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Autor: Prof. Jean Carlos Cavaleiro Colaboradores: Prof. Santiago Valverde Prof. Maurício Felippe Manzalli Análise de Investimentos Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Professor conteudista: Jean Carlos Cavaleiro Bacharel em Administração de Empresas, especialista em Gestão de Negócios, Mestre em Engenharia da Produção. Professor universitário há dez anos, lecionando na Universidade Cruzeiro do Sul, na UNISUZ e na UNIP. Consultor in company do Senac-SP na área financeira, atuando com controle financeiro, fluxo de caixa, contabilidade, contas a pagar, e na área logística, com produção, compras, estoques, transporte etc. Diretor proprietário da Horseman Consultoria Ltda., empresa especializada em treinamento na área logística. Professor titular na Faculdade de Suzano e coordenador das atividades práticas de gestão na mesma instituição. Na Universidade Paulista – UNIP é professor nos cursos de Gestão e coordenador do curso de Logística – EaD. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) C376a Cavaleiro, Jean Carlos. Análise de investimentos / Jean Carlos Cavaleiro. - São Paulo: Editora Sol, 2013. 80 p. il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XIX, n. 2-029/13, ISSN 1517-9230. 1. Administração financeira. 2. Fontes de financiamento. 3. Avaliação de investimentos. I. Título. CDU 658.15 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Prof. Dr. Yugo Okida Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcelo Souza Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dra. Divane Alves da Silva (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Dra. Valéria de Carvalho (UNIP) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Virgínia Bilatto Carla Moro Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Sumário Análise de Investimentos APRESENTAçãO ......................................................................................................................................................7 Unidade I 1 ADMINISTRAçãO FINANCEIRA .....................................................................................................................9 1.1 Funções e estrutura da Administração Financeira ...................................................................9 1.2 O papel da Gestão Financeira ...........................................................................................................9 1.3 O Conselho Monetário Nacional .................................................................................................... 11 1.4 Comissão Técnica de Moeda e Crédito (Comoc) ..................................................................... 12 1.5 O sistema financeiro nacional ......................................................................................................... 13 1.6 O sistema monetário internacional .............................................................................................. 16 1.6.1 Fundo Monetário Internacional (FMI) ............................................................................................ 16 1.6.2 Banco Mundial ....................................................................................................................................... 17 2 IDENTIFICAçãO DE DISPONIBILIDADES DE RECURSOS FINANCEIROS PARA INVESTIMENTOS ................................................................................................................................................... 18 2.1 Definição de investimentos ............................................................................................................ 18 2.2 Custo de capital .................................................................................................................................... 20 2.3 Custo de capital de terceiros ........................................................................................................... 20 2.4 Custo de capital próprio .................................................................................................................... 21 Unidade II 3 FONTES DE FINANCIAMENTO ..................................................................................................................... 23 3.1 Fontes de financiamento por recursos de terceiros ............................................................... 27 3.1.1 Financiamento de capital de giro..................................................................................................... 27 3.1.2 Repasse de recursos internos – Finame ......................................................................................... 28 3.1.3 Subscrição de debêntures ................................................................................................................... 28 3.1.4 Arrendamento mercantil – Leasing financeiro ........................................................................... 29 4 MÉTODOS DE AVALIAçãO DE INVESTIMENTOS ................................................................................... 30 4.1 Avaliação de investimentos ............................................................................................................. 30 4.2 Algumas premissas .............................................................................................................................. 30 4.3 A forma de se adquirir um ou mais investimentos, ativos ou bens ................................ 31 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade III 5 TÉCNICAS DE AVALIAçãO DE INVESTIMENTOS ................................................................................... 35 5.1 O payback ................................................................................................................................................ 36 5.2 Taxa média de retorno........................................................................................................................ 37 5.3 Valor Atual Líquido ou Valor Presente Líquido (VPL) ............................................................. 38 6 VALOR ECONôMICO AGREGADO (EVA) OU LUCRO ECONôMICO ............................................... 41 6.1 Grau de alavancagem operacional ................................................................................................ 44 6.3 Grau de alavancagem financeira ................................................................................................... 48 Unidade IV 7 APLICAçãO DO MÉTODO DO EVA – LUCRO ECONôMICO COMPARADO AO MÉTODO DO VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) ....................................................................................... 52 7.1 Taxa de desconto .................................................................................................................................. 54 7.2 Solução de investimento .................................................................................................................55 8 TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) ............................................................................................................ 65 8.1 Outras técnicas de fluxos de caixa ................................................................................................ 68 8.2 A estrutura da demonstração de fluxos de caixa .................................................................... 68 7 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 APresentAção Nesta disciplina, o aluno vai estudar a análise da estrutura financeira de uma empresa para avaliar alternativas de investimentos, com o objetivo de desenvolver competências necessárias para gerenciar de forma estratégica o capital da empresa. Para tal, vai estudar aqui assuntos como cálculo de taxas de retorno e valores atuais, onde perceberá o valor do dinheiro no tempo, e projetar resultados de projetos de investimentos, principalmente na forma de financiamento (estrutura de capitais). Estuda-se adicionalmente como analisar, com auxílio de ferramentas de informática, fluxos de caixa projetados das diversas formas de investimentos para seleção de melhores alternativas de investimentos. Como gestor financeiro é preciso trabalhar com a ideia de que dinheiro é para ser aplicado com inteligência, pois é um recurso sempre escasso e, logo, deve ser bem-gerenciado. Os ganhos de uma organização não se limitam à operação de produzir e vender produtos ou serviços. Uma boa gestão dos recursos de entrada e o controle dos recursos de saída garantem bom retorno nas transações com dinheiro da empresa. O gestor deve entender que uma empresa trabalha com dois tipos de capitais, próprios ou de terceiros, e que eles incorrem em custos que podem ou não alavancar os retornos da empresa. O custo mencionado é denominado custo de capital, ou custo de oportunidade. Como exemplo, podemos comparar com a situação na qual uma pessoa resgata um valor de um investimento como a poupança e compra um carro à vista. Vamos supor que resgatou R$ 40.000,00 e a poupança rende hoje cerca de 0,5% ao mês, ou seja, R$ 200,00. Assim, a pessoa deixou de ganhar essa porcentagem, que pode ser chamada de custo de capital. 