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DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE Cimento de Ionômero de Vidro ❖ Cimento de Silicato + Policarboxilato de Zinco ❖ Foi extraído do cimento de silicato a capacidade de liberar flúor e do policarboxilato a capacidade de adesividade e compatibilidade com o complexo dentinapolpa CLASSIFICAÇÃO • É classificado de acordo com a sua composição • Tem o ionômero de vidro convencional e o resinoso CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO CONVENCIONAL • É apresentado na forma de pó e liquido PÓ • Silica + Alumina + Fluoretos (o componente mais importante) • O flúor melhora as características de trabalho, fornece a resistência do cimento e apresenta ótimas propriedades anticariogênicas, porém fornece a opacidade do material LIQUÍDO • Consiste na mistura de ácidos • Antigamente só se utilizava o acido poliacrilico ou polimáleico, mas com o passar do tempo foi observado a necessidade de melhora do material e foi adicionado o ácido tartárico e ácido itacônico • O ácido tartárico melhora a força coesiva, a resistência a compressão e o tempo de trabalho acelerando a presa do material • O ácido itacônico reduz viscosidade do liquido e da estabilidade de armazenamento CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO RESINOSO • Tem a mesma base do Cimento de Ionômero de Vidro Convencional • 80% de CIV convencional + 20% resina + fotoiniciadores de polimerização • Apresentam uma estética melhor por já ter uma escala de cor na sua composição DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE • São considerados cimentos híbridos por ter em sua composição o ácido poliacrílico, o alumínio silicato de vidro e metacrilatos • Pode ter 2 ou 3 ativações, a polimerização química, fotoativação (fotopolimerizador) ou redox (permite ao material se polimerizar tanto na ausência quanto na presença de luz) INDICAÇÃO CLÍNICA TIPO I • Utilizado exclusivamente para cimentação • Na caixa vem escrito “CEM” ou “C” TIPO II • São os restauradores, utilizados para restauração • Na caixa vem escrito “Fil” ou “R” TIPO III • Utilizado para forramento de cavidade, proteção do complexo dentinapolpa, restaurações provisórias e selante de fossulas e fissuras PROPRIEDADES • Compatibilidade biológica, liberação de flúor, adesividade, coeficiente de expansão térmica COMPATIBILIDADE BIOLÓGICA • Essa compatibilidade faz com que ele seja o mais indicado para a proteção do complexo dentinapolpa • Consegue reduzir a penetração bacteriana devido a sua adesividade a estrutura dental, liberação de flúor e baixo pH inicial • Apesar do ácido poliacrilico ser um ácido fraco, ele tem um alto peso molecular que tem uma maior dificuldade de penetrar nos túbulos dentinários, ou seja, ele não provoca nenhum tipo de agressão a polpa • Se a espessura de dentina que sobrou for maior que 0,5mm não é necessário fazer nenhum outro tipo de proteção do complexo dentinapolpa DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE • Se a espessura de dentina que sobrou for menor que 0,5mm é necessário fazer uma proteção auxiliar com hidróxido de cálcio antes da colocação do CIV LIBERAÇÃO DE FLÚOR • Existe tanto no CIV convencional como no resinoso, porém é maior no convencional • Maior liberação nas primeiras 24h e mantém a liberação grande nos primeiros 7 dias, mas ainda continua sempre com a liberação, porém diminuída • Consegue promover remineralização das áreas em que está tendo desmineralização • Funciona como um reservatório de flúor, onde absorve e libera aos poucos ADESIVIDADE • Funciona tanto no CIV convencional como no resinoso • Quando é feita a manipulação e a introdução na cavidade bucal, é feito um molhamento da superfície pelo liquido, então os ions hidrogênios do liquido conseguem interagir com a superfície mineralizada e deslocam ions de cálcio e fosfato, os quais se ligam aos grupos caboxilicos do cimento ao dente • Tem maior adesão ao esmalte por ser mais mineralizado do que na dentina • A adesividade depende do coeficiente da expansão térmica para ter um melhor vedamento marginal e maior longevidade das restaurações • A superfície deve estar limpa COEFICIENTE DE EXPANSÃO TÉRMICA • Todos os materiais restauradores passam por alterações térmicas da cavidade bucal • Essas alterações dimensionais nos materiais restauradores acabam