linfócito B  antígeno se liga 
à membrana, 
 
FUNÇÕES: 
 Neutralização dos microrganismos ou produtos 
microbianos tóxicos; 
 Ativação do sistema complemento; 
 Opsonização dos patógenos para aumento da fagocitose; 
 Citotoxicidade celular dependente de anticorpo, o alvo 
são células infectadas para a lise pelas células do sistema 
imune inato; 
 Ativação de mastócitos mediada por anticorpo para 
expelir vermes parasitas. 
 Ativando e degranulando mastócitos provocando as 
reações alérgicas (IgE) 
Todas as moléculas de anticorpo compartilham as mesmas 
características estruturais básicas, mas apresentam grande 
variabilidade nas regiões que se ligam ao antígeno. 
Uma molécula de anticorpo tem uma estrutura central 
simétrica composta de duas cadeias leves idênticas e duas 
cadeias pesadas idênticas 
 
 Ambas as cadeias leve e pesada consistem em regiões 
variáveis de aminoterminal (V) que participam no 
reconhecimento do antígeno e regiões carboxiterminais 
constantes (C). Essas regiões C das cadeias pesadas 
medeiam as funções efetoras e protetoras e cada 
molécula de anticorpo tem dois locais de ligação do 
antígeno. 
 Fab (fragmento, ligação do antígeno): Parte que entra em 
contato com o determinante antigênico. 
 Fc (fragmento, cristalizável): Composta de região 
constante (distingue as classes de IG) e é responsável pela 
fixação da IG bem como confere funções efetoras 
distintas. 
 MAIOR VARIEDADE DE ESTRUTURAS ANTIGÊNICAS 
 MAIOR HABILIDADE DE DISCRIMINAÇÃO 
 MAIOR FORÇA DE LIGAÇÃO COM O ANTÍGENO 
 
As regiões C (carboxiterminais constantes) das cadeias 
pesadas ajudam a mediar algumas das funções protetoras e 
efetoras dos anticorpos. 
Regiões hipervariáveis/Regiões determinantes de 
complementariedade: onde há grandes diferenças de 
sequência e variabilidade. Têm, cada uma, 10 resíduos de 
aminoácidos de comprimento e são mantidas no lugar pelas 
sequências estruturais mais conservadas que formam o 
domínio Ig da região V, onde se ligam os antígenos. 
 
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DAS REGIÕES 
CONSTANTES DOS ANTICORPOS: 
 
15 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
As moléculas de anticorpo podem ser divididas em 
classes/isótopos (IgA, IgD, IgE, IgG e IgM) e subclasses distintas 
com base em diferenças estruturais nas regiões C da cadeia 
pesada. 
 
Os isotipos são determinantes antigênicos responsáveis por 
caracterizar tipos e subtipos de cadeias leves e classes e 
subclasses de cadeias pesadas, as quais são produzidas pelo 
corpo humano. 
1. Imunoglobulina G (IgG) (cadeia pesada tipo γ1, γ2, γ3 ou 
γ4 - gamma): Secretado como monômero são os mais 
produzidos pelo corpo, neutralizam as toxinas liberadas 
pelos agentes infecciosos. Auxilia no processo anti-
inflamatório e armazena memória específica contra um 
antígeno. Está muito relacionado com o sangue e flúidos 
onde está muito presente. São os únicos que passam pela 
placenta, sendo responsáveis pela imunidade passiva do 
recém-nascido. 
 
- Funções: opsonização, ativação do sistema 
complemento, citotoxidade mediada por células 
dependentes de anticorpo, imunidade neonatal auto 
inibição do linf. T. 
 
2. Imunoglobulina E (IgE) (cadeia pesada tipo ɛ - epsilon): 
Secretado como monômero, é um determinante 
de reações alérgicas que fica na superfície dos mastócitos 
e basófilos. Também atua no combate a parasitas 
helmintos; 
 
3. Imunoglobulina D (IgD) (cadeia pesada tipo δ - delta): 
Secretado como monômero, é considerado um ativador 
de células para proteger o organismo. Não é secretado, só 
é encontrado na membrana; 
 
4. Imunoglobulina M (IgM) (cadeia pesada tipo µ - mu): 
Secretado como pentâmero, se apresenta em maiores 
quantidades na fase inicial da infecção (infecção aguda), 
ele recebe e avisa o corpo sobre os agentes invasores 
(quando o IgM está mto alto, quer dizer que a infecção é 
nova). Fica localizado no meio intravascular e na superfície 
dos linfócitos B. 
 