9 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Unidade I 1 AdmInIstrAção FInAnCeIrA 1.1 Funções e estrutura da Administração Financeira Para tratar de análise de investimento, é necessário entender o contexto do qual ela faz parte. Vamos lembrar que no atual mundo capitalista e competitivo as empresas atuam em busca de maiores e melhores resultados. Assim, em toda ação de investimento esperam-se retorno, pouco risco, segurança e crescimento. As políticas adotadas para investimento podem trazer risco ou segurança para as organizações e devem ser criadas, implantadas e acompanhadas pela gestão financeira das organizações. Então, para entender a atuação da gestão financeira e a movimentação de recursos, vamos discorrer sobre a atuação da área. 1.2 o papel da Gestão Financeira O papel de finanças está intimamente associado aos fluxos de dinheiro, ou seja, às entradas e saídas que são imprescindíveis à manutenção de qualquer operação, seja uma pessoa, uma grande organização com fins lucrativos e até mesmo outras organizações que necessariamente não se pautam com os objetivos de lucros. Entretanto, sem dinheiro nenhuma delas chegará a lugar algum. As operações de uma empresa geram entradas ou saídas de caixa, como veremos na aplicação abaixo. Graficamente ficaria: $ – Caixa Produção Venda Recebimento Matéria-prima Mão de obra Equipamentos Maquinário Figura 1 10 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade I As ações geram entradas ou saídas dos recursos. Toda essa operação exige um investimento inicial, e espera-se que ele tenha retorno em determinado período. Nesse sentido, gerenciar os recursos próprios ou de terceiros é fundamental, pois garante um dos princípios contábeis, o da continuidade. Para reforçar a importância da gestão desses recursos, encontramos até nos evangelhos, especialmente no evangelho de Mateus, referências sobre a administração do dinheiro. Diga-se de passagem, Mateus é considerado o patrono dos contabilistas. Sendo assim, podemos afirmar de uma maneira mais restrita que o papel de finanças é administrar ativos e passivos, tendo como principal representante o gestor financeiro. Nas organizações, o gestor financeiro pode atuar em diversos níveis, como vice-presidente de finanças, diretor financeiro, controller e gerente financeiro. Se ampliarmos essa atuação para uma dimensão maior, ou seja, para o governo e para as três esferas, União, Estados e Municípios, constataremos que o gestor financeiro tem e necessita de instrumentos e ferramentas complexas, com finalidade precípua de administrar os recursos financeiros dessa grande empresa denominada país. Apenas fazendo uma rápida alusão, o governo não pode arrecadar e pagar sem que tenha um orçamento feito anualmente e previamente aprovado pelo Poder Legislativo. O orçamento ainda é balizado por outros instrumentos denominados planos plurianuais, feitos de quatro em quatro anos, e uma lei de diretrizes orçamentárias elaborada anualmente, indicando o que o orçamento público anual deve conter. Esses instrumentos, que são representados formalmente por leis, ocorrem nas três esferas de governo – federal, estadual e municipal. Lembrete Toda ação, empresarial ou não, deve respeitar a relação entrada de recursos versus saída de recursos. As saídas não devem ser maiores que as entradas. Exemplo de aplicação Um empreendedor montou uma empresa com capital social no valor R$ 100.000,00. Desse valor usou R$ 20.000,00 para compra de maquinário, pagou R$ 4.000,00 de aluguel do mês, comprou R$ 40.000,00 de matéria-prima e R$ 35.000,00 de móveis e utensílios. Para iniciar as operações, a empresa ainda necessitou de um caixa de R$ 30.000,00. Como você avalia a situação financeira dessa empresa? O dinheiro foi bem-aplicado? O gestor financeiro nas empresas não pode se apartar da “economia de mercado”, até porque os lucros são gerados quando as organizações transacionam com terceiros. Nesse sentido, quando os 11 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos proprietários dessas organizações não têm capital suficiente, torna-se necessário recorrer a recursos externos à sua organização. Eles fazem isso mediante seu representante, que é o gestor financeiro. Nesse contexto, o gestor financeiro precisa ter conhecimentos de como estão organizados os sistemas financeiros, nacional e internacional, pois necessita buscar as mais diversas formas de financiamentos para a sua empresa. Formalmente, podemos dizer que o sistema financeiro nacional é o ambiente operacional em que a empresa está inserida. É importante conhecer a estrutura do sistema financeiro nacional porque ele compõe a moeda que gira no país, a relação da moeda nacional com outras moedas e, principalmente, os impactos que as decisões do governo teriam sobre os negócios. Vejamos um exemplo: uma empresa tem um estoque avaliado em R$ 100.000,00, num período em que o dólar está na proporção US$ 1,00 = R$ 2,00. Assim, seu estoque valerá US$ 50 mil dólares. Agora vamos supor que o dólar suba para R$ 3,00; o mesmo estoque passa de US$ 50 mil para US$ 33 mil. Isso é bom ou é ruim? Na verdade, não importa; houve mudanças, e decisões precisam ser tomadas. Alguns questionamentos surgem: o governo decide comprar dólar no mercado, isso ajuda ou atrapalha seus negócios? A Taxa Selic aumenta, isso ajuda ou atrapalha? O governo cria sistemas protecionistas na exportação de alguns itens, isso ajuda ou atrapalha? São esses questionamentos que nos levam a perceber que devemos entendero sistema financeiro nacional. 1.3 o Conselho monetário nacional Os principais representantes do Conselho Monetário Nacional são o Ministro da Fazenda, o Ministro do Planejamento e Gestão e o Presidente do Banco Central. O papel principal do Conselho Monetário Nacional é fixar as diretrizes de política monetária, de crédito e cambial do país. A respeito disso, é importante refletir: você sabe quais são os ocupantes dos cargos listados a seguir? Ministro da Fazenda: ________________________________________________________ . Ministro do Planejamento e Gestão: ____________________________________________ . Presidente do Banco Central: _________________________________________________ . Para que você entenda melhor o papel do Conselho Monetário Nacional, vou relatar uma situação recente do país. Crise econômica mundial, o mundo não consegue capital, nem vender seus bens materiais. Os investidores resgatam seus investimentos no mundo todo, as empresas enfrentam dificuldades de 12 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade I obtenção de capital. Uma das saídas para países de economia emergente era gerar consumo interno, mas como fazer que as pessoas comprassem mais? No Brasil, o governo cortou IPI dos automóveis, o que reduziu os preços, mas não foi suficiente para gerar consumo maior. Então, o governo facilitou a política de crédito, ampliando os prazos, reduzindo taxa de juros, diminuindo a burocracia e os custos da operação para as financeiras. Pergunto: você acha que essas decisões governamentais geraram algum impacto na economia? 1.4 Comissão técnica de moeda e Crédito (Comoc) Subordinada ao Conselho Monetário Nacional está a Comissão Técnica de Moeda e Crédito, cujas funções executivas são feitas pelos órgãos destacados a seguir. Banco Central: emissão da moeda, fiscalização das instituições financeiras e controle cambial são as funções principais. Comissão de Valores Mobiliários (CVM): fiscalizar a emissão de ações e debêntures e realizar auditoria das companhias abertas. Banco do Brasil: atua como principal executor da política rural e principal agente financeiro do país. Caixa Econômica Federal: é responsável pela política de saneamento básico do país e administra o fundo de garantia e o banco para o trabalhador do país. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): responsável pela política de investimento a longo prazo. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN): constituído de oito conselheiros, subordinados ao Ministério da Fazenda, para julgar em segunda e última instância os recursos e interpostos das decisões relativas à aplicação de penalidades administrativas pelo Banco Central e pela CVM. Os conselheiros se distribuem da seguinte forma: • um representante do Ministério da Fazenda; • um representante do Banco Central; • um representante da Caixa Econômica Federal; • um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 13 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos • quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais, por ela indicados por lista tríplice, por solicitação do ministro da Fazenda; • junto ao conselho, atua um procurador da Fazenda Nacional, designado pelo procurador-geral, com atribuição de zelar pela fiel observância das leis, dos decretos, regulamentos e demais atos administrativos. Essa comissão técnica tem como funções decidir quando facilitar ou tornar rígida a política de crédito. Você deve ter visto inúmeras discussões sobre risco, inadimplência, entre outros. Na medida em que se amplia a busca por crédito, há um aumento do consumo; contudo, se faz necessário mais buscas por recursos financeiros, e se há risco esse recurso se torna mais difícil. Então, a comissão busca um constante equilíbrio entre crescimento e gestão de riscos. 