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Análise de Investimentos - Livro Texto Completo

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Autor: Prof. Jean Carlos Cavaleiro
Colaboradores: Prof. Santiago Valverde 
 Prof. Maurício Felippe Manzalli
Análise de Investimentos
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Professor conteudista: Jean Carlos Cavaleiro
Bacharel em Administração de Empresas, especialista em Gestão de Negócios, Mestre em Engenharia da Produção. 
Professor universitário há dez anos, lecionando na Universidade Cruzeiro do Sul, na UNISUZ e na UNIP. Consultor in 
company do Senac-SP na área financeira, atuando com controle financeiro, fluxo de caixa, contabilidade, contas a 
pagar, e na área logística, com produção, compras, estoques, transporte etc. 
Diretor proprietário da Horseman Consultoria Ltda., empresa especializada em treinamento na área logística. 
Professor titular na Faculdade de Suzano e coordenador das atividades práticas de gestão na mesma instituição. Na 
Universidade Paulista – UNIP é professor nos cursos de Gestão e coordenador do curso de Logística – EaD.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
C376a Cavaleiro, Jean Carlos.
Análise de investimentos / Jean Carlos Cavaleiro. - São Paulo: 
Editora Sol, 2013.
80 p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2-029/13, ISSN 1517-9230. 
1. Administração financeira. 2. Fontes de financiamento. 
3. Avaliação de investimentos. I. Título. 
CDU 658.15
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Virgínia Bilatto
 Carla Moro
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Sumário
Análise de Investimentos
APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7
Unidade I
1 ADMINISTRAçãO FINANCEIRA .....................................................................................................................9
1.1 Funções e estrutura da Administração Financeira ...................................................................9
1.2 O papel da Gestão Financeira ...........................................................................................................9
1.3 O Conselho Monetário Nacional .................................................................................................... 11
1.4 Comissão Técnica de Moeda e Crédito (Comoc) ..................................................................... 12
1.5 O sistema financeiro nacional ......................................................................................................... 13
1.6 O sistema monetário internacional .............................................................................................. 16
1.6.1 Fundo Monetário Internacional (FMI) ............................................................................................ 16
1.6.2 Banco Mundial ....................................................................................................................................... 17
2 IDENTIFICAçãO DE DISPONIBILIDADES DE RECURSOS FINANCEIROS PARA 
INVESTIMENTOS ................................................................................................................................................... 18
2.1 Definição de investimentos ............................................................................................................ 18
2.2 Custo de capital .................................................................................................................................... 20
2.3 Custo de capital de terceiros ........................................................................................................... 20
2.4 Custo de capital próprio .................................................................................................................... 21
Unidade II
3 FONTES DE FINANCIAMENTO ..................................................................................................................... 23
3.1 Fontes de financiamento por recursos de terceiros ............................................................... 27
3.1.1 Financiamento de capital de giro..................................................................................................... 27
3.1.2 Repasse de recursos internos – Finame ......................................................................................... 28
3.1.3 Subscrição de debêntures ................................................................................................................... 28
3.1.4 Arrendamento mercantil – Leasing financeiro ........................................................................... 29
4 MÉTODOS DE AVALIAçãO DE INVESTIMENTOS ................................................................................... 30
4.1 Avaliação de investimentos ............................................................................................................. 30
4.2 Algumas premissas .............................................................................................................................. 30
4.3 A forma de se adquirir um ou mais investimentos, ativos ou bens ................................ 31
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Unidade III
5 TÉCNICAS DE AVALIAçãO DE INVESTIMENTOS ................................................................................... 35
5.1 O payback ................................................................................................................................................ 36
5.2 Taxa média de retorno........................................................................................................................ 37
5.3 Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL) ............................................................. 38
6 VALOR ECONôMICO AGREGADO (EVA) OU LUCRO ECONôMICO ............................................... 41
6.1 Grau de alavancagem operacional ................................................................................................ 44
6.3 Grau de alavancagem financeira ................................................................................................... 48
Unidade IV
7 APLICAçãO DO MÉTODO DO EVA – LUCRO ECONôMICO COMPARADO AO 
MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ....................................................................................... 52
7.1 Taxa de desconto .................................................................................................................................. 54
7.2 Solução de investimento .................................................................................................................55
8 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ............................................................................................................ 65
8.1 Outras técnicas de fluxos de caixa ................................................................................................ 68
8.2 A estrutura da demonstração de fluxos de caixa .................................................................... 68
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APresentAção
Nesta disciplina, o aluno vai estudar a análise da estrutura financeira de uma empresa para avaliar 
alternativas de investimentos, com o objetivo de desenvolver competências necessárias para gerenciar 
de forma estratégica o capital da empresa. Para tal, vai estudar aqui assuntos como cálculo de taxas 
de retorno e valores atuais, onde perceberá o valor do dinheiro no tempo, e projetar resultados de 
projetos de investimentos, principalmente na forma de financiamento (estrutura de capitais). Estuda-se 
adicionalmente como analisar, com auxílio de ferramentas de informática, fluxos de caixa projetados 
das diversas formas de investimentos para seleção de melhores alternativas de investimentos.
Como gestor financeiro é preciso trabalhar com a ideia de que dinheiro é para ser aplicado com 
inteligência, pois é um recurso sempre escasso e, logo, deve ser bem-gerenciado. Os ganhos de uma 
organização não se limitam à operação de produzir e vender produtos ou serviços. Uma boa gestão 
dos recursos de entrada e o controle dos recursos de saída garantem bom retorno nas transações com 
dinheiro da empresa.
O gestor deve entender que uma empresa trabalha com dois tipos de capitais, próprios ou de terceiros, 
e que eles incorrem em custos que podem ou não alavancar os retornos da empresa.
O custo mencionado é denominado custo de capital, ou custo de oportunidade. Como exemplo, 
podemos comparar com a situação na qual uma pessoa resgata um valor de um investimento como a 
poupança e compra um carro à vista. Vamos supor que resgatou R$ 40.000,00 e a poupança rende hoje 
cerca de 0,5% ao mês, ou seja, R$ 200,00. Assim, a pessoa deixou de ganhar essa porcentagem, que pode 
ser chamada de custo de capital.
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Análise de investimentos
Unidade I
1 AdmInIstrAção FInAnCeIrA
1.1 Funções e estrutura da Administração Financeira 
Para tratar de análise de investimento, é necessário entender o contexto do qual ela faz parte. 
Vamos lembrar que no atual mundo capitalista e competitivo as empresas atuam em busca de 
maiores e melhores resultados. Assim, em toda ação de investimento esperam-se retorno, pouco 
risco, segurança e crescimento. As políticas adotadas para investimento podem trazer risco ou 
segurança para as organizações e devem ser criadas, implantadas e acompanhadas pela gestão 
financeira das organizações. 
Então, para entender a atuação da gestão financeira e a movimentação de recursos, vamos discorrer 
sobre a atuação da área.
1.2 o papel da Gestão Financeira 
O papel de finanças está intimamente associado aos fluxos de dinheiro, ou seja, às entradas 
e saídas que são imprescindíveis à manutenção de qualquer operação, seja uma pessoa, uma 
grande organização com fins lucrativos e até mesmo outras organizações que necessariamente 
não se pautam com os objetivos de lucros. Entretanto, sem dinheiro nenhuma delas chegará a 
lugar algum. 
As operações de uma empresa geram entradas ou saídas de caixa, como veremos na aplicação abaixo. 
Graficamente ficaria:
$ – Caixa Produção Venda
Recebimento
Matéria-prima
Mão de obra
Equipamentos
Maquinário
Figura 1
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Unidade I
As ações geram entradas ou saídas dos recursos. Toda essa operação exige um investimento inicial, e 
espera-se que ele tenha retorno em determinado período. Nesse sentido, gerenciar os recursos próprios 
ou de terceiros é fundamental, pois garante um dos princípios contábeis, o da continuidade.
Para reforçar a importância da gestão desses recursos, encontramos até nos evangelhos, especialmente 
no evangelho de Mateus, referências sobre a administração do dinheiro. Diga-se de passagem, Mateus 
é considerado o patrono dos contabilistas.
Sendo assim, podemos afirmar de uma maneira mais restrita que o papel de finanças é administrar 
ativos e passivos, tendo como principal representante o gestor financeiro.
Nas organizações, o gestor financeiro pode atuar em diversos níveis, como vice-presidente de 
finanças, diretor financeiro, controller e gerente financeiro.
Se ampliarmos essa atuação para uma dimensão maior, ou seja, para o governo e para as três 
esferas, União, Estados e Municípios, constataremos que o gestor financeiro tem e necessita de 
instrumentos e ferramentas complexas, com finalidade precípua de administrar os recursos financeiros 
dessa grande empresa denominada país.
Apenas fazendo uma rápida alusão, o governo não pode arrecadar e pagar sem que tenha um 
orçamento feito anualmente e previamente aprovado pelo Poder Legislativo. O orçamento ainda é 
balizado por outros instrumentos denominados planos plurianuais, feitos de quatro em quatro anos, e 
uma lei de diretrizes orçamentárias elaborada anualmente, indicando o que o orçamento público anual 
deve conter. Esses instrumentos, que são representados formalmente por leis, ocorrem nas três esferas 
de governo – federal, estadual e municipal.
 Lembrete
Toda ação, empresarial ou não, deve respeitar a relação entrada de recursos 
versus saída de recursos. As saídas não devem ser maiores que as entradas.
Exemplo de aplicação
Um empreendedor montou uma empresa com capital social no valor R$ 100.000,00. Desse valor 
usou R$ 20.000,00 para compra de maquinário, pagou R$ 4.000,00 de aluguel do mês, comprou R$ 
40.000,00 de matéria-prima e R$ 35.000,00 de móveis e utensílios. Para iniciar as operações, a empresa 
ainda necessitou de um caixa de R$ 30.000,00. 
