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T205230TCC autismo

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO:EM BUSCA DE UMA PRÁXIS 
TRANSFORMADORA. 
 
 
 
 
Por: Jóilima Dias Soares 
 
 
 
Orientador 
Prof. Vilson Sergio de Carvalho 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2009 
 
 
 
 
2
 
 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO:EM BUSCA DE UMA PRÁXIS 
TRANSFORMADORA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do 
Mestre – Universidade Candido Mendes como 
requisito parcial para obtenção do grau de 
especialista em psicopedagogia 
 Por: .Jóilima Dias Soares 
 
 
 
 
3
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Á Deus por todas as oportunidades que 
me são oferecidas a cada dia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Àqueles cuja amizade,amor e carinho 
estão presentes em minha vida 
Aqueles que direta ou indiretamente 
me ajudaram, com força e suporte 
sempre. 
 
 
 
 
 
 
5
 
RESUMO 
 
 
A presente pesquisa tem como objetivo investigar a atuação do 
psicopedagogo e sua contribuição no ensino e aprendizagem do 
individuo na Instituição. Compreender o mecanismo de atuação, 
como se dá a sua práxis no cotidiano, contribuirá para definir o 
papel do psicopedagogo Institucional, assim terei um norte sobre a 
atuação deste profissional atualmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6
 
METODOLOGIA 
 
 
 A presente pesquisa tem como objetivo investigar a atuação do 
psicopedagogo e sua contribuição no ensino e aprendizagem do individuo na 
Instituição. 
 Compreender o mecanismo de atuação, como se dá a sua práxis no 
cotidiano, contribuirá para definir o papel do psicopedagogo Institucional, assim 
terei um norte sobre a atuação deste profissional atualmente. 
 A psicopedagogia é uma área de estudo preparada em conhecer o ser 
que conhece e produz conhecimento. 
 Segundo Vygotsty, a aprendizagem se realiza na interiorização dos 
meios historicamente determinados e culturalmente organizados. Sendo assim 
a natureza social se converte em psicológica. Portanto apresentem-se em dois 
mecanismos, em na relação do sujeito com o mundo externo e outro 
internamente. 
 Como sujeitos historicamente e socialmente construídos, a forma de 
aprender e ensinar, também mudou com os avanços tecnológicos os meios de 
informação do conhecimento produz um ser cognascente capaz de aprender e, 
com sua aprendizagem, pode se tornar um conhecedor de si mesmo, da 
sociedade e das relações que se dão no seu interior. 
 Buscamos nos ater aos referenciais teóricos mais significativos sobre 
esta temática. Na revisão histórica Pedagogia/Psicopedagogia/Educação, 
utilizaremos Evelise Portilho (2009).Marília Maia Costa,(2009), Visca, (1997)e 
João Beauclaur,(2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
7
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO 08 
 
 
CAPÍTULO I - A PSICOPEDAGOGIA E SUA HISTORIA 10 
 1.2 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO E A 
 REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO 
 
 
CAPÍTULO II - A PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA. 16 
 
 
CAPÍTULO III – EU SINTOEU PENSO. 23 
 
 
CAPÍTULO IV - Da TEORIA Á PRÁTICA EM BUSCA DE 
UM FAZER TRANSFORMADOR 29 
 
 
CONCLUSÃO 33 
 
 
BIBLIOGRAFIA 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8
 
INTRODUÇÃO 
 
 O trabalho do psicopedagogo se dá numa situação de relação entre 
pessoas. Não é uma relação qualquer, mas um encontro entre educador e 
educando, em que o psicopedagogo precisa assumir sua função de educador, 
numa postura que se traduz em interesse pessoal e humano, que permite o 
desabrochar das energias criadoras, trazendo de dentro do educando 
capacidades e possibilidades muitas vezes desconhecidas dele mesmo e 
incentivando-o a procurar seu próprio caminho e a caminhar com seus próprios 
pés. 
 O objetivo do psicopedagogo é o de conduzir a criança ou adolescente, o 
adulto ou a Instituição a reinserir-se, reciclar-se numa escolaridade normal e 
saudável, de acordo com as possibilidades e interesses dela. 
 A prática da psicopedagogia se aplica à aprendizagem, seja ela de caráter 
individual, grupal ou institucional. 
 Não podemos nos esquecer que a aprendizagem se inicia desde o primeiro 
contato do sujeito com o mundo externo e se perpetua por toda a vida, 
portanto tem que se levar em conta os acontecimentos desde a infância à vida 
adulta, o que nos obriga a considerar a aprendizagem. Estamos falando, 
portanto, de um sujeito, cuja subjetividade é marcada e constituída sob uma 
ótica que abrange as influências histórico-culturais e, portanto, as mudanças 
oriundas de várias gerações. 
 Embora existam muitos conceitos acerca do que é a psicopedagogia, é 
preciso que haja clareza no que tange à sua definição e principalmente à sua 
prática, a fim de que se configure uma atuação pertinente e efetiva, já que esta 
é uma “ciência” que atua na prevenção, análise clínica e na intervenção 
psicopedagógica. 
Quando falamos em aprendizagem, estamos falando do relacionamento 
que se dá entre o sujeito e o objeto de conhecimento e esse pode se dar de 
 
 
 
 
9
várias formas, inclusive de uma forma patológica, adotando um caráter de 
funcionamento neurótico, psicótico ou perverso. 
De uma maneira ou de outra, é necessário que seja feita uma análise 
eficaz por parte do psicopedagogo, seja relacionada à sua atuação face a 
solucionar a dificuldade ou ao encaminhamento do sujeito para os profissionais 
adequados, o que obriga ao psicopedagogo atuar com responsabilidade e de 
maneira interdisciplinar, reconhecendo, inclusive, o não-saber e os limites da 
sua atuação, evitando uma atuação castradora. 
 
Se procurar bem você acaba encontrando. Não a explicação duvidosa, 
mas a poesia inexplicável da vida. 
 Carlos Drummond de Andrade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10
 
CAPÍTULO I 
A PSICOPEDAGOGIA E SUA HISTÓRIA. 
 
 A psicopedagogia surgiu da necessidade de melhor compreensão do 
processo de aprendizagem, comprometido com a transformação da realidade 
escolar, na medida em que possibilita, mediante dinâmicas em sala de aula, 
contemplar a interdisciplinaridade, juntamente com outros profissionais da 
escola. 
 