1.5 o sistema financeiro nacional O sistema financeiro nacional se ocupa dos mercados monetário, de crédito, de capitais e cambial. O mercado monetário envolve as operações de curto e curtíssimo prazo, proporcionando um controle ágil e rápido da liquidez da economia e das taxas de juros básicas pretendidas pela política econômica das autoridades monetárias (Selic). Nesse mercado, são negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional, com o objetivo de financiar o orçamento público. O governo precisa ser financiado, ou seja, precisa arrecadar recursos para bancar suas ações; os meios que tem para isso são os impostos e taxas, mas estes dependem de periodicidade para gerar entrada no caixa. Assim, como o governo faz para antecipar a entrada? Ele emite papéis, como as chamadas debêntures, nas empresas, e por essas emissões promete pagar taxas que sejam atraentes (basicamente, a taxa Selic). Quando o governo aumenta a taxa de juros, ele está ampliando os valores pagos aos investidores que compram títulos públicos, o que normalmente atrai mais investidores e aumenta o endividamento do governo. Quando diminui a taxa, está reduzindo os rendimentos pagos para esses investidores, atraindo, assim, menos recursos. Exemplo de aplicação O que é mais interessante para o governo? Taxa Selic alta ou baixa? Pesquise e disserte sobre esse tema. 14 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade I Voltando aos títulos públicos, são exemplos de papéis: • Letras do Tesouro Nacional (LTN); • Notas do Tesouro Nacional (NTN); • Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDI – exclusivo de instituições financeiras); • Certificado de Depósito Bancário e debêntures (CDB). Todos esses papéis são controlados e custodiados por dois grandes sistemas, denominados Sistema de Custódia e Liquidação de Títulos (Selic) e Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip). O Selic foi desenvolvido pelo Banco Central (Bacen) e pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima), operando com títulos públicos de emissão do Bacen e do Tesouro Nacional – compra e venda de títulos. A Cetip passou a funcionar em 1986 como um sistema semelhante ao Selic, mas abrigando títulos privados como CDB, RDB, debêntures, CDI etc. O mercado de crédito visa, fundamentalmente, suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazo, tanto das pessoas físicas quanto das jurídicas. Não podemos deixar de frisar que o crédito tem sido a fonte de crescimento para grandes economias mundiais, gera consumo e riqueza e deve ser estimulado, mas acompanhado de perto pelos órgãos públicos. Veremos, então, quais as principais operações de crédito. • Desconto bancário de títulos (duplicatas). Essa situação está presente quando se vende a prazo; usamos para antecipar os recursos. Normalmente, os bancos fazem essa operação antecipando duplicatas de vendas a prazo e descontando taxas de juros conforme riscos envolvidos. • Contas garantidas, comum limite de crédito concedido pelas instituições bancárias. São linhas de crédito pré-aprovadas que seriam consumidas conforme as necessidades. • Créditos rotativos (financiamentos de capital de giro). • Empréstimos de capital de giro e de pagamentos de tributos. • Operações de vendor (é uma operação de crédito em que a instituição bancária paga à vista ao vendedor, cobrando os respectivos encargos financeiros, e a responsabilidade de pagar a dívida ou título é do comprador); 15 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos • Resolução 63 (empréstimos, repasse em moeda estrangeira). • Crédito Direto ao Consumidor (CDC): geralmente, o bem fica alienado. • Adiantamento de Crédito de Câmbio (ACC): financiamento da produção. • Adiantamento sobre Cambiais Entregues(ACE): o exportador solicita o adiantamento após embarque da mercadoria. O mercado de capitais é voltado ao financiamento de capital de giro e fixo das empresas. Está estruturado ou constituído basicamente pelas seguintes instituições: • instituições financeiras não bancárias que não apresentam capacidade de emitir moeda ou meios de pagamento. São elas: — os bancos de investimentos que atuam como agentes financiadores de operações de subscrição pública de ações, debêntures, leaseback etc.; — os bancos de desenvolvimento regional (de âmbito estadual), que visam ao desenvolvimento econômico e social da região em que atuam; — as sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras); — as sociedades de arrendamento mercantil (leasing). • instituições voltadas ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), cujos recursos se originam das cadernetas de poupança e do FGTS. Entre essas instituições, destacam-se as caixas econômicas; • instituições auxiliares representadas pelas bolsas de valores. Organizam-se como sociedade civil sem fins lucrativos por meio de títulos patrimoniais adquiridos pelas sociedades corretoras, que fazem intermediações financeiras nos pregões das bolsas de valores. Como intermediárias auxiliares existem ainda as sociedades distribuidoras, que fazem intermediação nas negociações de títulos e valores mobiliários das empresas, cujos objetivos básicos se assemelham aos das corretoras de títulos; • as sociedades de fomento comercial (factoring); são sociedades comerciais não financeiras que operam nas aquisições de duplicatas, cheques etc. Forma similar a uma operação de desconto bancário. Nesse contexto de mercado de capitais, destacam-se as ações, debêntures e opções sobre ações de emissão das sociedades anônimas: • as ações constituem a menor parcela (fração) do capital social de uma sociedade anônima; 16 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade I • quanto ao valor, podem ser emitidas com e sem valor nominal; • quanto à natureza dos direitos e vantagens, podem ser de três espécies: ordinária, preferencial e de gozo ou fruição; • as vantagens dos investidores em ações são os dividendos, a bonificação, a valorização e o direito de subscrição; • as debêntures são títulos de crédito emitidos pela sociedades anônimas, tendo por garantia seus ativos; • os direitos e as remunerações oferecidas pelas debêntures são os juros, a participação nos lucros e os prêmios de reembolso. O mercado cambial é o segmento financeiro em que ocorrem operações de compra e venda de moedas internacionais conversíveis de moeda nacional para estrangeira e vice-versa. Resumidamente, falamos de mercado monetário, de crédito, de capital e mercado cambial. Cada um deles tem um papel no sistema financeiro nacional, e o gestor financeiro deve entender esses papéis e os impactos de suas decisões. Buscar dinheiro, aplicar e esperar retorno requer conhecimento dos custos envolvidos de capital, devemos saber como lidar com a movimentação e os riscos desse mercado financeiro, mas o sistema financeiro nacional não é a única fonte desses recursos, então vamos conhecer também o sistema financeiro internacional. 1.6 o sistema monetário internacional 1.6.1 Fundo Monetário Internacional (FMI) O FMI, que teve as suas operações abertas no início de 1947, é a principal instituição financeira internacional. Algumas de suas funções são semelhantes às de um banco central global. Um de seus papéis principais é estimular o comércio mundial e o crescimento econômico por meio de regulação, promoção, estabilidade e cooperação para as questões monetárias internacionais. Em suma, pode-se afirmar que o FMI é uma instituição monetária e fonte de recursos como reservas oficiais dos países. Sua atividade principal é garantir a estabilidade do sistema monetário internacional, com o financiamento de déficits temporários do balanço de pagamento; O FMI desempenha, ainda, outras três atividades: • vigilância: avalia as políticas cambiais dos países-membros a partir de uma análise abrangente da situação econômica geral e das estratégias de política econômica de cada membro; • assistência financeira: inclui créditos e empréstimos concedidos pelo FMI a países-membros com problemas temporários de balanço de pagamentos; 17 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos • assistência técnica: apoio e consultoria oferecidos pelo FMI a seus membros em várias áreas de planejamento e de implementação de políticas fiscais e monetárias. Exemplo de aplicação O Brasil já usou recursos do FMI na era FHC; na ocasião foi necessário, pois o país passava por crise de credibilidade internacional e as reservas se esvaíram rapidamente. O FMI empresta recursos, mas interfere nas ações de gastos do país, controla os gastos do governo e impõe regras rígidas de austeridade fiscal. Você concorda com isso? 1.6.2 Banco Mundial Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O Banco Mundial surgiu em 1946, é sediado em Washington e formado por 180 países-membros. Foi criado inicialmente para financiar a reconstrução das economias europeias do Pós-Guerra, porém, paralelamente, foi criado do Plano Marshall, que garantiu um fluxo de capitais constante para aquele fim, e o Banco Mundial redirecionou as suas operações para os países em desenvolvimento. saiba mais Leia o livro: ROBERTS, R. Por dentro das finanças internacionais. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000. p. 102. O banco empresta para o governo ou para projetos com garantia governamental por meio da Corporação Financeira Internacional (IFC), que promove fluxos de capital privado para países em desenvolvimento. A IFC investe diretamente em empresas privadas e oferece empréstimos ou garantias para investidores privados. Existe também a Associação para Desenvolvimento Internacional (IDA), com o objetivo de atender os países mais necessitados do mundo a taxas de juros muito baixas ou nulas e prazos de cinquenta anos. Agora que conhecemos as estruturas financeiras nacionais e internacionais, que criam políticas de atuação com dinheiro ou são de fomento para ampliar operações de crédito no mundo afora, vamos entender os conceitos de investimento. 