provocando alterações na interface dente/restauração • O CIV convencional tem o coeficiente próximo ao do dente, já o CIV resinosos tem um coeficiente diferente do dente e mais próximo ao do amalgama e resinas REAÇÃO DE PRESA DO CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO CONVENCIONAL • Acontece em 3 fases que se superpõem FASE DE DESLOCAMENTO DE ÍONS • Aspecto brilhoso • União química entre o ionômero e o dente • É o momento em que o material deve ser inserido na cavidade DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE FASE DE FORMAÇÃO DA MATRIZ DE HIDROGEL • 5 minutos após a manipulação • Apresenta uma opacidade maior que desaparece após a presa final • Se tiver opaco não deve introduzir no dente • Deve ter cuidado com sinérese e embebição, pois acabam interferindo na resistência final do material, então é colocado vaselina na superfície da restauração FASE DE FORMAÇÃO DE GEL DE POLISSAIS • Acontece entre 1h e 24h • Apresenta pequena expansão, o que permite um contato maior e preenchimento melhor, evitando o processo de infiltração • Não é indicado respiradores bucais, porque irão causar ressecamento da cavidade bucal e não terá a terceira fase, ficando desidratado e tornando-o quebradiço REAÇÃO DE PRESA DO CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO RESINOSO • Há 3 sistemas de ativação SISTEMA QUIMICAMENTE ATIVADO • Reação ácido base + polimerização química SISTEMA FOTOATIVO • Reação ácido base + fotoativação SISTEMA DE PRESA DUAL • Reação ácido base + fotoativação + iniciadores químicos PROPORCIONAMENTO E MANIPULAÇÃO CÁPSULAS • Proporcionamento correto (já vem de fábrica) • Manuseio rápido e simples • Melhores propriedades • Custo alto quando comparado ao pó e liquido DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE PÓ E LÍQUIDO • Deve fazer o proporcionamento correto • Pouco pó vai ficar mais fluido, com solubilidade e menor resistência • Muito pó vai ter menor tempo de trabalho, menor adesividade, menor translucidez e tempo de presa mais rápido • Divisão do pó de acordo com paciente e aglutinação parte a parte • A massa deve ser homogênea e deve ficar com fluidez e brilho superficial • Tempo de manipulação é entre 30s e 1min CUIDADOS CLÍNICOS DO PROPORCIONAMENTO E MANIPULAÇÃO CÁPSULAS • Romper o lacre • Trituração mecânica • A textura do ionômero para cimentação tem que ficar em fio PÓ E LÍQUIDO • Agitar o frasco do pó • Medidor próprio para proporcionar • Posicionamento perpendicular do frasco do liquido (evitar bolhas) • Manter o vidro do pó e liquido fechado • Usar espátula plástica INFILTRAÇÃO MARGINAL • Capacidade de união a estrutura dental • O CIV convencional tem uma menor infiltração quando comparado ao CIV resinoso • Com o CIV convencional há um menor estresse, ou seja, não sofre contração de polimerização e coeficiente de expansão térmica similar ao dente • O CIV resinoso tem maior estresse devido aos componentes presentes, onde tem contração de polimerização e coeficiente de expansão térmica diferente do dente RESISTÊNCIA MECÂNICA • Quando for para uma área de resistência mecânica, se opta pelo CIV resinoso pois apresenta uma maior resistência DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE ESTÉTICA • O CIV resinoso tem um maior número de cores e uma maior lisura da superfície • O CIV convencional é opaco e tem menor lisura de superfície TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DENTAL CIV CONVENCIONAL • O CIV é uma adesão química • Para uma boa adesão,a superfície de onde o material vai ser colocado deve estar limpa e adequadamente tratada • Tem o objetivo de aumentar a energia livre de superfície e com isso o cimento irá escoar de uma melhor forma e permanecer nas paredes da cavidade • Deve remover ou reduzir a camada de smear layer, pois quando coloca o CIV em uma superfície que não foi tratada pode ter deslocamento da smear layer e do forramento devido a contração da resina composta, o que iria levar a uma fenda entre dente/forramento/material restaurador • Para o tratamento da superfície pode ser utilizado o ácido poliacrílico 11,5%/10seg ou o tergensol (detergente biológico), onde molha uma bolinha de algodão e passa na superfície e depois faz uma lavagem abundante com água e secagem TRATAMENTO DE SUPERFÍCIE DENTAL CIV RESINOSO • Depende da indicação do fabricante • Alguns materiais