 O psicopedagogo estimula o desenvolvimento de relações interpessoais, o 
estabelecimento de vínculos, a utilização de métodos de ensino compatíveis 
com as mais recentes concepções a respeito desse processo. Procura 
envolver a equipe escolar, ajudando-a a ampliar o olhar em torno do aluno e 
das circunstâncias de produção do conhecimento, ajudando o aluno a superar 
os obstáculos que se interpõem ao pleno domínio das ferramentas necessárias 
a leitura do mundo. 
 A aprendizagem humana é determinada pela interação entre o indivíduo e 
o meio, da qual participam os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. 
Dentro dos aspectos biológicos, a criança apresenta uma série de 
características que lhe permitem, ou não, o desenvolvimento de 
conhecimentos. As características psicológicassão conseqüentes da história 
individual, de interações com o ambiente e com a família, o que influenciará as 
experiências futuras, como, por exemplo, o conceito de si próprio. 
A Psicopedagogia constitui-se em uma justaposição de dois saberes – 
psicologia e pedagogia – que vai muito além da simples junção dessas duas 
palavras. Isto significa que é muito mais complexa do que a simples 
aglomeração de duas palavras, visto que visa a identificar a complexidade 
 
 
 
 
11
inerente ao que produz o saber e o não saber. É uma ciência que estuda o 
processo de aprendizagem humana, sendo o seu objeto de estudo o ser em 
processo de construção do conhecimento. 
 
 Surgiu no Brasil devido ao grande número de crianças com fracasso escolar 
e de a psicologia e a pedagogia, isoladamente, não darem conta de resolver 
tais fracassos. O Psicopedagogo, por sua vez, tem a função de observar e 
avaliar qual a verdadeira necessidade da escola e atender aos seus anseios, 
bem como verificar, junto ao Projeto Político-Pedagógico, como a escola 
conduz o processo ensino-aprendizagem, como garante o sucesso de seus 
alunos e como a família exerce o seu papel de parceira nesse processo. 
 Para a Visca a Psicopedagogia surge da necessidade de atendimento às 
pessoas que apresentam dificuldades de aprendizagem, e cujas causas eram 
de domínios da Medicina e Psicologia. Com o tempo outros profissionais 
começam a mostrar interesse pelo tema, possibilitando assim, uma área 
específica do estudo da aprendizagem, com características independentes, 
complementares e interdisciplinares e por que não dizer uma nova ciência. 
( VISCA, 1994). 
 Jorge Visca, natural da Argentina, professor formado em Ciências da 
Educação e Psicologia Social, criador da corrente de pensamento denominada 
por ele de “Epistmologia Convergente”, seus estudos levaram a prática 
psicopedagógica, na qual tal formação hoje na Argentina é de graduação 
diferente do que acontece no Brasil.Visca foi um dos precursores dos cursos 
de formação em Psicopedagogia no Brasil, contribuindo com uma forma nova 
de olhar para o ser que aprende. 
 A Associação Brasileira de Psicopedagogia ( ABPp) defende que o curso de 
formação do psicopedagogo deve ser na pós-graduação, como especialista 
que tem como objeto de estudo o processo de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
12
1.2 A FORMAÇÃODO PSICOPEDAGOGO E A 
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO. 
 
 
 Como consta no Projeto de Lei 10.891,no Brasil, a formação do 
psicopedagogo vem ocorrendo em caráter regular e oficial desde a década de 
70 em instituições universitárias de renome. Esta formação foi regulamentada 
pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) em cursos de pós-graduação e 
especialização, com carga horária mínima de 360h. O curso deve atender às 
exigências mínimas do Conselho Federal de Educação quanto à carga horária, 
critérios de avaliação, corpo docente e outras. Não há normas e critérios para a 
estrutura curricular, o que leva a uma grande diversificação na formação. 
(REVISTA PSICOPEDAGÓGICA Nº 57,2001) 
 
 
 Os cursos de psicopedagogia formam profissionais aptos a trabalhar na 
área clínica e institucional, que pode ser a escolar, a hospitalar e a 
empresarial. No Brasil, só poderão exercer a profissão de psicopedagogo os 
portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em 
psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por instituições 
devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da lei vigente – 
Resolução 12/83, de 06/10/83 – que forma os especialistas, no caso, os então 
chamados “especialistas em psicopedagogia” ou psicopedagogos. 
 
 A lei que trata do reconhecimento da profissão de psicopedagogo está na 
câmara dos deputados federais. Psicopedagogos elaboraram vários 
documentos nos anos de 1995 e 1996, explicitando suas atribuições, seu 
campo de atuação, sua área científica e seus critérios de formação acadêmica, 
um trabalho que contou com a colaboração de muitos. 
 
 
 
 
13
 
 O psicopedagogo possui a Associação Brasileira de Psicopedagogia 
(ABPp) como elo de interlocução. A ABPp iniciou com um grupo de estudos 
formado por profissionais preocupados com os problemas de aprendizagem, 
sendo que, atualmente, também busca o reconhecimento da profissão. 
 
 É do Deputado Federal Barbosa Neto o projeto de reconhecimento desse 
profissional (Projeto de Lei 3124/97). De início, o deputado propôs uma 
sondagem entre os políticos da época (1996) sobre a aceitação ou não do 
futuro projeto. Nesse período, o MEC organizava a nova Lei de Diretrizes e 
Bases (LDB), promulgada em dezembro do mesmo ano. 
 
 A data que formalizou a entrada do Projeto de Lei é 14 de maio de 1997. 
Em 24 de junho desse mesmo ano, a ABPp assumiu, em visita à câmara, o 
reiterar do projeto junto às lideranças políticas do país, do que resultou a sua 
aprovação no dia 03 de setembro de 1997 pela Comissão de Trabalho de 
Administração e Serviço Público. 
 
 Após esta aprovação, o projeto foi encaminhado à 2ª Comissão, que é a de 
Educação, Cultura e Desporto, acontecendo, então, em 18 de junho de 1998 e 
06 de junho de 2000, audiências para aprofundamento do tema. A aprovação 
nessa comissão ocorreu em 12 de setembro de 2001, após um trabalho 
exaustivo da relatora Marisa Serrano, do Deputado Federal Barbosa Neto e 
dos psicopedagogos que articularam tal discussão no Brasil. 
 
