Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Unidade 2 Livro Didático Digital Dayanna dos Santos Costa Maciel Planejamento Estratégico Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfi co MANUELA CÉSAR ARRUDA Autora DAYANNA DOS SANTOS COSTA MACIEL Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS A AUTORA Dayanna dos Santos Costa Maciel Olá! Meu nome é Dayanna dos Santos Costa Maciel. Sou formada em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) com Mestrado acadêmico nessa mesma área de conhecimento, este com ênfase em Estratégia e Inovação (pela Universidade Federal da Paraíba em 2019). Também possuo mestrado acadêmico em Gestão de Recursos Naturais (UFCG, 2014) com ênfase de pesquisa em Estratégia Ambiental focada em modelos e ferramentas de gestão nas empresas. Tenho experiência técnico-profissional no ensino da Administração ministrando disciplinas como Planejamento Estratégico, Cultura organizacional e liderança, Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais, entre outras a nível de graduação e pós-graduação. Sou apaixonada por gestão e planejamento, e lecionar esse conteúdo para mim consiste emergir junto com os discentes em um universo de possibilidades de gestão, nas quais a criatividade para traçar estratégias e analisar cenários torna-se o principal ingrediente presente no processo de ensino e aprendizagem, bem como da atuação dos futuros gestores em formação. Adoro transmitir meus conhecimentos e minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfi co de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: ICONOGRÁFICOS INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova com- petência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográfi cas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refl etido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Como as empresas competem no mercado? Compreendendo a estratégia competitiva ..........................................................................11 Análise da estrutura de mercado: as cinco forças competitivas ..................11 Cadeia de valor .................................................................................................................................15 Estratégias genéricas ...................................................................................................................17 Formulando a estratégia competitiva empresarial ......................20 Preparação para formulação da estratégia ..............................................................20 Processo de (re)formulação a estratégia competitiva: Passos que antecedem a (re)formulação...................................................................................................22 Passo 1: Definir a empresa almejada .............................................................23 Passo 2: Estruturar o sistema de inteligência competitiva ............25 Passo 3 e 4: Entender o negócio, identificar e avaliar oportunidades, ameaças e riscos. ..................................................................26 Formulando estratégias coorporativas, de negócio e funcionais ..................7 Metodologias ou modelos para elaboração de plano estratégico ....................................................................................................29 Análise SWOT – Etapas de Realização .................................................................................31 A construção e análise da matriz SWOT ....................................................................34 Matriz BCG ..........................................................................................................................................37 Gerenciando fatores críticos de sucesso: O BSC e o alinhamento da estratégia empresarial ...........................................40 Perspectiva financeira ..................................................................................................................3 Perspectiva de Clientes .........................................................................................................44 Perspectiva de Processos internos ...................................................................................45 Perspectiva de aprendizado e crescimento ........................................................45 O mapa do BSC ............................................................................................................................46 Planejamento estratégico8 UNIDADE 02 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL Planejamento estratégico 9 INTRODUÇÃO Você certamente já ouviu por aí algo parecido com: Essa é empresa é competitiva; Tal organização é líder do mercado; Essa ou aquela se destaca entre as empresas do mesmo setor pela qualidade de seus serviços. Pois bem! É fato que as empresas competem entre si nos mercados em que atuam, mas como elas definem essa estratégia de competição? Como elas formulam e gerenciam essas estratégias? Pare e pense um pouco... Fazemos então aqui uma analogia. Imagine que as pessoas são empresas e a vida é mercado de atuação. Como você se comporta ante a vida/mercado é a sua estratégia. Pensando assim, você vai notar que muitas vezes na vida você planejou seu comportamento, outras vezes não. Pois bem, com as empresas é assim, só que elas devem buscar ao máximo planejarem seu comportamento ante a previsões de cenários futuros e traçar seu comportamento nesses cenários, ou seja definir estratégias. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! O universo da Estratégia Competitiva e dos planos estratégicos! Planejamento estratégico10 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender como as empresas competem no mercado a partir de estratégias genéricas; 2. Formular estratégias empresarias nos níveis coorporativo, negócio e funcional; 3. Descrever e entender metodologias ou modelos estratégicos mais utilizados para o desenvolvimento de estratégias empresariais; 4. Identificar fatores críticos de sucesso da estratégia empresarial a partir de seu gerenciamento. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Planejamento estratégico 11 Como as empresas competem no mercado? Compreendendo a estratégia competitiva OBJETIVOS Ao término deste capítulo você será capaz de entender no que consiste uma estratégia competitiva, e como essa refl ete no comportamento das empresas no mercado ou mercados que atuam. Isso é de suma importância, uma vez que a partir desse conhecimento você poderá objetivamente defi nir estratégias competitivas genéricas as quais a empresa em que vocêatua profi ssionalmente poderá fazer uso para se destacar ante a seus concorrentes. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Análise da estrutura de mercado: as cinco forças competitivas As empresas atuam em um mercado, certo? Para podermos responder esse questionamento devemos primeiramente refl etir o que é mercado. Quando conversamos sobre mercado com uma pessoa que não possui conhecimentos aprofundados, o que vem em na mente a dessas a priori são mercadorias dispostas para compra em venda em um local físico. Esse é a concepção mais básica e antiga de mercado. VOCÊ SABIA? O mercado como espaço físico destinado a compra e venda de mercadorias surgiu como local de troca de bens e serviços concebidos como valiosos entre os povos antigos. A lógica nesse mercado era satisfazer a necessidade de sobrevivência das pessoas da época trocando o que se tinha em abundância pelo que se faltava. Planejamento estratégico12 Hoje o que conhecemos como mercado não se restringe a um local físico, com a origem e avanço das tecnologias de informação a compra e venda passa também a ser realizada virtualmente. Assim como podemos defi nir em fi m o que é mercado? Na visão econômica podemos defi nir mercado como um grupo de compradores e vendedores que estando em contato efetuam