Como você avalia a situação financeira dessa empresa? O dinheiro foi bem-aplicado?
O gestor financeiro nas empresas não pode se apartar da “economia de mercado”, até porque os 
lucros são gerados quando as organizações transacionam com terceiros. Nesse sentido, quando os 
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Análise de investimentos
proprietários dessas organizações não têm capital suficiente, torna-se necessário recorrer a recursos 
externos à sua organização. Eles fazem isso mediante seu representante, que é o gestor financeiro.
Nesse contexto, o gestor financeiro precisa ter conhecimentos de como estão organizados os sistemas 
financeiros, nacional e internacional, pois necessita buscar as mais diversas formas de financiamentos 
para a sua empresa. Formalmente, podemos dizer que o sistema financeiro nacional é o ambiente 
operacional em que a empresa está inserida. É importante conhecer a estrutura do sistema financeiro 
nacional porque ele compõe a moeda que gira no país, a relação da moeda nacional com outras moedas 
e, principalmente, os impactos que as decisões do governo teriam sobre os negócios.
Vejamos um exemplo: uma empresa tem um estoque avaliado em R$ 100.000,00, num período em 
que o dólar está na proporção US$ 1,00 = R$ 2,00. Assim, seu estoque valerá US$ 50 mil dólares.
Agora vamos supor que o dólar suba para R$ 3,00; o mesmo estoque passa de US$ 50 mil para 
US$ 33 mil. Isso é bom ou é ruim? 
Na verdade, não importa; houve mudanças, e decisões precisam ser tomadas. 
Alguns questionamentos surgem: o governo decide comprar dólar no mercado, isso ajuda ou 
atrapalha seus negócios? A Taxa Selic aumenta, isso ajuda ou atrapalha? O governo cria sistemas 
protecionistas na exportação de alguns itens, isso ajuda ou atrapalha? 
São esses questionamentos que nos levam a perceber que devemos entendero sistema financeiro 
nacional.
1.3 o Conselho monetário nacional
Os principais representantes do Conselho Monetário Nacional são o Ministro da Fazenda, o Ministro 
do Planejamento e Gestão e o Presidente do Banco Central. O papel principal do Conselho Monetário 
Nacional é fixar as diretrizes de política monetária, de crédito e cambial do país.
A respeito disso, é importante refletir: você sabe quais são os ocupantes dos cargos listados a seguir?
Ministro da Fazenda: ________________________________________________________ .
Ministro do Planejamento e Gestão: ____________________________________________ .
Presidente do Banco Central: _________________________________________________ .
Para que você entenda melhor o papel do Conselho Monetário Nacional, vou relatar uma situação 
recente do país.
Crise econômica mundial, o mundo não consegue capital, nem vender seus bens materiais. Os 
investidores resgatam seus investimentos no mundo todo, as empresas enfrentam dificuldades de 
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Unidade I
obtenção de capital. Uma das saídas para países de economia emergente era gerar consumo interno, 
mas como fazer que as pessoas comprassem mais? 
No Brasil, o governo cortou IPI dos automóveis, o que reduziu os preços, mas não foi suficiente para 
gerar consumo maior. Então, o governo facilitou a política de crédito, ampliando os prazos, reduzindo 
taxa de juros, diminuindo a burocracia e os custos da operação para as financeiras. 
Pergunto: você acha que essas decisões governamentais geraram algum impacto na economia?
1.4 Comissão técnica de moeda e Crédito (Comoc)
Subordinada ao Conselho Monetário Nacional está a Comissão Técnica de Moeda e Crédito, cujas 
funções executivas são feitas pelos órgãos destacados a seguir. 
Banco Central: emissão da moeda, fiscalização das instituições financeiras e controle cambial são 
as funções principais.
Comissão de Valores Mobiliários (CVM): fiscalizar a emissão de ações e debêntures e realizar 
auditoria das companhias abertas.
Banco do Brasil: atua como principal executor da política rural e principal agente financeiro do 
país. 
Caixa Econômica Federal: é responsável pela política de saneamento básico do país e administra o 
fundo de garantia e o banco para o trabalhador do país.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): responsável pela política de 
investimento a longo prazo. 
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN): constituído de oito 
conselheiros, subordinados ao Ministério da Fazenda, para julgar em segunda e última instância os 
recursos e interpostos das decisões relativas à aplicação de penalidades administrativas pelo Banco 
Central e pela CVM.
Os conselheiros se distribuem da seguinte forma:
•	 um	representante	do	Ministério	da	Fazenda;
•	 um	representante	do	Banco	Central;	
•	 um	representante	da	Caixa	Econômica	Federal;	
•	 um	representante	da	Comissão	de	Valores	Mobiliários	(CVM);	
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Análise de investimentos
•	 quatro	 representantes	 das	 entidades	 de	 classe,	 dos	 mercados	 financeiro	 e	 de	 capitais,	 por	 ela	
indicados por lista tríplice, por solicitação do ministro da Fazenda;
•	 junto	ao	conselho,	atua	um	procurador	da	Fazenda	Nacional,	designado	pelo	procurador-geral,	
com atribuição de zelar pela fiel observância das leis, dos decretos, regulamentos e demais atos 
administrativos.
Essa comissão técnica tem como funções decidir quando facilitar ou tornar rígida a política de 
crédito. Você deve ter visto inúmeras discussões sobre risco, inadimplência, entre outros. Na medida em 
que se amplia a busca por crédito, há um aumento do consumo; contudo, se faz necessário mais buscas 
por recursos financeiros, e se há risco esse recurso se torna mais difícil. Então, a comissão busca um 
constante equilíbrio entre crescimento e gestão de riscos.
1.5 o sistema financeiro nacional
O sistema financeiro nacional se ocupa dos mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial.
O mercado monetário envolve as operações de curto e curtíssimo prazo, proporcionando um 
controle ágil e rápido da liquidez da economia e das taxas de juros básicas pretendidas pela política 
econômica das autoridades monetárias (Selic).
Nesse mercado, são negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Banco Central e pelo 
Tesouro Nacional, com o objetivo de financiar o orçamento público. 
O governo precisa ser financiado, ou seja, precisa arrecadar recursos para bancar suas ações; os 
meios que tem para isso são os impostos e taxas, mas estes dependem de periodicidade para gerar 
entrada no caixa. 
Assim, como o governo faz para antecipar a entrada? Ele emite papéis, como as chamadas 
debêntures, nas empresas, e por essas emissões promete pagar taxas que sejam atraentes (basicamente, 
a taxa Selic). 
Quando o governo aumenta a taxa de juros, ele está ampliando os valores pagos aos investidores que 
compram títulos públicos, o que normalmente atrai mais investidores e aumenta o endividamento do 
governo. Quando diminui a taxa, está reduzindo os rendimentos pagos para esses investidores, atraindo, 
assim, menos recursos. 
Exemplo de aplicação
O que é mais interessante para o governo? Taxa Selic alta ou baixa?
Pesquise e disserte sobre esse tema.
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Unidade I
Voltando aos títulos públicos, são exemplos de papéis: 
•	 Letras	do	Tesouro	Nacional	(LTN);	
•	 Notas	do	Tesouro	Nacional	(NTN);	
•	 Certificados	de	Depósitos	Interfinanceiros	(CDI	–	exclusivo	de	instituições	financeiras);	
•	 Certificado	de	Depósito	Bancário	e	debêntures	(CDB).
Todos esses papéis são controlados e custodiados por dois grandes sistemas, denominados Sistema de 
Custódia e Liquidação de Títulos (Selic) e Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip).
O Selic foi desenvolvido pelo Banco Central (Bacen) e pela Associação Nacional das Instituições do 
Mercado Aberto (Andima), operando com títulos públicos de emissão do Bacen e do Tesouro Nacional 
– compra e venda de títulos.
A Cetip passou a funcionar em 1986 como um sistema semelhante ao Selic, mas abrigando títulos 
privados como CDB, RDB, debêntures, CDI etc.
O mercado de crédito visa, fundamentalmente, suprir as necessidades de caixa de curto e médio 
prazo, tanto das pessoas físicas quanto das jurídicas. Não podemos deixar de frisar que o crédito tem 
sido a fonte de crescimento para grandes economias mundiais, gera consumo e riqueza e deve ser 
estimulado, mas acompanhado de perto pelos órgãos públicos. 
Veremos, então, quais as principais operações de crédito.
•	 Desconto	bancário	de	títulos	(duplicatas).	
Essa situação está presente quando se vende a prazo; usamos para antecipar os recursos. Normalmente, 
os bancos fazem essa operação antecipando duplicatas de vendas a prazo e descontando taxas de juros 
conforme riscos envolvidos.
•	 Contas	garantidas,	comum	limite	de	crédito	concedido	pelas	instituições	bancárias.	
São linhas de crédito pré-aprovadas que seriam consumidas conforme as necessidades.
•	 Créditos	rotativos	(financiamentos	de	capital	de	giro).	
•	 Empréstimos	de	capital	de	giro	e	de	pagamentos	de	tributos.	
•	 Operações	de	vendor (é uma operação de crédito em que a instituição bancária paga à vista ao 
vendedor, cobrando os respectivos encargos financeiros, e a responsabilidade de pagar a dívida ou 
título é do comprador); 
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Análise de investimentos
•	 Resolução	63	(empréstimos,	repasse	em	moeda	estrangeira).	
•	 Crédito	Direto	ao	Consumidor	(CDC):	geralmente,	o	bem	fica	alienado.	
•	 Adiantamento	de	Crédito	de	Câmbio	(ACC):	financiamento	da	produção.	
•	 Adiantamento	 sobre	 Cambiais	 Entregues(ACE):	 o	 exportador	 solicita	 o	 adiantamento	 após	
embarque da mercadoria. 