 Em 20 de setembro de 2001, houve mais um avanço político com a 
aprovação do Projeto de Lei 10891, da autoria do Deputado Estadual (SP) 
Claury Alves da Silva. O Projeto de Lei 10891 “autoriza o poder Executivo a 
implantar assistência psicológica e psicopedagógica em todos os 
estabelecimentos de ensino básico público, com o objetivo de diagnosticar e 
prevenir problemas de aprendizagem”. 
 
 
 
 
14
 
 Atualmente, o Projeto de Lei que regulamenta a profissão do 
Psicopedagogo está na Comissão de Constituição, Justiça e Redação para ser 
aprovado. Quando aprovado, irá para o Senado onde terá que passar por três 
comissões: Trabalho, Educação e Constituição, Justiça e Redação para, 
finalmente, ser sancionado pelo Presidente da República. 
 
 No momento, a profissão de Psicopedagogo, tendo em vista o trabalho de 
outras gestões da ABPp ( Associação Brasileira de Psicopedagogia ) e dessa 
última, tem amparo legal no Código Brasileiro de Ocupação. Isto quer dizer que 
já existe a ocupação de Psicopedagogo, porém, isso não é suficiente. 
Conhecer verdadeiramente como sujeito aprendente é um conceito 
revolucionário, no sentido de aceitar o sujeito como ele é, fazer com que este 
sujeito aprenda de verdade, não fazendo de conta. 
(VISCA, 1994). 
 A formação do psicopedagogo neste sentido, deve ir além da teoria, não 
podemos imaginar uma formação psicopedagógica sem uma atuação prática, 
se a aprendizagem se dá no meio social onde o sujeito está inserido, como 
pode um psicopedagogo, mediar os saberes sem ter uma interação direta com 
o mundo desse sujeito. 
 Tão importante quanto a regulamentação da profissão é prática dela, o 
psicopedagogo de ser autor de sua própria prática, se ocupando com 
pesquisas e sua própria práxis, refletindo sobre a importância da pesquisa no 
campo psicopedagógico. 
 Diariamente nos deparamos com as mudanças do cotidiano, repletas de 
interrogações sobre o ser aprendente, suas dificuldades, angústias, rótulos e 
um pedido silêncio de socorro. Enquanto psicopedagogos, devemos 
desenvolver nossas próprias autorias de pensamentos e tarefas para a nossa 
profissionalização. 
 
 
 
 
15
 A profissão do psicopedagogo não está regulamentada, mas se encontra na 
Comissão de Constituição, Justiça e Redação, na Câmara dos Deputados 
Federais, para ser aprovada. Enquanto isso, a formação do psicopedagogo 
vem ocorrendo em caráter regular e oficial em cursos de pós-graduação 
oferecidospor instituições devidamente autorizadas ou credenciadas. Faz-se 
necessário que esta profissão seja regulamentada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16
CAPÍTULO II 
A PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA. 
 Segundo Bossa (1994, 
p.23), 
 ... Cabe ao psicopedagogo perceber eventuais perturbações no 
processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade educativa, 
favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de acordo 
com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando 
processos de orientação. Já que no caráter assistencial, o psicopedagogo 
participa de equipes responsáveis pela elaboração de planos e projetos no 
contexto teórico/prático das políticas educacionais, fazendo com que os 
professores, diretores e coordenadores possam repensar o papel da escola 
frente a sua docência e às necessidades individuais de aprendizagem da 
criança ou, da própria ensinagem. 
 
 O campo de trabalho do Psicopedagogo é caracterizado pelo processo de 
aprendizagem e de desenvolvimento das pessoas, como aprendem e se 
desenvolvem, as dificuldades, os problemas, como também, as intervenções 
educativas que devem ocorrer nessa relação pedagógica. Essa intervenção 
psicopedagogica é um mecanismo educativo que visa à articulação adequada 
das atividades escolares de ensino e de aprendizagem, às necessidades de 
formação integral e de desenvolvimento dos alunos. 
 
 De acordo com Marina Muller, cada psicopedagogo como tal, e o conjunto 
deles como profissão, vai elaborando uma imagem do que é a 
Psicopedagogia, pela definição de sua própria identidade ocupacional em 
conexão com a tarefa, com seus êxitos e dificuldades. A identidade profissional 
deve ser elaborada através de uma contribuição intencional e 
institucionalizada, onde os psicopedagogos possam vivenciar e esclarecer as 
 
 
 
 
17
ansiedades e fantasias que esta área de trabalho desperta, as resistências e 
os conflitos que aparecem, e que possam ser abordadas operativamente. Não 
podemos prescindir, em nossa tarefa, nem das atividades de aprendizagem 
que cada psicopedagogo realiza, em especial com respeito a seu próprio 
campo profissional, e nem da progressiva elaboração pessoal do papel 
desenvolvido no seu trabalho. 
 A práxis psicopedagogica é entendida como o conhecimento dos 
processos de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e 
corporais. Pressupõe também a atuação tanto no processo normal do 
aprendizado como na percepção de dificuldades (diagnóstico) e na 
interferência no planejamento das instituições e no trabalho de re-educação 
(terapia psicopedagogica). 
VISCA (1987) foi um dos primeiros psicopedagogos que se preocupou com a 
Epistemologia da Psicopedagoga e propões estudos fundamentados no que 
chamou de Epistemologia Convergente, que é resultado da assimilação 
recíproca de conhecimentos fundamentados no construtivismo, no 
estruturalismo construtivista e no interacionismo. Estes estudos influenciaram a 
psicopedagoga brasileira, assim como outros que propõem o estudo do ser 
cognoscente e biológico, bem como seu papel no ato de aprender e conhecer. 
 
• Vivenciar e construir projetos, buscando operar na prática clínica individual e 
grupal; 
• Desenvolver projetos institucionais, principalmente aqueles relacionados à 
escola; 
• Aprimorar a percepção de si mesmo e do outro, enquanto se individual, social 
e cultural e no seu papel de psicopedagogo; 
 
 Os Psicopedagogos são profissionais preparados para tender crianças ou 
adolescentes com problemas de aprendizagem, atuando na sua prevenção, 
diagnóstico e tratamento clínico ou institucional. O psicopedagogo poderá atuar 
 
 
 
 
18
em escolas e empresas (psicopedagoga institucional) e na clínica 
(psicopedagoga clínica). 
 O psicopedagogo pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e 
terapêutica, para compreender os processos de desenvolvimento e das 
aprendizagens humanas, recorrendo a várias estratégias objetivando se 
ocupar dos problemas que podem surgir. 
 