transações de compra e venda. Segundo Sandroni (1999) o mercado dentro de uma perspectiva abrangente pode ser compreendido como um local teórico (aqui podemos considerar os mercados virtuais) ou não (mercados físicos) do encontro regular de compradores e vendedores de uma determinada economia. Contudo quando falamos de mercado em relação as empresas essa defi nição é redefi nida, mantendo seu sentido básico. Para fi ns de estudos de estratégia empresarial devemos conceber uma visão mais ampla do que vem a ser mercado. É preciso no contexto empresarial também considerar compradores potenciais. Assim podemos assumir que mercado no contexto empresarial é um conjunto de compradores (reais ou potenciais) e vendedores de produtos ou serviços tem poder de compra e necessidades não satisfeitas. Uma vez que agora sabemos em essência o que é mercado, o que configura um mercado ser competitivo ou não? Ou melhor, o que é mercado competitivo? DEFINIÇÃO Mercado competitivo é o mercado em que os vendedores ofertam produtos iguais ou similares para um mesmo grupo (restrito) compradores reais e potencias, competido entre si para serem a opção escolhida por estes compradores. No contexto das empresas produtoras, Porter (2006) vem nos dizer que o mercado competitivo é afetado pela a estrutura da indústria, e o conhecimento desse mercado é fundamental para formulação de estratégias empresariais. Nesse sentido, a palavra indústria tem um signifi cado particular. Por hora buscamos compreender a estrutura dessa indústria, vejamos na fi gura 1 como essa, de um modo generalista, é estruturada por Porter, pelo o que ele denomina de cinco forças competitivas. Planejamento estratégico 13 DEFINIÇÃO Indústria é o grupo de empresas fabricantes ou fornecedoras de produtos e serviços semelhantes entre si. Podemos ainda utilizar o termo setor produtivo ou setor econômico para substituir a palavra indústria, haja vista no contexto atual das empresas esses termos terem o mesmo sentido. Figura 1 – As Cinco forças que afetam a competitividade na indústria. Fonte: Adaptado de Porter (2001) Veja que na fi gura um é dado o destaque a internet como um fator que pode aumentar a competitividade das empresas de uma dada indústria. Hoje com o avanço das tecnologias de informação e o uso contínuo da internet as empresas encontram-se em um cenário altamente competitivo, onde agora se tem uma competição para atender reais e potencias compradores virtuais, além de lidar com os refl exos do uso da internet nas demais forças além da do poder de barganha dos compradores conforme é destacado na fi gura 1. Planejamento estratégico14 Mas em suma, no que consiste cada uma das cinco forças competitivas Porter? O Quadro 1 apresenta resumidamente a cada uma dessas forças. Quadro 1 – As 5 forças competitivas de Porter FORÇA NO QUE CONSITE? EXEMPLO Novos entrantes potenciais Consiste nas barreiras do setor que impedem ou dificultam a entrada de novas empresas concorrentes no mercado em questão. Exigências de capital como investimentos de alto risco e economias de escala. Poder de barganha dos compradores Poder de argumentação dos clientes no ato da negociação em relação a exigências para contra e a relação custo benefício. Nível de conhecimento e volume de informações sobre o produto ou serviço que o comprador possui sobre o produto a ser adquirido e as opções existentes no mercado. Poder de barganha dos fornecedores Poder de negociação dos fornecedores disponíveis no mercado. Concentração de fornecedores e disponibilidade de fornecedores substitutos refletem esse poder. Ameaça de produtos substitutos Existência e oferta de produtos que podem subsistir o produto da empresa em questão e que estão disponíveis no mercado. Produtos alternativos, como exemplo de produtos ecológicos que são uma opção em relação aos tradicionais e que tem ganhado espaço com consumidores mais conscientes. Rivalidade entre os concorrentes É a força resultante da soma das quatro forças anteriores, além do custo de diferenciação dos produtos ofertados no mercado. Quanto maior for as demais forças, maior a rivalidade entre as empresas concorrentes em um dado mercado. Fonte: o autor a partir de Daft (2005) Planejamento estratégico 15 As cinco forças apresentadas anteriormente devem ser observadas pelos gestores e estrategistas nas empresas a fi m de buscar dentro do contexto de mercado encontrar formas de adquirir vantagem competitiva. Umas das formas que as empresas podem identifi car fontes internas de vantagem competitiva é na realização de suas atividades que segundo Porter podem ser estruturadas em uma cadeia de valor. Cadeia de valor DEFINIÇÃO Cadeia de valor é a representação gráfi ca da estrutura das atividades relacionadas e desenvolvidas por uma empresa com o objetivo de satisfazer as necessidades dos seus clientes. A cadeia de valor de uma empresa incorpora todas as atividades que a empresa desempenha para garantir a satisfação de seus clientes, essas atividades portanto vão desde a seleção e relacionamento com fornecedores até a chegada do produto ao cliente. O objetivo do conhecimento de análise da cadeia de valor pelos gestores e estrategistas das empresas é identifi car os principais fl uxos de processo dentro a organização que podem comprometer o nível de satisfação do seu consumidor, bem como podem originar uma diferenciação no mercado competitivo. A fi gura 2 apresenta a cadeia de valor genérica segundo Porter, uma vez que cada empresa pode desenhar sua própria cadeia de valor diante de suas atividades. Planejamento estratégico16 Figura 2 – Cadeia de Valores. Fonte: Porter (2001) Atividades de apoio Infraestrutura da Empresa Gerência de Recursos Humanos Desenvolvimento de Tecnologia Aquisição Logística Interna Operações Logística Externa Marketing & Vendas Serviço Atividades Primárias A q u isição M arg e m SAIBA MAIS Gostaria de conhecer um exemplo que apresente a relação entre cadeia de valor e as cinco forças competitivas as estratégias empresariais? Leia o artigo de Vargas; et al. (2013) que se encontra disponível no link: https://bit.ly/2CdNee8 Veja que na cadeia de valor (fi gura 2) encontramos as atividades divididas em dois grupos: primárias e de apoio. As atividades primárias são as atividades básicas da organização e que garantem seu funcionamento. Genericamente podemos identifi car cinco atividades primárias nas indústrias: logística interna,operações, logística externa, marketing & vendas e serviço. As atividades secundárias ou de apoio são as que colaboram para o desenvolvimento das atividades primárias. Essas podem ser classifi cadas independentemente do tipo de indústria em quatro categorias: infraestrutura da empresa, gerência de recursos humanos, desenvolvimento de tecnologia e aquisição. Todas as atividades da cadeia Planejamento estratégico 17 de valor são ligadas umas às outras por elos. Os eles são as relações entre as atividades, ou seja, o modo como uma atividade é executada a custo ou desempenho de outra. Na cadeia de valores esses eles são inúmeros. Agora que você já conhece as forças mercadológicas e as atividades da indústria, está da hora de conhecer algumas estratégias que as empresas podem adotar para atuar em seus respectivos mercados considerando tanto a estrutura da indústria que faz parte como a sua cadeia de valores. Estratégias genéricas As empresas analisando tanto as cinco forças competitivas como a sua cadeia de valores pode genericamente adotar três estratégias. Diferenciação, liderança de custo e foco. Antes de definimos estas estratégias, vejamos na figura 3 as caraterísticas organizacionais que de praxe são associadas com dada uma dessas estratégias. Figura 3 – Características organizacionais das estratégias competitivas - Ação flexivel,; - Capacidade sólida de pesquisa básica; -Talendo criativo, “pensa fora da caixa”; -Fortes habilidades de marketing -Recompensa