18 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade I 2 IdentIFICAção de dIsPonIBILIdAdes de reCUrsos FInAnCeIros PArA InVestImentos 2.1 definição de investimentos É possível definir investimentos como aplicações de recursos, ou quantias em dinheiro, em ativos que, de acordo com a sua natureza, tipos de ativos ou investimentos, possuem vida útil definida. Ou seja, os investimentos devem retornar em certo período, atendendo ou não as necessidades dos acionistas. Se utilizarmos, por exemplo, as diversas demonstrações financeiras ou contábeis existentes, como o Balanço Patrimonial, constataremos que o ativo está representado por diversas contas que compõem os inúmeros investimentos necessários à empresa para manter sua finalidade ou suas atividades operacionais. Nesse sentido, os ativos existentes nos balanços patrimoniais das empresas tomam a característica de dois grandes grupos: os ativos circulantes e os ativos não circulantes. Legenda: AC – ativo circulante ANC – Ativo não Circulante PC – Passivo Circulante PNC − Passivo Não circulante AC PC ANC PNC Figura 2 A estrutura apresentada acima é um exemplo de Balanço Patrimonial. Temos, de um lado, o ativo circulante, recursos que consumiram dinheiro, ou seja, precisaram de investimento. Esses recursos vieram do passivo, mais especificamente do passivo não circulante – PNC, em que temos o capital social aplicado pelos sócios. Os ativos circulantes são representados pelos diversos investimentos de curto prazo; dentre eles, destacam-se:• o dinheiro que é representado pelas disponibilidades ou pelas respectivas contas denominadas caixa, bancos e aplicações financeiras de liquidez imediata; • os direitos a receber, representados pela conta duplicatas a receber ou clientes, que se originam das vendas a prazo que a empresa faz aos seus clientes; 19 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos • os diversos tipos de estoques representados pelas contas de mercadorias para revenda nas empresas comerciais, ou seja, são adquiridas e não sofrem nenhuma transformação; as contas de matérias-primas, produtos em fabricação e produtos acabados, típicas das empresas industriais. Conclui-se, dessa forma, que os ativos circulantes estão intimamente relacionados às atividades operacionais em que a empresa se organizou e se instalou. Desses ativos deve se originar uma das principais fontes de recursos para investimentos, o lucro. Os ativos não circulantes se distribuem em diversos subgrupos; entre eles, destacam-se os realizáveis a longo prazo, ou seja, os que serão convertidos em dinheiro a longo prazo. As empresas que possuem um ciclo operacional longo são as que normalmente possuem ativos realizáveis de longo prazo, dedicadas à produção de bens de capital, construção civil etc. O ciclo entre a compra de matéria prima e o recebimento das vendas é o que chamamos de ciclo operacional, conforme figura a seguir: Compra de matéria-prima PMEMP PMEPAPMF Início da fabricação Fim da fabricação Ciclo operacional Vendas Recebimento das vendas Figura 3 Em outro subgrupo de ativos não circulantes estão as aquisições de ações de outras companhias, cuja finalidade é exercer algum tipo de controle sobre as sociedades das quais participam como acionistas. Essas aquisições, conforme o percentual de participação, são definidas como coligadas, controladas. Ainda em outro subgrupo não circulante estão as aquisições dos ativos que se destinam à manutenção das atividades operacionais da empresa, denominadas: • ativos tangíveis ou ativo imobilizado, representado pelas contas de imóveis, máquinas e equipamentos, instalações de qualquer natureza, móveis e utensílios etc.; • ativos intangíveis, representados pelas marcas e patentes da empresas e outros direitos de uso ou de propriedade, como franquias, exploração por tempo determinado de processos de fabricação, etc. Podemos observar, principalmente, que os ativos imobilizados são adquiridos não para serem vendidos, e sim para uso na produção de seus produtos e serviços de tal forma que sustente os ativos circulantes, como os estoques, que se originam conforme a venda para os clientes da empresa. Assim, podemos dizer que, de um lado, temos a aplicação dos recursos, ativos e, do outro, a origem dos recursos, que estão no passivo. Entretanto, para que esses recursos existam nos passivos, faz-se 20 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade I necessário conhecer os meios de captação, os custos desses capitais e os riscos envolvidos. Vamos tratar então de custo de capital, abrindo a discussão para análise de investimento. 2.2 Custo de capital Falar de custo de capital é retornar ao custo do dinheiro utilizado, discutir o retorno esperado de tal investimento e falar dos prazos e riscos envolvidos. Ao avaliar um investimento, uma empresa deve estimar os fluxos de caixa futuros associados à decisão e apurar sua taxa interna de retorno (IRR), calculando seu valor presente líquido (NPV) para decidir sobre a aceitação ou rejeição do projeto. Veja que tal pensamento é puramente matemático; devemos entender muitos conceitos de matemática financeira para fazermos análise de investimentos, pois trabalharemos com valor do dinheiro no tempo em muitas situações. Para qualquer método de decisão escolhido, a empresa deve ainda definir uma remuneração mínima sobre o capital investido. Essa taxa de retorno exigida é o que se denomina de custo de capital, pelo menos na ótica do investidor. O custo de capital é formado a partir das informações sobre as expectativas mínimas de retorno exigidas pelas fontes de financiamento (credores e acionistas). O custo de capital é usado como taxa de desconto dos fluxos previstos de caixa do investimento. Se o retorno apurado for superior ao custo de capital, apura-se um valor presente líquido positivo; caso contrário, a decisão não é capaz de remunerar os proprietários de capital, destruindo assim o valor aplicado. O custo de capital é essencialmente formado por uma taxa livre de risco mais um prêmio associado ao projeto em avaliação. Quanto mais arriscada for a decisão de investimento, maior o custo de capital, pela exigência de mais elevado prêmio de risco. O custo de capital é determinado principalmente pelo risco associado ao investimento, e não pela forma como é financiado. Como a empresa possui diversas fontes de financiamento (próprio e de terceiros), o custo total de capital é determinado pela média ponderada dos custos associados a cada alternativa. É o que se denomina de Custo Médio Ponderado de Capital, ou Weighted Average Cost of Capital, reconhecido pela sigla WACC. O WACC é a taxa mínima de retorno exigida sobre todos os investimentos da empresa, refletindo tanto o custo do capital próprio como o custo do capital de terceiros. 2.3 Custo de capital de terceiros Custo de capital deve ser observado com mais cautela quando se trata de capital de terceiros. Assim, para o estudo do custo total de capital, é necessário, inicialmente, conhecer o custo de cada fonte de recursos (próprio e terceiros) selecionada pela empresa e, então, mensurar a partir desses valores a taxa 21 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos de retorno desejada para as decisões de investimentos; isso será a base para avaliar se o investimento é seguro ou interessante. O custo total de capital (WACC) reflete a remuneração mínima exigida tanto por acionistas como por credores da empresa. O custo de capital de terceiros é definido de acordo com os passivos onerosos identificados nos empréstimos e financiamentos mantidos pela empresa. 2.4 Custo de capital próprio O custo de capital próprio revela o retorno desejado pelos acionistas de uma empresa em suas decisões de aplicação de capital próprio. Constitui o segmento de estudo mais complexo das finanças corporativas, assumindo diversas hipóteses e abstrações teóricas em seus cálculos. A determinação do custo de capital próprio envolve uma dificuldade prática. Para companhias abertas, com ações negociadas em bolsa de valores, a definição do custo de capital próprio não pode ser efetuada diretamente com os proprietários de capital, requerendo a aplicação de algum método direcionado a esse cálculo. Um procedimento bastante utilizado na prática de determinação do custo de capital próprio é o método do fluxo de caixa descontado dos dividendos futuros esperados pelo mercado. Esse modelo de cálculo baseia-se no pressuposto de que o valor de uma ação é igual ao valor presente de todos os fluxos futuros esperados de dividendos, considerando um período de tempo indeterminado (infinito). A grande dificuldade na aplicação prática desse método é a estimativa de valores futuros esperados de caixa (dividendos previstos), principalmente a taxa de crescimento dos dividendos para prazos indeterminados. Outro método de mensuração do custo de capital próprio é derivado da aplicação do Modelo de Precificação de Ativos (CAPM). O CAPM considera o risco da empresa na determinação da taxa de retorno mínimo exigido ou custo de capital. Os resultados do modelo demonstram forte sensibilidade com a taxa requerida de retorno (custo de capital), que deve comportar-se de forma condizente com o risco. Quanto mais elevado se apresenta o risco dadecisão, maior o retorno exigido pelos proprietários de capital; para níveis baixos de risco, é possível remunerar os investidores com taxas de retorno também mais reduzidas. resumo Esta unidade tratou dos conceitos e atribuições da gestão financeira, apontando a importância da área para auxiliar tomadas de decisões estratégicas nas organizações. Conhecemos a estrutura do sistema financeiro nacional, as políticas de crédito e o papel do crédito no sistema financeiro. A estrutura financeira nacional e internacional tem como objetivo buscar meios de aplicação de recursos, ampliando assim a atuação de investimento, isso por ser crucial para o crescimento mundial. 