 Numa linha preventiva, o psicopedagogo pode desempenhar uma prática 
docente, envolvendo a preparação de profissionais da educação, ou atuar 
dentro da própria escola. Na sua função preventiva, cabe ao psicopedagogo 
detectar possíveis perturbações no processo de aprendizagem; participar da 
dinâmica das relações da comunidade educativa a fim de favorecer o processo 
de integração e troca; promover orientações metodológicas de acordo com as 
características dos indivíduos e grupos; realizar processo de orientação 
educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em 
grupo. 
 
 Numa linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de 
aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, 
orientando pais e professores, estabelecendo contato com outros profissionais 
das áreas psicológica, psicomotora. Fonoaudiológica e educacional, pois tais 
dificuldades são multifatoriais em sua origem e, muitas vezes, no seu 
tratamento. Esse profissional deve ser um mediador em todo esse processo, 
indo além da simples junção dos conhecimentos da psicologia e da pedagogia. 
 
 O psicopedagogo pode atuar tanto na Saúde como na Educação, já que o 
seu saber visa compreender as variadas dimensões da aprendizagem humana. 
Da mesma forma, pode trabalhar com crianças hospitalizadas e seu processo 
de aprendizagem em parceria com a equipe multidisciplinar da instituição 
hospitalar, tais como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros e médicos. 
 
 
 
 
19
 No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir com as relações, 
ou seja, com a melhoria da qualidade das relações inter e intrapessoais dos 
indivíduos que trabalham na empresa. 
 Segundo Marília Maia Costa(2009,p14) muitos desconhecem o papel do 
psicopedagogo dentro das organizações, sejam elas de cunho 
religioso,educativo, empresarial, entre outros.Não é difícil vincular o trabalho 
desse especialista somente às escolas, que também é sua área de atuação. 
Porém, sua atividade possui abrangência significativa, não só nos diagnósticos 
de déficit de atenção e dificuldade de aprendizagem e seus diversos fatores 
mas também na implementação de projetos socioeducativos das empresas. 
 A psicopedagoga dentro da empresa vem atuar diretamente com o inter-
relacionamento entre todos com o aprendizado, com o desempenho real dos 
funcionários, dentro das empresas ele está ligado ao RH. 
 O planejamento do trabalho possui papel importante na motivação, na 
satisfação e no desempenho no trabalho. Devido ao desenvolvimento 
tecnológico as pessoas estão sendo lançadas para realizarem trabalhos cada 
vez mais desafiadores. 
 
 A maioria das empresas está experimentando equipes de trabalho 
autogerenciáveis e algumas delas decidiram organizar-se em torno de grupos 
de trabalho. 
 O psicopedagogo oferece assessoria nas instituições, trabalhando com as 
pessoas que mesmo diante do fato de estarem profissionalizando-se não 
reconhecem como futuro profissional em suas áreas de atuação, caberá ao 
psicopedagogo avaliar se as motivações são ligadas às satisfações 
provenientes do próprio exercício ou do prazer proporcionado pelo equilíbrio de 
si mesmo. 
 
 
 
 
 
20
“...O amor é a emoção que constitui o domínio de condutas em 
que se dá a operacionalidade da aceitação do outro como 
legítimo outro na convivência, e é esse modo de convivência 
que conotamos quando falamos do social”... 
(MATURANA, 1998b, p. 23). 
 
 
 O assessoramento psicopedagógico em um instituição, ajudará a ter uma 
visão como um todo, podendo tomar decisões mais acertadas no momento de 
crise. 
 O trabalho em grupo é mais complexo de gerir e as equipes podem ser 
intrinsecamentemotivadas para desempenhar um trabalho se receberem um 
todo significativo para executar, tiverem autonomia ou arbítrio para conduzirem 
o trabalho e receberem feedback sobre a eficácia de seu trabalhos.O resultado 
será um trabalho mais eficaz e motivador. 
 
 Para isso a gestão e a administração devem ser diferente, o que precisa é 
de um indivíduo que possa ajudar a equipe e trabalhar dentro de seu processo 
operacional interno e que possa ajudar também a dar feedback, estabelecer 
objetivo e relacionamentos da equipe com o resto da organização. 
 
 Hoje na organização moderna líderes são vistos como pessoas que fixam a 
direção, estabelecem objetivos e criam uma visão para organização, enquanto 
gerentes são vistos como administradores que se engajam amplamente em 
comportamentos do supervisor tradicional. 
 Estas mudanças de gestão requer uma nova visão também por parte dos 
funcionários, então entra o psicopedagogo atuando enquanto mediador e 
motivando um novo saber social que deve ser aprendido pelos empregados. 
 
 
 
 
21
 Abrangendo a tua atuação de treinamento e desenvolvimentos de pessoas, 
fazendo uso de ferramentas de acordo com a faixa etário e grau de formação 
de cada funcionário, levando-os a adaptação da nova gestão patronal. 
 Para que o trabalho seja motivador, os indivíduos precisam sentir-se 
pessoalmente responsáveis pelo resultado do trabalho, necessitam fazer algo 
que sintam ser significativo, além de receberem feedback sobre aquilo que foi 
realizado. 
 
