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Cruzeiro do Sul Trânsito

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Prévia do material em texto

Legislação Penal 
Especial
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Reinaldo Zychan de Moraes
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Aline Gonçalves
Código de Trânsito Brasileiro
Código de Trânsito Brasileiro
 
 
• Conhecer as infrações penais previstas no Código Brasileiro de Trânsito;
• Conhecer os aspectos procedimentais e processuais relacionados à prática de uma 
infração penal prevista no Código Brasileiro de Trânsito.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO 
• Aplicação de Normas Penais e Processuais Penais;
• Ação Penal nos Crimes de Trânsito;
• Disposições Gerais sobre os Crimes de Trânsito;
• Dos Crimes em Espécie.
UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Introdução
O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), Lei 9.503/97, é uma norma que trata 
de forma bastante abrangente sobre todas as questões que envolvem o trânsito de 
veículos automotores, bicicletas e pedestres. Essa amplitude de tratamento abrange 
não somente as questões administrativas (que são extensivamente tratadas nessa 
norma), mas também questões penais e processuais penais. Dentro dos objetivos 
desta unidade, nós focaremos nesses dois últimos aspectos, com eventuais incursões 
em outras áreas quando for necessário.
Os crimes de trânsito apresentam grande impacto em nossa sociedade, razão 
pela qual um tratamento específico e conjunto para essas infrações penais se mostra 
bastante adequado.
Como as infrações penais apresentadas por essa norma são sempre relacionadas 
com a condução de veículos automotores, desde logo, é importante apresentar a 
definição desse tipo de veículo que encontramos no próprio Código.
Código Nacional de Trânsito
ANEXO I
DOS CONCEITOS E DEFINIÇÕES
Para efeito deste Código adotam-se as seguintes definições:
[...]
VEÍCULO AUTOMOTOR - todo veículo a motor de propulsão que circule 
por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário 
de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o 
transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conecta-
dos a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico).
Aplicação de Normas Penais 
e Processuais Penais
Apesar de o Código de Trânsito Brasileiro apresentar diversas normas penais e 
processuais penais, obviamente, é imprescindível que as normas gerais do Código 
Penal e do Código de Processo Penal sejam aplicáveis aos crimes de trânsito.
Há também a aplicação, no que for cabível, da Lei 9.099/95, que trata dos Jui-
zados Especiais Cíveis e Criminais para alguns dos crimes de trânsito, visto que se 
enquadram no conceito de infrações penais de menor potencial ofensivo, o que atrai 
a competência dos mencionados Juizados.
8
9
As infrações penais de menor potencial ofensivo têm conceito apresentado pelo 
artigo 61 da Lei 9.099/95, cuja redação é a seguinte:
Lei 9.099/95
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, 
para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a 
lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não 
com multa.
Nesse conceito, estão abrangidas as seguintes infrações penais:
• As contravenções penais – que não guardam muito interesse para nosso objeto 
de estudo;
• Os crimes cuja sanção máxima prevista é de até 2 anos, cumulada ou não com 
a pena de multa.
Com base nessas informações, vamos exemplificar a aplicabilidade do procedi-
mento do Juizado Especial Criminal para os crimes de trânsito.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
[...]
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para 
fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
No primeiro dos crimes – o homicídio praticado na condução de veículo automo-
tor – art. 302 – a pena máxima cominada é de 4 anos, dessa forma, esse crime não 
está na competência do Juizado Especial Criminal.
Já no caso do segundo deles (art. 305), como a pena máxima prevista é de 1 ano, 
será levado para o Juizado Especial Criminal.
Se estiver configurada a competência do Juizado Especial Criminal, não deve 
ocorrer a instauração de inquérito policial, sendo os fatos registrados por meio 
de Termo Circunstanciado. Estando afastada a competência desse órgão juris-
dicional, a instauração de inquérito policial deverá ocorrer normalmente.
Ação Penal nos Crimes de Trânsito
Os crimes de trânsito são todos de ação penal pública incondicionada, razão pela 
qual, independentemente da vontade do ofendido, deve ser realizada a instauração 
9
UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
do inquérito policial e da ação penal, em razão do chamado Princípio da Obrigato-
riedade aplicável a esses crimes.