22 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade I Deve-se enxergar que dinheiro tem custo; este se diferencia por ser próprio ou de terceiros; é preciso conhecer os riscos e meios de atuação no mercado financeiro para tomar decisões mais seguras. exercícios Questão 1. Na Contabilidade admite-se que o Balanço Patrimonial, reflexo da posição financeira de uma empresa em um determinado período de tempo, seja constituído por contas de Ativo, por contas de Passivo e pelo Patrimônio Líquido. Por convenção admite-se, ainda, que as contas do Ativo sejam disponibilizadas ao lado esquerdo do Balanço Patrimonial, e as contas do Passivo e do Patrimônio Líquido ao lado direito do mesmo instrumento demonstrativo. Com relação ao assunto, considere as seguintes afirmativas: I – O termo Ativo pressupõe algo positivo, que apresenta dinamismo na produção e na geração de riquezas. É representado por bens e por direitos que determinada empresa possui na data da elaboração do Balanço Patrimonial. II – O termo Passivo pressupõe algo negativo, a exemplo de endividamento, de obrigações e de deveres assumidos. Pode também ser identificado como Passivo Exigível, quando evidencia todas as obrigações que a empresa tem com terceiros, a exemplo de contas a pagar, de impostos e de financiamentos. III – No Patrimônio Líquido são considerados somente os recursos dos proprietários aplicados em uma determinada empresa, a exemplo de sua primeira aplicação de recursos ou de investimentos, chamada de Capital. Está correto o que se afirma em: A) I e II. B) II e III. C) I, II e III. D) II. E) I. Resposta correta: alternativa A. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: a afirmativa está correta por apresentar considerações verdadeiras acerca do Ativo. É no Ativo que são apresentados lançamentos de bens e de direitos das empresas. 23 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos II – Afirmativa correta. Justificativa: a afirmativa está correta por refletir fielmente o que se apresenta em contas de Passivo. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: o Patrimônio Líquido representa as obrigações da empresa para com terceiros, em especial com os proprietários da empresa, sejam acionistas ou cotistas. Questão 2. (Fundação Cesgranrio 2009) A Cia. São Paulo S/A projetou suas vendas para o 1º trimestre de 2010, com os valores apresentados abaixo: Previsão de Vendas (em Reais) Itens Janeiro Fevereiro Março Vendas a prazo 22.000,00 32.000,00 24.000,00 Vendas à vista 33.000,00 48.000,00 36.000,00 Total de vendas 55.000,00 80.000,00 60.000,00 Sabendo que o prazo concedido aos clientes é de 30 dias, a projeção da entrada de caixa para março de 2010, em Reais, é: A) 72.000,00. B) 68.000,00. C) 66.000,00. D) 48.000,00. E) 46.000,00. Resolução desta questão na plataforma. 24 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade II Unidade II 3 FONTES DE FINANCIAMENTO Existem diversas modalidades de empréstimos de curto e médio prazo oferecidos pelas instituições bancárias em geral. As principais operações de curto prazo são: • desconto bancário de títulos Representado pelas duplicatas e notas promissórias. O desconto bancário envolve um empréstimo mediante garantia de um título representativo de um crédito futuro. É uma forma de antecipação do recebimento das vendas a prazo que uma empresa comercial, industrial ou de serviços faz a seus diversos clientes. O valor tomado como empréstimo é menor que o valor nominal do título, em razão da cobrança antecipada dos encargos financeiros. O cedente, isto é, o tomador do empréstimo sempre é o responsável final pela liquidação do título. Caso a duplicata descontada não seja quitada pelo cliente da empresa na data do vencimento, o valor é pago pela própria empresa que ofereceu inicialmente ao banco as duplicatas de seus clientes. As operações de descontos são também representadas pela emissão de notas promissórias que o devedor faz ao credor ou à instituição bancária para pagamento em data certa. • contas garantidas Referem-se à abertura de uma conta em uma instituição bancária com um limite de crédito. São movimentadas por cheques e depósitos bancários para reduzir ou cobrir o saldo devedor. Os juros são cobrados geralmente no final de cada mês e incidem sobre o saldo devedor. • créditos rotativos Abertos pelos bancos que objetivam o financiamento da necessidade de capital de giro das empresas. São créditos oferecidos mediante garantias de duplicatas. Conforme os clientes vão quitando as respectivas duplicatas, o banco vai ressarcindo-se dos créditos oferecidos. Num processo de substituição, novas duplicatas são entregues, em razão de novos créditos rotativos. • operações de hot money São operações de empréstimos de curto prazo ou curtíssimo prazo, lastreados em Certificados de Depósitos Interfinanceiros (CDIs) emitidos pelas instituições financeiras. São empréstimos 25 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos geralmente de um dia, podendo ocorrer em prazos maiores. Os juros são cobrados pela taxa diária do mercado, que se baseia nas taxas de juros de títulos públicos e taxas de inflação do país. • Empréstimos para capital de giro e pagamento de tributos Os empréstimos para capital de giro nessa modalidade são garantidos por duplicatas, avais ou notas promissórias. São naturalmente formalizados por contratos bem-definidos quanto ao prazo de resgate, aos encargos financeiros etc. Já os empréstimos para pagamento de tributos são adiantamentos feitos pelos bancos para pagamentos dos diversos impostos e tarifas públicas, como INSS, PIS, Cofins, IPI, ICMS, Imposto de Renda etc. • Operações de vendor Operações de crédito em que um banco paga à vista a uma empresa comercial os direitos referentes às vendas realizadas, por meio de uma taxa de juros de intermediação. A empresa atua como cedente do crédito, e o banco, como cessionário e financiador do comprador. A responsabilidade final pelo pagamento da operação de vendor ao banco é o comprador. Uma das vantagens da operação de vendor é a redução da base de cálculo dos impostos que incidem sobre o valor das vendas, como PIS, Cofins, IPI e ICM; a vendedora não necessita imputar os custos financeiros, o que geralmente faz quando vende e financia seus clientes a prazo. Nesse caso, o custo financeiro fica a cargo do banco e, normalmente, é menor do que o praticado pela empresa vendedora; o comprador tem interesse em comprar a prazo e com juros mais baixos. • Repasse de recursos externos A operação de empréstimo regulamentada pela Resolução nº 63 do Banco Central do Brasil constitui-se num repasse de recursos contratados por meio de captações no exterior em moeda estrangeira efetuado pelos bancos comerciais e múltiplos e bancos de investimentos. As empresas nacionais beneficiárias dos empréstimos pagam juros mediante taxa interbancária do mercado de Londres (Libor), spread, que é um adicional determinado pelas taxas de captação derecursos e empréstimos que os bancos fazem, e mais variação cambial. • Crédito direto ao consumidor É uma operação destinada a financiar bens e serviços por consumidores e usuários finais. A concessão do crédito é feita por uma sociedade financeira, a garantia usual é a alienação fiduciária do bem objeto do financiamento e o pagamento é efetuado em prestações mensais. • Adiantamento de contrato de câmbio (ACC) As instituições financeiras autorizadas a operar com câmbio adiantam aos exportadores recursos lastreados nos contratos de câmbio ACC firmados com importadores estrangeiros, proporcionando recursos antecipados às empresas nacionais exportadoras. 