O mercado de capitais é voltado ao financiamento de capital de giro e fixo das empresas. Está 
estruturado ou constituído basicamente pelas seguintes instituições:
•	 instituições	financeiras	não	bancárias	que	não	apresentam	capacidade	de	emitir	moeda	ou	meios	
de pagamento. São elas:
— os bancos de investimentos que atuam como agentes financiadores de operações de subscrição 
pública de ações, debêntures, leaseback etc.; 
— os bancos de desenvolvimento regional (de âmbito estadual), que visam ao desenvolvimento 
econômico e social da região em que atuam; 
— as sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras); 
— as sociedades de arrendamento mercantil (leasing). 
•	 instituições	voltadas	ao	Sistema	Brasileiro	de	Poupança	e	Empréstimos	(SBPE),	cujos	recursos	se	
originam das cadernetas de poupança e do FGTS. Entre essas instituições, destacam-se as caixas 
econômicas; 
•	 instituições	auxiliares	representadas	pelas	bolsas	de	valores.	Organizam-se	como	sociedade	civil	
sem fins lucrativos por meio de títulos patrimoniais adquiridos pelas sociedades corretoras, 
que fazem intermediações financeiras nos pregões das bolsas de valores. Como intermediárias 
auxiliares existem ainda as sociedades distribuidoras, que fazem intermediação nas negociações 
de títulos e valores mobiliários das empresas, cujos objetivos básicos se assemelham aos das 
corretoras de títulos; 
•	 as	sociedades	de	fomento	comercial	(factoring); são sociedades comerciais não financeiras que 
operam nas aquisições de duplicatas, cheques etc. Forma similar a uma operação de desconto 
bancário.
Nesse contexto de mercado de capitais, destacam-se as ações, debêntures e opções sobre ações de 
emissão das sociedades anônimas:
•	 as	ações	constituem	a	menor	parcela	(fração)	do	capital	social	de	uma	sociedade	anônima;	
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Unidade I
•	 quanto	ao	valor,	podem	ser	emitidas	com	e	sem	valor	nominal;	
•	 quanto	à	natureza	dos	direitos	e	vantagens,	podem	ser	de	três	espécies:	ordinária,	preferencial	e	
de gozo ou fruição; 
•	 as	vantagens	dos	investidores	em	ações	são	os	dividendos,	a	bonificação,	a	valorização	e	o	direito	
de subscrição; 
•	 as	debêntures	são	títulos	de	crédito	emitidos	pela	sociedades	anônimas,	tendo	por	garantia	seus	
ativos; 
•	 os	direitos	e	as	remunerações	oferecidas	pelas	debêntures	são	os	juros,	a	participação	nos	lucros	
e os prêmios de reembolso.
O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem operações de compra e venda de 
moedas internacionais conversíveis de moeda nacional para estrangeira e vice-versa.
Resumidamente, falamos de mercado monetário, de crédito, de capital e mercado cambial. Cada um 
deles tem um papel no sistema financeiro nacional, e o gestor financeiro deve entender esses papéis 
e os impactos de suas decisões. Buscar dinheiro, aplicar e esperar retorno requer conhecimento dos 
custos envolvidos de capital, devemos saber como lidar com a movimentação e os riscos desse mercado 
financeiro, mas o sistema financeiro nacional não é a única fonte desses recursos, então vamos conhecer 
também o sistema financeiro internacional.
1.6 o sistema monetário internacional
1.6.1 Fundo Monetário Internacional (FMI)
O FMI, que teve as suas operações abertas no início de 1947, é a principal instituição financeira 
internacional. Algumas de suas funções são semelhantes às de um banco central global. Um de seus 
papéis principais é estimular o comércio mundial e o crescimento econômico por meio de regulação, 
promoção, estabilidade e cooperação para as questões monetárias internacionais.
Em suma, pode-se afirmar que o FMI é uma instituição monetária e fonte de recursos como reservas 
oficiais dos países. Sua atividade principal é garantir a estabilidade do sistema monetário internacional, 
com o financiamento de déficits temporários do balanço de pagamento; 
O FMI desempenha, ainda, outras três atividades:
•	 vigilância:	avalia	as	políticas	cambiais	dos	países-membros	a	partir	de	uma	análise	abrangente	da	
situação econômica geral e das estratégias de política econômica de cada membro; 
•	 assistência	financeira:	inclui	créditos	e	empréstimos	concedidos	pelo	FMI	a	países-membros	com	
problemas temporários de balanço de pagamentos; 
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Análise de investimentos
•	 assistência	técnica:	apoio	e	consultoria	oferecidos	pelo	FMI	a	seus	membros	em	várias	áreas	de	
planejamento e de implementação de políticas fiscais e monetárias. 
Exemplo de aplicação
O Brasil já usou recursos do FMI na era FHC; na ocasião foi necessário, pois o país passava por 
crise de credibilidade internacional e as reservas se esvaíram rapidamente. O FMI empresta recursos, 
mas interfere nas ações de gastos do país, controla os gastos do governo e impõe regras rígidas de 
austeridade fiscal. 
Você concorda com isso? 
1.6.2 Banco Mundial 
Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD).
O Banco Mundial surgiu em 1946, é sediado em Washington e formado por 180 países-membros.
Foi criado inicialmente para financiar a reconstrução das economias europeias do Pós-Guerra, 
porém, paralelamente, foi criado do Plano Marshall, que garantiu um fluxo de capitais constante para 
aquele fim, e o Banco Mundial redirecionou as suas operações para os países em desenvolvimento.
 saiba mais
Leia o livro:
ROBERTS, R. Por dentro das finanças internacionais. Rio de Janeiro: 
Jorge Zahar, 2000. p. 102.
O banco empresta para o governo ou para projetos com garantia governamental por meio da 
Corporação Financeira Internacional (IFC), que promove fluxos de capital privado para países em 
desenvolvimento.
A IFC investe diretamente em empresas privadas e oferece empréstimos ou garantias para investidores 
privados.
Existe também a Associação para Desenvolvimento Internacional (IDA), com o objetivo de atender os 
países mais necessitados do mundo a taxas de juros muito baixas ou nulas e prazos de cinquenta anos.
Agora que conhecemos as estruturas financeiras nacionais e internacionais, que criam políticas de 
atuação com dinheiro ou são de fomento para ampliar operações de crédito no mundo afora, vamos 
entender os conceitos de investimento.
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Unidade I
2 IdentIFICAção de dIsPonIBILIdAdes de reCUrsos FInAnCeIros PArA 
InVestImentos
2.1 definição de investimentos 
É possível definir investimentos como aplicações de recursos, ou quantias em dinheiro, em ativos 
que, de acordo com a sua natureza, tipos de ativos ou investimentos, possuem vida útil definida. Ou seja, 
os investimentos devem retornar em certo período, atendendo ou não as necessidades dos acionistas.
Se utilizarmos, por exemplo, as diversas demonstrações financeiras ou contábeis existentes, como o 
Balanço Patrimonial, constataremos que o ativo está representado por diversas contas que compõem 
os inúmeros investimentos necessários à empresa para manter sua finalidade ou suas atividades 
operacionais. Nesse sentido, os ativos existentes nos balanços patrimoniais das empresas tomam a 
característica de dois grandes grupos: os ativos circulantes e os ativos não circulantes.
Legenda:
AC – ativo circulante
ANC – Ativo não Circulante 
PC – Passivo Circulante
PNC − Passivo Não circulante
AC
PC
ANC
PNC
Figura 2 
A estrutura apresentada acima é um exemplo de Balanço Patrimonial. Temos, de um lado, o ativo 
circulante, recursos que consumiram dinheiro, ou seja, precisaram de investimento. 
Esses recursos vieram do passivo, mais especificamente do passivo não circulante – PNC, em que 
temos o capital social aplicado pelos sócios. 
Os ativos circulantes são representados pelos diversos investimentos de curto prazo; dentre eles, 
destacam-se:•	 o	dinheiro	que	é	representado	pelas	disponibilidades	ou	pelas	respectivas	contas	denominadas	
caixa, bancos e aplicações financeiras de liquidez imediata; 
•	 os	direitos	a	receber,	representados	pela	conta	duplicatas	a	receber	ou	clientes,	que	se	originam	
das vendas a prazo que a empresa faz aos seus clientes; 
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Análise de investimentos
•	 os	 diversos	 tipos	 de	 estoques	 representados	 pelas	 contas	 de	 mercadorias	 para	 revenda	 nas	
empresas comerciais, ou seja, são adquiridas e não sofrem nenhuma transformação; as contas de 
matérias-primas, produtos em fabricação e produtos acabados, típicas das empresas industriais.
Conclui-se, dessa forma, que os ativos circulantes estão intimamente relacionados às atividades 
operacionais em que a empresa se organizou e se instalou. Desses ativos deve se originar uma das 
principais fontes de recursos para investimentos, o lucro.
Os ativos não circulantes se distribuem em diversos subgrupos; entre eles, destacam-se os realizáveis 
a longo prazo, ou seja, os que serão convertidos em dinheiro a longo prazo. As empresas que possuem um 
ciclo operacional longo são as que normalmente possuem ativos realizáveis de longo prazo, dedicadas à 
produção de bens de capital, construção civil etc.
O ciclo entre a compra de matéria prima e o recebimento das vendas é o que chamamos de ciclo 
operacional, conforme figura a seguir:
Compra de 
matéria-prima
PMEMP PMEPAPMF
Início da 
fabricação
Fim da 
fabricação
Ciclo operacional
Vendas Recebimento das vendas
Figura 3
Em outro subgrupo de ativos não circulantes estão as aquisições de ações de outras companhias, cuja 
finalidade é exercer algum tipo de controle sobre as sociedades das quais participam como acionistas. 
Essas aquisições, conforme o percentual de participação, são definidas como coligadas, controladas.
