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- H A B I L I D A D E S L A B O R A T O R I A I S - Aula 02: Objetivos ➔ Técnicas de coleta (punção venosa) e Interpretação dos interferentes pré-analíticos ➔ Realizar a punção venosa para coleta de sangue venoso com vistas à prevenção de ocorrência de falhas ou a introdução de variáveis que possam comprometer a exatidão dos resultados. Conteúdos: Fase pré-analítica Indicação do exame Redação da solicitação Leitura e interpretação da solicitação Transmissão de eventuais instruções de preparo Acondicionamento, transporte e preservação da amostra biológica. Punção venosa (técnica) FASES DA ANÁLISE LABORATORIAL 1. Pré analítica 2. Analítica 3. Pós analítica - - - - - - F A S E P R É A N A L Í T I C A - - - - - - - A fase pré-analítica (que engloba desde a indicação pré-teste, passando pela solicitação/requisição do exame, orientação ao paciente, coleta da amostra biológica, sequência de tubos, identificação, triagem, acondicionamento, transporte, até a entrada do material para a análise em si) - Engloba mais de 70% dos erros laboratoriais Potenciais Inadequações: ● Solicitação equivocada do médico; ● Escrita ilegível ou abreviações grosseiras; ● Falta de indicação médica; ● Interpretação errada da solicitação médica; ● Perda da solicitação médica; ● Falta de orientação ou preparo incorreto do paciente; ● Uso de drogas de abuso e de medicamentos; ● Não observância da influência do ritmo biológico; ● Erro na identificação do paciente; ● Garroteamento prolongado; ● Troca de tubos; ● Coleta da amostra inadequada; ● Coleta em tubo equivocado ou na sequência incorreta; ● Amostra coletada em membro com rota de infusão intravenosa; ● Tubo sem material; ● Proporção inadequada entre sangue e anticoagulante; ● Hemólise e/ou lipemia; ● Processo de centrifugação equivocado; ● Acondicionamento fora da temperatura recomendada; ● Perda ou contaminação do tubo. Erros mais comuns da fase analítica (execução do exame) ● Falha na calibração e manutenção de equipamentos; ● Variações de energia elétrica; ● Água reagente fora das especificações técnicas; ● Erros na diluição de calibradores e controles; ● Insumos mal acondicionados e/ou degradados; ● Aspiração de bolhas de ar, microcoágulos ou fibrina; ● Interferentes; ● Estabilidade da amostra prejudicada; ● Temperatura ambiente ou a de reação inadequados; ● Erros em cálculos e em diluições da amostra. FATORES QUE PODEM INTERFERIR: Variação cronobiológica: Essa condição envolve as alterações cíclicas na concentração de determinados parâmetros em função do tempo, podendo ser diária, mensal, sazonal, anual, etc. A circadiana, por exemplo, ocorre nos níveis séricos de ferro e de cortisol. As coletas realizadas à tarde fornecem resultados mais baixos do que os obtidos nas amostras coletadas pela manhã. Posição: A mudança rápida na postura corporal determina variações no teor de alguns componentes séricos. Quando o indivíduo se move da posição supina para a ereta, ocorre um afluxo de água e substâncias filtráveis do espaço intravascular para o intersticial. Assim, proteínas de alto peso molecular e elementos celulares elevam-se relativamente até que o equilíbrio hídrico se restabeleça. Por essa razão, níveis de albumina, colesterol, triglicérides, hematócrito e hemoglobina, além de drogas que se ligam a proteínas e também os leucócitos, podem ser superestimados (em torno de 8% a 10%) se a coleta de sangue for feita antes da estabilização do equilíbrio hídrico. Gênero: Alguns exames de sangue e urina apresentam níveis significativamente distintos entre homens e mulheres devido a variações hormonais, metabólicas e de massa muscular, entre outras. As alterações típicas do ciclo menstrual também se refletem em outras substâncias. A aldosterona fica cerca de 100% mais elevada na fase pré-ovulatória do que na folicular. De qualquer modo, os intervalos de referência para esses parâmetros são específicos para cada gênero. Faixa etária: Certos indicadores bioquímicos possuem nível sérico dependente da idade, o que se deve a fatores como maturidade funcional dos órgãos e sistemas, conteúdo hídrico e lipídico, massa corporal, limitações funcionais da senilidade, etc. Em situações especiais, os intervalos de referência devem considerar essas diferenças. Convém ponderar que as mesmas causas de variações pré-analíticas que afetam os resultados laboratoriais em jovens interferem nos resultados de idosos, mas com intensidade