26 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade II A operação pode ocorrer na fase de produção da mercadoria ou do produto a ser embarcado, financiando a produção. • Arrendamento mercantil É uma forma especial de financiamento. Essa modalidade é praticada pelas empresas de leasing que atuam como intermediárias entre a empresa produtora do bem ativo e a empresa compradora ou a que necessita desse bem. O contrato de arrendamento refere-se a um aluguel entre o cliente, denominado arrendatário, e a sociedade de arrendamento mercantil, denominada arrendadora. As modalidades de arrendamento são: — leasing financeiro, que, na realidade, é equivalente a uma operação de financiamento em prestações mensais; — leasing operacional, amplamente utilizado no exterior, que difere do leasing financeiro porque os valores pagos nas prestações não podem ultrapassar 75% do valor do bem, e as despesas de manutenção correm por conta da empresa arrendadora. No final do contrato, o bem pode ser devolvido à empresa arrendadora, para que ela possa alugar novamente e, dessa forma, recuperar os investimentos feitos no bem ou ativo e também os custos dos serviços, a manutenção e a assistência técnica prestados. • Oferta pública de ações e debêntures São operações típicas das sociedades anônimas. A emissão e a colocação de novas ações no mercado se apresentam como uma das operações mais vantajosas para que as sociedades anônimas levantem os recursos de que necessitam para financiar as suas necessidades de capital de giro ou do ativo circulante, ou de aplicação em ativos de longo prazo. As sociedades anônimas podem se constituir em sociedades de capital aberto, isto é, podem negociar as suas ações no mercado primário, o que significa que esses valores foram subscritos pela primeira vez pelos investidores. Posteriormente, podem ser negociadas entre os próprios investidores, cujo mercado é denominado mercado secundário. As sociedades anônimas de capital aberto necessitam efetuar os seus registros na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cuja função é exercer a fiscalização dessas empresas no mercado de ações. A sociedade anônima de capital fechado já não necessita de autorização da CVM e, geralmente, as suas ações estão distribuídas entre pessoas ou grupos restritos ou constituídos por grupos de familiares. O mercado de debêntures caracteriza‑se por emissão de títulos com prazo de resgate não inferior a um ano, remunerados com juros e prêmios sobre valores atualizados monetariamente. Existe também a figura do agente fiduciário, cujo papel principal é zelar pelo cumprimento 27 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos das cláusulas do contrato ou da escritura de emissão de debêntures, ou seja, defender os interesses dos debenturistas. A emissão pode ser privada, quando são conhecidos os investidores, ou pública, quando existe a figura do intermediário financeiro, representado por instituições financeiras, e, da mesma forma, é exigida autorização prévia da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com as mesmas exigências quando se constituem as sociedades anônimas. Outra característica das debêntures são os diversos tipos de garantias oferecidas ao investidores ou credores: — garantia flutuante: nesse caso, os titulares das debêntures assumem uma prioridade geral sobre os ativos da sociedade emissora, sem que haja impedimento na negociação dos bens; — garantia real: todos os ativos da sociedade emissora são dados como garantia dos debenturistas pelo pagamento de seus direitos creditórios. Os ativos dados em garantia não podem ser negociados até o vencimento das obrigações com os debenturistas; — garantia quirografária: os debenturistas não têm preferências sobre os ativos da sociedade emissora, concorrendo em idênticas condições com os demais credores quirografários; — garantia subordinada: em caso de liquidação da sociedade emissora, os investidores terão privilégios para reembolso do capital aplicado somente em relação aos acionistas. • Recursos do BNDES A maioria dos recursos de longo prazo é ofertada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) diretamente ou por meio de suas subsidiárias Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame) e BNDES Participações S.A. Algumas linhas de crédito são: BNDESPAR • financiamento de máquinas e equipamentos de fabricação nacional – Finame; • financiamento à exportação de máquinas e equipamentos – Finamex; • financiamento para subscrição de aumento de capital; • garantia de subscrição de valores mobiliários. Assim, as operações de curto prazo normalmente estão voltadas a financiar o ativo circulante ou o capital de giro das empresas, cujas operações podem ser pagas em prazos que variam de 6 a 24 meses, e os pagamentos podem também ser realizados de uma só vez, no fim do prazo. As operações de longo prazo são efetuadas para financiar ativos de longo prazo, como financiamento 28 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade II da construção de uma nova unidade fabril ou outros tipos de ativos imobilizados, como máquinas e equipamentos etc. Saiba mais Para ampliar seus estudos, leia: ASSAF NETO, A.; LIMA, F. G. Curso de administração financeira. São Paulo: Atlas, 2009. Observação A facilidade das linhas de crédito depende dos interesses econômicos da ocasião, dos interesses do governo e da demanda existente para cada linha de crédito. O governo vai facilitar ou dificultar conforme esses pontos. 3.1 Fontes de financiamento por recursos de terceiros Até aqui falamos de diversas fontes de financiamento, muitas delas de terceiros, mas se faz aqui necessário abordar esse tema definindo os principais meios e suas aplicações. As principais modalidades de empréstimos e financiamentos a longo prazo, praticadas com recursos de terceiros e disponíveis às empresas no mercado de capitais, podem ser classificadas de acordo com os tipos seguintes: • empréstimos e financiamentos diretos; • repasses de recursos internos; • repasses de recursos externos; • subscrição de debêntures; • arrendamento mercantil (leasing). 3.1.1 Financiamento de capital de giro Essa modalidade de financiamento é praticada por bancos de investimentos e bancos comerciais (múltiplos), sendo lastreada por recursos próprios das instituições ou mediante captações no mercado. 29 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Para operações de prazos mais longos, o critério de pagamento do financiamento costuma ser pós‑fixado; seus encargos financeiros são calculados sobre o saldo, e o imposto sobre operações financeiras (IOF), incidente sobre o valor do crédito concedido. 3.1.2 Repasse de recursos internos – Finame A Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame) é uma empresa pública ligada ao BNDES que administra diversas linhas de financiamento de máquinas e equipamentos industriais. Os recursos de financiamento são repassadosàs empresas nacionais, preferencialmente pequenas e médias, por intermédio de instituições financeiras (bancos de investimentos, bancos comerciais e sociedades financeiras) devidamente cadastradas como agentes da Finame. Além dos encargos financeiros cobrados pela Finame, é paga também uma remuneração ao agente, denominado de del credere. Existe, ainda, uma comissão de reserva de capital, que é representada por um percentual cobrado pela Finame e calculado sobre o valor liberado do repasse. Essa comissão é calculada proporcionalmente ao número de dias decorridos entre a data de reserva do financiamento e a respectiva data de liberação dos recursos. 3.1.3 Subscrição de debêntures Debêntures são títulos de crédito de médio e longo prazo, emitidos por companhias de ações, representando uma alternativa de captação de empréstimo no mercado. Os recursos levantados com a emissão de debêntures são geralmente utilizados no financiamento de projetos das empresas, na reestruturação de suas dívidas ou no aumento de capital de giro. Remuneração variável das debêntures: as debêntures podem apresentar algumas características de renda variável, como pagamento de prêmios, participação no lucro da empresa, opção de conversibilidade em ações da companhia. Apesar dessas remunerações, a debênture é mais bem classificada como título de renda fixa. Conversibilidade em ações: uma debênture pode ser emitida com cláusula de conversão em ações no vencimento do título, ocasião em que o investidor pode optar por receber o montante do resgate em ações da empresa ou em dinheiro. A quantidade de ações é determinada por meio de um fator de conversão previamente conhecido. Na condição de conversão, ainda, o investidor passa da posição de credor para a de acionista da empresa. Garantias das debêntures: as debêntures ainda podem ter garantia real quando são garantidas por bens integrantes do ativo da emissora, ou de terceiros, sob a forma de hipoteca ou penhor; podem ter garantia flutuante que assegura privilégios sobre os ativos da emissora, não impedindo, entretanto, a negociação dos bens que compõem esse ativo; também podem ser quirografárias (sem garantia) quando não oferecem nenhum tipo de garantia e nenhum privilégio sobre o ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais credores quirografários, em caso de liquidação; ou subordinadas, quando asseguram privilégios de pagamentos aos debenturistas, em caso de liquidação da empresa, somente em relação aos créditos dos acionistas da emissora. 30 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade II Observação A Bovespa Fix é um segmento responsável por negociar, liquidar e custodiar as debêntures na Bolsa de Valores de São Paulo. Esse segmento da bolsa tem o intuito de proporcionar maior liquidez e transparência no mercado secundário de renda fixa, além de reduzir os custos de transação e aumentar a eficiência nos negócios. Saiba mais Para saber mais sobre as ações de investimentos, leia: BM&fBOVESPA. Procedimentos operacionais da câmara de compensação, liquidação e gerenciamento de riscos de operações no segmento Bovespa, e da central depositária de ativos (CBLC). São Paulo, 2011. Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt‑br/regulacao/download/MPO‑ CBLC‑Completo‑110318‑Em‑vigor.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013. 