Ainda em outro subgrupo não circulante estão as aquisições dos ativos que se destinam à manutenção 
das atividades operacionais da empresa, denominadas: 
•	 ativos	 tangíveis	 ou	 ativo	 imobilizado,	 representado	 pelas	 contas	 de	 imóveis,	 máquinas	 e	
equipamentos, instalações de qualquer natureza, móveis e utensílios etc.; 
•	 ativos	intangíveis,	representados	pelas	marcas	e	patentes	da	empresas	e	outros	direitos	de	uso	ou	
de propriedade, como franquias, exploração por tempo determinado de processos de fabricação, 
etc. 
Podemos observar, principalmente, que os ativos imobilizados são adquiridos não para serem 
vendidos, e sim para uso na produção de seus produtos e serviços de tal forma que sustente os ativos 
circulantes, como os estoques, que se originam conforme a venda para os clientes da empresa.
Assim, podemos dizer que, de um lado, temos a aplicação dos recursos, ativos e, do outro, a origem 
dos recursos, que estão no passivo. Entretanto, para que esses recursos existam nos passivos, faz-se 
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Unidade I
necessário conhecer os meios de captação, os custos desses capitais e os riscos envolvidos. Vamos tratar 
então de custo de capital, abrindo a discussão para análise de investimento.
2.2 Custo de capital
Falar de custo de capital é retornar ao custo do dinheiro utilizado, discutir o retorno esperado de 
tal investimento e falar dos prazos e riscos envolvidos. Ao avaliar um investimento, uma empresa deve 
estimar os fluxos de caixa futuros associados à decisão e apurar sua taxa interna de retorno (IRR), 
calculando seu valor presente líquido (NPV) para decidir sobre a aceitação ou rejeição do projeto.
Veja que tal pensamento é puramente matemático; devemos entender muitos conceitos de 
matemática financeira para fazermos análise de investimentos, pois trabalharemos com valor do 
dinheiro no tempo em muitas situações.
Para qualquer método de decisão escolhido, a empresa deve ainda definir uma remuneração mínima 
sobre o capital investido. Essa taxa de retorno exigida é o que se denomina de custo de capital, pelo 
menos na ótica do investidor.
O custo de capital é formado a partir das informações sobre as expectativas mínimas de retorno 
exigidas pelas fontes de financiamento (credores e acionistas).
O custo de capital é usado como taxa de desconto dos fluxos previstos de caixa do investimento. Se 
o retorno apurado for superior ao custo de capital, apura-se um valor presente líquido positivo; caso 
contrário, a decisão não é capaz de remunerar os proprietários de capital, destruindo assim o valor 
aplicado.
O custo de capital é essencialmente formado por uma taxa livre de risco mais um prêmio associado 
ao projeto em avaliação. Quanto mais arriscada for a decisão de investimento, maior o custo de capital, 
pela exigência de mais elevado prêmio de risco. O custo de capital é determinado principalmente pelo 
risco associado ao investimento, e não pela forma como é financiado.
Como a empresa possui diversas fontes de financiamento (próprio e de terceiros), o custo total 
de capital é determinado pela média ponderada dos custos associados a cada alternativa. É o que se 
denomina de Custo Médio Ponderado de Capital, ou Weighted Average Cost of Capital, reconhecido pela 
sigla WACC.
O WACC é a taxa mínima de retorno exigida sobre todos os investimentos da empresa, refletindo 
tanto o custo do capital próprio como o custo do capital de terceiros.
2.3 Custo de capital de terceiros
Custo de capital deve ser observado com mais cautela quando se trata de capital de terceiros. Assim, 
para o estudo do custo total de capital, é necessário, inicialmente, conhecer o custo de cada fonte de 
recursos (próprio e terceiros) selecionada pela empresa e, então, mensurar a partir desses valores a taxa 
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Análise de investimentos
de retorno desejada para as decisões de investimentos; isso será a base para avaliar se o investimento é 
seguro ou interessante. O custo total de capital (WACC) reflete a remuneração mínima exigida tanto por 
acionistas como por credores da empresa. O custo de capital de terceiros é definido de acordo com os 
passivos onerosos identificados nos empréstimos e financiamentos mantidos pela empresa.
2.4 Custo de capital próprio
O custo de capital próprio revela o retorno desejado pelos acionistas de uma empresa em suas 
decisões de aplicação de capital próprio. Constitui o segmento de estudo mais complexo das finanças 
corporativas, assumindo diversas hipóteses e abstrações teóricas em seus cálculos.
A determinação do custo de capital próprio envolve uma dificuldade prática. Para companhias 
abertas, com ações negociadas em bolsa de valores, a definição do custo de capital próprio não pode 
ser efetuada diretamente com os proprietários de capital, requerendo a aplicação de algum método 
direcionado a esse cálculo.
Um procedimento bastante utilizado na prática de determinação do custo de capital próprio é o 
método do fluxo de caixa descontado dos dividendos futuros esperados pelo mercado. Esse modelo de 
cálculo baseia-se no pressuposto de que o valor de uma ação é igual ao valor presente de todos os fluxos 
futuros esperados de dividendos, considerando um período de tempo indeterminado (infinito). A grande 
dificuldade na aplicação prática desse método é a estimativa de valores futuros esperados de caixa 
(dividendos previstos), principalmente a taxa de crescimento dos dividendos para prazos indeterminados.
Outro método de mensuração do custo de capital próprio é derivado da aplicação do Modelo de 
Precificação de Ativos (CAPM). O CAPM considera o risco da empresa na determinação da taxa de 
retorno mínimo exigido ou custo de capital. Os resultados do modelo demonstram forte sensibilidade 
com a taxa requerida de retorno (custo de capital), que deve comportar-se de forma condizente com o 
risco. Quanto mais elevado se apresenta o risco dadecisão, maior o retorno exigido pelos proprietários 
de capital; para níveis baixos de risco, é possível remunerar os investidores com taxas de retorno também 
mais reduzidas.
 resumo
Esta unidade tratou dos conceitos e atribuições da gestão financeira, 
apontando a importância da área para auxiliar tomadas de decisões 
estratégicas nas organizações. Conhecemos a estrutura do sistema 
financeiro nacional, as políticas de crédito e o papel do crédito no sistema 
financeiro.
A estrutura financeira nacional e internacional tem como objetivo 
buscar meios de aplicação de recursos, ampliando assim a atuação de 
investimento, isso por ser crucial para o crescimento mundial.
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Unidade I
Deve-se enxergar que dinheiro tem custo; este se diferencia por ser 
próprio ou de terceiros; é preciso conhecer os riscos e meios de atuação no 
mercado financeiro para tomar decisões mais seguras.
 exercícios
Questão 1. Na Contabilidade admite-se que o Balanço Patrimonial, reflexo da posição financeira de uma 
empresa em um determinado período de tempo, seja constituído por contas de Ativo, por contas de Passivo 
e pelo Patrimônio Líquido. Por convenção admite-se, ainda, que as contas do Ativo sejam disponibilizadas 
ao lado esquerdo do Balanço Patrimonial, e as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido ao lado direito do 
mesmo instrumento demonstrativo. Com relação ao assunto, considere as seguintes afirmativas:
I – O termo Ativo pressupõe algo positivo, que apresenta dinamismo na produção e na geração de 
riquezas. É representado por bens e por direitos que determinada empresa possui na data da elaboração 
do Balanço Patrimonial.
II – O termo Passivo pressupõe algo negativo, a exemplo de endividamento, de obrigações e de 
deveres assumidos. Pode também ser identificado como Passivo Exigível, quando evidencia todas 
as obrigações que a empresa tem com terceiros, a exemplo de contas a pagar, de impostos e de 
financiamentos.
III – No Patrimônio Líquido são considerados somente os recursos dos proprietários aplicados em uma 
determinada empresa, a exemplo de sua primeira aplicação de recursos ou de investimentos, chamada de Capital. 
Está correto o que se afirma em:
A) I e II. 
B) II e III.
C) I, II e III.
D) II.
E) I.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das afirmativas
I – Afirmativa correta.
Justificativa: a afirmativa está correta por apresentar considerações verdadeiras acerca do Ativo. É 
no Ativo que são apresentados lançamentos de bens e de direitos das empresas.
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Análise de investimentos
II – Afirmativa correta.
Justificativa: a afirmativa está correta por refletir fielmente o que se apresenta em contas de Passivo.
III – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o Patrimônio Líquido representa as obrigações da empresa para com terceiros, em 
especial com os proprietários da empresa, sejam acionistas ou cotistas. 
Questão 2. (Fundação Cesgranrio 2009) A Cia. São Paulo S/A projetou suas vendas para o 1º trimestre 
de 2010, com os valores apresentados abaixo:
Previsão de Vendas (em Reais)
Itens Janeiro Fevereiro Março
Vendas a prazo 22.000,00 32.000,00 24.000,00
Vendas à vista 33.000,00 48.000,00 36.000,00
Total de vendas 55.000,00 80.000,00 60.000,00
Sabendo que o prazo concedido aos clientes é de 30 dias, a projeção da entrada de caixa para março 
de 2010, em Reais, é:
A) 72.000,00.
B) 68.000,00.
C) 66.000,00.
D) 48.000,00.
E) 46.000,00.
Resolução desta questão na plataforma.
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Unidade II
Unidade II
3 FONTES DE FINANCIAMENTO
Existem diversas modalidades de empréstimos de curto e médio prazo oferecidos pelas instituições 
bancárias em geral.
As principais operações de curto prazo são:
•	 desconto	bancário	de	títulos
Representado pelas duplicatas e notas promissórias. O desconto bancário envolve um empréstimo 
mediante	garantia	de	um	título	representativo	de	um	crédito	futuro.	É	uma	forma	de	antecipação	
do recebimento das vendas a prazo que uma empresa comercial, industrial ou de serviços faz a 
seus	diversos	clientes.	O	valor	tomado	como	empréstimo	é	menor	que	o	valor	nominal	do	título,	
em razão da cobrança antecipada dos encargos financeiros. O cedente, isto é, o tomador do 
empréstimo	sempre	é	o	responsável	final	pela	liquidação	do	título.	Caso	a	duplicata	descontada	
não seja quitada pelo cliente da empresa na data do vencimento, o valor é pago pela própria 
empresa que ofereceu inicialmente ao banco as duplicatas de seus clientes. As operações de 
descontos são também representadas pela emissão de notas promissórias que o devedor faz ao 
credor ou à instituição bancária para pagamento em data certa.
