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ATIVIDADE PRÁTICA A arte rupestre encontrada na serra da Capivara e em outros lugares do Brasil é um registro importante, porque nos permite saber, nos dias atuais, sobre a vida dos nossos ancestrais, seus costumes e sua forma de ver e de representar o mundo. Nela, os povos pré-históricos deixaram marcado um pouco do seu tempo e da sua vida. E você? O que desenharia para representar sua vida atual? Pegue canetas hidrocor, lápis de cor, aquarela, papel e o que mais quiser e pode começar: em uma cartolina, registre um momento do seu cotidiano. Neste módulo, conhecemos um pouco dos primeiros habitantes do território brasileiro. Caçadores e coletores, sambaquieiros e outros povos ceramistas habitavam o Brasil há milhares de anos. Além disso, você estudou o modo como eles se organizavam e aprendeu que eles tinham características próprias e que sua história já existia muito antes da chegada dos europeus. Assim, é importante perceber que havia pessoas vivendo aqui muito antes de os portugueses declararem que estavam “descobrindo uma terra nova”, assim como entender que o etnocentrismo contribuiu muito para o discurso do descobrimento e para as tentativas de destruição das culturas nativas e a submissão desses povos. PRATICANDO O APRENDIZADO 1 Qual é o papel dos mitos na vida das sociedades que povoaram o atual território brasileiro? A ideia de ter um ponto de origem da vida na Terra foi fundamental ao longo da História para a transmissão de valores, crenças e normas de comportamento aos membros de várias sociedades. Para os primeiros habitantes do território brasileiro não foi diferente, e os mitos são uma fonte de explicações dos fenômenos cotidianos. 2 Caracterize os grupos caçadores e coletores. Eles viviam da caça e da coleta de vegetais, insetos e outras substâncias orgânicas que as regiões ofereciam e poderiam servir de alimento. Tinham de se deslocar com certa frequência por causa do esgotamento dos recursos. Assim, além de se tornarem exímios caçadores, produziam lanças e pontas de flechas com pedra lascada. Não construíam moradias, pois se deslocavam frequentemente, nem enterravam seus mortos. 3 Por que os sambaquis são importantes para os estudos sobre os primeiros habitantes do território brasileiro? Para os arqueólogos, os sambaquis são uma ótima oportunidade para estudos e descobertas em razão dos vestígios de atividades humanas e fósseis encontrados neles. No Brasil, os sítios arqueológicos de sambaquis mais antigos têm mais de 8 mil anos. Os mais conhecidos ficam na região Sul, no litoral do estado de Santa Catarina. 4 De que maneira o etnocentrismo se manifestou concre- tamente na vida em sociedade a partir do século XV? Dê um exemplo. Em sua expansão, a partir do século XV, as sociedades europeias se defrontaram com outras sociedades e perceberam que estas não eram feitas à sua imagem. E interpretaram de maneira negativa tudo aquilo que lhes pareceu diferente do que estavam acostumados. PARA CONCLUIR 200 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 8 PH_EF2_6ANO_HIS_187a202_CAD2_MOD08_CA.indd 200 11/14/19 3:45 PM Observe a imagem a seguir e responda às questões 1 e 2. 1 Qual é a importância desse vestígio humano para o estudo da História? As pinturas rupestres são evidências materiais do desenvolvimento intelectual, do modo de vida e da crença dos seres humanos. Portanto, são importantes objetos de estudo da História e da Arqueologia. 2 Podemos considerar essa imagem um tipo de fonte histórica do período em que foi produzida? Por quê? Espera-se que os alunos respondam que sim, pois as pinturas e as inscrições no interior de cavernas ou em paredes de rochas da Pré-História nos transmitem informações que ajudam a entender aspectos da vida dos grupos humanos que as produziram, como uma espécie de código a ser decifrado. 3 Alguns estudiosos afirmam que os sambaquieiros eram se- dentários. Apresente uma justificativa para essa afirmação. No litoral de Santa Catarina há sambaquis de cerca de 40 metros de altura. Essa dimensão indica que esses povos eram sedentários, pois seriam necessários muitos anos para a formação de sambaquis com essa proporção, tarefa que seria irrealizável se fossem caçadores e/ou coletores nômades, como supõem alguns estudiosos 4 Leia o trecho a seguir e responda à pergunta. No ano de 1985, em fevereiro, aconteceu um acidente mui- to grave em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia Guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais provo- caram deslizamentos de terras das encostas da Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, construída em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de 500 anos, chamavam de Itaor- na. O prejuízo foi calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros responsáveis pela construção da usina nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios continha informação sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. Só descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer dizer “pedra podre”, depois do acidente [...]. FREIRE, José R. Bessa. Disponível em: <www.taquiprati.com.br/producao-academica/ os-guarani-e-a-memoria-oral-a-canoa-do-tempo-curitiba-seed-2006>. Acesso em: 13 set. 2019. É possível dizer que o acidente poderia ter sido evitado? Se sim, de que maneira? Espera-se que os alunos respondam que sim. Se as referências indígenas fossem reconhecidas e valorizadas, o prejuízo poderia ter sido evitado. APLICANDO O CONHECIMENTO T h o m a z V it a N e to /P u ls a r Im a g e n s Pintura rupestre em sítio arqueológico da Reserva Particular do Patrimônio Natural Pousada das Araras, na cidade de Serranópolis, em Goiás. 