A única exceção que encontramos nos crimes de trânsito ocorre com a lesão 
corporal culposa na condução de veículo automotor (art. 303), visto que, em razão 
do § 1º do artigo 291 do CTB, deve ser aplicado o artigo 88 da Lei 9.099/95, que 
estabelece que nessa infração penal deve ser aplicado o regramento próprio da ação 
penal pública condicionada à representação do ofendido.
Disposições Gerais sobre 
os Crimes de Trânsito
Os artigos 291 a 301 do Código de Trânsito Brasileiro apresentam diversas dis-
posições comuns relacionadas aos crimes de trânsito.
Há também disposições comuns aos crimes de trânsito no artigo 312-A desse 
código, apesar de esse artigo estar bem mais adiante na lei que os demais.
Em razão da importância que essas disposições possuem, é necessário conhecer 
cada uma delas.
Fixação da Pena
Assim como ocorre em todas as infrações penais, a fixação da pena privativa 
de liberdade a ser aplicada em razão de condenação pela prática de um crime deve 
ser realizada pelo juiz, com base no chamado “Método Trifásico” estabelecido pelo 
artigo 68 do Código Penal.
Código Penal
Cálculo da pena
Art. 68. A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 des-
te Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e 
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento.
[...]
Nesse método, as etapas a serem seguidas são as seguintes:
• Fixação da pena-base: partindo-se da pena mínima fixada, é possível um au-
mento se estiverem presentes circunstâncias judiciais desfavoráveis – as quais 
estão previstas no “caput” do artigo 59 do Código Penal. Essas circunstâncias 
são as seguintes: antecedentes do acusado, conduta social do acusado, persona-
lidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime e o 
comportamento da vítima;
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• Aplicação das atenuantes e agravantes genéricas: partindo do resultado da 
primeira fase, a pena pode ser aumentada ou diminuída em razão da presença 
de agravantes genéricas (previstas nos artigos 61 e 62 do Código Penal) ou ate-
nuantes genéricas (previstas nos artigos 65 e 66 do Código Penal);
• Aplicação das causas de aumento e diminuição de penas: por último, 
aplicamos as causas de aumento e de diminuição previstas tanto em 
disposições gerais quanto especificamente para cada crime.
Em relação aos crimes de trânsito, há específica previsão de que, na primeira fase 
da fixação da pena, o juiz considere, de forma especial, a culpabilidade do agente 
e as circunstâncias e consequências do crime.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 291 . [...]
§ 4º . O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art.59 
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), 
dando especial atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e 
consequências do crime.
Os crimes de trânsito possuem uma variedade muito grande de causas e cir-
cunstâncias, o que modifica, de forma significativa, a reprovabilidade da conduta do 
agente – é o que ocorre, por exemplo, em um crime praticado em razão da distração 
na condução do veículo em comparação com umcausado pela ingestão de bebidas 
alcoólicas ou drogas pelo condutor. Isso denota uma variedade de circunstâncias 
judiciais muito grande, sendo que o legislador estabeleceu como prioritárias aquelas 
anteriormente apontadas.
Suspensão ou Proibição de se Obter a Permissão 
ou a Habilitação para Dirigir Veículo Automotor
Uma medida de relevante importância prevista no CTB é a suspensão ou a proi-
bição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir que, como o seu próprio 
nome indica, pode ser aplicada das seguintes formas:
• Suspensão da permissão ou habilitação;
• Proibição de se obter a permissão ou habilitação.
Trata-se de uma medida restritiva de direito que pode ser aplicada:
• Como sanção: de forma isolada ou cumulativa com outras sanções penais pre-
vistas no CTB;
• Como uma medida cautelar durante a investigação (inquérito policial) ou ação 
penal, sendo isso realizado na forma apresentada pelo art. 294 do CTB.
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UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 294. Em qualquer fase da investigação ou da ação penal, havendo 
necessidade para a garantia da ordem pública, poderá o juiz, como me-
dida cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público ou ainda 
mediante representação da autoridade policial, decretar, em decisão mo-
tivada, a suspensão da permissão ou da habilitação para dirigir veículo 
automotor, ou a proibição de sua obtenção.