•	 contas	garantidas	
Referem-se à abertura de uma conta em uma instituição bancária com um limite de crédito. São 
movimentadas por cheques e depósitos bancários para reduzir ou cobrir o saldo devedor. Os juros 
são cobrados geralmente no final de cada mês e incidem sobre o saldo devedor.
•	 créditos	rotativos
Abertos pelos bancos que objetivam o financiamento da necessidade de capital de giro das 
empresas.	 São	 créditos	oferecidos	mediante	garantias	de	duplicatas.	 Conforme	os	 clientes	
vão quitando as respectivas duplicatas, o banco vai ressarcindo-se dos créditos oferecidos. 
Num processo de substituição, novas duplicatas são entregues, em razão de novos créditos 
rotativos.
•	 operações	de	hot money
São	operações	de	empréstimos	de	curto	prazo	ou	curtíssimo	prazo,	 lastreados	em	Certificados	
de	 Depósitos	 Interfinanceiros	 (CDIs)	 emitidos	 pelas	 instituições	 financeiras.	 São	 empréstimos	
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Análise de investimentos
geralmente de um dia, podendo ocorrer em prazos maiores. Os juros são cobrados pela taxa diária 
do	mercado,	que	se	baseia	nas	taxas	de	juros	de	títulos	públicos	e	taxas	de	inflação	do	país.
•	 Empréstimos	para	capital	de	giro	e	pagamento	de	tributos	
Os empréstimos para capital de giro nessa modalidade são garantidos por duplicatas, avais ou 
notas promissórias. São naturalmente formalizados por contratos bem-definidos quanto ao prazo 
de resgate, aos encargos financeiros etc. Já os empréstimos para pagamento de tributos são 
adiantamentos	 feitos	 pelos	 bancos	 para	 pagamentos	 dos	 diversos	 impostos	 e	 tarifas	 públicas,	
como	INSS,	PIS,	Cofins,	IPI,	ICMS,	Imposto	de	Renda	etc.
•	 Operações	de	vendor
Operações de crédito em que um banco paga à vista a uma empresa comercial os direitos 
referentes às vendas realizadas, por meio de uma taxa de juros de intermediação. A empresa 
atua como cedente do crédito, e o banco, como cessionário e financiador do comprador. 
A responsabilidade final pelo pagamento da operação de vendor ao banco é o comprador. 
Uma das vantagens da operação de vendor é a redução da base de cálculo dos impostos que 
incidem	sobre	o	valor	das	vendas,	 como	PIS,	Cofins,	 IPI	 e	 ICM;	a	vendedora	não	necessita	
imputar os custos financeiros, o que geralmente faz quando vende e financia seus clientes a 
prazo. Nesse caso, o custo financeiro fica a cargo do banco e, normalmente, é menor do que 
o	praticado	pela	empresa	vendedora;	o	comprador	tem	interesse	em	comprar	a	prazo	e	com	
juros mais baixos.
•	 Repasse	de	recursos	externos	
A	 operação	 de	 empréstimo	 regulamentada	 pela	 Resolução	 nº	 63	 do	 Banco	 Central	 do	 Brasil	
constitui-se num repasse de recursos contratados por meio de captações no exterior em moeda 
estrangeira	efetuado	pelos	bancos	comerciais	e	múltiplos	e	bancos	de	investimentos.	As	empresas	
nacionais beneficiárias dos empréstimos pagam juros mediante taxa interbancária do mercado 
de	Londres	(Libor),	spread, que é um adicional determinado pelas taxas de captação derecursos e 
empréstimos que os bancos fazem, e mais variação cambial.
•	 Crédito	direto	ao	consumidor	
É	 uma	 operação	 destinada	 a	 financiar	 bens	 e	 serviços	 por	 consumidores	 e	 usuários	 finais.	 A	
concessão do crédito é feita por uma sociedade financeira, a garantia usual é a alienação fiduciária 
do bem objeto do financiamento e o pagamento é efetuado em prestações mensais.
•	 Adiantamento	de	contrato	de	câmbio	(ACC)	
As	instituições	financeiras	autorizadas	a	operar	com	câmbio	adiantam	aos	exportadores	recursos	
lastreados	nos	contratos	de	câmbio	ACC	firmados	com	importadores	estrangeiros,	proporcionando	
recursos antecipados às empresas nacionais exportadoras.
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Unidade II
A operação pode ocorrer na fase de produção da mercadoria ou do produto a ser embarcado, 
financiando a produção.
•	 Arrendamento	mercantil	
É	 uma	 forma	 especial	 de	 financiamento.	 Essa	 modalidade	 é	 praticada	 pelas	 empresas	 de	
leasing que atuam como intermediárias entre a empresa produtora do bem ativo e a empresa 
compradora ou a que necessita desse bem. O contrato de arrendamento refere-se a um 
aluguel entre o cliente, denominado arrendatário, e a sociedade de arrendamento mercantil, 
denominada arrendadora.
As modalidades de arrendamento são: 
— leasing financeiro, que, na realidade, é equivalente a uma operação de financiamento em 
prestações	mensais;	
— leasing operacional, amplamente utilizado no exterior, que difere do leasing financeiro porque 
os valores pagos nas prestações não podem ultrapassar 75% do valor do bem, e as despesas de 
manutenção correm por conta da empresa arrendadora. 
No final do contrato, o bem pode ser devolvido à empresa arrendadora, para que ela possa alugar 
novamente e, dessa forma, recuperar os investimentos feitos no bem ou ativo e também os custos 
dos serviços, a manutenção e a assistência técnica prestados.
•	 Oferta	pública	de	ações	e	debêntures	
São	 operações	 típicas	 das	 sociedades	 anônimas.	 A	 emissão	 e	 a	 colocação	 de	 novas	 ações	 no	
mercado se apresentam como uma das operações mais vantajosas para que as sociedades 
anônimas	levantem	os	recursos	de	que	necessitam	para	financiar	as	suas	necessidades	de	capital	
de	giro	ou	do	ativo	circulante,	ou	de	aplicação	em	ativos	de	longo	prazo.	As	sociedades	anônimas	
podem se constituir em sociedades de capital aberto, isto é, podem negociar as suas ações no 
mercado primário, o que significa que esses valores foram subscritos pela primeira vez pelos 
investidores. Posteriormente, podem ser negociadas entre os próprios investidores, cujo mercado 
é denominado mercado secundário. 
As	sociedades	anônimas	de	capital	aberto	necessitam	efetuar	os	seus	registros	na	Comissão	
de	 Valores	 Mobiliários	 (CVM),	 cuja	 função	 é	 exercer	 a	 fiscalização	 dessas	 empresas	 no	
mercado	de	ações.	A	sociedade	anônima	de	capital	fechado	já	não	necessita	de	autorização	
da	CVM	e,	geralmente,	as	suas	ações	estão	distribuídas	entre	pessoas	ou	grupos	restritos	ou	
constituídos	por	grupos	de	familiares.	
O	mercado	de	debêntures	caracteriza‑se	por	emissão	de	 títulos	com	prazo	de	 resgate	não	
inferior a um ano, remunerados com juros e prêmios sobre valores atualizados monetariamente. 
Existe também a figura do agente fiduciário, cujo papel principal é zelar pelo cumprimento 
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Análise de investimentos
das cláusulas do contrato ou da escritura de emissão de debêntures, ou seja, defender 
os interesses dos debenturistas. A emissão pode ser privada, quando são conhecidos os 
investidores,	 ou	 pública,	 quando	 existe	 a	 figura	 do	 intermediário	 financeiro,	 representado	
por	instituições	financeiras,	e,	da	mesma	forma,	é	exigida	autorização	prévia	da	Comissão	de	
Valores	Mobiliários	(CVM),	com	as	mesmas	exigências	quando	se	constituem	as	sociedades	
anônimas.	Outra	característica	das	debêntures	são	os	diversos	tipos	de	garantias	oferecidas	
ao investidores ou credores:
—	garantia	flutuante:	nesse	caso,	os	titulares	das	debêntures	assumem	uma	prioridade	geral	
sobre os ativos da sociedade emissora, sem que haja impedimento na negociação dos 
bens;
— garantia real: todos os ativos da sociedade emissora são dados como garantia dos debenturistas 
pelo pagamento de seus direitos creditórios. Os ativos dados em garantia não podem ser 
negociados	até	o	vencimento	das	obrigações	com	os	debenturistas;	
— garantia quirografária: os debenturistas não têm preferências sobre os ativos da sociedade 
emissora,	concorrendo	em	idênticas	condições	com	os	demais	credores	quirografários;
— garantia subordinada: em caso de liquidação da sociedade emissora, os investidores terão 
privilégios para reembolso do capital aplicado somente em relação aos acionistas.
•	 Recursos	do	BNDES	
A maioria dos recursos de longo prazo é ofertada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento 
Econômico	e	Social	(BNDES)	diretamente	ou	por	meio	de	suas	subsidiárias	Agência	Especial	de	
Financiamento	Industrial	(Finame)	e	BNDES	Participações	S.A.	
Algumas linhas de crédito são:
BNDESPAR
•	 financiamento	de	máquinas	e	equipamentos	de	fabricação	nacional	–	Finame;
•	 financiamento	à	exportação	de	máquinas	e	equipamentos	–	Finamex;
•	 financiamento	para	subscrição	de	aumento	de	capital;
•	 garantia	de	subscrição	de	valores	mobiliários.