a inovação dos funcionários; -Reputação corporativa para a qualidade ou liderança tecnológica. - Sólida autoridade central; -Controle severeo de custos; -Padronização de procedimentos operacionais; -Tecnologias de manufatura simples; -Sistemas de aquisição e distribuição altamente eficientes -Supervisão acirrada. - Pode usar uma combinação das pilíticas das estratégias de diferenciação e liderança de custo direcionandoas a um alvo estratégico específico; -Valoriaza a flexibilidade e a intimidade com os clientes; -Mede os sutos de proporcionar serviços e manter a lealdade dos clientes. Fonte: Adaptado de Daft (2005) Planejamento estratégico18 Agora que você já sabe que cada estratégia está ligada a algumas características da organização que a adota, vamos defi nir objetivamente cada uma dessas estratégias, no quadro 2. Quadro 2 –As estratégias genéricas de Porter. ESTRATÉGIA COMPETITIVA GENÉRICA DEFINIÇÃO Diferenciação Tipo de estratégia no qual a organização busca distinguir seus produtos ou serviços dos ofertados pelos seus concorrentes. Liderança de Custo Tipo de estratégia com a qual a organização agressivamente busca instalações efi cientes, cortar os custos e empregar controles severos de custos para ser mais efi ciente do que seus concorrentes. Foco Tipo de estratégia que enfatiza a concentração em um mercado regional específi co ou grupo de compradores. Fonte: Daft (2005, p. 186) NOTA Embora o destaque dado nessa unidade são as estratégias competitivas, ou seja, baseadas em como competir com outras empresas, existem também outro tipo de estratégias empresariais: as estratégias baseadas na colaboração. Estratégias colaborativas consistem em parcerias entre empresas da mesma indústria para obter benefícios mútuos. É um exemplo de estratégia colaborativa são as alianças estratégicas. Além das estratégias competitivas genéricas que acabamos de ver, as organizações podem adotar ainda outras estratégias mais específi cas de competição como em: atendimento, prazo, imagem e marca do produto ou serviço, imagem da empresa e responsabilidade social. Contudo o nosso foco de estudo por hora são as estratégias genéricas. Planejamento estratégico 19 RESUMINDO E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que as empresas competem em um mercado estruturado por cinco forças competitivas a saber: entrantes potenciais, poder de barganha de compradores e fornecedores, ameaça de substitutos e rivalidade dos concorrentes. Cada uma dessas forças está relacionada a competitividade da empresa, de modo de quanto maior for a intensidade de cada força mais competitivo é a indústria, uma vez que a foça rivalidade entre concorrentes é o somatório das demais forças. Ah, importante recordarmos, que quando falamos de indústria estamos nos referindo a grupos de empresas fabricantes ou fornecedoras de produtos ou serviços semelhantes entre si. Virmos também que além das forças que compõe o mercado competitivo/ a indústria a estratégia da empresa deve considerar a sua cadeia de valor. A cadeia de valor é a representação gráfi ca da estrutura das atividades relacionadas e desenvolvidas por uma empresa com o objetivo de satisfazer as necessidades dos seus clientes. Uma vez considerados então as forças de mercado e a cadeia de valor da empresa os gestores e estrategistas podem competir no mercado a partir de estratégias genéricas voltadas para custo, diferenciação ou foco. Planejamento estratégico20 Formulando a estratégia competitiva empresarial OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de formular estratégias empresarias nos níveis coorporativo, negócio e funcional ao atuar como profi ssional de gestão empresarial. Aqui você aprenderá os diversos níveis de estratégia, bem como será capaz de defi nir os elementos distintivos de cada uma dessas. Esses conceitos irão norteá-lo quando em sua prática profi ssional for necessário analisar, criar ou até mesmo reconfi gurar estratégias nas organizações. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Preparação para formulação da estratégia Vamos lá! Aqui vamos começar destacando o objetivo das estratégias empresariais competitivas. Qual é mesmo? Se você ainda não consegue responder de forma objetiva vamos de ajudar, uma vez que esse objetivo deve estar sempre claro em sua mente. O objetivo da estratégia empresarial competitiva é em suma: tornar a empresa diferente, destacá- la no mercado competitivo. Assim temos que em essência, formular estratégias é escolher como a empresa será de diferente, ou seja, as decisões estratégicas são em torno de resolver se a organização realizará atividades diferentes ou similares de forma diferente de seus concorrentes. Planejamento estratégico 21 EXPLICANDO MELHOR As decisões estratégicas com foco competitivo nas empresas resumem em fazer diferente ou fazer o mesmo de forma diferente. Vamos a um exemplo. Duas empresas fabricam biscoitos tradicionais, uma delas opta por ofertar biscoitos fabricados da forma mais artesanal possível já que o processo de produção de seu concorrente é industrial. Nesse caso essa empresa está fazendo o mesmo (biscoitos tradicionais) de forma diferente (artesanal). Se essa empresa em vez de optar pelo processo artesanal, resolver-se continuar com a produção industrial, mas com uma linha de biscoitos gourmet, ela estaria fazendo diferente de seu concorrente que oferta apenas biscoitos tradicionais.. Dentro do objetivo da estratégia competitiva, vamos pensar sobre o “ser diferente ou fazer diferente” ao longo do tempo. Concorda que o que é diferente hoje amanhã pode não ser se for copiado, reproduzido? Pois bem, as estratégias mudam com o tempo para se adequar as condições do mercado, mas para manter a sua competitividade as empresas devem desenvolver estratégias focadas em suas competências centrais, criando sempre valor para os clientes. As competências centrais, também conhecidas como essenciais podem se tornar uma vantagem competitiva se a empresa adquire a especialização que seus concorrentes não tem DEFINIÇÃO “Competência Central é algo que a organização faz especialmente bem em comparação com seus concorrentes” (DAFT, 2005, p.176) Agora que temosclaro em nossa mente o objetivo das estratégias competitivas, vamos entender como as empresas se preparam para formularem suas estratégias. Como assim, tem que se preparar? Sim, sim! As empresas antes de formularem suas estratégias devem ter bem defi nido: a empresa almejada, a estrutura do sistema de inteligência competitiva, entender seu negócio e identifi car e avaliar oportunidades, ameaças e riscos. Esses itens prévios a formulação de estratégias consiste nas primeiras etapas do processo de (re) formulação da estratégia competitiva. Planejamento estratégico22 Processo de (re)formulação a estratégia competitiva: Passos que antecedem a (re) formulação. Quando a empresa está formulando sua estratégia competitiva ela pode estar partindo de dois cenários. Ela pode não ter estratégia alguma formalizada ou ao possuir já essa estratégia, identifica problemas que a leva a reformula-las. Em ambos os casos, esse processo de (re) formulação deve seguir alguns passos como ilustra a figura 4. Figura 4 – Passos do processo de (re) formulação da estratégia competitiva Passo 1 Definir a empresa almejada 1. delinear o negócio 2. fixar os objetivos permanentes Passo 2 Estruturar o sistema de inteligência competitiva da empresa Passo 3 Entender o negócio 1. entender o macroambiente empresarial 2. entender a estrutura da indústria e identificar os disputantes do sucesso 3. entender os clienyes e os fornecedores 4. identificar os concorrentes atuais e tentar descobrir de onde surgirão e quem serão os novos concorrentes 5. entender os concorrentes atuais Passo 4 Identificar e avaliar oportunidades, ameaças e riscos 1. identificar oportunidades, ameaças e riscos 2. analisar a viabilidade de aproveitamento