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Definição: Distúrbio do metabolismo da glicose frequentemente observado nos RN por imaturidade das vias de homeostase da glicose. Introdução Apesar de haver divergências entre os autores a respeito do limiar normal de glicemia, muitos consideram como anormal um nível sérico de glicose: ● ≤ 40 mg/dL nas primeiras horas para RN de qualquer IG; ● < 45 mg/dL entre 24 e 48 horas de vida; ● < 60 mg/dL após 48 horas de vida; ● < 70 mg/dL nas desordens genéticas que cursam com hipoglicemia. Fisiopatologia Após o nascimento, com o clampeamento do cordão umbilical, o RN precisa ativar a gliconeogênese, utilizando os aminoácidos dos músculos como principais substratos para a produção de glicose no fígado. Hormônios contrarreguladores à ação da insulina (adrenalina, cortisol, GH, glucagon) estimulam a glicogenólise e a gliconeogênese, liberando ácidos graxos livres na circulação. No fígado, esses serão oxidados em corpos cetônicos, que podem ser usados como fonte energética pelos neurônios. Durante essa adaptação, a imaturidade pode ocasionar a hipoglicemia. Apresentação Clínica Os sinais e sintomas são inespecíficos: ● Abalos; ● Reflexo de Moro exacerbado; ● Letargia; ● Recusa alimentar; ● Choro estridente; ● Cianose; ● Apneia; ● Taquipneia; ● Dificuldade respiratória; ● Instabilidade vasomotora; ● Hipotermia; ● Temperatura instável; ● Convulsões; ● Mioclonias; Pesquisar fatores de risco maternos: ● Diabetes (prévia ou gestacional); ● Uso de medicamentos (Clorpropamida, Terbutalina, hipoglicemiantes orais, diuréticos tiazídicos); ● Infusão intraparto de dextrose; ● Hipertensão; ● Pré-eclâmpsia. ● Pesquisar fatores de risco neonatais: ● Prematuridade; ● Restrição de crescimento intrauterino; ● Hipóxia e isquemia; ● Sepse; ● PIG (pequeno para idade gestacional); ● GIG (grande para idade gestacional); ● Hipotermia; ● Policitemia; ● Síndrome de Beckwith-Wiedemann; ● Tumores produtores de insulina (nesidioblastose, adenoma ou dismaturidade das células da ilhota). Algumas causas de hipoglicemia podem ser sugeridas por alterações do exame físico: ● Hiperinsulinismo: Macrossomia fetal; ● Hipopituitarismo: Anomalias da linha média facial, atrofia do nervo óptico, micropênis, icterícia prolongada; ● Deficiência de GH, hipopituitarismo, glicogenoses: Déficit de crescimento; ● Hipocortisolismo: Hiperpigmentação cutânea; ● Glicogenoses, distúrbios da oxidação dos ácidos graxos: Hepatomegalia; ● Distúrbios da oxidação dos ácidos graxos: Miopatia, miocardiopatia, neuropatia periférica; ● Síndrome de Beckwith-Wiedemann: Macrossomia, microcefalia leve, onfalocele, macroglossia, visceromegalia. Abordagem Diagnóstica Confirmação laboratorial de glicemia abaixo do esperado no momento em que os sintomas estão presentes (para mais informações, ver Introdução). Prova terapêutica: Resolução imediata dos sintomas com a administração de glicose EV e correção da hipoglicemia. Quando a hipoglicemia é refratária ou há necessidade de infusões de glicose por mais de uma semana, é necessário investigar causas menos comuns de hipoglicemia, solicitando outros exames: ● Glicose plasmática; ● Dosagem de insulina; ● Gasometria arterial ou venosa; ● Eletrólitos (sódio, potássio, cloro); ● Cetonemia; ● Lactato; ● Amônia; ● Ácido úrico; ● Transaminases; ● GH (hormônio de crescimento); ● Cortisol; ● ACTH; ● T4 livre; ● TSH; ● Glucagon; ● Triagem para erros inatos do metabolismo; ● Pesquisa de substâncias redutoras na urina; ● Cetonúria e ácidos