Assim, as operações de curto prazo normalmente estão voltadas a financiar o ativo circulante 
ou o capital de giro das empresas, cujas operações podem ser pagas em prazos que variam de 6 
a 24 meses, e os pagamentos podem também ser realizados de uma só vez, no fim do prazo. As 
operações de longo prazo são efetuadas para financiar ativos de longo prazo, como financiamento 
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Unidade II
da construção de uma nova unidade fabril ou outros tipos de ativos imobilizados, como máquinas 
e equipamentos etc.
 Saiba mais
Para ampliar seus estudos, leia: 
ASSAF	 NETO,	 A.;	 LIMA,	 F.	 G.	 Curso	 de	 administração	 financeira.	 São 
Paulo: Atlas, 2009.
 Observação 
A	facilidade	das	linhas	de	crédito	depende	dos	interesses	econômicos	
da ocasião, dos interesses do governo e da demanda existente para cada 
linha de crédito. O governo vai facilitar ou dificultar conforme esses pontos.
3.1 Fontes de financiamento por recursos de terceiros
Até aqui falamos de diversas fontes de financiamento, muitas delas de terceiros, mas se faz aqui 
necessário abordar esse tema definindo os principais meios e suas aplicações.
As principais modalidades de empréstimos e financiamentos a longo prazo, praticadas com recursos 
de	terceiros	e	disponíveis	às	empresas	no	mercado	de	capitais,	podem	ser	classificadas	de	acordo	com	
os tipos seguintes:
•	 empréstimos	e	financiamentos	diretos;
•	 repasses	de	recursos	internos;
•	 repasses	de	recursos	externos;
•	 subscrição	de	debêntures;
•	 arrendamento	mercantil	(leasing).
3.1.1 Financiamento de capital de giro
Essa modalidade de financiamento é praticada por bancos de investimentos e bancos comerciais 
(múltiplos),	 sendo	 lastreada	 por	 recursos	 próprios	 das	 instituições	 ou	 mediante	 captações	 no	
mercado.
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Para operações de prazos mais longos, o critério de pagamento do financiamento costuma ser 
pós‑fixado;	 seus	 encargos	 financeiros	 são	 calculados	 sobre	 o	 saldo,	 e	 o	 imposto	 sobre	 operações	
financeiras	(IOF),	incidente	sobre	o	valor	do	crédito	concedido.
3.1.2 Repasse de recursos internos – Finame
A	Agência	Especial	de	Financiamento	Industrial	(Finame)	é	uma	empresa	pública	ligada	ao	BNDES	
que administra diversas linhas de financiamento de máquinas e equipamentos industriais. Os recursos 
de financiamento são repassadosàs empresas nacionais, preferencialmente pequenas e médias, por 
intermédio de instituições financeiras (bancos de investimentos, bancos comerciais e sociedades 
financeiras)	devidamente	cadastradas	como	agentes	da	Finame.
Além dos encargos financeiros cobrados pela Finame, é paga também uma remuneração ao agente, 
denominado de del credere. Existe, ainda, uma comissão de reserva de capital, que é representada por 
um percentual cobrado pela Finame e calculado sobre o valor liberado do repasse. Essa comissão é 
calculada	proporcionalmente	ao	número	de	dias	decorridos	entre	a	data	de	reserva	do	financiamento	e	
a respectiva data de liberação dos recursos.
3.1.3 Subscrição de debêntures
Debêntures	 são	 títulos	 de	 crédito	 de	 médio	 e	 longo	 prazo,	 emitidos	 por	 companhias	 de	 ações,	
representando uma alternativa de captação de empréstimo no mercado.
Os recursos levantados com a emissão de debêntures são geralmente utilizados no financiamento de 
projetos	das	empresas,	na	reestruturação	de	suas	dívidas	ou	no	aumento	de	capital	de	giro.
Remuneração variável das debêntures:	as	debêntures	podem	apresentar	algumas	características	de	
renda variável, como pagamento de prêmios, participação no lucro da empresa, opção de conversibilidade 
em	ações	da	companhia.	Apesar	dessas	remunerações,	a	debênture	é	mais	bem	classificada	como	título	
de renda fixa.
Conversibilidade em ações: uma debênture pode ser emitida com cláusula de conversão em ações 
no	vencimento	do	título,	ocasião	em	que	o	investidor	pode	optar	por	receber	o	montante	do	resgate	
em ações da empresa ou em dinheiro. A quantidade de ações é determinada por meio de um fator de 
conversão previamente conhecido. Na condição de conversão, ainda, o investidor passa da posição de 
credor para a de acionista da empresa.
Garantias das debêntures: as debêntures ainda podem ter garantia real quando são garantidas por bens 
integrantes	do	ativo	da	emissora,	ou	de	terceiros,	sob	a	forma	de	hipoteca	ou	penhor;	podem	ter	garantia	flutuante	
que assegura privilégios sobre os ativos da emissora, não impedindo, entretanto, a negociação dos bens que 
compõem	esse	ativo;	também	podem	ser	quirografárias	(sem	garantia)	quando	não	oferecem	nenhum	tipo	de	
garantia e nenhum privilégio sobre o ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais 
credores	quirografários,	em	caso	de	liquidação;	ou	subordinadas,	quando	asseguram	privilégios	de	pagamentos	
aos debenturistas, em caso de liquidação da empresa, somente em relação aos créditos dos acionistas da emissora.
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Unidade II
 Observação 
A Bovespa Fix é um segmento responsável por negociar, liquidar e 
custodiar as debêntures na Bolsa de Valores de São Paulo. Esse segmento 
da bolsa tem o intuito de proporcionar maior liquidez e transparência no 
mercado secundário de renda fixa, além de reduzir os custos de transação 
e aumentar a eficiência nos negócios.
 Saiba mais
Para saber mais sobre as ações de investimentos, leia:
BM&fBOVESPA. Procedimentos	operacionais	da	câmara	de	compensação,	
liquidação e gerenciamento de riscos de operações no segmento Bovespa, 
e	da	 central	 depositária	de	 ativos	 (CBLC).	 São	Paulo,	 2011.	Disponível	 em:	
<http://www.bmfbovespa.com.br/pt‑br/regulacao/download/MPO‑
CBLC‑Completo‑110318‑Em‑vigor.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013.
3.1.4 Arrendamento mercantil – Leasing financeiro
O	arrendamento	mercantil	é	uma	operação	que	envolve	a	aquisição	de	bens	por	uma	pessoa	física	
ou	jurídica	que	usará	esse	bem	por	um	período	determinado,	mas	pagando	contraprestações.
Ao final do contrato de arrendamento, o cliente arrendatário poderá decidir-se por uma das seguintes 
opções:
•	 comprar	o	bem	por	um	valor	previamente	contratado,	denominado	Valor	Residual	Garantido	(VRG);
•	 não	exercer	a	opção	de	compra	e	devolver	o	bem	ao	arrendador;
•	 renovar	o	contrato	de	arrendamento	por	um	novo	prazo.	Nesse	caso,	o	valor	residual	do	bem	será	
o principal da renovação.
O	prazo	mínimo	de	um	contrato	de	arrendamento	mercantil	é	de	dois	anos	para	um	bem	com	vida	
útil	estimada	em	até	cinco	anos,	e	de	três	anos	para	os	demais	bens.
O leasing financeiro é uma operação similar a um financiamento e oferece como vantagem ao 
arrendatário a dedutibilidade fiscal integral da contraprestação.
No	entanto,	esse	benefício	precisa	ser	comparado	com	o	custo	efetivo	da	operação,	 indicando	a	
atratividade dessa operação.
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Os principais encargos do arrendamento mercantil são:
•	 taxa	de	juros;
•	 taxa	(tarifa)	de	abertura	de	crédito	(TAC);
•	 despesas	adicionais,	como	seguros,	registros	de	contratos	etc.;
•	 Imposto	Sobre	Serviços	(ISS).
4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
4.1 Avaliação de investimentos
 Na avaliação de investimentos, temos de considerar os diversos cenários para verificar a que se 
destina a avaliação.
Queremos avaliar somente um investimento, que pode ser, por exemplo, a aquisição de uma 
máquina ou de um conjunto de máquinas e equipamentos que produzirão bens e serviços e podem ser 
vendidos	com	lucro.	Geralmente,	dizemos	em	finanças	sobre	quais	os	fluxos	de	caixas,	entradas	e	saídas	
de dinheiro que ocorrerão ao longo do tempo.
Queremos avaliar um conjunto mais sofisticado de investimentos ou ativos já existentes em funcionamento, 
produzindo	lucros	ou	fluxos	de	caixa.	Vale	dizer	que	estaríamos	no	ambiente	de	avaliação	de	empresas	para	
diversos propósitos, isto é, avaliação para vendê-las a outros futuros proprietários ou para diversas empresas. 
Em uma comunhão de negócios, com a incorporação, cisão ou fusão surgem novas empresas. 
Todas essas situações exigem que se determine qual é o valor de mercado das respectivas empresas, 
para que, na transferência de um proprietário para outro, nos casos das aquisições, de incorporação, 
fusão e cisão, nenhum dos antigos proprietários, sócios ou acionistas fique prejudicado do ponto de 
vista	econômico	e	financeiro,	inclusive	os	sócios	ou	acionistas	dissidentes	que	não	concordam	com	a	
venda, incorporação, cisão ou fusão da empresa. 
Os sócios dissidentes têm o direito de se retirarem da empresa, e suas participações podem ser 
adquiridas pelos sócios ou acionistas remanescentes.
Existem	inúmeras	situações	ou	premissas	que	devem	ser	levadas	em	consideração	na	avaliação	de	
investimentos. Veremos, a seguir, quais são elas. 