maior nestes últimos. Doenças subclínicas também são mais comuns na maturidade e precisam ser levadas em conta na interpretação dos resultados. Jejum: A necessidade do jejum decorre do fato de os valores de referência dos testes terem sido estabelecidos em indivíduos nessa condição. Ademais, a refeição pode alterar a composição sanguínea momentaneamente – sem o pré-requisito, cada exame teria de ser analisado à luz do que a pessoa ingeriu. A maioria dos exames exige três horas de jejum, com exceção da glicemia (oito horas) e do perfil lipídico (12 horas), dentro do qual, vale lembrar, existe considerável variação intraindividual nos lipídios plasmáticos, da ordem de 5% a 10%, para o colesterol total, e superior a 20%, para os triglicérides. Na população pediátrica e de idosos, o tempo sem alimentação deve guardar relação com os intervalos das refeições. Para crianças mais novas, o jejum pode ser de uma ou duas horas. Dieta: A amplitude das alterações de parâmetros no plasma ainda depende da composição da dieta e do tempo decorrido entre a ingestão e a coleta da amostra. Alimentos que contêm muita gordura, por exemplo, fazem subir a concentração de triglicérides, da mesma forma que dietas ricas em proteínas promovem níveis elevados de amônia, ureia e ácido úrico. Álcool e fumo: Da mesma forma que os medicamentos, o álcool e o fumo determinam variações nos resultados de exames laboratoriais por seus efeitos in vivo e in vitro. Mesmo o consumo esporádico de etanol pode ocasionar alterações significativas e quase imediatas na glicose, no ácido láctico e nos triglicérides. Já o uso crônico eleva a atividade da gamaglutamiltransferase. O tabagismo, por sua vez, aumenta a concentração de hemoglobina, a quantidade de leucócitos e de hemácias e o volume corpuscular médio, além de reduzir o HDL-colesterol e elevar a adrenalina, a aldosterona, o antígeno carcinoembriogênico e o cortisol. Gestação: Existem mecanismos que mudam o nível das substâncias no plasma durante a gravidez, os quais decorrem de vários fatores, como a hemodiluição de proteínas totais e albumina, as deficiências relativas em função do maior consumo de ferro e ferritina e o aumento das proteínas de fase aguda, como a velocidade de hemossedimentação, apenas para citar alguns. Atividade física: O efeito dos exercícios sobre alguns componentes sanguíneos é, em geral, transitório e decorre da mobilização de água e outras substâncias entre os diferentes compartimentos corporais, das variações nas necessidades energéticas do metabolismo e da modificação fisiológica que a atividade condiciona. Desse modo, dá-se preferência à coleta de amostras com o paciente em condições basais, que são mais facilmente reprodutíveis e padronizáveis. O esforço físico ainda é capaz de aumentar a atividade sérica de enzimas de origem muscular, como a creatinoquinase (CK), a aldolase e a aspartato aminotransferase, pelo aumento da liberação celular. Pode haver ainda hipoglicemia, elevação da concentração do ácido láctico em até dez vezes e aumento nas atividades das enzimas renina e CK em até quatro e dez vezes, respectivamente. As variações chegam a persistir por 12 a 24 horas, a depender da intensidade do exercício e do grau de condicionamento físico do indivíduo. Medicamentos em uso: Uma vez que podem se constituir em interferentes, os fármacos usados pelo paciente devem ser protocolados para evitar alterações que acabem induzindoo médico a erros na interpretação dos valores encontrados. Tais interferências ocorrem in vivo, quando o medicamento modifica o resultado, como a hiperglicemia causada pelo uso de corticoides ou a elevação da atividade da CK total pelo uso de estatinas. ERROS EM CADA ETAPA DA FASE PRÉ ANALÍTICA: Solicitação do exame e orientação ao paciente: Desde a solicitação do exame pelo médico podem ocorrer erros: letra ilegível, nome do paciente incompleto, falta da idade, do sexo, da cor, da profissão (as vezes é muito importante), dados clínicos, uso de medicamentos etc.A preparação e orientação do paciente também é importante. Muitos analitos medidos requerem um estado de jejum e são medidos com base em alguns valores de referência, por isso o paciente deve ser questionado quanto às suas atividades, alimentação e inclusive o uso de medicamentos. A não realização de dieta prévia, por exemplo, pode causar lipemia, interferindo no resultado de diversos parâmetros do hemograma. Medicamentos e analitos: Vários medicamentos como