orgânicos; ● Dosagem de beta-hidroxibutirato; ● Peptídeo C plasmático. Classificação Transitórias (até 1 a 2 meses de vida): Policitemia, GIG e filhos de diabéticas, eritroblastose, uso de drogas maternas, prematuridade, sepse / hipotermia, PIG e asfixia. Persistentes (após 2 meses de vida): Erro inato do metabolismo (EIM), doenças endócrinas, hiperinsulinismo por insulinomas ou defeitos do canal potássio-ATP. Diagnóstico Diferencial Diagnóstico diferencial se estabelece entre causas de hipoglicemia neonatal: ● Hiperinsulinismo: Filho de diabética, GIG, eritroblastose, hiperinsulinismo congênito persistente, síndrome de Beckwith-Wiedemann (onfalocele, macroglossia e hemihipertrofia), tumores produtores de insulina, uso materno de medicamentos (betabloqueadores, Terbutalina, Clorpropamida, diuréticos tiazídicos), cateter de artéria umbilical mal posicionado, cessação abrupta de infusão de glicose em alta taxa após exsanguineotransfusão com sangue contendo alta concentração de glicose, resposta exacerbada à transição neonatal; ● Redução da produção/reservas: Prematuridade, crescimento intrauterino restrito (CIUR), pequeno para idade gestacional (PIG), taxa calórica inadequada, atraso no início da alimentação; ● Estresse perinatal: Sepse, choque, asfixia, hipotermia, dificuldade respiratória; ● Exsanguineotransfusão; ● Defeitos no metabolismo dos carboidratos: Glicogenoses, intolerância hereditária à frutose, galactosemia; ● Deficiência endócrina: Insuficiência suprarrenal (genitália ambígua, hiponatremia, hipercalemia e hipertensão arterial sistêmica), deficiência hipotalâmica, hipopituitarismo (deficiência de GH e ACTH, podem ocorrer defeitos de linha média facial e micropênis), deficiência de glucagon, deficiência de adrenalina; ● Defeitos no metabolismo de aminoácidos: Doença da urina em xarope de bordo, acidemia propiônica, acidemia metilmalônica, tirosinemia, acidemia glutárica tipo II, aciduria adípica metilmalônica, glutaricidemia; ● Policitemia. ● Outras doenças agudas neonatais que podem se apresentar com hipoglicemia: - Insuficiência cardíaca; - Insuficiência renal; - Insuficiência hepática; - Doenças do sistema nervoso central (SNC); - Anormalidades metabólicas (hipocalcemia, hiponatremia ou hipernatremia, hipomagnesemia, deficiência de piridoxina). Acompanhamento Internação hospitalar: Toda criança com hipoglicemia neonatal deve ser mantida em ambiente hospitalar para monitoramento da glicemia e investigação de causa. Ficar atento aos fatores de risco a fim de se antecipar e prevenir a hipoglicemia é fundamental. Prescrever controle de glicemia nos grupos de risco: ●Prematuros (incluindo prematuros tardios com idade gestacional abaixo de 37 semanas); ●Bebês GIG ou PIG; ●Filhos de mães diabéticas; ●Neonatos com história de estresse perinatal (asfixia, pré-eclâmpsia, eclâmpsia ou hipertensão materna, síndrome da aspiração de mecônio, eritroblastose fetal, policitemia); ●Recém-nascidos pós-termo; ●RN que necessitam de UTI neonatal; ●RN cujas mães usaram medicamentos beta-adrenérgicos ou hipoglicemiantes orais durante gestação; ●História familiar de hipoglicemias de transmissão genética; ●Síndromes congênitas (ex.: síndrome de Beckwith-Wiedemann). Frequência de avaliação da glicemia: Realizar o rastreio logo após a primeira mamada (que deve ocorrer na primeira hora pós nascimento). Depois, manter rastreio pré-dieta a cada 3-6 horas por 24-48 horas. Suspender a avaliação após manutenção de glicemia na faixa maior que 50 mg/dL (crianças até 48 horas de