 O psicopedagogo oferece assessoria nas instituições, trabalhando com as 
pessoas que mesmo diante do fato de estarem profissionalizando-se não 
reconhecem como futuro profissional em suas áreas de atuação, caberá ao 
psicopedagogo avaliar se as motivações são ligadas às satisfações 
provenientes do próprio exercício ou do prazer proporcionado pelo equilíbrio de 
si mesmo. 
 O assessoramento psicopedagógico em um instituição, ajudará a ter uma 
visão como um todo, podendo tomar decisões mais acertadas no momento de 
crise. 
 Em sua atuação na instituição escolar, que também é uma empresa, ao 
psicopedagogo cabe avaliar o aluno e identificar os problemas de 
aprendizagem, buscando conhecê-lo em seus potenciais construtivos e em 
suas dificuldades, encaminhando-o, por meio de um relatório, quando 
necessário, para outros profissionais – psicólogo, fonoaudiólogo, neurologista, 
que realizam diagnóstico especializado e exames complementares com o 
intuito de favorecer o desenvolvimento da potencialização humana no 
processo de aquisição do saber. 
 O campo de trabalho do Psicopedagogo é caracterizado pelo processo de 
aprendizagem e de desenvolvimento das pessoas, como aprendem e se 
desenvolvem as dificuldades, os problemas, como também, as intervenções 
educativas que devem ocorrer nessa relação pedagógica. Essa intervenção 
 
 
 
 
22
psicopedagogica é um mecanismo educativo que visa à articulação adequada 
das atividades de ensino e de aprendizagem, às necessidades de formação 
integral e de desenvolvimento do sujeito. 
 Considerando a escola responsável por grande parte da formação do ser 
humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição escolar tem um caráter 
preventivo no sentido de procurar criar competências e habilidades para 
solução dos problemas. Com esta finalidade e em decorrência do grande 
número de crianças com dificuldades de aprendizagem e de outros desafios 
que englobam a família e a escola, a intervenção psicopedagógica ganha, 
atualmente, espaço nas instituições de ensino. 
 A formação do psicopedagogo neste sentido, deve ir além da teoria, não 
podemos imaginar uma formação psicopedagógica sem uma atuação prática, 
se a aprendizagem se dá no meio social onde o sujeito está inserido, como 
pode um psicopedagogo, mediar os saberes sem ter uma interação direta com 
o mundo desse sujeito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23
CAPÍTULO III 
EU SINTO EU PENSO... 
 
 ... o que nos faz humano, é nosso viver como seres “linguajantes”, 
cooperativos e amorosos, com consciência de si mesmo e com consciência 
social, no respeito por si mesmo e pelos outros, 
(MATURANA & NISSI,1997) 
 
Ensinar e aprender, aprender e ensinar são processos vitais na busca 
constante da conquista e do encantamento da autoria do pensamento, 
presente no universo da relação entre a magia da vida e a própria vida de cada 
aprendente, sendo espaçotempo de desenvolvimento de nossa poética 
existencial, essencial, pessoal, única, singular. 
 Se o pensar faz parte do existir e agir, não haverá uma práxis pedagógica 
sem a inter-relação com o outro,não existe linguagem sem estar com o outro. 
 Ensinar e aprende são processos de permissão, deve existir uma troca, 
uma linguagem corporal e verbal, uma entrega de ambos,quando negamos o 
outro negamos a nós mesmo, o olhar do psicopedagogo deve se voltar para os 
novos paradigmas, onde o pensar complexo está em permanente movimento 
de aprender a conhecer, aprender a ser, a fazer, aprender a conviver e a cima 
de tudo aprender a amar. 
 É na dialética com o ensinar e aprender, aprender e ensinar que o 
psicopedagogo deve focar seu campo de trabalho e pesquisa, na humanização 
da aprendizagem, não separando corpo de mente e ações. 
 A fundamentação do biológico humano é o amor, se desejamos afetar a 
maneira de aprender do sujeito, devemos agir de uma forma global onde corpo 
 
 
 
 
24
e mente, sejam atingidos prazerosamente, potencializando assim a 
aprendizagem, afinal mente e corpo são atributos de uma mesma essência, 
que converge em um campo único a existência de um ser. 
 
 Ensinar e aprender, aprender e ensinar são processos vitais na busca 
constante da conquista e do encantamento da autoria do pensamento, 
presente no universo da relação entre a magia da vida e a própria vida de cada 
aprendente, sendo espaço tempo de desenvolvimento de nossa poética 
existencial, essencial, pessoal, única, singular. 
 
 Devemos resgatar em nossa práxis psicopedagógica a dimensão do prazer, 
da alegria, da humanidade, e do amor. Não é utopia agir amorosamente a 
ponto de afetar mudanças no meio social em que vivemos, somos seres 
constituídos socialmente, e a maneira que hoje temos de agir e pensar foram 
construídas historicamente até as dificuldades de aprendizagens, muitas não 
são biológicas e sim sociais, nos programaram para não aprender, indicando 
quem tem competências e habilidades para determinados conhecimentos ou 
não. 
 
 
 
O educar se constitui no processo em que a criança ou o 
adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se 
transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de 
viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro 
no espaço de convivência (Maturana, 1998b, p. 29). 
 
 
 
 
 
 Sob o olhar autopoiético educar e aprender são fenômenos biológicos 
fundamentais, intrínsecos um não existe sem o outro, assim,como o 
 
 
 
 
25
aprendente e o mestre estão ligados biologicamente, o ato de ansinar não 
existe sem o aprender, existindo uma ligação de amorosidade e afetos onde 
não só a mente mas o corpo deve fazer parte do processo. 
 
 Quem ensina deve estar entregue, seus atos,sua fala,seu olhar tem que ter 
entrega total, onde o ser e o fazer caminhem juntos. Construindo então o ato 
de aprender. 
È nas construções sociais que nos constituímos socialmente humanos. 
Portanto, sob o olhar autopoiético, aprender e transforma-se com 
coerência,através da amorosidade convivendo na biologia do amor o indivíduo 
desenvolve respeito sobre si mesmo e aos demais, garantindo assim, uma 
consciência social ampliando o desenvolvimento das inteligências e 
expandindo o pensamento. 
 
 De acordo com Maturana e Nissi, cabe aos educadores em 
geral,principalmente a escola,organizar os espaços educacionais em um localde interação e ação/reflexiva, possibilitando uma educaçãofundamnetada na 
biologia do amor,onde o corpo e a mente virem ações que proporcionem um 
saber e um fazer mútuo,onde a aceitação e respeito por si resulte no mesmo 
para os demais. 
 
 Levando a uma educação intregrarizada e total do ser humano seja 
respeitada, é no outro que eu vejo os resultados de minhas ações educativas 
foi e não em mim mesmo. 
Se o nosso fazer, possibilita auto realização, felicidade, conhecimento do 
mundo e do outro alcançamos uma psicopedagogia do amor e do 
“sentipensando”, expressão utilizada pelo Professor Doutor Saturnino da La 
Torre da Universidade de Barcelona,em conferencia realizada em Santiago do 
Chile, em março de 1999, segundo Moraes. 
 