de uma oportunidade Passo 6 Decidir a estratégia competitiva de negócio Passo 7 Decidir a estratégia competitiva operacional Passo 8 Implementar a estratégia competitiva Passo 9 Controlar os resultados da estratégia adotada 1. monitorar e avaliar as respostas dos clientes à nova estratégia 2. monitorar e avaliar as reações dos concorrentes 3. alterar a estratégia competitiva de negócio e a operacional conforme as respostas dos clientes e as reações dos concorrentes 4. retornar o processo sempre que houver um movimento competitivo ou uma alteração no ambiente empresarial Passo 5 Formular alternativas de estratégia competitiva de negócio 1. identificar o posicionamento competitivo da empresa e dos concorrentes 2. sugerir alternativas de estratégia competitiva de negócio Fonte: Contador (2008, p. 344) Planejamento estratégico 23 Conforme a fi gura 4, o processo de formulação de estratégias é composto por 9 passos que vamos estudar ao longo que a profundamos nossos estudos em planejamento estratégico. Nessa unidade vamos focar nossa atenção para os passos 1, 2, 3 trabalhado nesse item; 4 e 5, estudados na competência sobre metodologias ou modelos de formulação de estratégias e por fi m 6,7, nos tópicos conseguintes a este. Assim, fi ca para estudos futuros os passos 8 e 9. Vamos lá! IMPORTANTE As empresas basicamente reformulam suas estratégias em circunstâncias relacionas a duas dimensões: momentos e situação. São circunstâncias relacionadas a momento: oportunidade, ameaça, desejo de ser mais competitiva e insatisfação com a situação atual da empresa. São circunstâncias relacionas a situação os desejos de: melhorar a sua competitividade no mercado atual com os mesmos produtos que já oferta; entrar em novos mercados com os produtos já ofertados pela empresa; lançar novas linhas de produtos no seu mercado atual ou ainda em novos mercados. Passo 1: Defi nir a empresa almejada A primeira coisa que se deve ter em mente ao iniciar o processo de formulação de estratégias competitivas é qual a empresa que se deseja ter. Pois é! Para defi nir o caminho (estratégia) devemos antes saber quem somos e o que queremos ser. Nesse sentido quando os gestores das organizações defi nem a empresa almejada eles basicamente estão delineando o negócio da empresa e fi xando objetivos prementes. Primeiramente, no que consiste delinear um negócio? Segundo contador (2008, p.346) é: Delinear o negócio é defi nir as exigências, as necessidades, as preferências, as expectativas ou anseios do cliente que a empresa pretende satisfazer, consubstanciados nos produtos (bens e/ou serviços) e nos mercados de atuação, e disponibilizar as competências necessárias. Planejamento estratégico24 Assim o negócio da empresa então descreve o que ela de fato faz ou irá fazer estando em funcionamento, é a essência da organização. O negócio da empresa é defi nido geralmente pelo proprietário toando como base seus valores, crenças e na imagem da empresa que ele deseja ter. VOCÊ SABIA? O negócio da empresa é defi nido na sua fundação/ nascimento, contudo, esse pode ser redefi nido ou mudado em um momento de drástica mudança organizacional. Para fi car mais claro vejamos uma declaração o negócio de uma empresa do setor de transportes, no quadro 3. Quadro 3 – Exemplos de declaração de negócio da empresa EMPRESA COMO A EMPRESA DECLARA SEU NEGÓCIO RODOPAN TRANSPORTES “Somos um operador logístico especializado em transportes rodoviário de cargas, armazenagem, movimentação e distribuição.” Fonte: o autor Analisando a declaração de negócios apresentadas no quadro 3, podemos observar que muitas empresas adotam uma declaração objetiva, a afi m de que essa fi que na mente de seus clientes. Contudo a delineamento desse negócio é bem mais específi co no planejamento estratégico da empresa. Além de delinear o negócio para defi nir a empresa desejada é necessário fi xar objetivos permanentes. Esses são objetivos que impulsiona o negócio da empresa. Apesar de ser denominado de objetivo permanente, essa nomenclatura não tem caráter de imutabilidade, ou seja, eles podem ser mudados, contudo o uso da palavra permanente remete a atribuição de longo prazo a questão de mudança. Os objetivos permanentes da organização, segundo Contador (2008), são como um guia de princípios éticos e econômicos da empresa em seu ambiente de atuação e devem refl etir no mínimo algumas das características dispostas na fi gura 5, além disso diferem dos objetivos de planejamento estratégicos por não impor meta numérica nem prazo. Planejamento estratégico 25 Figura 5 – Características da empresa que devem ser refl etidas pelos objetivos permanentes. Fonte: adaptado de Contador (2008, p. 347-348) Passo 2: Estruturar o sistema de inteligência competitiva DEFINIÇÃO Inteligência competitiva é a capacidade de entender o ambiente e funcionamento da organização, identifi car e analisar oportunidades e ameaças para formulação de estratégias. Nas pequenas empresas geralmente um sistema de inteligência competitiva na verdade é composto pelo empresário, que é o responsável por conhecer a empresa e seu ambiente, identifi car oportunidades e ameaças e delinear como irá competir em seus concorrentes. Em empresas maiores, um sistema de inteligência competitiva passa a requerer órgãos para gestão e mais pessoas evolvidas, isso porque em empresas maiores apenas o empresário não possui mais a capacidade de acompanhar todos os acontecimentos do ambiente interno e externo a empresa que possam ser fortes de oportunidades e ameaças. Então um sistema de inteligência competitiva passa a ser composto por um órgão denominado de Assessoria de Inteligência Competitiva e outro denominado de Comitê de avaliação (NONAKA; TAKEUCHI (1997). Em suma nesses órgãos cabe ao chefe de assessoria ser detentor de conhecimentos teóricos referentes a estratégia competitiva, ter Planejamento estratégico26 experiência com elaboração de estratégias e conhecer a fundo a empresa e seu ambiente de atuação. Já ao comitê de avaliação cabe colaborar com o chefe de assessoria, tendo entre as atribuições desse órgão: avaliar informações, avaliar impactos das estratégias na empresa,analisar estudos de viabilidade técnica e econômica, bem como avaliar alternativas estratégicas. Devido a suas atribuições evolverem os conhecimentos variados, recomenda-se que esse órgão seja composto por especialistas em diferentes áreas do conhecimento. Passo 3 e 4: Entender o negócio, identificar e avaliar oportunidades, ameaças e riscos. O objetivo do passo 3 é angariar conhecimento prévio para que a empresa possa em curtíssimo espaço de tempo identificar concorrentes, oportunidades, ameaças ou risco e agir antecipadamente neutralizando ou minimizando o impacto das ameaças a organização ou aproveitando uma oportunidade antes que outro o faça. Simples assim. Lembra do que estudamos sobre estratégias competitivas genéricas, cadeia de valor e cinco forças da indústria que fazem parte da estrutura do mercado competitivo? Pois bem, é no passo 3 que você na prática vai empregar esses conhecimentos. Isso porque esse passo requer do gestor/estrategista as seguintes atividades: entender o microambiente organizacional; entender a estrutura da indústria e os efeitos das forças que a compõe; entender clientes e os fornecedores; identificar concorrentes atuais e potenciais; e entender concorrentes atuais. Se você chegou até aqui já possui conhecimento teórico suficiente sobre estas atividades, mas caso queria rever esses conhecimentos revise a primeira competência dessa unidade. Quanto ao passo 4 esse tem como atribuições a identificação de oportunidades, ameaças e riscos, bem como analisar a viabilidade de aproveitar oportunidades. Esse passo será o foco da nossa próxima competência a ser estudada, uma vez que essa apresenta as metodologias ou modelos utilizados para esse fim. Planejamento estratégico 27 Formulando