4.2 Algumas premissas
Na	 aquisição	 de	 um	 investimento	 (ativo),	 espera‑se	 que	 os	 benefícios	 futuros	 (receitas	 futuras,	
ganhos	ou	lucros)	sejam	maiores	ou	pelo	menos	iguais	ao	valor	investido	ou	desembolsado.
Regra geral:	a	maioria	dos	investimentos	empresariais	é	independente;	podem	ser	feitos	dois	ou	
mais investimentos simultaneamente.
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A restrição da não escolha de todas as alternativas de investimentos é falta de fundos ou de 
recursos	 financeiros.	 Existem,	 também,	 circunstâncias	 nas	 quais	 os	 investimentos	 ou	 decisões	
competem entre si.
4.3 A forma de se adquirir um ou mais investimentos, ativos ou bens 
Pode(m)	ser	adquirido(s)	à	vista,	a	prazo	ou	por	meio	de	leasing	(aluguel).	Do	ponto	de	vista	financeiro,	
a	alternativa	a	ser	escolhida	é	aquela	que	resultar	no	menor	desembolso	(saída	de	caixa).
Lucro ou ganho é somente o valor que superar o valor investido, ou seja, temos de levar em 
consideração	os	fundamentos	econômicos	dos	investimentos,	dos	juros	ou	o	valor	do	dinheiro	no	tempo.
Vejamos um exemplo: imagine que você decida abrir um negócio cujo investimento inicial precise 
ser de R$100.000. Você espera obter um retorno sobre o investimento de 10% ao ano e que esse tipo de 
negócio	tenha	um	tempo	de	vida	útil	ou	econômica	de	seis	anos,	durante	os	quais	o	investimento	vá	lhe	
proporcionarseis entradas de caixa anuais de R$25.000.
Como	pensar	em	uma	situação	como	essa	proposta?
O primeiro problema é separar o que é recuperação do capital inicial investido e o que é efetivamente 
ganho	(lucro).
É	necessário	explicar	o	que	é	recuperação	do	capital	e	lucro.	Vamos	entender	que	o	capital	investido	
será	atualizado	e	abatido	dos	resultados	nos	fluxos	de	entradas.	O	lucro	será	o	valor	que	ultrapassar	o	
investimento inicial.
 Lembrete
Lucro ou ganho é somente o que superar o valor do investimento inicial.
Tabela 1 
Anos Saldo inicial
Ganhos de 
10% ao ano 
(custo de 
capital)
Entradas 
de caixa
Capital ou investimento 
recuperado
Saldo do investimento 
a ser recuperado
(a) (b) c) (d) (e) = (d-c) (f) = (b-e)
0	(Saída	de	caixa) (100.000) (100.000)
1	(Entradas	de	caixa) 100.000 10.000 25.000 15.000 85.000
2	(Entradas	de	caixa) 85.000 8.500 25.000 16.500 68.500
3	(Entradas	de	caixa) 68.500 6.850 25.000 18.150 50.350
4	(Entradas	de	caixa) 50.350 5.035 25.000 19.965 30.385
5	(Entradas	de	caixa) 30.385 3.039 25.000 21.962 8.424
6	(Entradas	de	caixa) 8.424	 842 25.000 24.158 (15.734)	
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A	coluna	A	representa	a	descrição	das	operações	de	caixa,	tanto	de	entradas	como	de	saídas.	A	coluna	
B representa a atualização dos saldos dos investimentos, ou, em outras palavras, é o abatimento até 
zerar	o	investimento	realizado.	A	coluna	C	representa	os	10%	do	saldo	a	ser	recuperado	do	investimento.	
A	coluna	D	representa	os	fluxos	de	entradas,	os	quais	foram	mencionados	no	enunciado.	A	coluna	E	
considera a diferença entre os valores de entrada e os valores a ser recuperados de custo de capital. A 
coluna F considera os saldos, já abatendo os valores de correção.
Vejamos: no ano zero, o investimento realizado foi de R$100.000, e o valor a ser recuperado será o 
mesmo valor. Não há entrada por ser o momento do investimento.
No	ano	1,	há	um	custo	de	capital	de	10%	sobre	o	investimento,	ou	saldo	a	ser	recuperado;	nesse	
momento,	o	valor	a	ser	recuperado	ainda	é	o	total.	Então,	10%	sobre	o	valor	investido	é	R$10.000,00;	
esse	 é	 o	 chamado	 custo	 do	 capital.	 Houve	 ainda	 entrada	 de	 R$25.000,00;	 como	 teve	 um	 custo	 já	
mencionado,	o	saldo	será	de	25.000	–	10.000	=	15.000.	
Como	no	ano	1	o	investimento	inicial	é	de	R$100.000,	ficará:	100.000	–	15.000	=	85.000,00.	Esse	é	
o valor a ser recuperado no final do ano 1 e o investimento inicial no ano 2.
No	ano	2,	temos	85	mil	de	investimento	inicial,	assim,	os	10%	de	custo	do	capital	serão	de	R$8.500,00.	
Como	teve	entrada	de	R$25.000,00,	o	saldo	de	entrada	será	de	25.000	–	8.500=	16.500,	e	o	saldo	final	
será	de:	85.000	–	16.500	=	68.500,00.	Esse	será	o	investimento	inicial	no	ano	seguinte.
Esse	procedimento	ocorre	nos	anos	seguintes	até	que	os	valores	zerem;	quando	começar	a	ficar	
negativo significa que o investimento já se pagou, passando assim a obter lucros na operação. Observe 
que, até o quinto ano, você está apenas recuperando o capital inicial investido, e o lucro somente 
começa a existir a partir do sexto ano.
O resultado de $15.734 é o lucro a valor futuro, ou seja, quanto de lucro teremos no sexto ano.
Poderíamos	 também	utilizar	nossos	 conhecimentos	de	matemática	financeira	 e	 fazer	o	 seguinte	
raciocínio:	em	vez	de	pensarmos	em	valor	futuro,	poderíamos	usar	a	técnica	de	valor	presente	ou	valor	
presente	líquido.	Afinal,	o	que	isso	significa?
As seis entradas de caixa de R$25.000 anuais podem ser trazidas a valor presente, ou seja, na data 
de	hoje,	ou	na	data	“zero”	(data	do	investimento).	Então,	comparamos	essas	entradas	futuras	de	caixa	a	
valor	presente	com	a	saída	de	caixa	na	data	zero.
	Para	usarmos	essa	técnica,	precisamos,	no	mínimo,	de	duas	informações:
•	 o	valor	das	entradas	de	caixa	anuais;
•	 a	taxa	de	juros	anual.
 Temos as duas: as entradas de R$25.000 anuais e a taxa de juros desejada de 10% ao ano.
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Unidade II
A tabela a seguir pode auxiliar nesse entendimento.
Tabela 2 
Anos
(a)
Fator de valor 
presente à taxa 
de 10% ao ano 
(b)
Entradas 
nominais 
de caixa (c)
Valor presente da 
saída e entradas 
futuras de caixa
(d) = (b x c)
0 (100.000)
1 0,9091 25.000 22.727
2 0,8264 25.000 20.661
3 0,7513 25.000 18.783
4 0,6830 25.000 17.075
5 0,6209 25.000 15.523
6 0,5645 25.000 14.112
VPL	= 8.882
Fórmula	do	fator	de	valor	presente	a	uma	dada	taxa	de	juros.	Para	o	ano	1,	teríamos:
 1 1
FVP	=	‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑	=	‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑	=	0.9091.
											(1	+	i)n						(1,10)1
R$25.000,00	=	25.000	x	0,9091	=	22.727,50
 Na tabela, colocamos o valor redondo somente para facilitar o entendimento.
Para	o	ano	2,	teríamos:
 1 1 1
FVP	=	‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑	=	‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑	=	‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑	=	0,8264.
											(1	+	i)n						(1,10)2 1, 21
Seguindo os mesmos procedimentos:
25.000	x	0,8264	=	20.661,00	
Assim sucessivamente até o sexto ano.
Os	 R$8.882	 de	 VPL,	 no	 sexto	 ano,	 referem‑se	 ao	 lucro	 na	 data	 de	 hoje	 (do	 investimento	 ou	
desembolso),	enquanto	os	R$15.734	referem‑se	aos	R$8.882	no	final	do	período,	ou	seja,	no	sexto	ano.
Extraindo a prova, basta capitalizar a taxa de juros de 10% ao ano durante seis anos: a famosa 
fórmula de juros compostos:
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Análise de investimentos
(1	+	i)n =	(1,10) 6	=	1,77156	(até	cinco	casas	decimais)	ou:
Capitalizando	a	taxa	de	10%	ao	ano,	durante	seis	anos,	isto	é:
(1,10)	x	(1,10)	x	(1,10)	x	(1,10)	X	(1,10)	x	(1,10)	=	1,77156	ou	1,77156,	multiplicados	por	R$8.882	=	R$15.735.
 Resumo
Conhecer	as	fontes	de	financiamento	proporciona	ao	gestor	financeiro	
meios de planejar as ações de captação de recursos, buscando os meios 
mais adequados e menos onerosos para a empresa.
Esta unidade abordou também meios de análise de retorno do 
investimento. Devemos buscar não somente a escolha certa, mas saber 
quando e como o capital investido retornará aos acionistas, o que possibilita 
decidir fazer ou não tal investimento, levando em consideração o tempo e 
os valores de retorno e avaliando se são interessantes ou não.
 Exercícios
Questão 1.	 Segundo	 Lawrence	 J.	 Gitman,	 “o	 fluxo	 de	 caixa,	 o	 sangue	 da	 empresa,	 é	 o	 tema	 da	
preocupação básica do administrador financeiro, tanto na gestão das finanças no dia-a-dia quanto no 
planejamento e na tomada de decisões estratégicas voltadas para a criação de valor para o acionista”. 