vida) e maior que 60 mg/dL (crianças após 48 horas de vida). Método de medida: O HGT pode ser utilizado como método de rastreio, mas as medidas (principalmente se houver hipoglicemia) devem ser confirmadas laboratorialmente pela glicemia sérica. Abordagem Terapêutica Iniciar a alimentação enteral (de preferência com leite materno ou de banco de leite) o mais precocemente possível, de acordo com a tolerabilidade do RN. RN assintomáticos: ● Novas evidências mostram que a realização de bólus de glicose em crianças assintomáticas aumenta o risco de alterações neurológicas em RN acima de 35 semanas de idade gestacional; ● Nessas crianças, se necessário uso de glicose intravenosa quando assintomáticas, iniciar direto com infusão contínua de glicose na taxa de 5-8 mg/kg/minuto. RN assintomático com < 4 horas de vida com glicemia < 25 mg/dL: ● Alimentar a criança (LM/LHOP/fórmula infantil). Repetir a dosagem em 1 hora; ● Se houver manutenção dos valores < 25mg/dL, iniciar infusão venosa contínuade glicose com TIG 5-8 mg/kg/minutos EV e monitorar glicemia de 1/1 hora; ● Se glicemia aumentar acima de 40 mg/dL com alimentação, manter a alimentação a cada 2-3 horas e manter controle de glicemia a cada 2-3 horas. RN assintomático com < 4 horas de vida com glicemia de 25-40mg/dL: ● Alimentar a criança (LM/LHOP/fórmula infantil). Repetir a dosagem em 1 hora; ● Se houver manutenção dos valores de 25-40mg/dL, realimentar. Se após 1 hora da realimentação a glicemia não aumentar, iniciar infusão venosa contínua de glicose com TIG 5-8 mg/kg/minuto EV conforme condições clínicas do paciente; ● Se glicemia aumentar acima de 40 mg/dL com alimentação, manter a alimentação a cada 2-3 horas e manter controle de glicemia com o mesmo intervalo. RN assintomático com 4-24 horas de vida com glicemia < 35 mg/dL: ● Alimentar a criança (LM/LHOP/fórmula infantil). Repetir a dosagem em 1 hora; ● Se houver manutenção dos valores abaixo de 35 mg/dL, iniciar infusão venosa contínua de glicose com TIG 5-8 mg/kg/min EV. Se glicemia aumentar acima de 35 mg/dL com alimentação, manter a alimentação a cada 2-3 horas e manter controle de glicemia com o mesmo intervalo; ● Se o paciente se tornar sintomático ou manter glicemia < 45 mg/dL após 3 dietas orais seguidas, iniciar infusão contínua de glicose com TIG 5-8 mg/kg/min EV. RN assintomático com 4 a 24 horas de vida com glicemia de 35 a 45mg/dL: ● Alimentar a criança (LM/LHOP/fórmula infantil). Repetir a dosagem em 1 hora; ● Se houver manutenção dos valores entre 35 e 45 mg/dL, realimentar. Repetir em 1 hora; ● Se o paciente se tornar sintomático ou manter glicemia < 45 mg/dL após 3 dietas orais seguidas, iniciar infusão contínua de glicose com TIG 5-8 mg/kg/min EV; ● Se glicemia aumentar acima de 45 mg/dL com alimentação, manter a alimentação a cada 2-3 horas e manter controle de glicemia com o mesmo intervalo. RN sintomáticos: SG 10% 2 mL/kg EV a 1 mL/minuto (corresponde a 200 mg/kg de glicose). Após a infusão, manter glicose venosa contínua a 5-8 mg/kg/minuto. Avaliar a glicemia 30 minutos após a infusão, e depois a cada hora. Alvo de glicemia: - > 50 mg/dL nas primeiras 48 horas; - > 60 mg/dL após 48 horas de vida; - Limite superior de 90-100 mg/dL. ● TIG máxima: 12 mg/kg/minuto. Usar concentração de glicose máxima de 12,5% em veia periférica e 25% em cateter venoso central; ● Adicionar 4 mL/kg/dia de Gluconato de cálcio às soluções de glicose nas infusões prolongadas, mas nunca no bólus. Após a estabilização da glicemia: Reduzir de 0,5-1 mg/kg/minuto