estratégias coorporativas, de negócio e funcionais Nas seções anteriores você adquiriu conhecimento teórico básico suficiente para em atuação profissional ser capaz de elaborar mesmo que de forma preliminar estratégias a nível de corporação, unidade de negócio e função. Como assim? Isso mesmo, porque nos três níveis o processo de formulação de estratégias é o mesmo que você apreendeu, contudo nos passos 5, 6 e 7 você deve saber diferenciar a apenas a abrangência de cada uma dessas estratégias. Então, vamos lá compreender o que é uma estratégia coorporativa, de negócio ou funcional! O quadro 4 de forma objetiva apresenta a definição dessas estratégias e sobre o que versa cada uma. Quadro 4 – As estratégias coorporativas, de negócio e funcionais. ESTRATÉGIAS DEFINIÇÃO O QUE ENVOLVE? Corporativa São as estratégias voltadas a corporação como todo, ou seja, só se aplica a organizações que possuem mais de uma empresa ou um negócio. - definição do conjunto de negócios que a corporação pretende atuar; - definição da relação entre os negócios da corporação; -alocação de recursos em cada negócio; -formas de capitalização -política de venda e aquisição de novos negócios. Negócios São as estratégias pertencentes a cada unidade de negócios de uma corporação ou as estratégias de uma empresa que não se caracteriza como corporação. - Definição de missão comercial; -Identificação do posicionamento competitivo da empresa e de seus concorrentes; -Sugerir alternativas de estratégias para competir no mercado o qual o negócio faz referência. Planejamento estratégico28 ESTRATÉGIAS DEFINIÇÃO O QUE ENVOLVE? Funcionais São os planos de ação de cada departamento que objetiva sustentar a estratégia a nível de negócios. - Defi nição das ações de marketing, fi nanças, recursos humanos, pesquisa e desenvolvimento e outros departamentos da organização em questão. Fonte: adaptado de Contador (2008) e Daft (2005) RESUMINDO E agora? Você já se sente capaz elaborar estratégias competitivas empresariais? Apreendeu mesmo o processo de formulação de estratégias e a diferença entre estratégias cooperativas, de negócios e funcionais? Para garantir isso vamos resumir o que apreendemos aqui. Virmos que o objetivo central da estratégia competitiva empresarial é tronar a empresa diferente de seus concorrentes, que seja pela diferenciação ou pela especialização. Apreendemos que o processo de formulação de estratégias competitivas é composto por nove passos (defi nir a empresa almejada; estruturar um sistema de inteligência competitiva da empresa; entender o negócio; identifi car e avaliar oportunidades, ameaças e riscos; etc.), contudo os quatro primeiros passos são preparativos para a formulação da estratégia em si. Esses primeiros passos têm por fi nalidade permitir que os gestores/estrategistas tenham o máximo de informações disponíveis ao seu dispor para facilitar do delineamento das estratégias e reduzir o risco das estratégias adotadas de não surtirem o efeito esperado. Ainda aqui aprendemos a diferenciar as estratégias a nível de corporação, unidade de negócio e função ou operação. Podemos concluir a respeito dessas estratégias que nem todas as empresas possuem os três tipos, haja vista nem todas as organizações serem compostas por mais de uma empresa ou possuir mais de um negócio. Desse modo as estratégias coorporativas só se aplicam a corporações, já as de negócios e funcionais são aplicáveis a qualquer tipo de empresa independente do seu porte. Planejamento estratégico 29 Metodologias ou modelos para elaboração de plano estratégico OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de compreender como usar duas metodologias ou modelos estratégicos mais utilizados para o desenvolvimento de estratégias empresárias. Saber aplicar essas metodologias ou modelos permitirá a você no desenvolvimento de sua atividade profi ssional saber formular estratégias a partir da metodologia que melhor se enquadra as necessidades da organização. E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Olá! Lembra do processo de formulação de estratégias? Nele virmos que o passo 4 desse processo remete a identifi cação e avaliação de oportunidades, ameaças e riscos. Pois agora você vai apreender um modelo metodológico que é muito utilizado pelos gestores estrategistas para esse fi m o Modelo SWOT ou FOFA como é também conhecido em sua tradução na língua portuguesa. Essa nomenclatura consiste da sigla do modelo S – Strenghs (Forças), W – Weaknesses (Fraquezas), O – Oportunities (Oportunidades), T- Threats (Ameaças). O modelo consiste basicamente na identifi cação de oportunidades e ameaças do ambiente organizacional externo e as forças e fraquezas do ambiente organizacional interno. Uma vez identifi cadas esses pontos eles devem ser dispostos em uma matriz que pode ser estruturada a fi gura 6. Planejamento estratégico30 Figura 6 –Estrutura da Matriz SWOT Fonte: adaptado de Santos e Fernandes (2015) Após a montagem da matriz o gestor ou estrategista deve elaborar estratégias que relacionem as forças as oportunidades, ameaças e fraquezas. Para melhor compreensão vamos nos itens a seguir detalhar melhor quadra quadrante a matriz, começando pelas oportunidades e ameaças. Por último é importante que você saiba antes de apreender sobre os detalhes desse modelo, que a SWOT tem como objetivos centrais: Apontar vantagens competitivas, analisar propensões de venda, lucros e desenvolvimento de novos produtos ou serviços, preparar a empresa para eventuais problemas e direcionar o desenvolvimento de planos de contingenciamento. ACESSE Para conhecer um pouco mais sobre a utilidade da SWOT nas empresas acesse: https://bit.ly/3hxfY1y Planejamento estratégico 31 Análise SWOT – Etapas de Realização Agora vamos aprofundar como fazer uso desse modelo. Para realizar uma análise baseada na metodologia SWOT, devemos seguir as etapas apresentadas na figura 7. Figura 7 –Estampas da SWOT Fonte: o autor A etapa de coleta de informações requer do indivíduo ou equipe responsável pela análise a capacidade de ser o mais realista possível,evitando inclusive a modéstia. Planejamento estratégico32 DEFINIÇÃO Pontos Fortes são atributos positivos tangíveis e intangíveis, internos a uma organização e que estão bob controle desta (HOFRICHTER, 2017). Nessa etapa são listados pontos fortes e fracos da organização considerando meu ambiente interno. DEFINIÇÃO Pontos Fracos são atributos que estão sob controle da organização, mas infl uenciam negativamente a sua capacidade de atingimento de metas e objetivos (MARKUS, 2017). Recomenda-se então para etapa de coleta de informação o uso de técnicas de coleta de dados como entrevistas, questionários, brainstorming, entre outras. É importante nessa etapa ter uma pessoa que atue como facilitador no ato da coleta, procurando a através da intuição aprofundar questionamentos para elucidar aspectos que considere importantes. Na etapa 2 deve-se buscar responder esse questionamento: O que pode ser ou ocorrer no ambiente externo na organização que pode afetar positivamente ou negativamente seu desenvolvimento e desempenho no mercado? A resposta deste questionamento deve vir em forma de uma lista de oportunidades e ameaças. DEFINIÇÃO Oportunidades são fatores atrativos externos que são a razão de existência e desenvolvimento organizacionais. São oportunidades que existem no ambiente capazes de impulsor a organização (HOFRICHTER, 2017). Nessa etapa duas coisas devemos ter em mente. A primeira é que oportunidades passam, ou seja, elas têm prazos para serem aproveitados. Planejamento estratégico 33 Neste acaso o responsável pela SWOT deve identifi car esses prazos a fi m de que a organização aproveite a oportunidade a tempo, inclusive se antecipando a seus concorrentes. DEFINIÇÃO Ameaças são fatores externos fora do controle de uma organização que poderiam colocar em risco a missão de operação da