Parágrafo único. Da decisão que decretar a suspensão ou a medida 
cautelar, ou da que indeferir o requerimento do Ministério Público, caberá 
recurso em sentido estrito, sem efeito suspensivo.
Na forma cautelar, essa medida objetiva impedir que o acusado da prática de um 
crime de trânsito continue a realizar a condução de veículos, sendo uma medida 
importante para situações mais graves. Nessa forma cautelar, a medida terá duração 
até que o processo se encerre ou haja uma mudança na decisão judicial, por parte 
do próprio magistrado que a aplicou ou por parte do tribunal que aprecie eventual 
recurso impetrado contra ela.
Já em razão de condenação, estabelece o CTB que:
• Sendo o réu reincidente na prática de crime previsto no código, o juiz deverá 
aplicar essa penalidade, sem prejuízo das demais sanções cabíveis, ou seja, essa 
pena restritiva de direito deve ser cumulada com as cabíveis ao crime a que ele 
está sendo condenado;
• Essa penalidade tem prazo que pode variar de dois meses a cinco anos, sendo 
que, na sentença, deverá ser explicitada a sua exata duração;
• Com o trânsito em julgado da condenação, o acusado deve ser intimado para 
realizar a entrega de sua permissão para dirigir ou de sua carteira de habilitação 
para o magistrado no prazo de 48 horas;
• O prazo de duração dessa medida não se inicia enquanto o condenado estiver, 
em razão da condenação, recolhido a estabelecimento prisional.
A aplicação dessa medida, seja na forma cautelar, seja como pena, deve ser 
objeto de comunicação por parte do juiz para o Conselho Nacional de Trânsito 
(Contran), bem como ao órgão de trânsito do Estado em que o indiciado ou réu for 
domiciliado ou residente.
Aquele que viola a suspensão ou proibição aplicada com fundamento no CTB 
pratica o crime definido no art. 307 dessa lei, sendo que também o pratica aquele 
que, intimado para tanto, não realiza a entrega da permissão para dirigir ou a car-
teira de habilitação.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 307. Violar a suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a 
habilitação para dirigir veículo automotor imposta com fundamento neste 
Código:
12
13
Penas – detenção, de seis meses a um ano e multa, com nova imposição 
adicional de idêntico prazo de suspensão ou de proibição.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre o condenado que deixa de 
entregar, no prazo estabelecido no § 1º do art. 293, a Permissão para 
Dirigir ou a Carteira de Habilitação.
Multa Reparatória
No Código Penal, a pena de multa é prevista nos artigos 49 e seguintes, sendo 
que, especificamente, no CTB ela possui algumas particularidades que precisam ser 
destacadas, visto que ela funciona como uma forma de reparação dos prejuízos ma-
teriais causados pela infração de trânsito, tendo como destinatários a vítima ou seus 
sucessores. Trata-se de uma abordagem bem diferente da multa prevista no Código 
Penal, cujo destino é o Fundo Penitenciário (Nacional ou Estadual).
Como a multa reparatória deve ser destinada à vítima e seus sucessores, não se 
observa a sua aplicabilidade em todas as infrações de trânsito, visto que em algumas 
delas não há pessoa certa que é atingida pelo crime, pois nesses casos o sujeito pas-
sivo é a coletividade.
Ao fixar o valor da multa reparatória, o juiz deve observar que o seu valor não 
pode superar o prejuízo material que, comprovadamente, a vítima teve em razão da 
infração de trânsito.
Como a multa reparatória somente abrange danos materiais, poderá a vítima 
ter danos de outras naturezas ressarcidos por ações próprias na esfera cível ou, 
ainda na esfera penal, poderá o juiz utilizar o disposto no artigo 387, inciso IV, 
do Código de Processo Penal, quando então serão estabelecidas todas as formas 
de indenização cabíveis ao caso (o que poderá abranger danos morais e estéticos, 
além dos danos materiais).
Código de Processo Penal
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
[...]
IV – fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infra-
ção, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;
De qualquer forma, em eventual ação cível em que a vítima ou seus sucessores 
realizem a cobrança de indenização (de todas as naturezas), o valor da multa repara-
tório deverá ser abatido do montante a ser indenizado.