a cada vez (em intervalos nunca inferiores a uma hora). Se o paciente evoluir com sintomas de hipoglicemia, fazer bólus de 2 mL/kg de glicose a 10% e aumentar a TIG em 1,6 mg/kg/minuto. Rever glicemia após 30 minutos. Na correção da hipoglicemia refratária (quando TIG > 12 mg/kg/minuto), avaliar a prescrição de: Glucagon: 20-200 microgramas/kg EV em bólus em 1 minuto, IM ou SC (dose máxima: 1 mg). Repetir se não houver aumento de glicemia após 20 minutos do uso da medicação. Se necessário, realizar infusão contínua na dose de 10-20 microgramas/kg/hora EV; Corticoterapia: Escolha uma das opções: ● Tende a ser a primeira escolha: Hidrocortisona: 2-6 mg/kg/dose EV 12/12 ou 8/8 horas; ● Prednisona: 2 mg/kg/dia VO dose única diária. ● Diazóxido (no hiperinsulinismo persistente) 5-20 mg/kg/dia VO de 8/8 horas ou 12/12 horas. A resposta ocorre em 2-3 dias. Monitorar a PA por ser um hipotensor; ● Octreotide 5-10 micrograma/kg/dia de 3-4 vezes SC (dose inicial). Obs.: Nos tumores secretores de insulina ou nesidioblastose, pode ser necessária a ressecção cirúrgica (pancreatectomia subtotal). Profilaxia Manter amamentação sob livre demanda e garantir manutenção da estabilidade térmica são ações que auxiliam na adaptação da vida intrauterina para a extrauterina a se dar sem intercorrências como a hipoglicemia, principalmente fora dos grupos de risco. Guia de Prescrição Prescrição Hospitalar Sintomática Orientações ao Prescritor ●Transferir para UTI Neonatal se ainda não estiver nesta unidade; ●Reaferir glicemia 30 minutos após iniciada a terapia parenteral. Se atingir alvo glicêmico, avaliar glicemia de 1/1 hora e depois espaçar para 3/3 horas. Alvo glicêmico: >50 mg/dL nas primeiras 48 horas de vida; >60 mg/dL após 48 horas de vida; >70 mg/dL em pacientes com desordem genética suspeita ou confirmada que cursa com hipoglicemia (Rozance, 2021; Thorton et al, 2015). Limite superior de 90-100 mg/dL (Rozance, 2021), outros autores consideram o limite de 120 mg/dL. ●O máximo de concentração de glicose em acesso venoso periférico deve ser de 12,5%, pois as soluções com concentrações superiores a 12,5% são vesicantes. Dieta Estimular a amamentação: Aleitamento materno em livre demanda, iniciando na primeira hora de vida (salvo na presença de contraindicações) e se não estiver no momento da hipoglicemia sintomática ou com rebaixamento de nível de consciência. Tratamento Farmacológico 1.SG 10% 2 mL/kg EV em bólus; 2.Hidratação venosa de manutenção com taxa de infusão de glicose (TIG) 5-8 mg/kg/minuto (máximo de 12mg/kg/min) EV; 3.Se hipoglicemia refratária (necessidade de TIG > 12 mg/kg/minuto): Avaliar a prescrição de uma ou mais das seguintes opções: ●Corticoterapia: Escolha uma das opções (ordem decrescente de preferência): - 1a linha: Hidrocortisona 2-6 mg/kg/dose EV 12/12 ou 8/8 horas; - Prednisolona 2 mg/kg/dia VO dose única diária; ●Se hiperinsulinismo persistente: Diazóxido 5-20 mg/kg/dia VO de 8/8 horas ou 12/12 horas. A resposta ocorre em 2-3 dias. Monitorar a PA por ser um hipotensor; ●Octreotida dose inicial: 5-10 microgramas/kg/dia SC de 3-4x/dia. Cuidados 1.Controle de dextro (glicemia capilar periférica) de 1/1 hora. 2.Suspender a avaliação do dextro se: ●Ausência de hipoglicemia sintomática; ●Manutenção de glicemia na faixa maior que 50 mg/dL (crianças com até 48 horas de vida), maior que 60 mg/dL (crianças após 48 horas de vida) e maior que 70 mg/dL nas desordens genéticas que cursam com hipoglicemia. 3.Orientar chamar médico plantonista se dextro < 50 mg/dL (primeiras 48 horas de vida). 