organização (HOFRICHTER, 2017). A segunda coisa que não podemos esquecer nessa etapa é que as ameaças podem afetar em diferentes graus de severidade a organização, bem como podem correm ou não. Portando, nessa etapa deve-se defi nir também quais ameaças possuem maior e menor probabilidade de ocorrência e severidade a fi m de que os planos de ação e estratégias priorizem as com maior probabilidade e severidade inicialmente. Na terceira etapa tem-se a elaboração de um plano de ação e delineamento das estratégias organizacionais. Nessa faze é feita uma avaliação dos pontos identificados nas etapas anteriores, e criar um plano de ação para cada uma das listas de pontos. Em sua o plano de ação deve conter iniciativas e estratégias da organização que: Mantenham pontos fortes; corrija pontos fracos, priorize o aproveitamento de oportunidades e neutralize, minimize e gerencie ameaças. Vamos ver exemplos de lista de pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças no tópico seguinte quando aprofundamos nossos conhecimentos sobre a construção e análise da Matriz SWOT. Mas antes vamos reforça aqui alguns cuidados nessas etapas que devem ser tomados para realização de uma boa análise. Para que se possa construir uma matriz SWOT que represente o mais real possível o cenário que a empresa apresenta, é necessário tomar os seguintes cuidados: ser realista a montar as listas de pontos; ser específi co, evitando duplas interpretações a respeito do que foi listado ou a até mesmo a falta de entendimento futuro; e revise os pontos listados e refl ita, não adianta listar por exemplo pontos fortes e eles também são pontos fortes de seus concorrentes. Planejamento estratégico34 IMPORTANTE É de suma importância para a qualidade da SWOT a definição de responsáveis pelo processo. Nesse sentido, deve-se buscar definir um grupo de trabalho para este fim que apresente as seguintes características: autoconfiança, capacidade e vontade de mudar, diversidade de conhecimentos e tempo disponível para dedicação a aplicação da SWOT. A construção e análise da matriz SWOT Uma vez listados os pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças pelos responsáveis do processo, parte-se então para construção da matriz e sua análise. Vamos compreender mais sobre essa fase? Essa faze podem ser resumidas objetivamente no desenvolvimento das seguintes atividades listadas no quadro 5. Quadro 5– Atividades relacionadas a construção e analise da matriz SWOT ATIVIDADES Montagem do Grupo que conduzirá a análise Estabelecimento de horários de reuniões Nas reuniões deve-se obter análises individuais e discutir as mesmas buscando identifi car consensos e divergências. Montar a matriz SWOT e concluir a análise Gerar estratégias organizacionais. Fonte: HOFRICHTER (2017) Planejamento estratégico 35 Se você chegou até aqui já possui conhecimento teórico sufi ciente para realizar em sua prática profi ssional as atividades 1,2,3. Agora vamos focar em conhecer mais a fundo o que deve ser considerado no desenvolvimento das atividades 4 e 5. VOCÊ SABIA? A análise SWOT pode ser utilizada nas organizações para diversos fi ns, ou seja, seu uso não se limita a elaboração de planejamento estratégico. Nesse sentido ela pode ser utilizada para: seções de ofi cina de ideias, solução de problemas, planejamento, avaliação de concorrentes, planejamento e desenvolvimento, entre outras fi nalidades possíveis. Na atividade 4 é montada a matriz SWOT que pode ter seu desenho variando conforme a fi nalidade de uso. Mas de um modo geral um desenho comumente aceito e utilizado é o disposto na fi gura 8. Na fi gura 8, é apresentado um exemplo de aplicação da análise SWOT em uma rede de lojas de móveis. Veja que na matriz nesse modelo dispõe lado a lado e pontuados as forças e fraquezas (defi ciências), oportunidades e ameaças do objeto de análise. Pois bem, tal modelo facilita analise através do cruzamento dos quadrantes da matriz. ACESSE Para ver o exemplo completo da aplicação da SWOT em uma rede de lojas de móveis acesse: https://bit.ly/37BUhcb Planejamento estratégico36 Figura 8 –Aplicação da análise SWOT na rede de lojas Victor Móveis Fonte: Appio e Vieira (2006, p. 128) Bem, para construir a matriz conforme o exemplo que virmos quais pontos da empresa devem ser analisados para se identificar pontos fortes e fracos? Vamos lá! Você deve nesse sentido analisar: os recursos humanos, as propriedades da empresa (intelectual, instalações, equipamentos, etc.), os processos organizacionais, recursos financeiros, governança, gestão e liderança, comunicação, produtos, vendas, clientes, fornecedores, mercados, etc. E para identificar oportunidades e ameaças? O que deve ser analisado? Nesse sentido deve-se analisar os fatores do microambiente organizacional (demográficos, econômicos, políticos, sociais e culturais, tecnológicos, etc.). Após a construção da matriz, a sua análise irá permitir gerar estratégias organizacionais. Essa análise, bem como a geração de estratégias são resultado do cruzamento dos quadrantes da matriz e da análise individual Planejamento estratégico 37 de cada quadrante. O quadro 6 resume alguns questionamentos que podem direcionar essa análise a geração de estratégias. TESTANDO Chegou o momento de testar seus conhecimentos sobre a elaboração de uma matriz SWOT, corre lá no desafi o colaborativo e verifi ca se você já entendeu em essência da construção de uma matriz SWOT. Mãos à obra! Quadro 6 – Questões norteadores para análise da Matriz SWOT e geração de estratégias QUESTÕES Como os pontos fortes colaboram para a exploração de oportunidades? Como os pontos fortes podem ajudar a minimizar ou até mesmo eliminar ameaças? Como os pontos fracos podem difi cultar o aproveitamento de oportunidades? Como os pontos fracos podem potencializar o efeito das ameaças na organização? Como eliminar cada ponto fraco? Como explorar cada oportunidade? Como se defender das ameaças? Fonte: o autor Matriz BCG A análise SWOT que aprendemos anteriormente é uma metodologia mais adequada a elaboraçãode estratégias a nível de negócio. Já para elaboração de estratégias a nível de corporação o modelo mais adequado e utilizado é o da matriz BCG. Esse modelo é focado na geração de estratégias de portfólio. Planejamento estratégico38 DEFINIÇÃO Estratégias de portfólio é um tipo de estratégia a nível corporativo que se refere ao mix de unidades de negócios e linhas de produtos que combinem entre si a propiciam vantagem competitiva (DAFT, 2005). A matriz BCG, assim denominada devido as inicias da sua criadora a Boston Consulting Group. Ela organiza os negócios, linhas de produtos ou empresas da corporação em quatro quadrantes resultantes do cruzamento de duas variáveis de análise: taxa de crescimento da empresa e participação de mercado, conforme ilustra a fi gura 8. Na matriz BCG a taxa de crescimento em questão é da indústria como todo, já a participação de mercado refere-se à unidade de negócio. A matriz classifi ca os produtos, negócios ou empresas da corporação em quatro categorias distintas: estrelas, pontos de interrogação, vacas leiteiras e cachorros. Esses negócios, empresas e produtos são representados na matriz BCG por círculos, no qual seus respectivos tamanhos remetem ao tamanho relativo de cada negócio em relação ao portfólio da empresa. Figura 9 –Estampas da SWOT Fonte: Daft (2005, p.182) Planejamento estratégico 39 ACESSE Para ver um exemplo da aplicação da BCG em uma rede de lojas de móveis acesse: https://bit.ly/3ejGMQI RESUMINDO Ops! Gostou de entender mais a elaboração de estratégias através da metodologia SWOT e modelo BCG? Já é capaz de diferenciar os dois e escolher o mais adequado para os diferentes tipos de estratégia? Para garantimos uma resposta positiva a estes questionamentos vamos recordar o que virmos aqui. Apreendemos que a SWOT é comumente usada para elaboração de estratégias a nível