- Funções: Ativação do sistema complemento, 
Neutralização, Aglutinação, Receptor de Ag do Linfs. B 
adultos (BCR), receptor do antígeno B virgem. 
5. Imunoglobulina (IgA) (cadeia pesada tipo α1 ou α2 - 
alpha): Secretados na forma de dímero; também 
monômero, trímero. São encontrados nas secreções do 
corpo como suor, saliva, lágrimas e sucos gástricos, pois 
ele atua protegendo a mucosa do corpo contra as 
infecções. Passa da mãe para o filho através da 
amamentação. 
 
Há dois tipos de isotipos de cadeias leves, chamadas κ (kappa) 
e λ (lambda), que possuem regiões carboxiterminais contantes 
(C) distintas. Cada molécula de anticorpo possui somente um 
tipo de cadeia leve. Nos humanos, aprox. 60% dos anticorpos 
vão ter cadeias do tipo kappa e 40% do tipo lambda. 
 
ANTICORPOS MONOCLONAIS: coleção pura de moléculas 
de anticorpo idênticas e com a mesma especificidade. 
A produção de Anticorpos monoclonais se baseia na fusão das 
células B de um animal imunizado (tipicamente um 
camundongo) com uma linhagem celular . 
Os anticorpos secretados por vários clones de hibridomas são 
triados para ligação a um antígeno de interesse e o clone com 
a especificidade desejada é selecionado e expandido. 
 
 
 
 
16 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
 
APLICAÇÕES DOS ANTICORPOS MONOCLONAIS: Identificação 
de marcadores fenotípicos únicos a tipos celulares 
particulares; Imunodiagnóstico; Identificação tumoral; 
Terapia; Análise funcional de moléculas da superfície celular e 
secretadas. 
 
SÍNTESE, MONTAGEM E EXPRESSÃO DOS ANTICORPOS: 
Quando linfócitos B maduros são ativados pelos antígenos e 
outros estímulos, as células se diferenciam em células 
secretoras de anticorpos. Esse processo também é 
acompanhado por mudanças no padrão de produção da Ig. 
Uma das mudanças é a produção aumentada da forma 
secretada de Ig relativa à forma membranar. 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DAS IMUNOGLOBULINAS: 
 Especificidade: capacidade de distinguir pequenas 
diferenças na estrutura dos antígenos. 
 Afinidade e avidez: capacidade de ligar ao antígeno. 
 Diversidade: grande número de IG que se liga a diferentes 
antígenos dando origem ao repertório de anticorpos. 
 Repertório de anticorpos: coleção de anticorpos com 
especificidade diferente (recombinação genética 
aleatória) 
 
MEIA-VIDA DOS ANTICORPOS: 
Tempo médio antes que o número de moléculas de anticorpo 
seja reduzido à metade. A IgE ligada à célula associadaao 
receptor de IgE de alta afinidade no mastócito tem pequena 
meia-vida. A IgA circulante possui meia-vida de cerca de 3 dias, 
e a IgM circulante tem aproximadamente 4 dias. Em 
contrapartida, as moléculas de IgG circulantes têm meia-vida 
de cerca de 21 a 28 dias. 
>A longa meia-vida da IgG é atribuída à sua habilidade em se 
ligar a um FcR específico chamado de receptor Fc neonatal 
(FcRn), que está envolvido no transporte da IgG da circulação 
materna através da barreira placentária e na transferência de 
IgG materna através do intestino nos neonatos. O FcRn se 
assemelha estruturalmente às moléculas de MHC de classe I e 
na placenta e no intestino de neonatos, ele move moléculas 
de IgG através das células sem transportá-las para os 
lisossomos. 
Em vertebrados adultos, o FcRn é encontrado na superfície das 
células endoteliais, macrófagos e outros tipos celulares e se 
liga à IgG. O FcRn não tem como alvo a IgG ligada aos 
lisossomas, mas recicla para a superfície celular e o libera em 
pH neutro, retornando a IgG para a circulação. 
 
 
MECANISMO DE AÇÃO (MORTE): 
Ativação do sistema complemento pelo sistema através da 
interação antígeno e anticorpo.Lise do microorganismo pelo 
macrófago. 
Opsonização: Revestimento no antígeno para facilitar 
fagocitose. 
Neutralização: O anticorpo se liga ao antígeno modificando-
o e perdendo sua patogenicidade. 
Citotoxidade dependente de Anticorpo (ADCC): Estímulo a 
liberação de citocinas (principalmente pela NK). 
 