4.Sinais vitais de 6/6 horas. Assintomática - até 4h de vida Orientações ao Prescritor ●Se não aumentar adequadamente a glicemia com dieta, tratar como hipoglicemia sintomática. ●Indicações de controle de glicemia regular desde o nascimento (o controle deve ser feito por pelo menos 24h): ● Prematuridade incluindo os prematuros tardios com IG 34 a 36 semanas e 6 dias; ● Pequeno ou grande para idade gestacional (PIG ou GIG); ● Filho de mãe diabética; ● Síndrome congênita que cursa com hipoglicemia (Kabuki ou Beckwith-Wiedemann); ● Neonato em dieta zero por alguma questão clínica/cirúrgica e/ou outros fatores de risco abaixo; ● Outros fatores de risco: baixo peso ao nascer (<2,5kg), acidose grave, síndrome hipóxico-isquêmica, sepse (suspeita ou confirmada), eritroblastose fetal, policitemia (Hto>70%), micropênis, defeitos da linha média, suspeita de erro inato do metabolismo ou endocrinopatia, desconforto respiratório, uso de drogas maternas (hipoglicemiantes orais, terbutalina ou propranolol), e/ou gemelar discordante com peso 10% inferior ao do gêmeo maior. Dieta Iniciar alimentação (seio materno em livre demanda/ 10mL de leite humano ordenhado por dieta / 10mL de fórmula infantil por dieta) VO na 1a hora de vida (salvo contraindicações) de 2/2h ou 3/3h, fazer glicemia capilar periférica após 30min da 1a refeição. Se a glicemia for <25 mg/dL, realimente e revise glicemia em 1h: ● Se persistir <25 mg/dL, trate como hipoglicemia sintomática. ● Se a glicemia ficar de 25 a 40 mg/dL, realimente. Se após 1h da realimentação a glicemia não aumentar, trate como hipoglicemia sintomática. ● Se glicemia aumentar acima de 40 mg/dL com alimentação, manter a alimentação a cada 2-3 horas e manter controle de glicemia com o mesmo intervalo. ● Alvo de glicemia: 40 a 50 mg/dL antes da refeição (AAP, 2011). Cuidados 1. Controle de dextro (se tiver fator de risco para hipoglicemia): ●Realizarlogo após a primeira mamada de 30 minutos a 1 hora de vida e, depois, manter rastreio pré-dieta a cada 2 a 3 horas por 24-48 horas; ●Suspender a avaliação após manutenção de glicemia na faixa maior que 50 mg/dL (crianças com até 48 horas de vida) após 24h de vida; ●Deixar orientado na prescrição de chamar plantonista se dextro < 50 mg/dL (primeiras 48 horas de vida). 2. Sinais vitais de 6/6 horas. Assintomática - 4h a 24h de vida Orientações ao Prescritor Se não aumentar adequadamente a glicemia com dieta, tratar como hipoglicemia sintomática. Indicações de controle de glicemia regular desde o nascimento (o controle deve ser feito por pelo menos 24h): ● Prematuridade incluindo os prematuros tardios com IG 34-36 semanas e 6 dias; ● Pequeno ou grande para idade gestacional (PIG ou GIG); ● Filho de mãe diabética; ● Síndrome congênita que cursa com hipoglicemia (Kabuki ou Beckwith-Wiedemann); ● Neonato em dieta zero por alguma questão clínica / cirúrgica; ● Outros fatores de risco: baixo peso ao nascer (<2,5kg), acidose grave, síndrome hipóxico-isquêmica, sepse (suspeita ou confirmada), eritroblastose fetal, policitemia (Hto>70%), micropênis, defeitos da linha média, suspeita de erro inato do metabolismo ou endocrinopatia, desconforto respiratório, uso de drogas maternas (hipoglicemiantes orais, Terbutalina ou Propranolol), e/ou gemelar discordante com peso 10% inferior ao do gêmeo maior. Dieta 1. Alimentação por seio materno em livre demanda / 10 mL de leite humano ordenhado por dieta / 10 mL de fórmula infantil por dieta VO na 1a hora de vida (salvo contraindicações) e de 2/2 horas ou 3/3 horas. 