de negócio enquanto a BCG tem seu foco nas estratégias cooperativas. Virmos que na análise SWOT é identifi cado as oportunidades, ameaças externas a empresa e os pontos fortes e fracos da empresa em questão (análise interna). As estratégias que resultam da SWOT são fruto da análise conjunta e cruzamento dos elementos da matriz. Já a BCG tem o foco no crescimento da empresa e participação de mercado, analisando assim os negócios de uma corporação, classifi cando em categorias. Planejamento estratégico40 Gerenciando fatores críticos de sucesso: O BSC e o alinhamento da estratégia empresarial OBJETIVO Oi! Ao término deste capítulo você será capaz de identifi car fatores críticos de sucesso da estratégia empresarial e gerenciá-los a através do Balanced Scorecard (BSC). Saber reconhecer e esses fatores e apreender a gerencia-los permitirá a você no desenvolvimento de sua atividade profi ssional possui maior controle sobre as estratégias utilizadas pelas empresas para competir no mercado E então? Pronto para desenvolver esta habilidade? Então vamos lá. Avante! Medir o desempenho da empresa em relação as estratégias adotadas foi a motivação para a criação da metodologia BSC, que buscou ampliar a visão restrita de se medir desempenho empresarial tomando por base indicadores apenas fi nanceiros. Isso mesmo! Pare e pense um pouco, as o sucesso de uma empresa sendo atrelado a suas estratégias empresariais refl ete apenas no lucro da empresa? O lucro é sempre um único indicador que revela se a empresa está desempenhando bem suas atividades? Virmos ao longo dos nossos estudos que as estratégias empresariais são complexas porque as organizações são complexas, desse modo medir desempenho estratégico da organização não é tão simples como medir lucratividade, concorda? Essa medição deve envolver os fatores críticos de sucesso da empresa. Diante disso, surgiu o balanced scorecard (BSC). O BSC foi criado e desenvolvido por Robert Kaplan e David Norton nos anos 90, como uma parceria entre estudos acadêmicos e realidade empresarial, uma vez que Kaplan era professor de Harvard e Norton executivo principal do Nolan Norton. O BSC originou-se com objetivo de colar em prática nas organizações estratégias destinadas a permanecerem no papel antes se sua criação. Planejamento estratégico 41 DEFINIÇÃO Balanced Scorecard é uma metodologia que tem por objetivo integrar e balancear todos os principais indicadores de desempenho existentes em uma organização, desde os fi nanceiros e administrativos até os relativos aos processos internos, estabelecendo objetivos da qualidade (indicadores) para funções e níveis relevantes dentro dessa (KAPLAN; NORTON, 1997) Então vamos direto ao assunto: se você precisa gerenciar o desempenho empresarial com foco estratégico essa é a metodologia mais utilizada para esse fi m. Ela em suma tem como objetivos principais: implementação de estratégias efetivas; transformação de estratégias em medidas e ações especifi cas; comunicação e alinhamento estratégico entre os níveis organizacionais; orientar mudanças estratégicas operacionais; entre outros. O BSC é, portanto, um mecanismo efi ciente para gerenciar o desempenho empresarial, e tem como principais objetivos: implementar estratégias efetivas, transformar a estratégia em medidas de ações específi cas, comunicar e alinhar a estratégia em todos os níveis da organização, direcionar as mudanças operacionais com a estratégia, e a criação de valor aos ativos intangíveis. Assim, podemos considerar que o BSC é uma base para mensuração de resultados estratégicos. Prontinho, acredito que você já se deu conta que essa metodologia é de suma importância para a sua atuação profi ssional. Mas como aplicá- la? Quais são seus passos ou etapas? A fi gura 8 lista as etapas básicas metodológicas do BSC, ou seja, o que é necessário para aplicá-lo no contexto das organizações. Planejamento estratégico42 Figura 10 – Etapas da aplicação do BSC Fonte: o autor a partir de Kaplan e Norton (1997) Nosso foco de estudo aqui é a etapa de tradução e elaboração do mapa estratégico, uma vez que estamos nessa unidade buscando entender a formulação de estratégias organizacionais. As demais etapas da aplicação do BSC será alvo de estudos futuros quando iremos apreender sobre implementação e controle de estratégias. Nessa etapa em questão, é que o BSC é elaborado e resulta em um mapa estratégico. O BSC possui 4 perspectivas de análise as quais se alinham com o planejamento estratégico da empresa conforme podemos observar na fi gura 9. ACESSE Para conhecer um pouco mais sobre os conceitos gerais do BSC acesse: https://bit.ly/3d40MFT Planejamento estratégico 43 Figura 11 – Perspectivas do BSC Fonte: Kaplan e Norton (1997, p. 10) Veja que a figura 9 coloca no centro como direcionador do BSC a visão estratégica da empresa. Em seguida essa visão reflete em estratégias focadas em quadro perspectivas: financeira (acionistas), clientes, processos internos e aprendizado e conhecimento (inovar e crescer). Seguindo a lógica, para cada perspectiva devem-se identificar os fatores críticos de sucesso e definir medidas críticas relacionadas a esses fatores. Para facilitar nosso entendimento, vamos estudar a seguir separadamente cada uma dessas perspectivas. Perspectiva financeira Em suma a perspectiva financeira: avalia lucratividade estratégica; fornece subsídios de mediação e avaliação de resultados propiciados pelo negócio da empresa avaliada, bem como necessidades de crescimento e de desenvolvimento dessa; e permite medir a avaliar a satisfação dos acionistas. São exemplos de indicadores que podem ser utilizados nessa perspectiva: retorno sobre investimento, valor econômico agregado, lucratividade, aumento de receitas, redução de custos, entre outros. Uma vez definido os objetivos, indicadores e metas financeiras, deve-se então definir iniciativas para atingimento dos objetivos e Planejamento estratégico44 metas. O quadro 7 apresenta um exemplo de iniciativas definidas para a implementaçãodo BSC a visão estratégica de um hospital. Quadro 7 – Exemplo de iniciativas financeiras para a implementação do BSC a visão estratégica de um hospital Iniciativa Aprimorar o faturamento. Incrementar o controle de custos nas áreas de enfermagem e diagnóstico. Realizar o projeto de canalização do oxigênio. Fonte: Ceretta e Quadros (2003, p.12)]] Perspectiva de Clientes Em suma a perspectiva é responsável pela identificação dos segmentos de mercados visados e as medidas para obter êxito ao atuar nesse, e identificação dos fatores considerados importantes na visão dos clientes. Os fatores considerados relevantes para os clientes em geral podemos enquadrar em quatro dimensões: tempo, qualidade, desempenho e serviço. Como exemplos de indicadores que são comumente utilizados nessa dimensão temos: participação de mercado, aquisição, retenção, manutenção e fidelização de clientes, redução de reclamações de clientes, etc. Quanto a projeções de ações no BSC, o quadro 8 apresenta um exemplo de iniciativas nessa perspectiva definidas para a implementação do BSC a visão estratégica de um hospital. Quadro 8 – Exemplo de iniciativas na perspectiva clientes para a implementação do BSC a visão estratégica de um hospital Iniciativa Melhorar as condições de hotelaria e instalações físicas Incrementar o sistema de relacionamento com os clientes Realizar melhorias nos registros médicos e de enfermaria Desenvolvimento de treinamentos e campanhas para evitar a infecção hospitalar Reformar a área física e realizar a aquisição de equipamentos. Fonte: Ceretta e Quadros (2003, p.12) Planejamento estratégico 45 Perspectiva de Processos internos Essa perspectiva considera o que já foi definido nas perspectivas financeira e clientes. Ela remete aos processos desenvolvidos na organização, ou seja, que tem por objetivo atender as demandas dos clientes e manter o seu funcionamento. Mas