Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA BACHARELADO E LICENCIATURA EM QUÍMICA EXTRAÇÃO ÁCIDO-BASE BEATRIZ AIRES DE OLIVEIRA MACIEL GOMES DOS SANTOS MARCELO AUGUSTO REIS DE ABREU PATRICIA CRISTINA DA SILVA CUIABÁ – MT 2021 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA BACHARELADO E LICENCIATURA EM QUÍMICA EXTRAÇÃO ÁCIDO-BASE BEATRIZ AIRES DE OLIVEIRA MACIEL GOMES DOS SANTOS MARCELO AUGUSTO REIS DE ABREU PATRICIA CRISTINA DA SILVA Relatório apresentado como forma de obtenção de nota parcial da disciplina de Química Orgânica Experimental ministrada pelo professor Drº Lucas Campos Curcino Vieira CUIABÁ – MT 2021 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 2. OBJETIVOS ............................................................................................................................. 5 3. PARTE EXPERIMENTAL .......................................................................................................... 6 3.1. MATERIAIS E REAGENTES .............................................................................................. 6 4. PARTE EXPERIMENTAL .......................................................................................................... 6 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................................................. 7 5.1. EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA ................................................................................................. 7 5.2. EXTRAÇÃO DO AAS ........................................................................................................ 8 5.3. RENDIMENTOS ........................................................................................................ 8 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................ 9 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 10 4 1. INTRODUÇÃO O primeiro reconhecimento da existência de ácidos e de bases foi baseado, casualmente, no critério de gosto e de tato: ácidos eram azedos e as bases tinham uma consistência de sabão. Um profundo entendimento químico de suas propriedades emergiu da concepção de Arrhenius de um ácido como composto que produzia íons hidrônios em água. As definições mais modernas, as únicas que nos consideramos, estão baseadas em uma gama maior de reações químicas. As definições de Bronsted e de Lowry enfocam a transferência de próton, e a de Lewis está baseada na interação doadora e receptora de pares eletrônicos. (ATKINS, et. al. 2006). O processo de extração é uma técnica de separação comumente empregada nos experimentos de Química Orgânica. O processo líquido-líquido é um processo que envolve a mistura de dois líquidos imiscíveis, ou seja, dois solventes que não se dissolvem um no outro. Neste modo de separação, um dos solventes é sempre água (neutra, ácida ou básica), enquanto o outro solvente é um composto orgânico o qual deve ser imiscível com água, tal como: éter etílico, diclometano, acetato de etila, entre outros. Assim, quando os dois solventes são misturados vigorosamente em um funil de separação, os componentes orgânicos neutros insolúveis em água migram para o solvente orgânico, enquanto que os componentes solúveis em água permaneçam na fase aquosa. Uma variação do processo de extração é a extração ácido-base, a qual é uma técnica efetiva na separação de compostos orgânicos que contenham grupos funcionais específicos, como ácido carboxílico (RCO2H), amina (RNH2) ou fenol (RC6H4OH). As substâncias orgânicas são separadas de acordo com o comportamento ácido, básico ou neutro. (CURCINO VIEIRA et al. 2021). 5 Fonte 1: UFMT A separação ácido-base é amplamente utilizada como método de purificação após reações químicas, a fim de obter-se apenas o produto de interesse. Este método em linhas gerais se baseia amplamente nas propriedades químicas dos compostos envolvidos, tendo isso como fato e por ser extremamente um método simples, a separação ácido-base é incapaz de separar ácidos ou bases muito parecidos. Entretanto, por essa técnica pode-se obter produtos isentos de impurezas neutras, ácidas ou básicas. (MENDES et al. 2012). O principio utilizado para esse método é muito semelhante quando se dissolve um sal iônico em água, sabe-se que o sal se dissociara, porém, se ao invés de utilizar-se o sal fosse utilizado uma molécula neutra, nada aconteceria. Dessa maneira, se adicionarmos um ácido em uma solução de ácido orgânico mais uma base, resultara na protonação da base. Enquanto o ácido continua descarregado. Se o ácido orgânico, ou seja, um ácido carboxílico, é suficientemente forte, a sua ionização não acontece por conta da presença do ácido adicionado. (QUEIROZ et al, 2001). 