2. Fazer a glicemia antes de cada mamada. 3. Se a glicemia for < 35 mg/dL, realimente e revise glicemia em 1h: ● Se persistir <35 mg/dL, trate como hipoglicemia sintomática; ● Se a glicemia ficar de 35-45 mg/dL, realimente. Se após 1h da realimentação a glicemia não aumentar, trate como hipoglicemia sintomática; ● Se glicemia aumentar acima de 45 mg/dL com alimentação, manter a alimentação a cada 2-3 horas e manter controle de glicemia com o mesmo intervalo; ● Alvo de glicemia: 40-50 mg/dL antes da refeição (AAP, 2011). Cuidados 1. Controle de dextro (glicemia capilar periférica, (se tiver fator de risco para hipoglicemia): ● Realizar logo após a primeira mamada de 30 minutos a 1 hora de vida e, depois, manter rastreio pré-dieta a cada 2-3horas por 24-48 horas; ● Suspender a avaliação após manutenção de glicemia na faixa maior que 50 mg/dL (neonatos com até 48 horas de vida) após 24 horas de vida; ● Deixar orientado na prescrição de chamar plantonista se dextro < 45 mg/dL (primeiras 48 horas de vida). 2. Sinais vitais de 6/6 horas. Assintomática - ≥ 24h de vida Orientações ao Prescritor ●Se não aumentar a glicemia com dieta, tratar como hipoglicemia sintomática; ●Indicações de controle de glicemia regular desde o nascimento (o controle deve ser feito por pelo menos 24h): ● Prematuridade incluindo os prematuros tardios com IG 34 a 36 semanas e 6 dias; ● Pequeno ou grande para idade gestacional (PIG ou GIG); ● Filho de mãe diabética; ● Síndrome congênita que cursa com hipoglicemia (Kabuki ou Beckwith-Wiedemann); ● Neonato em dieta zero por alguma questão clínica / cirúrgica; ● Outros fatores de risco: baixo peso ao nascer (<2,5kg), acidose grave, síndrome hipóxico-isquêmica, sepse (suspeita ou confirmada), eritroblastose fetal, policitemia (Hto>70%), micropênis, defeitos da linha média, suspeita de erro inato do metabolismo ou endocrinopatia, desconforto respiratório, uso de drogas maternas (hipoglicemiantes orais, terbutalina ou propranolol), e/ou gemelar discordante com peso 10% inferior ao do gêmeo maior. Dieta 1. Alimentação por seio materno / leite humano ordenhado por dieta / fórmula infantil por dieta VO (salvo contraindicações) de 2/2 horas ou 3/3 horas. 2. Fazer a glicemia antes de cada mamada. 3. Se a glicemia for < 50 mg/dL tendo de 24-48 horas de vida ou <60 mg/dL a partir de 48 horas de vida, realimente e revise glicemia em 1 hora: ●Se persistir <50 mg/dL (tendo 24-48 horas de vida) ou < 60mg/dL (com mais de 48 horas de vida), trate como hipoglicemia sintomática; ●Se glicemia aumentar acima de 50 mg/dL (tendo de 24-48 horas de vida) ou 60 mg/dL (>48 horas de vida) com realimentação, manter a alimentação a cada 2-3 horas e manter controle de glicemia com o mesmo intervalo. Observação! Volume inicial de dieta no primeiro dia de vida: 10-20 mL / dieta e aumentar a taxa hídrica em 30 mL/kg/dia até alcançar a meta de 140-160 mL/kg/dia (ajustar se houver alguma restrição do neonato). Cuidados 1. Controle de dextro (glicemia capilar periférica, (se tiver fator de risco para hipoglicemia): ●Manter rastreio pré-dieta a cada 2-3 horas; ●Deixar orientado na prescrição de chamar plantonista se dextro < 50 mg/dL (primeiras 48 horas de vida), < 60 mg/dL (após 48 horas de vida) ou < 70 mg/dL se paciente tiver desordem genética que cursa com hipoglicemia; ●Caso o paciente persista com glicemia acima do alvo, avaliar espaçar dextro. 2. Sinais vitais de 6/6 horas.
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