 
 
 
 
26
 A educação tem um poder transformador para o bem e para o mal, como 
mediadores, podemos contagiar e programar um aprendente para vencer 
barreiras e ser feliz, mas, o contrário também acontece, fazemos dele um ser 
desmotivado, fracassado e infeliz. Isso não significa que assim o será por toda 
a sua vida acadêmica, afinal, aprendemos com o meio a todo o momento e a 
todo o tempo. 
 Quem nunca se deparou em seus atendimentos aprendentes com baixa 
estima causada por uma programação diária de um mediador que não faz da 
sua atuação uma troca de amorosidade com o outro, causando bloqueios 
temporários em seres que deveriam estar em plena ebulição de 
conhecimentos, curiosidades e trocas, ao invés disso se trancam com medo do 
novo e de desafios. 
 Em um de seus livros BEAUCLAIR, 2008, descreve como habilidades e 
competências básicas de um psicopedagogo, os dizeres do pacifista e 
humanista, Guandhi, como características de competências básicas que todo 
educador deveria ter. 
Se eu pudesse deixar algum presente a você, eu deixaria aceso o sentimento 
de amor à vida dos seres humanos.Lembraria os erros que foram cometidos 
como sinais para que não mais se repetissem .Deixaria para você, se pudesse 
o respeito aquilo que é indispensável: Além do pão, o trabalho e a ação.E 
quando tudo mais faltasse para você eu deixaria, se pudesse, um segredo: o 
buscar no interior de si mesmo a resposta, a força para encontrar a saída.” 
 
 Sendo assim, se faz necessário um novo olhar psicopedagógico, onde a 
Medicina e psicologia não obtiveram repostas, entra a nossa atuação. 
Devemos mudar nosso enfoque de atuação, não apenas as crianças e 
adolescente são focos de nossas atuações, mas todo ser aprendente. 
 
 
 
 
27
 Enquanto psicopedagogos não importa a nomenclatura, institucional ou 
clínica, devemos nos manter focado na forma como os conceitos são 
ensinados. 
 Sabemos que um sujeito aprendeu algo quando percebemos que sua 
conduta mudou. Mudou com o mundo ao criar o seu próprio mundo e ao 
mesmo tempo, em que mantém sua organização. 
 Os adultos devem se objetos de nossa atuação também, conscientizar o 
sujeito quanto a sua importância para a sociedade, o trabalho e o mundo e 
uma educação transformadora, onde a biologia do amor e da solidariedade se 
faz necessário, para que sejamos cidadãos do mundo, em busca de uma 
humanidade que não seja autodestrutiva. 
 Segundo MORIN, 1996 separar a o objeto do seu meio, separar o físico do 
biológico, separar o biológico do humano é reduzir o complexo ao simples e 
não permitir perceber a unidade na diversidade, nem a diversidade na unidade. 
 Então podemos afirma que a Psicopedagogia apóia-se na complexidade, 
atuando no indivíduo, no grupo, na instituição e na sociedade. 
 Nestes âmbitos, a intervenção na realidade pode ser de caráter terapêutico 
e preventivo, assim como de otimização do processo de ensinar e aprender 
 O ser cognoscente é o sujeito inteiro, integrado, temporal e sistêmico, por 
esta razão não podemos falar de aprendizagem sem levar em contar este ser 
que atua e interagi com o objeto de sua aprendizagem. 
 Toda dificuldade de aprendizagem tem uma base social e institucional, 
então para resolvermos as questões referentes a aprendizagem devemos atuar 
de forma complexa, atuando no meio afetivo, social, relacional, biológico e 
cognitivo e definir o seu papel no ato de aprende e conhecer. 
 Gabriel Chalita afirma que devemos estar conscientes da importância de 
nosso papel e amparar, reerguer, reavivar os sentimentos, valores e atitudes 
que poderão renovar a confiança em dias melhores. Que essa consciência 
 
 
 
 
28
seja uma realidade e um estímulo a vocês, companheiros de jornada, colegas 
de cena neste teatro fabuloso que é a escola da vida. 
 
 
 “A vida humana em comum só se torna possível 
quando se reúne uma maioria mais forte 
do que qualquer indivíduo isolado 
e que permanece unida contra todos os indivíduos isolados” 
Mal estar da civilização – Sigmund Freud 
 
 Cabe a nós que estamos abraçando esta profissão, um fazer diferente, uma 
nova história em busca de uma psicopedagogia voltada para o amor, os 
valores, a sabedoria, a troca de saberes. 
 O nosso fazer diário em uma instituição seja ela qual for, não é somente 
atuar nos problemas, nas dificuldades de aprendizagem, mas, acima de tudo 
atuar na prevenção desses problemas antes que se instalem. 
 Todos estes sintomas não são adquiridos do dia para a noite, é no meio 
social que a maioria deles se instaura no aprendente, pois nem todos são 
patologias clinicas e sim sociais. 
A maneira como as instituições atuam no ser humano, sejam elas familiar, 
escolar ou social, estão formando um ser neurótico cheios de incertezas, 
inseguranças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29
 
 
CAPÍTULO I V 
DA TEORIA À PRATICA EM BUSCA DE UM FAZER 
TRANSFORMADOR. 
 
Conhecer verdadeiramente como sujeito aprendente é um conceito 
revolucionário, no sentido de aceitar o sujeito como ele é, fazer com que este 
sujeito aprenda de verdade, não fazendo de conta. 
(VISCA, 1994). 
 
 Segundo Wallon os fundamentos da psicologia como ciência, seus 
aspectos epistemológicos, objetivos e metodológicos.Admite o organismo 
como condição primeira do pensamento, pois toda a função psíquica supõe um 
componente orgânico. No entanto, considera que não é condição suficiente, 
pois o objeto de ação mental vem do ambiente no qual o sujeito está inserido, 
ou seja, de fora. 
 
 Considera que o homem é determinado fisiológica e socialmente, sujeito às 
disposições internas e às situações exteriores. 
A psicologia genética estuda os processos psíquicos em sua origem, parte da 
análise dos processos primeiros e mais simples, pelos quais cronologicamente 
passa o sujeito. Para Wallon essa é a única forma de não dissolver em 
elementos separados e abstratos a totalidade da vida psíquica. 
 Wallon propõe a psicogênese da pessoa completa, ou seja, o estudo 
integrado do desenvolvimento. 
 
 Considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano 
 
 
 
 
30
e vê o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribui a 
atividade infantil (afetivo, motor e cognitivo). 
 
 Para ele o estudo do desenvolvimento humano deve considerar o sujeito 
como “geneticamente social” e estudar a criança contextualizada, nas relações 
com o meio. 
 Para ele a atividade do homem é inconcebível sem o meio social; porém as 
sociedades não poderiam existir sem indivíduos que possuam aptidões como a 
da linguagem que pressupõe uma conformação determinada do cérebro, haja 
vista que certas perturbações de sua integridade, privam o indivíduo da 
palavra. 
 Com poucas bases teóricas,mas em busca de um fazer modificador e 
respeitando o ser aprendente como um ser total e não fragmentado,mesmo 
antes de iniciarmos o curso de especialização, já atuávamos na área de 
educação e foi um destes casos onde o seu conhecimento momentâneo de 
teorias não são suficientes e sabedores da responsabilidade que é atuar na 
vida de um serhumano que buscamos a formação em psicopedagogia e 
walon sempre esteve presente em nossas buscas e teorias. 
 Relataremos abaixo um dos casos, que após o início da formação nos serviu 
de estudo e trabalho nas disciplinas. 
 Trata-se de uma criança que hoje tem nove anos de idade, sexo masculino, 
cursando o segundo ano do Ensino Fundamental, de uma escola particular, 
transferido de outra escola para cursar o segundo ano na atual escola, mostra-
se extremamente calado, usa gestões de ombro e boca para se comunicar, 
seu vocabulário aparenta ser restrito, pelo que pudemos observar, apresenta 
problema na arcada dentária. 
 
 A questão escolar apresenta desinteresse e vergonha em freqüentar a 
turma do segundo ano, dispersão e ultimamente chora antes de sair de casa, 
não querendo vir a escola, dizendo que não sabe nada que não consegue 
 
 
 
 
31
fazer os deveres sozinho e o seu irmão gêmeo univitelino faz tudo e seus 
amigos também, não quer ser o último igual na outra escola e que pediu aos 
pais para mudar de escola para não passar vergonha, pois a professora só 
gostava dos que sabiam muito. 
 Quando ingressou nesta instituição estava com sete anos, chegou a escola 
aprovado apta a cursar o segundo ano de acordo com os documentos, estava 
em fevereiro com 7 anos completos, não sabia escrever, não lia, reconhecia 
as vogais e nenhuma consoante, não fazia cópia do quadro, só escrevia seu 
primeiro nome e deveria por lei cursar o 2º ano. 
 
 Em entrevista com os pais e preenchimento da anamnese, dados 
relevantes não foram observados pois ainda não tínhamos iniciado o curso e 
não conhecíamos a EOCA,mas identificamos uma super proteção em relação 
a queixa do não aprender, o medo da família em reprovar a criança e a 
comparação com o irmão gêmeo,além dos traumas familiares em relação ao 
parto onde por razão de um incêndio, a família teve que mudar as pressas 
para um local onde os recursos são precários e o nascimento dos gêmeos foi 
traumático para pais e filhos. 
 
 Não chamavam as crianças pelos nomes e sim os gêmeos, achavam que o 
irmão deveria também superproteger o J,é assim que o chamaremos.Toda a 
família se unia em torno da “doença” do J, era um sofrimento que os mantinha 
unidos e vitimas de um passado, a mãe sentia-se culpada, e ninguém queria 
aceitar qualquer encaminhamento, para avaliação médica, pois diziam que 
Deus não iria dar uma criança doente a eles. 
 
 Trabalhando de forma leiga, através de desenhos, figuras e da linguagem, 
observei a insegurança e baixo estima do aprendende, falta de maturidade e 
organização para se alfabetizar, o elo da corrente estava partido e precisava 
ser recuperado. 
 
 
 
 
 
32
 Em equipe tomamos a decisão de retornar com o aluno para o 1º ano, ao 
relatarmos o fato aos pais a preocupação com a reprovação se dava ao fato de 
o pai ser funcionário de uma empresa que custeava os estudos dos 
dependentes, desde que não haja reprovação e que naquele momento a 
família não poderia arcar com as despesas dos três filhos sem o auxílio da 
empresa. 
 
 Encaminhamos a família para acompanhamento com uma Fonoaudióloga 
com especialização em Psicopedqagogia, a criança está freqüentando o 1º 
ano, para a empresa ele continua na mesma série. 
Aos pais sugerimos que chamassem o filho pelo nome, ele tem uma 
identidade, parassem de vitimá-lo e valorizassem as habilidades da criança 
que em menos de um três na escola, tinha aprendido capoeira, judô e 
desenhava com m facilidade e mostrava-se integrado e feliz com o grupo do 
1º ano. 
 Quando ingressou na escola ficava sempre calado e não se comunicava, 
mostrava-se triste e abatido, fato que mudou totalmente ao entrar na nova 
turma, pois quando estava no 2º ano não conseguia acompanhar os alunos e 
não estava querendo vir para a escola. 
 O laudo apresentado pela profissional foi: dispersão,ansiedade e agitação 
escolar,dificuldade em memorizar os conceitos, alterações na escrita, 
dificuldade na organização do pensamento, alteração de mobilidade e 
tonicidade da musculatura ótica e o laudo do neuro apresentou um leve atraso 
motor 
 Com a continuidade do curso aplicamos a EOCA e com entusiasmo ele 
mostrou o que mais gosta de fazer na escola é ler e escrever, então escreveu: 
“Já sei escrever tudo que quiser”, construiu com sucata duas casas em uma 
escreveu escola e na outra lar, fez uma ponte que ligava as duas e várias 
crianças cruzando a ponte. 
 
 Desenhou uma roda de capoeira e uma medalha de judô, dizendo que 
aprendeu isso também lá, na escola e que agora ele ajudava sua mãe nos 
 
 
 
 
33
deveres de casa, pois ela também estava estudando e já sabia ler melhor, ele 
pediu que a mãe fosse estudar alegando que não ficaria mais triste pois iria 
aprender muita coisa na escola. 
 
 Hoje o aluno mostra-se seguro, houver modificação em seu cotidiano, 
mostra-se feliz,participativo a biologia do amor tem influenciado suas ações 
diárias e através deste aluno e maneira como a instituição atuou no problemas 
e os resultados os professores perceberam que deveriam mudar suas ações 
diárias e este processo vem sendo uma realidade nesta escola. 
 