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UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Circunstâncias Agravantes Específicas dos Crimes de Trânsito
Como vimos, na segunda fase do cálculo da pena, devem ser aplicadas as 
agravantes (artigos 61 e 62) e atenuantes genéricas (artigos 65 e 66) previstas no 
Código Penal. 
Nos crimes de trânsito, há específica previsão de circunstâncias agravantes gené-
ricas especificamente a eles – artigo 298 do CTB –, as quais devem ser consideradas 
juntamente com elas encontradas no Código Penal.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 298. São circunstâncias que sempre agravam as penalidades dos 
crimes de trânsito ter o condutor do veículo cometido a infração:
I – com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco 
de grave dano patrimonial a terceiros;
II – utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas;
III – sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
IV – com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria 
diferente da do veículo;
V – quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o 
transporte de passageiros ou de carga;
VI – utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos 
ou características que afetem a sua segurança ou o seu funcionamen-
to de acordo com os limites de velocidade prescritos nas especificações 
do fabricante;
VII – sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada 
a pedestres.
Pronto e Integral Socorro da Vítima
Uma medida de política criminal foi inserida no artigo 301 do CTB, estabelecendo 
que o pronto e integral socorro da vítima de acidente de trânsito pelo condutor do 
veículo envolvido trará como consequência a vedação de que esse motorista seja 
preso em flagrante, sendo, igualmente, vedado exigir que ele preste fiança.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 301. Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de 
que resulte vítima, não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá 
fiança, se prestar pronto e integral socorro àquela.
14
15
Substituição da Pena Privativa de 
Liberdade em Restritiva de Direitos
As penas restritivas de direitos são estabelecidas no artigo 43 do Código Penal, o 
qual possui a seguinte redação:
Código Penal
Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:I – prestação pecuniária;
II – perda de bens e valores;
III – limitação de fim de semana ;
IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V – interdição temporária de direitos;
VI – limitação de fim de semana.
Essas penas substituem a pena privativa de liberdade aplicada ao réu, desde que 
atendidas as seguintes condições:
• A pena aplicada não for superior a 4 anos, desde que o crime doloso não tenha 
sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa ou tratando-se de crime 
culposo, qualquer que tenha sido a pena aplicada;
• O réu não pode ser reincidente na prática de crime doloso; e
• A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do conde-
nado, bem como os motivos e as circunstâncias, indicarem que essa substituição 
seja suficiente.
Mesmo que o condenado seja reincidente, há a possibilidade de que a substituição 
ocorra, sendo, para tanto, necessário que:
• a substituição, em face de condenação anterior, seja a medida socialmente 
mais recomendável; e
• a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime – 
aquilo que se chama de reincidência específica.
A atual sistemática de aplicação das penas restritivas de direitos para os crimes de 
trânsito estabelece que:
• Nesses crimes, se o juiz realizar a substituição, deverá optar pela pena de pres-
tação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
• Essa deverá ser cumprida em uma das seguintes atividades:
15
UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 312-A [...]
I – trabalho, aos fins de semana, em equipes de resgate dos corpos de 
bombeiros e em outras unidades móveis especializadas no atendimento a 
vítimas de trânsito;
II – trabalho em unidades de pronto socorro de hospitais da rede pública 
que recebem vítimas de acidente de trânsito e politraumatizados;
III – trabalho em clínicas ou instituições especializadas na recuperação de 
acidentados de trânsito;
IV – outras atividades relacionadas ao resgate, atendimento e recupera-
ção de vítimas de acidentes de trânsito.
A Lei 14.071/20 trouxe diversas alterações no CTB, sendo que, dentre elas, foi 
vedada a aplicação das penas restritivas de direito para os crimes de:
• Homicídio culposo na condução de veículo automotor quando o agente estava 
sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que deter-
mine dependência – art. 302, § 3º, do CTB;
• Lesão corporal na condução de veículo automotor, se o agente conduz o veículo 
com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de 
outra substância psicoativa que determine dependência ou se do crime resultar 
lesão corporal de natureza grave ou gravíssima – art. 303, § 2º, do CTB.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 312-B. Aos crimes previstos no § 3º do art. 302 e no § 2º do art. 