ANTÍGENOS: é qualquer substância que pode ser 
especificamente ligada por uma molécula de anticorpo ou 
receptor de célula T. 
Os anticorpos podem reconhecer como antígenos 
praticamente todos os tipos de moléculas biológicas, incluindo 
simples metabólitos intermediários, açúcares, lipídios, 
autacoides e hormônios, bem como macromoléculas tais 
como carboidratos complexos, fosfolipídios, ácidos nucleicos e 
proteínas. Isso se contrapõe às células T, que reconhecem 
principalmente peptídios. 
 
Embora todos os antígenos sejam reconhecidos por linfócitos 
específicos ou por anticorpos, somente alguns deles são 
capazes de ativar os linfócitos. Moléculas que estimulam as 
respostas imunes são chamadas de imunógenos. 
 
Macromoléculas, tais como proteínas, polissacarídios e ácidos 
nucleicos, normalmente são muito maiores do que a região de 
ligação do antígeno de uma molécula de anticorpo. Dessa 
maneira, qualquer anticorpo se liga a somente uma porção da 
macromolécula, que é chamada de determinante ou um 
epítopo. Macromoléculas contêm tipicamente múltiplos 
determinantes, alguns dos quais podem ser repetidos e cada 
um, por definição, pode estar ligado por um anticorpo. 
 
A presença de múltiplos determinantes idênticos em um 
antígeno é referida como polivalência ou multivalência. A 
organização espacial de diferentes epítopos em uma única 
molécula de proteína pode influenciar a ligação dos anticorpos 
de várias maneiras. Quando os determinantes estão bem 
separados, duas ou mais moléculas de anticorpo podem ser 
ligadas ao mesmo antígeno proteico, sem influenciar cada um; 
tais determinantes são ditos serem não sobrepostos. 
 
17 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
Quando dois determinantes estão próximos um do outro, a 
ligação do anticorpo ao primeiro determinante pode causar 
uma interferência estérica com a ligação do anticorpo ao 
segundo; tais determinantes são ditos estarem sobrepostos. 
Em raros casos, a ligação de um anticorpo pode causar uma 
alteração conformacional na estrutura do antígeno, 
influenciando positiva ou negativamente a ligação de um 
segundo anticorpo a outro local na proteína por outros meios 
além do impedimento estérico. Essas interações são chamadas 
de efeitos aloestéricos. 
Qualquer forma ou superfície disponível em uma molécula que 
possa ser reconhecida por um anticorpo constitui um 
determinante antigênico ou epítopo. 
 
BASES ESTRUTURAIS E QUÍMICAS DA LIGAÇÃO DO 
ANTÍGENO 
Os locais de ligação de muitos anticorpos a antígenos são 
superfícies planares que podem acomodar epítopos 
conformacionais de macromoléculas, permitindo que os 
anticorpos se liguem às grandes macromoléculas. O 
reconhecimento do antígeno pelo anticorpo envolve ligação 
não covalente e reversível. A força da ligação entre um único 
local de combinação de um anticorpo e um epítopo de um 
antígeno é chamada de afinidade do anticorpo. Pelo fato de 
a região de dobradiça dos anticorpos conferir flexibilidade, um 
único anticorpo pode se ligar a um único antígeno multivalente 
em mais de um local de ligação. 
 
IMUNIDADE ATIVA E PASSIVA 
 
IMUNIDADE ATIVA: pode ser induzida em um indivíduo pela 
infecção ou pela vacinação 
- O indivíduo produz anticorpos pois entra em contato com 
antígenos 
- Desenvolver memória imune; 
- Caráter duradouro; 
- Preventiva. 
 Imunização Natural (sem artifício tecnológico): 
. Infecção/Pegar doenças 
 Imunização artificial: 
. Vacinas (evita) 
 
IMUNIDADE PASSIVA: conferida a um indivíduo pela 
transferência de anticorpos ou linfócitos de um indivíduo 
imunizado ativamente. 
- Indivíduo RECEBE anticorpos; 
- Não desenvolve memória imune; 
- Caráter temporário; 
- Remediativa; 
 Imunização Natural (sem artifício tecnológico) 
. Nutrição Placentária 
. Amamentação 
 Imunização artificial 
. Soros (trata) 
 
RESPOSTA INFLAMATÓRIA 
 
A inflamação é uma resposta a infecções e tecidos lesados. 
Consiste em recrutar células e moléculas de defesa do 
hospedeiro da circulação para os locais onde são necessárias. 
Sinal de alerta que atrai células e moléculas que vão ajudar a 
combater o patógeno ou a reparar o tecido lesado. 
 