(GITMAN,	 L.	 J.	 Princípios	 de	 administração	 financeira.	 10.	 Ed.	 São	 Paulo:	 Pearson,	 2004,	 p.	 84).	 Para	
Rodney Wernke, “a maioria das alternativas nos problemas de análise de investimentos envolve 
ingressos e desembolsos de caixa, recebimentos e pagamentos ou receitas e despesas” (WERNKE, R. 
Gestão	financeira.	São	Paulo:	Saraiva,	2008,	p.	94).
Indique	a	alternativa	que	apresenta	um	evento	que	corresponde	a	uma	entrada	de	recursos	no	fluxo	
de caixa:
A)	Venda	de	ativo	imobilizado.
B)	Diminuição	do	passivo	circulante.
C)	Aumento	na	composição	do	estoque.
D)	Distribuição	de	lucros.
E)	Apuração	de	prejuízo	líquido	durante	o	exercício.
Resposta correta: alternativa A.
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Unidade II
Análise das alternativas
A)	Alternativa	correta.
Justificativa: a venda de um ativo imobilizado representa a troca de um ativo fixo por um ativo 
monetário	e,	portanto,	a	entrada	de	recursos	no	fluxo	de	caixa.
B)	Alternativa	incorreta.
Justificativa:	a	diminuição	do	passivo	circulante	significa	que	ocorreu	o	pagamento	de	dívidas	de	
curto	ou	de	longo	prazo	e,	assim,	a	saída	de	recursos	do	fluxo	de	caixa.
C)	Alternativa	incorreta.
Justificativa: o aumento na composição do estoque indica que recursosmonetários foram 
imobilizados,	o	que	requer	saídas	de	fluxo	de	caixa.
D)	Alternativa	incorreta.
Justificativa: a distribuição de lucros somente ocorre se a empresa transferir recursos monetários 
para	acionistas.	Representa,	portanto,	saídas	de	fluxo	de	caixa.
E)	Alternativa	incorreta.
Justificativa:	se	durante	um	período	foi	apurado	prejuízo	 líquido,	no	mesmo	período	houve	mais	
saídas	de	caixa	do	que	entradas.
Questão 2.	 (Enade	2009,	adaptada)	Constantemente,	empresários	encontram	problemas	no	
gerenciamento de suas empresas. Todavia, aqueles relacionados à área financeira merecem atenção 
cuidadosa, uma vez que a empresa depende de recursos financeiros para continuar suas atividades. 
Caso	os	negócios	da	empresa	não	estejam	bem	e	a	empresa	necessite	recorrer	a	empréstimos	para	
a manutenção de sua atividade, o mercado financeiro é uma opção para captação de recursos. 
Alternativamente, caso os recursos financeiros da empresa sejam excedentes e não haja interesse 
no	 aumento	 de	 investimentos	 em	 sua	 atividade	 principal,	 é	 possível	 efetuar	 investimentos	 em	
diversas opções do mercado financeiro. 
Sobre operações financeiras, leia as afirmativas: 
Diretores Financeiros são responsáveis por decisões acerca de como investir os recursos de 
uma empresa para expandir seus negócios e sobre como obter tais recursos. Investidores são 
instituições	 financeiras	 ou	 indivíduos	 que	 financiam	 os	 investimentos	 feitos	 pelas	 empresas	 e	
governos. Assim, decisões de investimento tomadas por Diretores Financeiros e Investidores são, 
normalmente, semelhantes. 
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Análise de investimentos
Porque
As	decisões	de	investimento	dos	Diretores	Financeiros	focalizam	os	ativos	financeiros	(ações	e	títulos	
de	dívidas),	enquanto	as	decisões	de	investimento	dos	Investidores	focalizam	ativos	reais	(edificações,	
máquinas,	computadores	etc.).	
Com	base	na	leitura	dessas	frases,	é	correto afirmar que:
A)	a	primeira	afirmação	é	falsa,	e	a	segunda	é	verdadeira.	
B)	a	primeira	afirmação	é	verdadeira,	e	a	segunda	é	falsa.	
C)	as	duas	afirmações	são	falsas.	
D)	as	duas	afirmações	são	verdadeiras,	e	a	segunda	é	uma	justificativa	correta	da	primeira.	
E)	as	duas	afirmações	são	verdadeiras,	mas	a	segunda	não	é	uma	justificativa	correta	da	primeira.	
Resolução desta questão na plataforma.
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Unidade III
Unidade III
5 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Vimos na unidade anterior cálculos sobre tempo de retorno de investimento, levando em consideração 
taxa de juros e valores de entrada. Aqui vamos discutir outras técnicas de análise de investimento. 
Abriremos uma discussão para contextualizar a situação, pois investimento faz parte das decisões 
diárias das empresas: comprar uma máquina automática ou manual?
Vejamos: é preciso pensar em produtividade, pois ela gera entrada de recursos e ao mesmo tempo 
gera consumos diferentes. Por exemplo: uma máquina automática é mais cara, mas exige menos mão 
de obra, reduzindo o custo, contudo, a manutenção é mais cara. 
Esses são pensamentos que precisam ser formulados para as decisões de investimentos.
Resumidamente, devemos considerar:
•	 valor	investido;	
•	 custo	do	capital	aplicado;	
•	 tempo	de	retorno	desejado;
•	 custo	de	operação;	
•	 geração	de	caixa.
Em	decisões	de	investimentos,	podemos	usar	diversas	técnicas	de	avaliação	financeira;	entre	elas,	
destacamos:
•	 período	de	recuperação	do	investimento	ou	payback;
•	 taxa	média	de	retorno;
•	 Valor	Presente	Líquido	–	VPL;
•	 EVA	e	o	Market Value Added	(MVA);
•	 Taxa	Interna	de	Retorno	–	TIR.
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Análise de investimentos
5.1 O payback
Este método é o mais simples, pois é definido como o número de meses ou anos necessário para 
recuperar o desembolso em um determinado investimento. Não considera o valor do dinheiro no tempo, 
ou seja, a sua metodologia não se traduz num fluxo de caixa descontado a uma determinada taxa.
A recuperação do investimento feito está mais associada a um prazo‑limite fixado pelo investidor 
para recuperar o valor aplicado ou investido. Havendo grandes possibilidades de risco de não recuperação 
no prazo‑limite fixado, a decisão é não aceitar o projeto de investimento. 
Por exemplo, supondo um investimento no valor de R$360.000,00, desembolsados de uma única vez 
e que gera expectativa de entradas conforme tabela a seguir:
Tabela 3
Ano Expectativas de entradas 
1 51.000
2 115.000
3 264.000
4 200.000
5 250.000
Como trabalhar com esses valores para calcular o payback?
Vejamos:
Tabela 4 – Fluxos de caixa acumulados
Ano Fluxo de caixa no período Fluxos acumulados
0 (360.000) (360.000)
1 51.000 (309.000)
2 115.000 (194.000)
3 264.000 70.000
4 200.000 270.000
5 250.000 520.000
Abatem‑se os valores das entradas do investimento inicial feito até que os valores zerem e tornem‑se 
positivos.
Para	um	projeto	de	investimento	conforme	a	tabela	anterior,	cuja	saída	é	de	R$	360.000,	tornando‑se	
positivo durante o terceiro ano, e admitindo‑se que a entrada de $264.000 no terceiro ano ocorra de 
maneira uniforme, ou seja, 264.000/12 = 22.000 por mês, o fluxo de caixa torna‑se positivo, decorridos 
dois anos e aproximadamente 8,81 meses, ou nove meses. Como chegamos a esse valor?
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Unidade III
Veja que no fim do ano 2, há um saldo a recuperar de 194.000, que deveria ser recuperado no ano 3. 
No ano 3 há uma entrada superior a esse valor, 264 mil reais. Então precisamos apurar ou fazer um 
rateio das entradas mensais, ou seja, 264 mil em um ano representam 22 mil por mês, supondo entrada 
linear.
Assim, o saldo a recuperar de 194 mil deve ser dividido por 22 mil reais, o que vai apontar que esse 
valor será atingido em 8,81 meses.
Se a empresa estabeleceu um limite de quase três anos, então o projeto deve ser aceito. Entretanto, 
se houver uma margem de risco que possa determinar que o fluxo de caixa ocorra muito além dos três 
anos, por exemplo, quatro anos, então a decisão é não aceitar o projeto.
Veja	que	a	decisão	dos	investidores	quanto	ao	prazo	é	aceitável	para	obter	o	retorno;	se	os	cálculos	
apontarem retorno em tempo igual ou inferior ao prazo estipulado, o investimento é aceito e, se for 
superior, deve ser negado.
Outra forma de calcular os meses do payback 
Uma forma alternativa de calcular o tempo do payback conforme quadro anterior é:
 194.000 x 12
Período	=	‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑		=	8,81	meses.
 264.000
Arredondando os valores acima, os nove meses somados aos dois anos iniciais determinam 
que	o	período	de	 recuperação	do	 valor	 investido	 é	de	dois	 anos	 e	nove	meses,	 ou	quase	 três	 anos,	
aproximadamente.
5.2 Taxa média de retorno
É também um método que não considera o valor do dinheiro no tempo. Utilizando os mesmos 
dados, veremos como o fluxo médio de entradas de caixa é calculado.
Tabela 5 – Fluxos das entradas
Anos ou 
períodos
Entradas de 
caixa
Ano 1 51.000
Ano 2 115.000
Ano 3 264.000
Ano 4 200.000
Ano 5 250.000
Total 880.000
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Análise de investimentos
O primeiro passo é calcular a média anual dos cinco anos, igualando, mesmo que em média, os 
valores de entradas. 
Entradas	médias	–	anual:	880.000/5	=	176.000	por	ano.
Cada entrada será considerada como uma parcela de retorno, assim:
Taxa	Média	de	Retorno	=	 176 000
360 000
100 48 89
.
.
, %x =
Se o padrão desejado for inferior a 48,89%, por exemplo, 35%, então a decisão é também aceitar o 
projeto de investimento.
Devemos estar conscientes de que a

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