303 deste Código não se aplica o disposto no inciso I do caput do art. 
44 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal).
Dos Crimes em Espécie
Os crimes de trânsito estão previstos nos artigos 302 a 312 do CTB.
Vamos conhecer cada um deles, mas, antes, é necessário esclarecer que eles não 
possuem o chamado “nomem juris”, ou seja, não foi estabelecida uma nomenclatura 
para cada um deles pelo legislador, razão pela qual, em alguns deles, serão utilizados 
os nomes dados pela doutrina.
Homicídio Culposo Praticado na Condução de Veículo Automotor
Essa infração penal prevista no artigo 302 do CTB possui a seguinte redação típica:
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
16
17
Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
A aplicação dessa infração penal afasta a incidência do crime de homicídio culpo-
so – previsto no artigo 121, § 3º, do Código Penal.
Para a caracterização dessa infração, é necessária a presença de dois requisi-
tos básicos:
• Que o autor esteja na condução de “veículo automotor” – sendo que, como vi-
mos, essa expressão possui significado dado pelo CTB;
• Que a infração penal se caracterize como culposa.
Causas de Aumento de Pena
A pena aplicável para esse crime é aumentada de 1/3 até 1/2 se estiverem pre-
sentes algumas das seguintes causas de aumento:
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 302 [...]
§ 1º . No homicídio culposo cometido na direção de veículo automo-
tor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente:
I – não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;
II – praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;
III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, 
à vítima do acidente;
IV – no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo 
de transporte de passageiros.
V – (Revogado pela Lei nº 11.705, de 2008).
Forma Qualificada
Estando o autor da infração penal sob a influência de álcool ou de drogas, deve 
ser aplicada a forma qualificada prevista no § 3º.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 302 [...]
§ 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de 
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:
Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direi-
to de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Caracterizada essa forma qualificada, não haverá a incidência da infração penal 
prevista no artigo 306 do CTB, além disso, como vimos, não pode haver a substitui-
ção da condenação imposta por pena restritiva de direito.
17
UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Lesão Corporal Culposa na Condução de Veículo Automotor
Essa infração de natureza culposa, em razão de ter sido praticada na condução de 
veículo automotor, afasta a incidência da lesão corporal culposa prevista no artigo 
129, § 6º, do Código Penal.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
Penas – detenção, de seis meses a dois anos, e suspensão ou proibição 
de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
Causa de Aumento de Pena
A mesmas causas de aumento de pena (de 1/3 a 1/2) aplicadas para o homicídio 
culposo na condução de veículo automotor (previstas no § 1º do art. 302) são apli-
cadas para a lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, em razão do 
estipulado no § 1º do art. 303.
Forma Qualificada
Em razão do disposto no § 2º do art. 303, a pena para a lesão corporal na con-
dução de veículo automotor será de reclusão de 2 a 5 anos se estiverem presentes 
algumas das seguintes circunstâncias:
• se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da 
influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência;
• se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima.
Como vimos, nesse caso, não poderá o juiz substituir a condenação imposta por 
pena restritiva de direito.
Omissão de Socorro em Acidente de Trânsito
Há uma forma específica de omissão de socorro que pode ser praticada por con-
dutor de veículo automotor que deixa de socorrer pessoa vitimada em acidente de 
trânsito, sendo essa infração penal prevista no art. 304 do CTB.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de pres-
tar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por 
justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não cons-
tituir elemento de crime mais grave.
Sobre essa infração penal, é importante destacar que ela se aplica a um condutor 
de veículo automotor que está envolvido no acidente de trânsito, contudo, não foi 
18
19
o causador dos danos à integridade física da vítima, pois, se ele foi o causador do 
acidente, haverá a incidência da causa de aumento de pena prevista:
• No inciso III do § 1º do artigo 302: se a vítima vier a falecer em razãodo acidente; ou
• Dessa mesma causa de aumento de pena, em combinação com o § 1º do artigo 
303: se a vítima sofrer lesões corporais.
Motoristas de outros veículos que não estejam envolvidos no acidente ou mesmo 
pessoas que, a pé, estão próximas do local e não realizam o socorro, tendo condi-
ções para isso, responderão pelo crime de Omissão de Socorro, previsto no art. 135 
do Código Penal.