3.1.4 Arrendamento mercantil – Leasing financeiro O arrendamento mercantil é uma operação que envolve a aquisição de bens por uma pessoa física ou jurídica que usará esse bem por um período determinado, mas pagando contraprestações. Ao final do contrato de arrendamento, o cliente arrendatário poderá decidir-se por uma das seguintes opções: • comprar o bem por um valor previamente contratado, denominado Valor Residual Garantido (VRG); • não exercer a opção de compra e devolver o bem ao arrendador; • renovar o contrato de arrendamento por um novo prazo. Nesse caso, o valor residual do bem será o principal da renovação. O prazo mínimo de um contrato de arrendamento mercantil é de dois anos para um bem com vida útil estimada em até cinco anos, e de três anos para os demais bens. O leasing financeiro é uma operação similar a um financiamento e oferece como vantagem ao arrendatário a dedutibilidade fiscal integral da contraprestação. No entanto, esse benefício precisa ser comparado com o custo efetivo da operação, indicando a atratividade dessa operação. 31 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Os principais encargos do arrendamento mercantil são: • taxa de juros; • taxa (tarifa) de abertura de crédito (TAC); • despesas adicionais, como seguros, registros de contratos etc.; • Imposto Sobre Serviços (ISS). 4 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 4.1 Avaliação de investimentos Na avaliação de investimentos, temos de considerar os diversos cenários para verificar a que se destina a avaliação. Queremos avaliar somente um investimento, que pode ser, por exemplo, a aquisição de uma máquina ou de um conjunto de máquinas e equipamentos que produzirão bens e serviços e podem ser vendidos com lucro. Geralmente, dizemos em finanças sobre quais os fluxos de caixas, entradas e saídas de dinheiro que ocorrerão ao longo do tempo. Queremos avaliar um conjunto mais sofisticado de investimentos ou ativos já existentes em funcionamento, produzindo lucros ou fluxos de caixa. Vale dizer que estaríamos no ambiente de avaliação de empresas para diversos propósitos, isto é, avaliação para vendê-las a outros futuros proprietários ou para diversas empresas. Em uma comunhão de negócios, com a incorporação, cisão ou fusão surgem novas empresas. Todas essas situações exigem que se determine qual é o valor de mercado das respectivas empresas, para que, na transferência de um proprietário para outro, nos casos das aquisições, de incorporação, fusão e cisão, nenhum dos antigos proprietários, sócios ou acionistas fique prejudicado do ponto de vista econômico e financeiro, inclusive os sócios ou acionistas dissidentes que não concordam com a venda, incorporação, cisão ou fusão da empresa. Os sócios dissidentes têm o direito de se retirarem da empresa, e suas participações podem ser adquiridas pelos sócios ou acionistas remanescentes. Existem inúmeras situações ou premissas que devem ser levadas em consideração na avaliação de investimentos. Veremos, a seguir, quais são elas. 4.2 Algumas premissas Na aquisição de um investimento (ativo), espera‑se que os benefícios futuros (receitas futuras, ganhos ou lucros) sejam maiores ou pelo menos iguais ao valor investido ou desembolsado. Regra geral: a maioria dos investimentos empresariais é independente; podem ser feitos dois ou mais investimentos simultaneamente. 32 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade II A restrição da não escolha de todas as alternativas de investimentos é falta de fundos ou de recursos financeiros. Existem, também, circunstâncias nas quais os investimentos ou decisões competem entre si. 4.3 A forma de se adquirir um ou mais investimentos, ativos ou bens Pode(m) ser adquirido(s) à vista, a prazo ou por meio de leasing (aluguel). Do ponto de vista financeiro, a alternativa a ser escolhida é aquela que resultar no menor desembolso (saída de caixa). Lucro ou ganho é somente o valor que superar o valor investido, ou seja, temos de levar em consideração os fundamentos econômicos dos investimentos, dos juros ou o valor do dinheiro no tempo. Vejamos um exemplo: imagine que você decida abrir um negócio cujo investimento inicial precise ser de R$100.000. Você espera obter um retorno sobre o investimento de 10% ao ano e que esse tipo de negócio tenha um tempo de vida útil ou econômica de seis anos, durante os quais o investimento vá lhe proporcionarseis entradas de caixa anuais de R$25.000. Como pensar em uma situação como essa proposta? O primeiro problema é separar o que é recuperação do capital inicial investido e o que é efetivamente ganho (lucro). É necessário explicar o que é recuperação do capital e lucro. Vamos entender que o capital investido será atualizado e abatido dos resultados nos fluxos de entradas. O lucro será o valor que ultrapassar o investimento inicial. Lembrete Lucro ou ganho é somente o que superar o valor do investimento inicial. Tabela 1 Anos Saldo inicial Ganhos de 10% ao ano (custo de capital) Entradas de caixa Capital ou investimento recuperado Saldo do investimento a ser recuperado (a) (b) c) (d) (e) = (d-c) (f) = (b-e) 0 (Saída de caixa) (100.000) (100.000) 1 (Entradas de caixa) 100.000 10.000 25.000 15.000 85.000 2 (Entradas de caixa) 85.000 8.500 25.000 16.500 68.500 3 (Entradas de caixa) 68.500 6.850 25.000 18.150 50.350 4 (Entradas de caixa) 50.350 5.035 25.000 19.965 30.385 5 (Entradas de caixa) 30.385 3.039 25.000 21.962 8.424 6 (Entradas de caixa) 8.424 842 25.000 24.158 (15.734) 33 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos A coluna A representa a descrição das operações de caixa, tanto de entradas como de saídas. A coluna B representa a atualização dos saldos dos investimentos, ou, em outras palavras, é o abatimento até zerar o investimento realizado. A coluna C representa os 10% do saldo a ser recuperado do investimento. A coluna D representa os fluxos de entradas, os quais foram mencionados no enunciado. A coluna E considera a diferença entre os valores de entrada e os valores a ser recuperados de custo de capital. A coluna F considera os saldos, já abatendo os valores de correção. Vejamos: no ano zero, o investimento realizado foi de R$100.000, e o valor a ser recuperado será o mesmo valor. Não há entrada por ser o momento do investimento. No ano 1, há um custo de capital de 10% sobre o investimento, ou saldo a ser recuperado; nesse momento, o valor a ser recuperado ainda é o total. Então, 10% sobre o valor investido é R$10.000,00; esse é o chamado custo do capital. Houve ainda entrada de R$25.000,00; como teve um custo já mencionado, o saldo será de 25.000 – 10.000 = 15.000. Como no ano 1 o investimento inicial é de R$100.000, ficará: 100.000 – 15.000 = 85.000,00. Esse é o valor a ser recuperado no final do ano 1 e o investimento inicial no ano 2. No ano 2, temos 85 mil de investimento inicial, assim, os 10% de custo do capital serão de R$8.500,00. Como teve entrada de R$25.000,00, o saldo de entrada será de 25.000 – 8.500= 16.500, e o saldo final será de: 85.000 – 16.500 = 68.500,00. Esse será o investimento inicial no ano seguinte. Esse procedimento ocorre nos anos seguintes até que os valores zerem; quando começar a ficar negativo significa que o investimento já se pagou, passando assim a obter lucros na operação. Observe que, até o quinto ano, você está apenas recuperando o capital inicial investido, e o lucro somente começa a existir a partir do sexto ano. O resultado de $15.734 é o lucro a valor futuro, ou seja, quanto de lucro teremos no sexto ano. Poderíamos também utilizar nossos conhecimentos de matemática financeira e fazer o seguinte raciocínio: em vez de pensarmos em valor futuro, poderíamos usar a técnica de valor presente ou valor presente líquido. Afinal, o que isso significa? As seis entradas de caixa de R$25.000 anuais podem ser trazidas a valor presente, ou seja, na data de hoje, ou na data “zero” (data do investimento). Então, comparamos essas entradas futuras de caixa a valor presente com a saída de caixa na data zero. Para usarmos essa técnica, precisamos, no mínimo, de duas informações: • o valor das entradas de caixa anuais; • a taxa de juros anual. Temos as duas: as entradas de R$25.000 anuais e a taxa de juros desejada de 10% ao ano. 34 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade II A tabela a seguir pode auxiliar nesse entendimento. Tabela 2 Anos (a) Fator de valor presente à taxa de 10% ao ano (b) Entradas nominais de caixa (c) Valor presente da saída e entradas futuras de caixa (d) = (b x c) 0 (100.000) 1 0,9091 25.000 22.727 2 0,8264 25.000 20.661 3 0,7513 25.000 18.783 4 0,6830 25.000 17.075 5 0,6209 25.000 15.523 6 0,5645 25.000 14.112 VPL = 8.882 Fórmula do fator de valor presente a uma dada taxa de juros. Para o ano 1, teríamos: 1 1 FVP = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ = 0.9091. (1 + i)n (1,10)1 R$25.000,00 = 25.000 x 0,9091 = 22.727,50 Na tabela, colocamos o valor redondo somente para facilitar o entendimento. Para o ano 2, teríamos: 1 1 1 FVP = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ = 0,8264. (1 + i)n (1,10)2 1, 21 Seguindo os mesmos procedimentos: 25.000 x 0,8264 = 20.661,00 Assim sucessivamente até o sexto ano. Os R$8.882 de VPL, no sexto ano, referem‑se ao lucro na data de hoje (do investimento ou desembolso), enquanto os R$15.734 referem‑se aos R$8.882 no final do período, ou seja, no sexto ano. Extraindo a prova, basta capitalizar a taxa de juros de 10% ao ano durante seis anos: a famosa fórmula de juros compostos: 35 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos (1 + i)n = (1,10) 6 = 1,77156 (até cinco casas decimais) ou: Capitalizando a taxa de 10% ao ano, durante seis anos, isto é: (1,10) x (1,10) x (1,10) x (1,10) X (1,10) x (1,10) = 1,77156 ou 1,77156, multiplicados por R$8.882 = R$15.735. Resumo Conhecer as fontes de financiamento proporciona ao gestor financeiro meios de planejar as ações de captação de recursos, buscando os meios mais adequados e menos onerosos para a empresa. Esta unidade abordou também meios de análise de retorno do investimento. Devemos buscar não somente a escolha certa, mas saber quando e como o capital investido retornará aos acionistas, o que possibilita decidir fazer ou não tal investimento, levando em consideração o tempo e os valores de retorno e avaliando se são interessantes ou não. Exercícios Questão 1. Segundo Lawrence J. Gitman, “o fluxo de caixa, o sangue da empresa, é o tema da preocupação básica do administrador financeiro, tanto na gestão das finanças no dia-a-dia quanto no planejamento e na tomada de decisões estratégicas voltadas para a criação de valor para o acionista”. (GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10. Ed. São Paulo: Pearson, 2004, p. 84). Para Rodney Wernke, “a maioria das alternativas nos problemas de análise de investimentos envolve ingressos e desembolsos de caixa, recebimentos e pagamentos ou receitas e despesas” (WERNKE, R. Gestão financeira. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 94). Indique a alternativa que apresenta um evento que corresponde a uma entrada de recursos no fluxo de caixa: A) Venda de ativo imobilizado. B) Diminuição do passivo circulante. C) Aumento na composição do estoque. D) Distribuição de lucros. E) Apuração de prejuízo líquido durante o exercício. Resposta correta: alternativa A. 36 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade II Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: a venda de um ativo imobilizado representa a troca de um ativo fixo por um ativo monetário e, portanto, a entrada de recursos no fluxo de caixa. B) Alternativa incorreta. Justificativa: a diminuição do passivo circulante significa que ocorreu o pagamento de dívidas de curto ou de longo prazo e, assim, a saída de recursos do fluxo de caixa. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o aumento na composição do estoque indica que recursosmonetários foram imobilizados, o que requer saídas de fluxo de caixa. D) Alternativa incorreta. Justificativa: a distribuição de lucros somente ocorre se a empresa transferir recursos monetários para acionistas. Representa, portanto, saídas de fluxo de caixa. E) Alternativa incorreta. Justificativa: se durante um período foi apurado prejuízo líquido, no mesmo período houve mais saídas de caixa do que entradas. Questão 2. (Enade 2009, adaptada) Constantemente, empresários encontram problemas no gerenciamento de suas empresas. Todavia, aqueles relacionados à área financeira merecem atenção cuidadosa, uma vez que a empresa depende de recursos financeiros para continuar suas atividades. Caso os negócios da empresa não estejam bem e a empresa necessite recorrer a empréstimos para a manutenção de sua atividade, o mercado financeiro é uma opção para captação de recursos. Alternativamente, caso os recursos financeiros da empresa sejam excedentes e não haja interesse no aumento de investimentos em sua atividade principal, é possível efetuar investimentos em diversas opções do mercado financeiro. Sobre operações financeiras, leia as afirmativas: Diretores Financeiros são responsáveis por decisões acerca de como investir os recursos de uma empresa para expandir seus negócios e sobre como obter tais recursos. Investidores são instituições financeiras ou indivíduos que financiam os investimentos feitos pelas empresas e governos. Assim, decisões de investimento tomadas por Diretores Financeiros e Investidores são, normalmente, semelhantes. 37 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos Porque As decisões de investimento dos Diretores Financeiros focalizam os ativos financeiros (ações e títulos de dívidas), enquanto as decisões de investimento dos Investidores focalizam ativos reais (edificações, máquinas, computadores etc.). Com base na leitura dessas frases, é correto afirmar que: A) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. B) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. C) as duas afirmações são falsas. D) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. E) as duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. Resolução desta questão na plataforma. 38 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade III Unidade III 5 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS Vimos na unidade anterior cálculos sobre tempo de retorno de investimento, levando em consideração taxa de juros e valores de entrada. Aqui vamos discutir outras técnicas de análise de investimento. Abriremos uma discussão para contextualizar a situação, pois investimento faz parte das decisões diárias das empresas: comprar uma máquina automática ou manual? Vejamos: é preciso pensar em produtividade, pois ela gera entrada de recursos e ao mesmo tempo gera consumos diferentes. Por exemplo: uma máquina automática é mais cara, mas exige menos mão de obra, reduzindo o custo, contudo, a manutenção é mais cara. Esses são pensamentos que precisam ser formulados para as decisões de investimentos. Resumidamente, devemos considerar: • valor investido; • custo do capital aplicado; • tempo de retorno desejado; • custo de operação; • geração de caixa. Em decisões de investimentos, podemos usar diversas técnicas de avaliação financeira; entre elas, destacamos: • período de recuperação do investimento ou payback; • taxa média de retorno; • Valor Presente Líquido – VPL; • EVA e o Market Value Added (MVA); • Taxa Interna de Retorno – TIR. 39 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos 5.1 O payback Este método é o mais simples, pois é definido como o número de meses ou anos necessário para recuperar o desembolso em um determinado investimento. Não considera o valor do dinheiro no tempo, ou seja, a sua metodologia não se traduz num fluxo de caixa descontado a uma determinada taxa. A recuperação do investimento feito está mais associada a um prazo‑limite fixado pelo investidor para recuperar o valor aplicado ou investido. Havendo grandes possibilidades de risco de não recuperação no prazo‑limite fixado, a decisão é não aceitar o projeto de investimento. Por exemplo, supondo um investimento no valor de R$360.000,00, desembolsados de uma única vez e que gera expectativa de entradas conforme tabela a seguir: Tabela 3 Ano Expectativas de entradas 1 51.000 2 115.000 3 264.000 4 200.000 5 250.000 Como trabalhar com esses valores para calcular o payback? Vejamos: Tabela 4 – Fluxos de caixa acumulados Ano Fluxo de caixa no período Fluxos acumulados 0 (360.000) (360.000) 1 51.000 (309.000) 2 115.000 (194.000) 3 264.000 70.000 4 200.000 270.000 5 250.000 520.000 Abatem‑se os valores das entradas do investimento inicial feito até que os valores zerem e tornem‑se positivos. Para um projeto de investimento conforme a tabela anterior, cuja saída é de R$ 360.000, tornando‑se positivo durante o terceiro ano, e admitindo‑se que a entrada de $264.000 no terceiro ano ocorra de maneira uniforme, ou seja, 264.000/12 = 22.000 por mês, o fluxo de caixa torna‑se positivo, decorridos dois anos e aproximadamente 8,81 meses, ou nove meses. Como chegamos a esse valor? 40 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Unidade III Veja que no fim do ano 2, há um saldo a recuperar de 194.000, que deveria ser recuperado no ano 3. No ano 3 há uma entrada superior a esse valor, 264 mil reais. Então precisamos apurar ou fazer um rateio das entradas mensais, ou seja, 264 mil em um ano representam 22 mil por mês, supondo entrada linear. Assim, o saldo a recuperar de 194 mil deve ser dividido por 22 mil reais, o que vai apontar que esse valor será atingido em 8,81 meses. Se a empresa estabeleceu um limite de quase três anos, então o projeto deve ser aceito. Entretanto, se houver uma margem de risco que possa determinar que o fluxo de caixa ocorra muito além dos três anos, por exemplo, quatro anos, então a decisão é não aceitar o projeto. Veja que a decisão dos investidores quanto ao prazo é aceitável para obter o retorno; se os cálculos apontarem retorno em tempo igual ou inferior ao prazo estipulado, o investimento é aceito e, se for superior, deve ser negado. Outra forma de calcular os meses do payback Uma forma alternativa de calcular o tempo do payback conforme quadro anterior é: 194.000 x 12 Período = ‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑‑ = 8,81 meses. 264.000 Arredondando os valores acima, os nove meses somados aos dois anos iniciais determinam que o período de recuperação do valor investido é de dois anos e nove meses, ou quase três anos, aproximadamente. 5.2 Taxa média de retorno É também um método que não considera o valor do dinheiro no tempo. Utilizando os mesmos dados, veremos como o fluxo médio de entradas de caixa é calculado. Tabela 5 – Fluxos das entradas Anos ou períodos Entradas de caixa Ano 1 51.000 Ano 2 115.000 Ano 3 264.000 Ano 4 200.000 Ano 5 250.000 Total 880.000 41 Re vi sã o: V irg ín ia / Ca rla - D ia gr am aç ão : M ár ci o - 06 /0 9/ 20 13 Análise de investimentos O primeiro passo é calcular a média anual dos cinco anos, igualando, mesmo que em média, os valores de entradas. Entradas médias – anual: 880.000/5 = 176.000 por ano. Cada entrada será considerada como uma parcela de retorno, assim: Taxa Média de Retorno = 176 000 360 000 100 48 89 . . , %x = Se o padrão desejado for inferior a 48,89%, por exemplo, 35%, então a decisão é também aceitar o projeto de investimento. Devemos estar conscientes de que a
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