1 Leia o trecho a seguir e responda à questão. Há cerca de 2 000 anos, os sítios superficiais e sem cerâmica dos caçadores antigos foram substituídos por conjuntos que evidenciam uma forte mudança na tecnologia e nos hábitos. Ao mesmo tempo em que aparecem a cerâmica e o consumo de ve- getais cultivados, encontram-se novas estruturas de habitações. PROUS, André. O Brasil antes dos brasileiros: a pré-história do nosso país. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 49. Sobre o trecho apresentado, pode-se dizer que ele as- socia o desenvolvimento da agricultura: a) a uma aproximação entre os povos americanos, por meio da troca de saberes, com a transmissão de conhecimentos sobre cerâmica. b) a uma difusão entre os povos dos sambaquis, fabri- cantes de cerâmica com o uso de conchas e ossos, a exemplo de seus outros utensílios. c) ao da cerâmica, entre os habitantes do território do Brasil, levando à sedentarização de alguns grupos. d) ao estímulo às trocas comerciais com outros povos vizinhos, principalmente da região dos Andes. DESENVOLVENDO HABILIDADES Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das alternativas sinalizadas com asterisco. 201 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 8 PH_EF2_6ANO_HIS_187a202_CAD2_MOD08_CA.indd 201 11/14/19 3:45 PM 2 A imagem a seguir representa o olhar do europeu sobre os antigos habitantes do atual Brasil. Com re- lação aos indígenas brasileiros, pode-se afirmar que: Ilustração de Claude d’Abbeville, c. 1614. a) em virtude do contato mais próximo, os Tupi foram os povos mais bem conhecidos pelos portugueses e pelos demais europeus que visitaram a costa brasileira. b) todos os antigos habitantes do atual Brasil fa- lavam o tupi, facilitando o contato a partir do aprendizado dos europeus. c) os Tupi do litoral ignoraram a agricultura, alimen- tando-se exclusivamente da pesca. d) os Tupi concentravam-se na atual região Norte, o que adiou o contato com os europeus. 3 Leia o trecho a seguir. Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos ví- timas de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar cultural, social e até fisicamente. A justificativa é a de que somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não podesuportar esse ônus […]. Nós, índios, queremos falar, mas queremos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes. [...] É preciso congelar essas ideias coloni- zadoras, porque elas são irreais e hipócritas e também genocidas [...]. Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas na ONU e fundador das Nações Indígenas. Folha de S.Paulo, 31 ago. 1994. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/8/31/painel/1.html>. Acesso em: 13 set. 2019. Com base no trecho, pode-se afirmar que: a) o autor defende a necessidade do respeito às culturas indígenas. b) o autor acredita na ausência de uma visão etno- cêntrica no Brasil. C la u d e A b b e v ill e /C o le ç ã o p a rt ic u la r c) o autor discute o papel da mídia como difusora das ideias indígenas. d) o autor aponta a importância do tupi para uniformi- zar a comunicação. 4 Sobre a organização econômica, social e política das comunidades indígenas brasileiras, no período inicial da conquista do território pelos portugueses, é correto afirmar: I. Os nativos viviam em regime de comunidade pri- mitiva, em que a terra era de propriedade privada dos casais. II. A divisão das tarefas era por gênero; as mulheres cozinhavam, cuidavam das crianças, plantavam e colhiam; os homens participavam de atividades guerreiras, da caça, da pesca e da derrubada da floresta para fazer a lavoura. III. A sociedade era organizada em classes sociais, os responsáveis pelo comércio de materiais eram os mais ricos e poderosos. A alternativa que apresenta a(s) proposição(ões) cor- reta(s) é: a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) I, II e III. 5 Leia a seguir um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha escrita ao rei de Portugal e responda o que se pede. Dos que ali andavam, muitos – quase a maior parte – tra- ziam aqueles bicos de osso nos beiços. E alguns, que andavam sem eles, traziam os beiços furados e nos buracos traziam uns espelhos de pau, que pareciam espelhos de borracha. CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a El-Rei Dom Manuel. Belém: Unama, s/d. p. 5. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000283.pdf>. Acesso em: 13 set. 2019. Em diversos momentos, a carta descreve aspectos dos nativos. Com base em seus conhecimentos sobre o en- contro entre os portugueses e os habitantes nativos em 1500, qual das alternativas expressa a relação dos europeus com a cultura indígena? a) Os portugueses usaram o encontro com os nativos como ponto de partida para repensar seu modelo cultural. b) Havia uma homogeneidade dos povos que habita- vam o território naquele momento. c) Os portugueses enxergaram os nativos como inferio- res por causa de seus hábitos e suas práticas distintas. d) A busca de compreensão e aceitação da cultura indígena era uma preocupação fundamental do colonizador. 202 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 8 PH_EF2_6ANO_HIS_187a202_CAD2_MOD08_CA.indd 202 11/14/19 3:45 PM
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