Como em todos os crimes omissivos é imprescindível que o agente, além de ter o 
dever legal de agir (o que está claramente indicado nesse artigo), deve, igualmente, 
ter condições de agir. Dessa forma, se ele está seriamente lesionado ou preso nas 
ferragens do seu veículo, não há como se imputar a ele a prática do crime.
Outro ponto importante é que ele não pode estar em risco pessoal, dessa forma, 
se, por exemplo, ele sai do local sem realizar o socorro, pois está sob o risco de ser 
linchado em razão de seu envolvimento no acidente, não se pode imputar a ele a 
prática da infração penal.
Ao analisarmos o tipo penal, deve ser observado que há duas formas distintas 
de omissão:
• Deixar, sem justa causa, de realizar o socorro da vítima;
• Deixar de solicitar o auxílio de autoridade pública para que esse socorro
seja realizado.
Dessa forma, se o condutor do veículo envolvido realiza prontamente o socorro 
ou solicita o auxílio da autoridade pública (polícia, bombeiros etc.), não haverá a ca-
racterização da infração penal.
Um dispositivo que precisa ser analisado com muito cuidado para que não tenha-
mos um resultado juridicamente absurdo é o parágrafo único do art. 304.
Código Brasileiro de Trânsito
Art. 304 . [...]
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do 
veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate 
de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves.
Aqui há duas situações distintas que precisam ser compreendidas:
• Há aplicação dessa infração penal mesmo que a vítima tenha sido socorrida 
por terceiros, em razão da omissão do condutor do veículo envolvido no 
acidente : nesse caso, é necessário observar que, se um terceiro, prontamente, 
realiza o socorro, não se caracterizando qualquer forma de omissão do condutor 
19
UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
envolvido, não se pode falar na caracterização do crime. Em acidentes, é comum 
que o condutor esteja atordoado ou extremamente nervoso, não tendo condições 
para realizar o socorro. Porém, estando em condições e se omitindo, tal como 
no caso de ter saído do local sem realizar o socorro, o crime estará caracterizado.
• Se a vítima tiver morte instantânea: nesse caso, haverá, na verdade, um cri-
me impossível em razão da absoluta impropriedade do objeto, o que torna essa
norma inaplicável.
Afastamento do Local de Acidente
O condutor que foge do local de acidente com o objetivo de não ser responsabili-
zado, civil ou penalmente, pelo ocorrido estará praticando a infração penal prevista 
no artigo 305 CTB.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 305. Afastar-se o condutor do veículo do local do acidente, para 
fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Direção de Veículo Automotor sobre a Influência 
de Álcool ou Drogas
Um dos crimes mais conhecidos no CTB é o definido em seu artigo 306, que 
trata da conduta daquele que conduz veículo automotor com sua capacidade psico-
motora afetada por ter realizado o uso de:
• Bebidas alcoólicas;
• Drogas.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora al-
terada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa 
que determine dependência:
Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor.
É importante destacar que, em geral, para o Direito Penal há uma equiparação 
da embriaguez alcoólica e aquela proveniente do uso de drogas, sendo que, nessa 
infração penal, essa forma de tratamento se mantém, exceto em algumas das formas 
de detecção, como veremos.
Outra questão importante é que estamos diante de um crime de perigo abstrato, 
em que o legislador presume o risco que esse tipo de conduta acarreta, dessa forma, 
é desnecessária para a caracterização da infração penal que haja a demonstração 
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de que pessoas foram efetivamente colocadas em perigo em razão da conduta do 
motorista ou que tenha ocorrido algum tipo de acidente durante a direção do veículo.
Superior Tribunal de Justiça
Jurisprudência em Teses
EDIÇÃO N. 114: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO - II: DOS CRIMES 
DE TRÂNSITO
6) O crime do art. 306 do CTB é de perigo abstrato, sendo despicienda 
a demonstração da efetiva potencialidade lesiva da conduta.
Verificação do Estado do Condutor
Um dos pontos mais polêmicos sobre essa infração penal, que inclusive acabou 
por sofrer várias modificações na história dessa norma, está na verificação da situa-
ção do condutor para que o crime esteja caracterizado.
