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SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO NO RECÉM-NASCIDO

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O período pós-natal imediato é marcado por importantes modificações cardiopulmonares. 
Em recém-nascidos pré-termo com idade gestacional inferior a 32 semanas, a imaturidade 
de diversos órgãos pode dificultar essa transição fisiológica, sendo frequente a 
necessidade de suporte respiratório e hemodinâmico. 
A síndrome do desconforto respiratório (SDR) do recém-nascido é umas das principais 
causas de morbidade nesses pacientes. A deficiência de surfactante, própria do pulmão 
ainda em desenvolvimento, ocasiona o colapso alveolar, que se manifesta como 
desconforto respiratório já nas primeiras horas de vida.O tratamento consiste no 
recrutamento pulmonar aplicando-se pressão positiva nas vias aéreas, por meio de 
ventilação não invasiva ou invasiva, associado ou não ao uso de surfactante exógeno. 
Síndrome do desconforto respiratório: influência do manejo sobre o estado 
hemodinâmico de recém-nascidos pré-termo ≤ 32 semanas nas primeiras 24 horas de 
vida, Daniela Matos, 2019. 
A Síndrome do Desconforto Respiratório (SDR) ou Doença de Membrana Hialina 
(DMH) secundária à deficiência de surfactante é a doença respiratória mais frequente no 
período neonatal, além de ser uma das principais causas de morbidade e mortalidade em 
recém-nascidos prematuros, acometendo principalmente os recém-nascidos abaixo de 35 
semanas de idade gestacional, sendo mais comum no sexo masculino, na raça branca e 
naqueles nascidos de parto cesáreo . Sua incidência e gravidade são inversamente 
proporcionais à idade gestacional e peso ao nascimento, envolvendo cerca de 60% 
daqueles com menos de 28 semanas, 30% dos recém-nascidos prematuros menores de 30 
semanas e aproximadamente 5% dos pré-termos tardios . Durante a década de 80, vários 
estudos comprovaram a eficácia do surfactante exógeno para o tratamento e prevenção 
da SDR5–8 , e seu uso clínico foi disponibilizado na década de 90 e, atualmente é 
considerado um dos maiores avanços no tratamento desta doença, tornando-se uma das 
principais intervenções terapêuticas nas unidades neonatais . Dentre os efeitos marcantes 
do seu uso estão a redução da mortalidade, da ocorrência de escape de ar (pneumotórax e 
enfisema intersticial pulmonar), assim como a possibilidade de diminuição do tempo de 
ventilação mecânica e consequentemente da incidência de Doença Pulmonar Crônica. A 
eficácia do surfactante exógeno dependente do tempo de vida do RN prematuro no 
momento de sua administração e do estágio de desenvolvimento pulmonar que é 
determinado pela idade gestacional. Atualmente a melhor evidência disponível 
recomenda a utilização do surfactante terapêutico precoce, isto é, administrado nas 
primeiras 2 horas de vida. A redução do risco de morte e de outras complicações dos RN 
prematuros depende ainda de outras ações como a utilização de corticóide antenatal, as 
estratégias de ventilatórias que possibilitem maior proteção do pulmão e os processos de 
cuidado neonatal tais como, manejos hídrico e hemodinâmico, manutenção da 
temperatura corporal com consequente diminuição do consumo de oxigênio e suporte 
nutricional através das nutrições parenteral e enteral trófica o mais precoce possível. 
Utilização do surfactante na Doença de Membrana Hialina em Recém-Nascidos 
Prematuros no Sistema Único de Saúde, Carla Nasser, 2016

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