 
 
Os neutrófilos e os monócitos migram para os locais ligando-
se às moléculas de adesão endotelial e em resposta a 
estímulos quimioatrativos produzidos por células teciduais 
em resposta a PAMP e DAMP. 
 
Os macrófagos ativados, reconhecem partículas estranhas e 
liberam mediadores químicos no tecido que vão agir dando 
início à resposta inflamatória. Podem ser subdivididos em dois 
tipos: 
. M1: tipo clássico, fagocita, mata organismos, etc. 
. M2: produz citocinas (TGFbeta e IL-10) que tem como função 
reduzir a resposta inflamatória local e produzir citocinas que 
tem como função regenerar o tecido lesado. (Isso ocorre no 
final do processo inflamatório) 
 
Os mastócitos, contém grânulos com histamina (importante 
mediador inflamatório), substância liberada após os estímulos 
que causa vasodilatação e dor. 
 
18 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
 
Os neutrófilos, combatem os microrganismos e recuperam o 
tecido lesado. Quando os processos são concluídos e não há 
mais o que combater os neutrófilos sofrem apoptose. 
Os macrófagos reconhecem esses neutrófilos mortos, 
entendendo que o fator causador da inflamação já foi 
resolvido. 
 
 Esses mediadores e citocinas liberados aumentam a 
permeabilidade dos vasos sanguíneos, levando à entrada de 
proteínas plasmáticas (p. ex., proteínas complementares) nos 
tecidos, e promovem o movimento dos leucócitos do sangue 
para os tecidos, onde os leucócitos destroem os 
microrganismos, limpam as células danificadas e promovem 
mais inflamação e reparo. 
 
 
 
A inflamação tem quatro processos principais: 
1. Vasodilatação levando a aumento no fluxo sanguíneo, o 
fluxo sanguíneo na região fica mais lento e leucócitos, 
principalmente os neutrófilos, se acumulam ao longo do 
endotélio vascular. (Aumento do rubor e do calor) 
2. Aumento de permeabilidade dos vasos, que permite que 
as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da 
circulação; (edema e dor causada pela própria 
compressão causada pelo edema) 
3. Liberação de fatores de coagulação que vão atuar como 
mediadores inflamatórios e provocar a microcoagulação 
dos vasos ao redor para impedir que o a gente estranho 
se propague pelo organismo. 
4. Ativação endotelial, quevai passar a expressar as 
moléculas de adesão para atrair as células para os locais 
de inflamação, como os neutrófilos, por ex. 
 
As reações vasculares da inflamação aguda consistem em 
alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos 
vasos, ambas destinados à maximização do movimento das 
proteínas e leucócitos do plasma para fora da circulação, em 
direção ao local da infecção ou lesão. O deslocamento de 
fluidos, proteínas e células sanguíneas do sistema vascular 
para dentro do tecido intersticial ou das cavidades corporais 
é conhecido como exsudação. 
 
 Exsudato: é o fluido com elevada concentração proteica e 
resíduos celulares. Sua presença implica que há aumento 
de permeabilidade dos pequenos vasos sanguíneos 
provocada por algum tipo de lesão tecidual e uma reação 
inflamatória contínua. 
 Transudato: é um fluido com baixo conteúdo proteico (a 
maior parte composta de albumina), pouco ou nenhum 
material celular e baixa gravidade específica. Ou seja, é 
um ultrafiltrado de plasma sanguíneo que resulta de 
desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao longo da parede 
do vaso sem aumento correspondente na permeabilidade 
vascular. 
 Edema: denota excesso de fluido no tecido intersticial ou 
das cavidades serosas, que pode ser ou um exsudato ou 
um transudato. 
 Pus: um exsudato purulento, é um exsudato inflamatório 
rico em leucócitos (principalmente neutrófilos), restos de 
células mortas e, em muitos casos, microrganismos. 
 