Há, basicamente, três formas para que essa verificação ocorra:
• Pela análise do sangue do condutor, situação em que estará caracterizada a 
infração penal se for verificada uma concentração de álcool por litro de sangue 
igual ou superior a 6 decigramas;
• Com a utilização do etilômetro (chamado vulgarmente de “bafômetro”), se for 
verificada uma concentração igual ou superior a 0,3 miligramas de álcool por 
litro de ar alveolar;
• Pela constatação de sinais que indiquem alterações na capacidade psicomotora 
do condutor, sendo que cabe ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran) disci-
plinar quais são esses elementos caracterizadores, sendo isso feito por meio da 
Resolução 432, de 23 de janeiro de 2013.
É importante destacar que as duas primeiras formas de constatação podem ser 
realizadas com a utilização de aparelhos homologados pelo INMETRO, e na última 
são admissíveis a realização de exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal, 
bem como qualquer outro meio de prova em direito admitido.
Superior Tribunal de Justiça
Jurisprudência em Teses
EDIÇÃO N. 114: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO - II: DOS CRIMES 
DE TRÂNSITO
10) Com o advento da Lei n. 12.760/2012, que modificou o art. 306 do 
CTB, foi reconhecido ser dispensável a submissão do acusado a exames 
de alcoolemia, admite-se a comprovação da embriaguez do condutor de 
veículo automotor por vídeo, testemunhos ou outros meios de prova em 
direito admitidos, observado o direito à contraprova.
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UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Por fim, não pode o condutor ser obrigado a realizar exames de sangue ou rea-
lizar o teste com o etilômetro, em razão da garantia constitucional de que ninguém 
pode ser obrigado a formar prova contra si mesmo.
Superior Tribunal de Justiça
Jurisprudência em Teses
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DE TRÂNSITO
8) O indivíduo não pode ser compelido a colaborar com os referidos 
testes do ‘bafômetro’ ou do exame de sangue, em respeito ao prin-
cípio segundo o qual ninguém é obrigado a se autoincriminar (nemo 
tenetur se detegere).
Participação em “Rachas”
No art. 308, o legislador estipulou ser crime a conduta daquele que conduz veículo 
automotor em via pública:
• Em qualquer forma de competição, corrida ou disputa automobilística;
• Em exibições ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, 
não autorizada pela autoridade de trânsito, gerando risco à incolumidade 
pública ou privada.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 308. Participar, na direção de veículo automotor, em via pública, 
de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição 
ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não au-
torizada pela autoridade competente, gerando situação de risco à incolu-
midade pública ou privada:
Penas – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, multa e suspen-
são ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir 
veículo automotor.
FormasPreterdolosas
Nos §§ 1º e 2º desse mesmo artigo, estão previstas formas preterdolosas deriva-
das dessa infração, ou seja, há dolo em participar dos rachas ou demonstrações em 
via pública, contudo, em razão dessa conduta, ocorrem lesões corporais de natureza 
grave (previstas nos §§ 1º e 2º do artigo 129 do Código Penal) ou a morte de alguém 
(que esteja participando, assistindo ou que não tenha qualquer relação com os fatos 
iniciais), sendo que as circunstâncias do ocorrido mostram que isso ocorreu em razão 
de culpa do condutor do veículo automotor envolvido.
Nesses casos, havendo a caracterização:
• das lesões corporais graves: a pena é de reclusão de 3 a 6 anos;
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• da morte: a pena é de reclusão de 5 a 10 anos.
Em ambos os casos, essas penas são aplicadas sem prejuízo das demais previstas 
para esse crime.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 308.
§ 1.º Se da prática do crime previsto no caput resultar lesão corporal 
de natureza grave, e as circunstâncias demonstrarem que o agente não 
quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa de 
liberdade é de reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, sem prejuízo das outras 
penas previstas neste artigo.
§ 2.º Se da prática do crime previsto no caput resultar morte, e as cir-
cunstâncias demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assu-
miu o risco de produzi-lo, a pena privativa de liberdade é de reclusão de 
5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste 
artigo.