anti-inflamatórios, anticoagulantes orais, antirretrovirais, entre outros, interferem nos exames hematológicos. Por isso, o paciente deve ser questionado quanto ao uso de medicamentos eventuais ou crônicos e a forma de administração. O laboratório deve estabelecer um protocolo de questionamentos a ser respondido pelo paciente. Identificação do paciente: Erros na identificação do paciente podem ocorrer quando procedimentos adequados não são seguidos, os tubos de coleta de amostra não são rotulados ou são identificados incorretamente. Os tubos devem conter, no mínimo, o nome completo do paciente, a data e hora da coleta. Procedimento de coleta da amostra: A técnica adequada de punção venosa deve selecionar o local correto e não deixar o torniquete por mais de um minuto, pois pode causar hemoconcentração e hemólise. Todo processo analítico requer um volume fixo de soro/plasma para análise. A coleta de um pequeno volume de sangue pode causar a rejeição da amostra, sendo esta uma das causas mais frequentes. A coleta de pequeno volume de sangue em tubo com EDTA, por exemplo, pela sobra de anticoagulante pode desidratar os eritrócitos (crenados) causando diminuição do hematócrito e do volume corpuscular médio (VCM). Até mesmo a posição (sentado x deitado) pode afetar os resultados do teste de laboratório de alguns constituintes químicos (colesterol, aldosterona). Ordem dos tubos de coleta: No momento da coleta, durante a troca de tubos, existe a possibilidade de contaminação de um tubo para outro com aditivos e até mesmo de microrganismos. Seguir a ordem correta garantirá que não haja contaminação cruzada de aditivos nos tubos de coleta de sangue. Eles também devem ser preenchidos até que o vácuo esteja esgotado. Isso garante que o volume correto de sangue para a proporção de aditivo seja preciso. Após a coleta, os tubos de coleta de sangue devem ser homogeneizados adequadamente. A homogeneização deficiente produzirá amostras com coágulos, já a agitação vigorosa pode causar hemólise. Material do tubo de coleta: A técnica de coleta de sangue pode ser realizada através do sistema a vácuo ou com seringa e agulha. Os tubos de coleta a vácuo, além de proporcionar maior segurança para o profissional e menor risco de contaminação, oferecem a garantia de aspiração de um volume adequado da amostra. A quantidade de sangue é proporcional à quantidade de aditivo presente no tubo de coleta. Consequentemente, há uma redução de causas de erro, como hemodiluição, volumes insuficientes, hemólise e formação de microcoágulos. https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-interferentes-sangue/ https://kasvi.com.br/hemograma/ https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-vacuo-analise-sangue-cores-beneficios/ https://kasvi.com.br/tubos-de-coleta-interferentes-sangue/ Transporte e armazenamento: A qualidade da amostra pode ser comprometida pela exposição a extremos de temperatura, pressão e forças físicas durante o transporte. Alguns espécimes devem ser transportados imediatamente após a coleta, por exemplo, gasometria arterial. As amostras para soro ou plasma devem ser centrifugadas e separadas dentro de 2 horas. Além disso, o transporte deve ser feito a uma temperatura apropriada, dependendo do teste requerido, sempre no menor tempo possível. Na hematologia, é fundamental respeitar principalmente as temperaturas de transporte a fim de não alterar os fatores de coagulação e não degenerar as células sanguíneas. Caso não seja armazenada adequadamente pode ainda sofrer quebras acidentais, saída da tampa (perda do material) e contaminação de outros tubos, hemólise por trepidação e agitação forte etc. Centrifugação: A maioria das análises laboratoriais em amostras de sangue, urina ou líquidos cavitários requer uma centrifugação prévia para separar o soro ou o plasma das células sanguíneas. O cumprimento de requisitos na fase de centrifugação minimiza problemas que possam afetar as amostras biológicas, como a centrifugação incompleta, afetando dosagens hormonais, erros propiciando aumento de índices de hemólise ou perdas de amostras, gerando recoleta. Para amostras de soro, deve-se verificar a completa coagulação do sangue antes da centrifugação. A coagulação é processada em um tempo médio de 30 a 60 minutos à temperatura ambiente (22 a 25º C). - - - - - - A C E S S O V E N O S O P E R I F É R I C O - - - - - - ➔ É um procedimento básico ➔ Via de administração de medicamentos e fluidos ➔ Curta