 
Respostas de Vasos Linfáticos e Linfonodos: 
Os vasos linfáticos também participam da inflamação aguda. O 
sistema linfático e os linfonodos filtram e policiam os fluidos 
extravasculares. Normalmente, os vasos linfáticos drenam a 
pequena quantidade de fluido extravascular que saiu dos 
capilares. Na inflamação, o fluxo linfático é aumentado e 
ajuda a drenar o fluido do edema que se acumula devido ao 
aumento de permeabilidade vascular. 
Vasos linfáticos podem tornar-se inflamados de maneira 
secundária (linfangite), linfonodos de drenagem (linfadenite). 
Com frequência, os linfonodos inflamados são aumentados 
por causa da hiperplasia dos folículos linfoides e do aumento 
no número de linfócitos e macrófagos. Essa constelação de 
alterações patológicas recebe o nome de linfadenite reativa 
ou inflamatória. 
 
Recrutamento de Leucócitos para os Locais de Inflamação 
As mudanças no fluxo sanguíneo e na permeabilidade vascular 
são rapidamente seguidas por influxo de leucócitos no tecido. 
O preço pago pela potência de defesa dos leucócitos é que, 
quando fortemente ativados, eles podem induzir dano aos 
tecidos e prolongar a inflamação, pois os produtos dos 
leucócitos que destroem os microrganismos e ajudam a 
“limpar” os tecidos necróticos também podem lesar os tecidos 
do hospedeiro não envolvidos no processo. 
 
1. Na inflamação, o endotélio é ativado e pode ligar-se aos 
leucócitos, como um prelúdio de sua saída dos vasos 
sanguíneos. 
2. Migração através do endotélio e da parede do vaso. 
 
19 NICOLE MALHEIROS – MEDICINA FUNORTE XXXI 
3. Migração nos tecidos em direção aos estímulos 
quimiotáticos. 
 
Os leucócitos são recrutados a partir do sangue para dentro do 
tecido extravascular, onde os patógenos infecciosos ou tecidos 
danificados podem estar localizados, migram para o local da 
infecção ou da lesão tecidual e são ativados para realizar suas 
funções. 
O recrutamento de leucócitos é um processo de várias etapas 
que consiste na ligação fraca e no rolamento sobre o endotélio 
(mediada pelas selectinas); na forte ligação ao endotélio 
(mediada pelas integrinas) e na migração através dos espaços 
interendoteliais. 
Várias citocinas promovem a expressão dos ligantes de 
selectinas e integrinas no endotélio (TNF, IL-1), aumentam a 
avidez das integrinas por meio de seus ligantes (quimiocinas) 
e promovem a migração direcional dos leucócitos (quimiocinas 
também); muitas dessas citocinas são produzidas pelos 
macrófagos dos tecidos e outras células que respondem aos 
patógenos ou tecidos lesados. 
Os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório inicial e, 
em seguida, são substituídos por monócitos e macrófagos. 
 
 
Adesão do Leucócito ao Endotélio 
Leucócitos assumem posição periférica ao longo da superfície 
endotelial. Esse processo de redistribuição dos leucócitos é 
chamado de marginação. Subsequentemente, os leucócitos 
aderem, de forma transitória, ao endotélio, separam-se e se 
ligam novamente nas integrinas, rolando, dessa forma, na 
parede do vaso. As células finalmente param em certo ponto, 
onde aderem firmemente (lembrando seixos sobre os quais a 
corrente flui sem perturbá-los). As duas famílias mais 
importantes de moléculas envolvidas na adesão e migração de 
leucócitos são as selectinas e integrinas, e seus ligantes. Elas 
são expressas nos leucócitos e nas células endoteliais. 
 
Migração dos Leucócitos através do Endotélio 
A transmigração dos leucócitos ocorre principalmente nas 
vênulas pós-capilares. As quimiocinas agem nos leucócitos que 
se aderem e estimulam as células a migrar através dos 
espaços interendoteliais rumo ao local da lesão ou da infecção 
onde as quimiocinas estão sendo produzidas. Imunoglobulinas 
chamadas de CD31 ou PECAM-1 (molécula de adesão celular 
endotelial plaquetária-1). 
 
Quimiotaxia dos Leucócitos 
Após sair da circulação, os leucócitos vão para os tecidos em 
direção ao local da lesão por meio de um processo chamado 
quimiotaxia, que é definido como a locomoção seguindo um 
gradiente químico. Ambas as substâncias, exógenas e 
endógenas, podem agir como quimioatraentes.

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