 Estamos em busca de um fazer transformador de vida e de mundo, Wallon, 
deixou-nos uma nova concepção da motricidade, da emotividade, da 
inteligência humana e, sobretudo, uma maneira original de pensar o mundo 
infantil e reformular os seus problemas. 
 
 O maior objetivo da psicopedagogia no contexto de psicologia genética 
está posto no desenvolvimento da pessoa e não em seu desenvolvimento 
intelectual. A inteligência é uma parte do todo em que a pessoa se constitui. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 A psicopedagogia institucional vem atuando com muito sucesso nas 
diversas instituições, sejam escolas, hospitais e empresas. 
Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervém ou 
prejudicam uma boa aprendizagem em uma instituição. Propõe e ajuda o 
desenvolvimento dos projetos favoráveis a mudança. 
 
 A aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos 
humanos, que mediante a incorporação de informações e o desenvolvimento 
de experiências, promovem modificações estáveis na personalidade e na 
dinâmica grupal as quais revertem no manejo instrumental da realidade. Venho 
ai reforçar a palavra grupal no seu sentido etmológico, a práxis 
psicopedagógica ela não se dá de forma isolada do grupo institucional 
percebemos que deverá haver uma coesão no sentido de subsidiar o educador 
em relação as dificuldades do aprendente. 
 
 A práxis psicopedagógica é entendida como conhecimento dos processos 
de aprendizagem nos seus aspectos cognitivos, emocionais e corporais. 
 Pressupões também a atuação tanto no processo normal do aprendizado 
como na percepção de dificuldades (diagnóstico) e na interferência no 
planejamento das instituições e no trabalho de reeducação (terapia 
psicopedagógica). 
 
 
 
 
35
 O psicopedagogo realiza o trabalho de prevenção, diagnóstico e tratamento 
dos problemas de aprendizado escolar. As causas desta dificuldade podem ser 
de origem física (estrutura do sistema nervoso central e maturidade 
neurológica) ou psíquica (dificuldade de adaptação social, dificuldade de 
aceitação de regras de comportamento, falta de interesse e valorização do 
aprendizado) . Qualquer uma dessas causas pode ocasionar sintomas como a 
falta de atenção e concentração e a dificuldade de compreensão e 
memorização. 
 
 Sendo assim, o psicopedagogo tem como função detectar a origem do 
problema e, baseado nela, desenvolver atividades que criem momentos 
propícios que estimulem a aquisição de funções cognitivas que são pré-
requisitos para as aprendizagens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36BIBLIOGRAFIA 
 
COSTA, Marília Maia. Psicopedagogia Empresarial: Rio de Janeiro; Wak , 
2009 
 
MATURANA, Humberto. A árvore do conhecimento: as bases biológicas do 
entendimento humano. São Paulo: Psy, 1995. 
 
 
 
BECAUCLAIR, João.Para entender psicopedagogia: Perspectivas atuais 
desafios futuros.Rio de Janeiro; Wark,2007. 
 
 
ANDRADE, M.S. Bases Teóricas da Psicopedagogia: iniciando a discussão. 
Cadernos de Psicopedagogia:2001. 
 
MENDES, Mônica Hehme. Psicopedagogia Institucional - Uma proposta de 
Intervenção - Revista Psicopedagogia, 2000. 
 
BRASIL. Projeto de Lei 10.891. Disponível em 
http://www.psicopedagogiaonline.com.br. Acesso em 25 de julho de 2005. 
 
EVELISE, Portilho.Como se aprende? Estratégias, estilos e metacognição.Rio 
de Janeiro: wark,2009. 
 
 
 
 
37
BOSSA, Nádia. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 
Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1994. 
 
MORAES, Maria Cândida. Educar na biologia do amor e da solidariedade.Rio 
de Janeiro: Vozes,2003 
____. Da biologia e psicologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998a. 
_____. Emoções e linguagem____. Da biologia e psicologia. Porto Alegre: 
Artes Médicas, 1 na educação 
 
 
 
ÍNDICE 
 
 
FOLHA DE ROSTO 2 
AGRADECIMENTO 
3 
DEDICATÓRIA 4 
RESUMO 5 
METODOLOGIA 6 
SUMÁRIO 7 
INTRODUÇÃO 8 
 
CAPÍTULO I - A PSICOPEDAGOGIA E SUA HISTORIA 10 
 1.2 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO E A 
 REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO 
CAPÍTULO II - A PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA. 16 
CAPÍTULO III – EU SINTOEU PENSO. 23 
CAPÍTULO IV - Da TEORIA Á PRÁTICA EM BUSCA DE 
UM FAZER TRANSFORMADOR 29 
CONCLUSÃO 33 
ÍNDICE 37 
 
 
 
 
38
 
FOLHA DE AVALIAÇÃO 
 
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
 PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU 
 INSTITUTO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
Título da Monografia: O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO:EM BUSCA DE 
UMA PRÁXIS TRANSFORMADORA. 
 
 
 
 
Autor: Jóilima Dias Soares 
 
Data da entrega: 26/07/09 
 
Avaliado por: Conceito: 
 
 
 
	AGRADECIMENTOS
	SUMÁRIO
	CAPÍTULO I	- A PSICOPEDAGOGIA E SUA HISTORIA 10
	1.2 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO E A
	REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO
	CAPÍTULO II	 - A PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA.		 16
	CAPÍTULO III – EU SINTOEU PENSO.	 23
	CAPÍTULO IV - Da TEORIA Á PRÁTICA EM BUSCA DE
	UM FAZER TRANSFORMADOR 29
	CONCLUSÃO	 33
	BIBLIOGRAFIA 						 35
	FOLHA DE ROSTO						 2
	AGRADECIMENTO						 3
	CAPÍTULO I	- A PSICOPEDAGOGIA E SUA HISTORIA 10
	1.2 A FORMAÇÃO DO PSICOPEDAGOGO E A
	REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO
	CAPÍTULO II	 - A PRÁXIS PSICOPEDAGÓGICA.		 16
	CAPÍTULO III – EU SINTOEU PENSO.	 23
	CAPÍTULO IV - Da TEORIA Á PRÁTICA EM BUSCA DE
	UM FAZER TRANSFORMADOR 29
	FOLHA DE AVALIAÇÃO

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