2. OBJETIVOS Separar através de extração ácido e base a cafeína e o ácido acetilsalicílico presente no analgésico “melhoral”. 6 3. PARTE EXPERIMENTAL 3.1. MATERIAIS E REAGENTES 5 comprimidos do analgésico “melhoral”; Aro metálico; Garras; Suporte com haste; Béqueres; Erlenmeyers; Bastão de vidro; Funil de Buchner; Kitassato; Solução aquosa de NaHCO3 a 5%; Na2SO4; Espátula; Solução aquosa de HCl a 5%; Clorofórmio; Diclorometano; Água destilada; Bomba de vácuo. 4. PARTE EXPERIMENTAL Para iniciar o procedimento foram macerados cerca de 5 comprimidos de melhoral em gral e logo em seguida foram transferidos para um béquer de 100 mL e foram adicionados também 30 mL de CHCl3 e misturados até a dissolução do AAS e da cafeína em cerca de 5 minutos. Posteriormente foi filtrado com vácuo, em um funil de Buchner acoplado no Kitassato. Logo após, o filtrado foi transferido para um funil de decantação de 200 mL e colocado 20 mL de solução aquosa de bicarbonato de sódio (NaHCO3) a 5%. Foi agitado o funil por várias vezes para que todas as moléculas do AAS pudessem reagir com o bicarbonato transformando assim um sal de sódio correspondente, solúvel em água. O funil por sua vez foi invertido e aberto a torneira após cada agitação, para que os gases formados, devido à pressão pudessem ser eliminados. O funil de decantação foi colocado no suporte e destampado, para que 7 houvesse uma mistura bifásica após a decantação. A mais densa é o clorofórmio + cafeína e a menos densa é uma solução aquosa de sal de sódio correspondente do AAS. Foi coletada em um béquer (pode ser também um erlenmeyer) de 100 mL a fase clorofórmica. Utilizando a secagem com Na2SO4 e a evaporação do solvente foi obtida a cafeína pura. Em seguida foi neutralizada a fase gasosa que permaneceu no funil de decantação com uma solução aquosa de HCl a 5% (cerca de 20 mL). O mesmo foi agitado várias vezes e procedido como citado anteriormente para a eliminação dos gases. Por fim, foi adicionado cerca de 30 mL de diclorometano e agitado novamente. Foi colocado em um funil para decantar. Foi obtida uma mistura bifásica. A mais densa é o diclorometano + ácido salicílico e logo após foi coletado em um béquer foi secado com Na2SO4 e o solvente foi evaporado. Feito isso, foi obtido o ácido salicílico. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Obs: os resultados que serão descritos no presente relatório, foram retirados de um relatório da Universidade Federal de Mato Grosso do instituto de Engenharia.5.1. EXTRAÇÃO DA CAFEÍNA Após transferir os comprimidos macerados para um béquer, foi utilizado diclorometano como solvente orgânico. A mistura foi filtrada com o objetivo de reter as substâncias insolúveis presentes nos comprimidos. Inicialmente, para a filtração estava previsto o uso de filtração a vácuo utilizando um funil de Buchner. Entretanto, a diminuição da pressão causada pelo vácuo fez com que ocorresse a diminuição do ponto de ebulição do diclorometano, causando assim perda de solvente. Devido a isso, mais 10 ml de diclorometano foram adicionados à mistura e optou-se pela filtração em um funil de vidro com o auxílio de um algodão para reter os sólidos presentes na mistura. Tendo em vista a baixa solubilidade de alguns compostos orgânicos em água, devido as diferenças de polaridade, uma solução de NaHCO3 a 5% foi adicionado a mistura. O hidrogenocarbonato, que por ser uma base fraca, reagiu com o composto orgânico mais ácido, o ácido acetilsalicílico, formando um sal de sódio solúvel em água, possibilitando assim a separação do AAS e da cafeína. (UFMT et al. 2016) Para uma maior interação entre as moléculas do ácido e NaHCO3 o funil foi agitado três vezes e, após cada agitação abriu-se o funil para a liberação dos gases formados diante a grande volatilidade do diclorometano. A diferença de polaridade entre as substancias possibilita a separação dos compostos presentes na mistura, a 8 cafeína, por seu maior caráter apolar, continua ligada ao diclorometano, enquanto o sal de sódio formado se dissocia em água, ocasionando a separação da mistura em duas fases, aquosa (sal de sódio correspondente do AAS) e orgânica (cafeína e diclorometano). A mistura contendo cafeína que ficou retida na parte inferior do funil após a decantação, uma vez que a densidade da solução com diclorometano é maior que a da fase aquosa, foi coletada e a ela foi adicionado sulfato de sódio anidro, que é uma substancia hidrofílica, dessa forma foi possível retirar o restante de água que talvez tenha ficado na mistura. O solvente foi evaporado em condições ambientes de temperatura e pressão devido a sua alta volatilidade, e assim, foi obtida a cafeína pura. (UFMT et al. 2016). 