duração (até 3 dias) ➔ Dispositivos endovenosos (agulhados e flexíveis) Local de punção: ➔ Veias de maior calibre (nas extremidades - geralmente membros superiores) ➔ Via de administração de medicamentos e fluidos ➔ Visibilidade e acessibilidade ➔ Distanciamento de articulações ➔ Poucas válvulas ➔ Ausência de sinais de infecção Materiais ➔ EPI (luvas de procedimento) ➔ Garrote ➔ Dispositivos endovenosos (cateteres agulhados na numeração adequada com dispositivo de segurança) ➔ Seringa ➔ Equipo ➔ Conectores ➔ Esparadrapos ➔ Algodão ou gazes (embebidas em álcool a 70) ➔ Bandeja ou cuba rim ➔ Caixa para descarte de perfurocortantes ➔ Trocomizador (se necessário), cortar (a retirada total aumenta o risco de infecção) ➔ Venoscópio (se necessário) ➔ Fita adesiva hipoalergênica ou filme transparente de poliuretano esterilizados ➔ Materiais complementares de acordo com o procedimento: sistema de infusão montado, seringa com medicamento, solução, frascos para coleta de sangue) INDICAÇÕES: - Clientes em atendimento ambulatorial ou hospitalar que necessitam de infusão de medicamentos ou soluções pela via intravenosa: ➔ Quando não IV é mais indicada ➔ Não disponíveis em outras vias ➔ Quando via entérica não está disponível (oral ou retal) ➔ Hidratação em choque ➔ Parada cardiorrespiratória ➔ Administração de transfusão - Clientes que necessitam coletar amostras de sangue CONTRA-INDICAÇÃO: ➔ Se houver possibilidade de administrar a medicação via oral ➔ Infecção, lesões de pele ou queimaduras no local de punção ➔ Veias trombosadas (endurecidas) ➔ Veias com flebite (endurecidas, dolorosas, hiperemiadas) ➔ Presença de hematoma ao redor da veia ➔ Membros muito edemaciados ➔ Fístula arteriovenosa para hemodiálise no membro (junção de uma veia com artéria para se tornar calibrosa e evitar complicações durante a hemodiálise) ➔ História de mastectomia ou exérese (remoção) de linfonodos ipsilaterais ➔ Evitar acesso em membro que será submetido a cirurgia PROCEDIMENTO ➔ Explicar o procedimento a se realizado e a sua finalidade ao cliente e/ou familiar ou acompanhante; ➔ Higienizar as mãos; ➔ Realizar a tricotomia da região escolhida, se necessário; ➔ Higienizar as mãos; ➔ Levar a bandeja (cuba rim) para perto do paciente, colocando a bandeja sobre ➔ a mesinha de cabeceira; ➔ Posicionar o cliente de acordo com o local escolhido. Se o cliente estiver sentado,apoiar seu braço esticando o cotovelo; ➔ Calçar luvas de procedimentos; ➔ Avaliar a rede venosa e escolher uma veia de bom calibre (de acordo com a finalidade da punção, como no caso de hemotransfusão); ➔ Utilizar o venoscópio, se necessário; ➔ Colocar o garrote acima do local escolhido, aproximadamente de 7,5 a 10 cm, de modo que não interfira no fluxo arterial, além de solicitar que o cliente mantenha a mão fechada; ➔ Fazer antissepsia do local com álcool a 70%, em sentido único, de dentro para fora, e esperar o fluido secar espontaneamente; ➔ Pegar o cateter com a mão dominante com o bisel da agulha voltado para cima e em sentido do retorno venoso; ➔ Delimitar e imobilizar a veia, esticando a pele do paciente, com a mão não dominante, utilizando os dedos polegar e indicador; ➔ Proceder à punção e à introdução do dispositivo na veia, com o dispositivo em ângulo de 15 a 45 graus; ➔ Observar o refluxo de sangue para o cateter (canhão); ➔ No caso de punção com cateter endovenoso, introduzir a parte externa do dispositivo com o mandril (agulha); ➔ Retirar o garrote e solicitar que o paciente abra a mão; ➔ Pressionar com o polegar a pele onde está apontado dispositivo e retirar o mandril; ➔ Conectar o extensor ou o equipo de soro, devidamente preenchido com soro, ou a seringa no dispositivo intravenoso; ➔ Abrir o clamp do equipo para iniciar a infusão; ➔ Verificar se a solução flui facilmente, observando se não há infiltração no local; ➔ Realizar a fixação com a fita adesiva hipoalergênica ou filme transparente de poliuretano esterilizados; ➔ Identificar o acesso venoso com data, dispositivo utilizado e nome do profissional que realizou o procedimento; ➔ Assegurar que o paciente esteja confortável e seguro no leito (grades elevadas); ➔ Manter a unidade do paciente organizada; ➔ Desprezar o material utilizado em local apropriado; ➔ Retirar as luvas; ➔ Higienizar as mãos; ➔ Proceder às anotações de enfermagem, constando: tipo do dispositivo e calibre que foram utilizados, número de tentativas de punção, local de inserção e ocorrências adversas e as medidas