já incluem o primer, onde depois de aplicado passa o jato de ar e polimeriza • Pode ser usado o ácido poliacrilico • E quando nenhum tratamento é sugerido, deve usar o tergensol para a limpeza INSERÇÃO • Deve ser inserido na cavidade quando apresenta superfície brilhante, pois ainda há liquido suficiente para que a adesão ocorra • A perda do brilho ou diminuição da fluidez indica um estado avançado de presa, onde o número de grupos carboxílicos é insuficiente para reagir com o cálcio e levar ao enfraquecimento da adesão • Ao manipular e ficar com aspecto brilhante já deve inserir na cavidade DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE INSERÇÃO CIV CONVENCIONAL • Sempre lembrar que antes da inserção a fita matrix e a cunha de madeira deve estar em posição • Quando passa da fase inicial (brilhante) pode ser removida a matrix na segunda fase (opaca), mas nesse momento é passado vaselina para evitar o processo de sinérese e embebição RESTAURAÇÕES DEFINITIVAS OU PROVISÓRIAS • Pode ser feita de uma só vez utilizando a espátula de plástico • A dificuldade de inserir de uma vez é a incorporação de bolhas • O ideal é ser levado com a seringa centrix para evitar a formação de bolha • Os cimentos convencionais de capsula já vem com o instrumental, que ao mesmo tempo que faz a inserção, ele promove a homogeneização e minimiza a formação de bolhas FORRAMENTO E FORMAÇÃO DE “DENTINA ARTIFICIAL” • Utilizamos pequenos aplicadores que são colocados em pequenas porções nos locais desejados INSERÇÃO CIV RESINOSO • Pode ser inserido com a espátula ou com a centrix • Pode usar o único incremento ou a técnica incremental de 2mm • A técnica incremental tem o resultado melhor • Quando apresentar opacidade já se faz o uso do agente de proteção (vaselina ou base incolor) ACABAMENTO CIV CONVENCIONAL • Se houver necessidade de remoção de excessos, faz a remoção e coloca uma nova camada de vaselina ou base incolor • Pode ser feita na mesma sessão, porém com uma lâmina de bisturi e sem utilizar instrumentos rotatórios • O material leva até 24h para finalizar sua reação de presa, o ideal é que só seja feito o acabamento e polimento 48h após a aplicação do material restaurador DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE • Sempre que for fazer o acabamento tem que passar vaselina devido a sinérese e embebição, pois se ocorrer uma perda muito grande do material pode ter formação de trincas que comprometem a longevidade da restauração • Deve utilizar as pontas diamantadas de granulação extra fina (F e FF), para superfícies vestibulares deve utilizar os discos de lixa e na região interproximal as tiras de lixa ACABAMENTO CIV RESINOSO • Como ele é fotoativado pode ser feito na mesma sessão, mas não é o indicado • O correto é ser feito o acabamento em outra sessão • A reação de ácido-base continua no período de 24h após a fotoativação • Deve utilizar as pontas diamantadas de granulação extra fina (F e FF), pode se utilizar as borrachas abrasivas, superfícies vestibulares deve utilizar os discos de lixa e na região interproximal as tiras de lixa • Não pode esquecer da nova proteção após a finalização REPARABILIDADE CIV CONVENCIONAL • Não podem ser reparados com o próprio CIV convencional • Não se liga a outro CIV convencional que já está presente com sua reação de presa finalizada • Pode ser feito a remoção total ou o reparo com a resina composta • Não há necessidade de se utilizar o ácido fosfórico, pois quando se seca a superfície do ionômero já é criado micro retenções REPARABILIDADE CIV RESINOSO • Pode fazer a reparação com o próprio CIV resinoso • Se a fratura ocorrer em áreas que precisem de uma maior resistência, pode ser feito a reparação com a resina composta INDICAÇÕES CLÍNICAS • O CIV convencional é um material critico no que diz respeito a suas fases e períodos a serem seguidos, e, por isso, tem um pequeno número de indicações PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINAPOLPA • Utilizado o CIV convencional DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL • Utilizado o CIV convencional SELANTE DE CICATRÍCULAS E FISSURAS • Pode ser utilizado como selante, porém por não tem um bom escoamento só deve ser utilizado nas fissuras profundas e usar selante resinoso nas fissuras rasas • A vantagem do CIV é que não necessitam de condicionamento com ácido fosfórico (apenas a limpeza) e que apesar de ter uma alta porcentagem de desgaste inicial, a sua liberação de flúor combate esse desgaste FORRAMENTO • O CIV resinoso é o material de eleição para forramento de resina ou amálgama • Quando trabalha com o CIV convencional, não pode utilizar ponta diamantada em cima do material antes das primeiras 24h • A vantagem do CIV resinoso é ter a presa rápida e ter sua inserção incremental, onde não irá ter necessidade de ter nenhum tipo de abaixamento da restauração, permitindo que a restauração seja feita na mesma sessão • Para o CIV convencional, tem que preencher toda a cavidade e em outra sessão ser feita o rebaixamento, ajustes e em sequência ser feita a restauração • O CIV convencional deve ser colocado de modo que não precise utilizar instrumento rotatório para remoção de excessos, aplicando apenas nas paredes axial e pulpar FORMAÇÃO DE DENTINA ARTIFICIAL • Muitas vezes ao finalizar a remoção do tecido cariado, obtém uma cavidade onde tem áreas de esmalte sem suporte de dentina • Áreas de esmalte socavado sem suporte de dentina • Se a cavidade for indicada para uma restauração de amálgama, essas áreas de esmalte socavadas vão ser cavadas e haverá então mais remoção de tecido sadio, então o CIV entra como formação de dentina artificial • O CIV convencional é muito indicado por ter seu coeficiente de expansão térmica similar ao do dente • Com a formação de dentina artificial é possível reforçar a estrutura dental e permite a realização de restaurações conservadores com esmalte preservado e dentina perdida restaurada, mantendo a sua estética DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE RESTAURAÇÕES PROVISÓRIAS/ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL • O material deve ter uma boa resistência mecânica e capacidade de selamento marginal • os materiais ionômericos são muito bons, pois eles são adesivos, liberam flúor (inibindo a desmineralização e ativando a remineralização) e fazem o recarregamento do flúor absorvendo e liberando no meio bucal RESTAURAÇÕES CONSERVADORAS • Lesões de caries incipientes apenas em sulco pode ser feita com CIV convencional ou CIV resinoso • Cavidades classe I conservadora (quando não atinge região de contato oclusal com o dente antagonista) só deve ser usado CIV resinoso por precisar de mais resistência TÉCNICA DO SANDUÍCHE • CIV + selante resinoso ou CIV + resina composta • Quando tem uma lesão pequena, mas com profundidade maior, é removido o tecido cariado, colocado CIV e por cima aplicado um selante resinoso RESTAURAÇÕES CLASSEI E II DE DENTES DECÍDUOS • Tem adesividade, liberação de flúor e biocompatibilidade • É feito a remoção do tecido cariado (sem preparo e sem desgaste), a limpeza e a inserção do material restaurador • Vai liberar o flúor e inibir a desmineralização e potencializar a remineralização RESTAURAÇÕES CLASSE II TIPO TÚNEL • Cáries na superfície proximal e/ou oclusal, mas não tem envolvimento da crista marginal • É feita uma restauração mista • Remove a lesão de carie, preenche com CIV e na superfície oclusal usa o amalgama ou a resina, mantendo adesividade e liberação de flúor com resistência ao desgaste RESTAURAÇÕES CLASSE III • Cárie ativa e sem envolvimento vestibular • Se houver necessidade estética, deve utilizar a resina composta DENTÍSTICA – CLINICA INTEGRADA | NICOLI MICAELLE RESTAURAÇÕES CLASSE V • Cárie ativa e presença de sensibilidade na região cervical • Se houver necessidade de estética, deve ser feita a técnica de sanduiche com CIV e resina composta • Aplica o ionômero de vidro e faz o condicionamento evitando o CIV TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO – ART • Utilizado em locais onde não há atendimento odontológico • Finalidade de estabilização de processos múltiplos de cárie para posteriormente ser feito a restauração definitiva individual • Com a colher de dentina é removido a maior quantidade possível de tecido comprometido, mas deixa um pouco para que não haja exposição pulpar e para ver se o CIV pode remineralizar • Utilizado também em crianças que tem medo das brocas e da caneta, crianças que tem trauma, pacientes especiais e lesões múltiplas de carie CIMENTAÇÃO EM ORTODONTIA • Já teve uma grande indicação em ortodontia • Utilizado como agente de cimentação para os anéis ortodônticos • Liberação de flúor e adesividade