5.2.EXTRAÇÃO DO AAS A fase aquosa contendo o sal de sódio foi tratada com uma solução aquosa de HCl a 5%. O ácido adicionado serve como doador de prótons, dessa forma ocorre a protonação do sal, assim os íons cloreto se ligam ao sódio presente no sal, deslocando assim o equilíbrio para a formação do ácido acetilsalicílico. A mistura adquiriu uma aparência gelatinosa devido à baixa solubilidade do AAS em água. Novamente diclorometano foi utilizado como solvente orgânico. A mistura foi agitada para uma maior interação entre as moléculas de diclorometano e o ácido. Após cada agitação o funil era aberto para haver a liberação dos gases provenientes da grande volatilidade do diclorometano, que devido ao seu maior caráter apolar se liga ao ácido, fazendo com que após a decantação ocorresse a separação de fases. A fase orgânica, mais densa, ficou retida na parte inferior do funil e foi coletada e também deixada em repouso para completa evaporação do solvente e então, obtenção do ácido acetilsalicílico puro. (UFMT et al. 2016). 5.3.RENDIMENTOS Após completa secagem do solvente presente nas soluções de cafeína e ácido acetilsalicílico, foi realizado a pesagem do produto para calcular o rendimento do processo. A massa de cafeína pura obtida foi de 32,2 mg e a do AAS foi de 287,8 mg. O cálculo do rendimento foi realizado a partir da relação da quantidade inicial de cafeína presente no MELHORAL® e a quantidade obtida após o processo de extração ácido e base. O cálculo do rendimento foi realizado de acordo com a seguinte formula: 9 Fonte 2: UFMT Os valores utilizados nos cálculos do rendimento real podem ser observados na tabela: Fonte 3: UFMT De acordo com a tabela 1 percebe-se que os valores obtidos experimentalmente foram muito diferentes dos valores teóricos, resultando em um rendimento percentual muito baixo. O baixo rendimento do processo indica que esse método de separação por extração não é muito preciso e que falhas operacionais provavelmente foram cometidas durante a realização do experimento. Os dois principais fatores que podem ter ocasionado o baixo rendimento do processo são: Primeiro, a filtração a vácuo, mal- empregado nesse processo de extração uma vez que o solvente utilizado tinha alta volatilidade, o que resultou na perda de produto. O outro fator limitante do rendimento é quantidade de produto perdida ao macerar os comprimidos, já que partes das substâncias ficam retidas na parede do almofariz. (UFMT et al. 2016). 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio da experimentação, foram observados uma diminuição do produto, tal fator, ocorreu, pois, teve a secagem do ácido acetilsalicílico presente no café, o que resultou em um desiquilíbrio entre a massa pura obtida da cafeína e a do A.A.S. Os principais contribuintes para o baixo rendimento, está relacionado ao processo e o outro, em relação, ao produto perdido durante o processo da experimentação. Conclui-se que a partir destes procedimentos é possível a extração de uma substância que está presente em uma mistura de compostos com solubilidades muito parecidas. Essa extração é realizada pelo método ácido-base. O experimento foi realizado com êxito e ao final obteve-se o ácido acetilsalicílico (A.A.S.) e a cafeína a partir do MELHORAL®. Além disso foi possível calcular o rendimento dos respectivos 10 compostos. A avaliação que se chega é que o método de extração ácido base não foi muito eficiente pois os rendimentos obtidos foram muito baixos. (UFMT et al. 2016). 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Universidade Federal de Mato Grosso. Relatório Extração ácido-base. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/324513421/Relatorio-Extracao-acido-base-Organica. Acesso: 24 dez. 21. DALL’OGLIO, Evandro Luiz. Extração ácido-base. UFMT Química Orgânica Experimental, 2021. Acesso: 24 dez. 21. CURCINO VIEIRA, Lucas Campos. Apostila Química Orgânica Experimental. UFMT Química Orgânica Experimental, 2021. QUEIROZ, Sonia C. N.; COLLINS, Carol H; JARDIM, Isabel C. S. F. Métodos de extração e/ou concentração de compostos encontrados em fluidos biológicos para posterior determinação cromatográfica. Quim. Nova, Vol. 24, Nº. 1, 68-76, 2001. Acesso: 24 dez. 21. MENDES, A. S., PERUCH, M.G., FRITZEN, M.F. Síntese e purificação do ácido acetilsalicílico através da recristalização utilizando diferentes tipos de solventes. Revista admmade. Estácio. Disponível em: http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/article/viewFile/245/190. Acesso: 24 dez. 21. SHRIVER, Duward F; ATKINS, Peter W. Química Inorgânica. Tradução de Maria Aparecida B. Gomes – 3° ed. – Sao Paulo: Bookman 2006. 965 p. Acesso: 24 dez. 21. https://pt.scribd.com/document/324513421/Relatorio-Extracao-acido-base-Organica http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/saudesantacatarina/article/viewFile/245/190
Compartilhar