tomadas. No caso de coleta de amostra de sangue: ➔ Quando evidenciar o sangue na seringa, continuar a puxar o êmbolo até a ➔ quantidade necessária; ➔ Terminada a coleta, retirar o garrote; ➔ Retirar a agulha/seringa; ➔ Comprimir o vaso (veia) com algodão seco; ➔ Solicitar ao paciente para permanecer com braço estendido; ➔ NÃO flexionar o braço quando a punção ocorrer na dobra do cotovelo, pois ➔ esse gesto logo após a punção provoca lesão e hematoma no local; ➔ Se ocorrer hematoma no local de aplicação, aplicar gelo nas primeiras 24 horas ➔ e calor após; Observação: Fazer limpeza dos garrotes com água e sabão e depois desinfecção com álcool a 70%, antes de cada procedimento. Está contraindicado realizar punções: ➔ Em locais que apresentem lesões de pele, flebite e edema; ➔ Membros com déficit motor e/ou sensitivo ou com fístula arteriovenosa; ➔ Membro superior homólogo à mastectomia com ressecção de linfonodos; ➔ Não realizar punções em casos de distúrbios graves de coagulação. Complicações associadas à punção venosa periférica: As complicações vasculares associadas à terapia intravenosa basicamente são: hematoma, trombose, flebite, tromboflebite, infiltração, extravasamento, infecção local septicemia, sobrecarga circulatória, edema pulmonar, embolia pulmonar, embolia gasosa, embolia por cateter, choque por hipervolemia. Em se tratando de um procedimento invasivo, considera-se que na punção venosa o cateter provoca o rompimento da proteção natural, a pele, para atingir o interior do sistema venoso, acarretando, consequentemente a comunicação entre o meio externo e o interno. A ausência da lavagem das mãos antes e após a realização do procedimento pela maioria dos profissionais não recebeu a importância necessária, já que o simples procedimento diminui o risco de contaminação e de infecção cruzada. È evidente que a lavagem das mãos esbarra em vários aspectos, tais como a falta de estrutura física e de material para execução de uma lavagem livre de contaminação. A falta de materiais básicos no setor, como a bandeja, por exemplo, faz pressupor a ausência da chefia para solicitar tais artefatos e/ou carência material da instituição. A desvalorização da explicação do procedimento ao paciente (que deixa implícita uma atitude desumanizada por parte do profissional) requer mudança de comportamento. Sabe-se que um simples diálogo facilita, inquestionavelmente, o desempenho de suas funções e a receptividade do paciente ao procedimento. O não uso da luva por grande parte dos profissionais que desconsideram o risco para a sua saúde e a de seu cliente contribui para a ocorrência de infecção cruzada e de acidentes ocupacionais. Em relação à antissepsia, ainda é grande o número de profissionais que não seguem a técnica recomendada. Sendo assim, é necessário ressaltar a importância de uma antissepsia correta, a fim de diminuir prováveis complicações venosas. Acerca da reutilização do dispositivo, é inadmissível o percentual apresentado, já que o sistema circulatório é fechado e por isso estéril, devendo ser mantido assim mesmo. Além disso, trata-se de um dispositivo que é descartável, isto é, impróprio para reutilização. Sobre a não colocação da data na fixação é outro ponto bastante relevante, pois tal passo permite o controle da validade sobre a punção venosa, não permitindo seja ultrapassado o tempo recomendado, o que reduz a ocorrência de complicações. Sobre as observações às reações e às queixas dos pacientes, a maioria dos profissionais desvalorizou mais uma vez o diálogo com o paciente, além de não manifestar seu raciocínio clínico no momento oportuno, o que poderia evitar a ocorrência de complicações. Assim como a comunicação, a observação é uma atitude muito recomendada para uma assistência de Enfermagem de qualidade. Grande parte dos profissionais não orienta o paciente quanto à manutenção da punção venosa, sendo esta etapa relevante para a prevenção do aparecimento das complicações. Diante dos resultados, percebe-se a necessidade urgente de que sejam incluídas, nas atividades de ensino, palestras, capacitações, oficinas, seminários, entre outras, com o objetivo de estimular os futuros profissionais da área e também aqueles que já atuam na Enfermagem, a refletiram melhor sobre as questões aqui levantadas e outros problemas da área de saúde, para que busquem a melhoria da qualidade do serviço oferecido à sociedade. TUBOS DE COLETA
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