o que pode abranger essa perspectiva? Essa pode envolver a análise de processos de: inovação, produção, comercialização, logística, serviços de pós-venda, processo de atendimento a clientes, etc. Nessa dimensão o indicador é o mais objetivo possível: melhoria dos processos internos atuais. Quanto a projeções de ações no BSC, o quadro 9 apresenta um exemplo de iniciativas nessa perspectiva definidas para a implementação do BSC a visão estratégica de um hospital. Quadro 9 – Exemplo de iniciativas na perspectiva processos internos para a implementação do BSC a visão estratégica de um hospital Iniciativa Implantar ações para adequação às exigências dos critérios do PGPQ Preparação do Balanço Social Fonte: Ceretta e Quadros (2003, p.12) Perspectiva de aprendizado e crescimento Por último no BSC temos a análise aprendizado e crescimento organizacional. Nessa perspectiva o foco é responder a seguinte questão: Como fornece uma base para o atingimento dos objetivos traçados nas outras perspectivas do BSC? Para tanto aqui é o momento de analisar a infraestrutura atual da empresa e identificar a infraestrutura requerida, essa última deve permitir a empresa crescer e implementar melhorias em longo-prazo. A infraestrutura envolve: as pessoas, os sistemas e procedimentos da organização. Quanto a questão de indicadores dessa perspectiva podemos utilizar: o nível de satisfação, rotatividade dos trabalhadores da empresa; lucros obtidos por funcionário, participação dos funcionários sugerindo alternativas de redução de despesas e custos, assim como aumento de receitas. Quanto a projeções de ações no BSC, o quadro 10 apresenta um Planejamento estratégico46 exemplo de iniciativas nessa perspectiva defi nidas para a implementação do BSC a visão estratégica de um hospital. Quadro 10 – Exemplo de iniciativas na perspectiva processos internos para a implementação do BSC a visão estratégica de um hospital Iniciativa Capacitação profi ssional dos colaboradores Melhorias no suporte da área de Recursos Humanos aos colaboradores Realizar ações preventivas de saúde. Fonte: Ceretta e Quadros (2003, p.12) Agora já entendemos o que envolve cada perspectiva do BSC, vamos ao próximo passo que é a construção de mapa estratégico. O mapa do BSC DEFINIÇÃO O mapa estratégico no BSC é uma representação gráfi ca das quatro perspectivas e a relação entre elas oferecendo uma visão integrada. Pensamos: Defi ni objetivos, indicadores, metas e ações para cada perspectiva do BSC e agora? Agora é hora de relacionar as 4 buscando um balanceamento e uma visualização geral, para isso vamos a elaboração do mapa estratégico que consiste na disposição das estratégias. A fi gura 10 apresenta um exemplo de mapa estratégico, o qual foi elaborado para uma indústria de porte médio do segmento de plásticos. IMPORTANTE Ao integrar as 4 perspectivas do BSC busca-se obter temos como resultado o equilíbrio entre: objetivos organizacionais de logo e curto prazo; indicadores fi nanceiros e não fi nanceiros; medicação com foco externo e interno; medições de resultados de esforços passados com refl exo no desempenho organizacional futuro. Planejamento estratégico 47 Figura 12 –Exemplo de Mapa estratégico a partir do BSC Fonte: Storch, Nara e Storch (2004, p. 8) Planejamento estratégico48 TESTANDO Chegou o momento de testar sua compreensão a respeito da elaboração do BSC. Corre lá no banco de questões! RESUMINDO Chegamos ao fi m dessa unidade, e nesse fi nalzinho você apreendeu a identifi car fatores críticos de sucesso relacionados a estratégia empresarial através do BSC. Nesse sentido os fatores críticos de sucesso de uma estratégia empresarial são fatores atrelados a cada uma das quatro perspectivas do BSC. Agora você já sabe que o Balanced Scorecard , BSC , é uma metodologia que tem por objetivo integrar e balancear todos os principais indicadores de desempenho existentes em uma organização, desde os fi nanceiros e administrativos até os relativos aos processos internos, estabelecendo objetivos da qualidade (indicadores) para funções e níveis relevantes dentro da empresa. Aprendemos também que o BSC é composto por quatro perspectivas, a saber: fi nanceira, clientes, processos internos e aprendizado e crescimento. Para cada uma dessas perspectivas que são analisadas na empresa durante a aplicação do BSC temos que é necessário defi nir objetivos, indicadores, metas e iniciativas. Ao defi nir esses elementos para cada uma das perspectivas analisadas o próximo passo é a construção do Mapa estratégico. Virmos aqui então por último que o mapa estratégico é uma representação gráfi ca das quatro perspectivas e a relação entre elas oferecendo uma visão integrada. Planejamento estratégico 49 APPIO, J.; VIEIRA, V.F. Uma aplicação da matriz BCG e a análise SWOT: Um estudo de caso. Revista Ciência Empresariais da UNIPAR, Umuarma, v.7, n.2, p. 121-138, 2006. CERETTA, Paulo Sergio; DE QUADROS, Cláudio Joel. Implementação do Balanced Scorecard: um caso prático. Revista Eletrônica de Administração, v. 9, n. 4, p. 1-18, 2003. DAFT, R.L. Administração. 6ª Ed. São Paulo: Thomson, 2005. HORICHTER, M. Análise SWOT. Livro eletrônico, 2017. Diponível em: https://books.google.com.br/books?id=yXEEDgAAQBAJ&printsec=front- cover#v=onepage&q&f=false. Acesso em 02/03/2020. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Gulf Professional Publishing, 1997. NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação do conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997. PORTER, M. E. Estrategia Competitiva: técnicas para el análisis de los sectores industriales Y de la competecia. 36. ed. México:Conpania Editorial Continrntal, 2006. PORTER, M. E. Strategy and the Internet. Harvard Business Review, 2001. PORTER, M. E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Campus, 1990. RODOPAN TRANSPORTES. Nosso negócio. Diponível em: http://www. rodoplanvix.com.br/?page_id=15. Acesso em 02/03/2020. SANDRONI,Paulo. Novíssimo dicionário de economia. Editora Best Seller, 1999. SANTOS, M.C.; FERNANDES, M.E.B.A. A ferramenta Análise SWOT no processo de formulação das ações estratégias nas pequenas empresas. REFERÊNCIAS Planejamento estratégico50 Um estudo de caso na empresa empreeiteira MAGNU JP São Paulo LTDA. Resvista FATEC Sebrae em debate: gestão, tecnologias e negócios, v. 2. N. 2, p. 111-125, 2015. STORCH, Clane Regina Rech; NARA, Elpídio Oscar Benitez; STORCH, Luiz Afonso. Mapa estratégico, uma representação gráfica do Balanced Scorecard, ferramenta para otimização da tomada de decisões: estudo de caso de uma indústria de porte médio. Revista Produção Online, v. 4, n. 4, 2004. VARGAS, K.F.S.; et al. A cadeia de valores e as cinco forças competitivas como metodologia de planejamento estratégico. Revista Brasileira de Estratégia, Curitiba, v.6, n.1, p. 11-22, 2013. Planejamento estratégico 51 Você sabia que o pensamento estratégico é primordial para o sucesso? Nesse sentido, temos que para ser bem sucedido (na profi ssão, no amor, nos negócios, etc.) é necessário pensar estrategicamente. Ops! Pare e pense um pouco, relembre uma situação que você considera ter obtido sucesso. Pensou? Agora relembre seus pensamentos ao longo dessa situação, neles você vai encontrar com certeza uma série de planos, projeções, previsões e vinculações de acontecimentos e conhecimentos. Pois bem! Podemos assim dizer que você já pensou estrategicamente. Nesse sentido, assim como você (pessoa física) as empresas e organizações (pessoas jurídicas) precisam pensar estrategicamente para serem bem sucedidas no atingimento de seus diversos objetivos. Ou seja, elas devem ser capazes projetar os efeitos de suas ações e ter visão de longo prazo criativa orientada para execução de objetivos. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! O universo da Estratégia organizacional! Dayanna dos Santos Costa Maciel Livro Didático Digital
Compartilhar