Direção de Veículos Automotores sem Permissão ou Habilitação
A condução de veículo automotor em via pública por quem não possui permissão 
para dirigir ou habilitação ou que tenha seu direito de dirigir cassado por ato da au-
toridade de trânsito caracteriza a prática do crime definido no art. 309 CTB:
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 309. Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida Permis-
são para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, 
gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Também deve ser observado que esse crime é de perigo concreto, razão pela 
qual é necessário para a sua caracterização a demonstração de que a conduta do 
motorista acarretou risco real ou concreto de dano, não havendo presunção de que 
isso ocorreu.
Entrega de Veículo para Condução de Outrem
O crime previsto no artigo 310 busca reprimir a conduta daquele que entrega a 
direção de veículo automotor para pessoa:
• Não habilitada;
• Com habilitação cassada;
• Com habilitação suspensa;
• Que esteja sem condições de realizar a condução com segurança em razão de 
sua saúde, física ou mental, ou em razão de embriaguez.
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UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 310. Permitir, confiar ou entregar a direção de veículo automotor 
a pessoa não habilitada, com habilitação cassada ou com o direito de 
dirigir suspenso, ou, ainda, a quem, por seu estado de saúde, física 
ou mental, ou por embriaguez, não esteja em condições de conduzi-lo 
com segurança:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Nessas situações, o legislador presume a ocorrência de perigo à segurança viária, 
sendo desnecessário que ocorra algum tipo de acidente ou lesão a qualquer pessoa.
Superior Tribunal de Justiça
Súmula 575. Constitui crime a conduta de permitir, confiar ou entregar 
a direção de veículo automotor a pessoa que não seja habilitada, ou que 
se encontre em qualquer das situações previstas no art. 310 do CTB, in-
dependentemente da ocorrência de lesão ou de perigo de dano concreto 
na condução do veículo.
Condução de Veículo Automotor em Velocidade Incompatível
Outro crime de perigo criado pelo CTB é o previsto em seu art. 311, visto que 
ele apresenta uma série de locais e situações em que a condução em velocidade in-
compatível com a segurança viária já apresenta um risco que penalmente é suficiente 
para a caracterização da infração penal.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 311. Trafegar em velocidade incompatível com a segurança nas pro-
ximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de 
passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação 
ou concentração de pessoas, gerando perigo de dano:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Fraude Processual em Acidente de Trânsito
A infração penal prevista no art. 312 CTB se caracteriza por atentar contra a Ad-
ministração da Justiça, visto que o seu autor, que pode ser qualquer pessoa, realiza 
alguma mudança no estado de lugar, de coisa ou pessoa, de forma a alterar em local 
de crime de trânsito em que haja vítima, com o objetivo de induzir a erro o agente 
policial, o perito ou o juiz.
É o caso daquele que, por exemplo, altera as placas de trânsito em um cruzamen-
to em que ocorreu um acidente, de forma a modificar o entendimento sobre quem 
teria preferência de passagem.
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Código de Trânsito Brasileiro
Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico 
com vítima, na pendência do respectivo procedimento policial preparató-
rio, inquérito policial ou processo penal, o estado de lugar, de coisa ou de 
pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o perito, ou juiz:
Penas – detenção, de seis meses a um ano, ou multa.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não inicia-
dos, quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o 
processo aos quais se refere.
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UNIDADE Código de Trânsito Brasileiro
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Legislação
Código de Trânsito Brasileiro – Lei 9.503/97
https://bit.ly/34TmMCl
Código Penal – Decreto-Lei 2.848/40
https://bit.ly/34W3QD2
Resolução 432, de 23 de janeiro de 2013, do Contran
https://bit.ly/3kY3eT0
 Artigo
Cassação da CNH no Brasil: Nova medida de combate ao crime? Condutor de veículo pode perder sua CNH e 
ficar cinco anos sem dirigir
https://bit.ly/38bvqhy
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Referências
B ITENCOURT, C. R. Tratado de direito penal: parte geral. 25. ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2019. v. 1. ( e-book) 
CAPEZ, F.; GONÇALVES, V. E. R. Aspectos criminais do Código de Trânsito 
Brasileiro. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2015.
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