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Siglas utilizadas nos posicionamentos Incidências Radiológicas Aula 09: Incidências radiológicas do tórax e do mediastino Apresentação Nesta aula, analisaremos os posicionamentos dos pacientes e as incidências radiológicas para a realização de exames radiológicos de rotina básica e especial ou complementar do tórax e do mediastino. Além disso, veremos a utilização de critérios técnicos, utilizando como bases a física das radiações e a geometria da imagem, para a aquisição das imagens radiológicas. A compreensão do conteúdo apresentado nesta aula nos possibilitará o entendimento teórico-prático das principais incidências radiológicas do tórax e do mediastino, de forma façamos as correlações propositivas para aplicar os posicionamentos radiográ�cos do tórax e do mediastino nos futuros pacientes, alcançando, com essa base teórica, a excelência na realização das incidências radiológicas. Objetivos Descrever as principais incidências radiológicas do tórax e do mediastino; Identi�car as técnicas radiológicas usadas no tórax e no mediastino. Como sabemos, antes de iniciarmos nossos estudos, é necessário conhecer as siglas que serão utilizadas nos posicionamentos apresentados nesta aula: Tórax – PA – em ortostática SIGLA PALAVRA SIGNIFICADO AP Anteroposterior Quando a incidência do raio central no paciente ocorre de frente para trás DFF Distância foco filme A distância entre o foco de raios X e o filme KV Quilovoltagem A diferença de potencial criada entre o ânodo e o cátodo que aumenta a frequência dos raios X (penetrabilidade) mAs Miliamperagem por segundo A quantidade de radiação produzida (mA) multiplicada pelo tempo de exposição (s) RC Raio central Orientado pela colimação. É a parte central onde se concentra o feixe de raios X OPD e OPE - Oblíqua posterior direita e oblíqua posterior esquerda. OAD e OAE - Oblíqua anterior direita e oblíqua anterior esquerda. Hemitórax - Metade do tórax, caracterizada geralmente pelo estudo dos arcos costais unilateral. RI Receptor da imagem - Veja os Tamanhos dos �lmes/receptores de imagem apresentados nesta aula: 35x35cm; 30x40cm; 35x43cm. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do tórax em PA. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de patologias como pneumonia, hemotórax, en�sema, tuberculose, doenças cardiovasculares, derrames pleurais, atelectasia e sinais de infecção. Principais estruturas demonstradas Área pulmonar bilateral, área cardíaca, hilos pulmonares, seios cardiofrênicos, seios costofrênicos, traqueia, arcos costais e a coluna vertebral torácica. Tórax – per�l Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou transversal dependendo do biótipo da pessoa ou 35x35cm. As mulheres utilizam este último; Técnica de referência: 4mAs e 85KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das axilas ou no ângulo inferior das escápulas (altura de T7), sempre levando em consideração à movimentação do tórax durante a respiração utilizada para esta incidência radiológica. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em posição ortostática, pés ligeiramente afastados, massa corporal igualmente distribuída em ambos os pés, queixo elevado, apoiado na estativa, mãos sobre a região inferior dos quadris com os cotovelos parcialmente �etidos, ombros rodados anteriormente e apoiados na estativa (com a �nalidade de deixar as escápulas lateralizadas e os pulmões livres). Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do tórax em PA. Atenção A exposição é realizada no �nal da segunda inspiração profunda para ampliar ao máximo a capacidade de ar dentro dos pulmões. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a segunda inspiração profunda. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do tórax em perfil. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de patologias como pneumonia, hemotórax, en�sema, tuberculose, doenças cardiovasculares, derrames pleurais, lesões atrás do coração, esterno e sinais de infecção. Propõe uma visão de 90 graus em relação ao PA, se tornando um complemento ideal para compor o estudo radiológico do tórax. Principais estruturas demonstradas Área pulmonar bilateral, área cardíaca, hilos pulmonares, esterno anteriormente, arcos costais e a coluna vertebral torácica. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm ou 30x40cm no sentido longitudinal. A seleção entre os dois depende do biótipo da pessoa; Técnica de referência: 8mAs e 96KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das axilas ou no ângulo inferior das escápulas (altura de T7), sempre levando em consideração a movimentação do tórax durante a respiração utilizada para esta incidência radiológica. Posicionar em per�l verdadeiro, onde o plano coronal �ca perpendicular ao RI. Tórax – AP em ortostática Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em posição ortostática, lado esquerdo, preferencialmente, contra o RI, a menos que a queixa do paciente envolva o lado direito do tórax ou a critério clínico, referendado no pedido de exames. Posicionar o paciente em per�l verdadeiro, onde o plano coronal �ca perpendicular ao RI, erguendo os braços sobre a cabeça ou à frente (fora da área pulmonar). Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do tórax em per�l. Atenção A incidência radiológica de tórax em per�l direito amplia excessivamente a imagem da área cardíaca e esse é o principal motivo pelo qual a incidência radiológica de tórax em per�l esquerdo é amplamente utilizada, se convencionando como a incidência ideal. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a inspiração profunda. Essa incidência radiológica pode ser realizada com o paciente sentado próximo à estativa, com ou sem a utilização de cadeira de rodas, priorizando também, geralmente, o lado esquerdo próximo ao RI. Imagem ilustrativa da incidência radiológica AP de tórax em ortostática. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de patologias como pneumonia, hemotórax, en�sema, tuberculose, doenças cardiovasculares e derrames pleurais. Posição pouco utilizada devido à melhor incidência radiológica ser a PA do tórax. É realizada somente com a impossibilidade de posicionamento do paciente ao PA. Principais estruturas demonstradas Área pulmonar bilateral, área cardíaca, hilos pulmonares, esterno anteriormente, arcos costais e a coluna vertebral torácica. Tórax – AP em decúbito dorsal Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou transversal dependendo do biótipo da pessoa ou 35x35cm. As mulheres utilizam este último; Técnica de referência: 4mAs e 85KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das axilas ou no ângulo inferior das escápulas (altura de T7), sempre levando em consideração a movimentação do tórax durante a respiração utilizada para esta incidência radiológica. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em posição ortostática, pés ligeiramente afastados, massa corporal igualmente distribuída em ambos os pés, queixo elevado, apoiado na estativa, mãos sobre a região inferior dos quadris com os cotovelos parcialmente �etidos, ombros rodados anteriormente e apoiados na estativa (com a �nalidade de deixar as escápulas lateralizadas deixando os pulmões livres). Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas de tórax AP em ortostática. Atenção A exposição é realizada no �nal da segunda inspiração profunda para ampliar ao máximo a capacidade de ar dentro dos pulmões. Deve serobservada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a segunda inspiração profunda. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do tórax em AP em decúbito dorsal. (Fonte: imagemradiologica.webnode.com) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de patologias como pneumonia, hemotórax, en�sema, tuberculose e doenças cardiovasculares. Principais estruturas demonstradas Área pulmonar bilateral, área cardíaca, hilos pulmonares, arcos costais e a coluna vertebral torácica. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m, se possível. Distância limitada ao equipamento. Na posição reclinada do paciente, geralmente, é possível se chegar em 1,80m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou transversal dependendo do biótipo da pessoa ou 35x35cm. As mulheres utilizam este último; Técnica de referência: 3,2mAs e 60KV, fora do Bucky; RC: Angulado em 5º no sentido caudal para �car perpendicular ao eixo do esterno, a �m de evitar que as clavículas obscureçam os ápices. RC no nível da T7, 8 a 10cm abaixo da incisura jugular. Tórax – apicolordótica Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em posição decúbito dorsal na maca; se possível, a cabeceira da maca ou da cama deve ser erguida em uma posição semiereta (paciente reclinado) e rodar os ombros do paciente à frente, por meio da rotação medial dos braços. Nota: A exposição é realizada no �nal da segunda inspiração profunda para ampliar ao máximo a capacidade de ar dentro dos pulmões. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas de tórax em AP em decúbito dorsal. Atenção Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a segunda inspiração profunda. O coração parece maior devido a uma ampliação causada pela posição em decúbito dorsal. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do tórax apicolordótica. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de tuberculose, inicialmente, nos ápices pulmonares, calci�cações e massas abaixo das clavículas. Principais estruturas demonstradas Área pulmonar bilateral com os ápices livres. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido transversal; Técnica de referência: 4mAs e 85KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado ao meio do esterno, cerca de 9cm abaixo da incisura jugular. Tórax – oblíquas anteriores – OAE e OAD Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em posição ortostática, afastado cerca de 30cm do RI, com ombros inclinados para trás, pescoço e região posterior da cabeça apoiadas na estativa. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do tórax apicolordótica. Atenção A exposição é realizada no �nal da segunda inspiração profunda para ampliar ao máximo a capacidade de ar dentro dos pulmões. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a segunda inspiração profunda. Como essa incidência radiológica propõe um posicionamento altamente difícil para o paciente, o tecnólogo deve agilizar a realização do exame, priorizando, é claro, a excelência do exame e a proteção radiológica. Imagem ilustrativa das incidências radiológicas do tórax em oblíqua - OAE e OAD. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de patologias como pneumonia, hemotórax, en�sema, doenças cardiovasculares (contornos do coração e dos grandes vasos), derrames pleurais, traqueia e sinais de infecção. Principais estruturas demonstradas Área pulmonar bilateral, área cardíaca, hilos pulmonares, seios cardiofrênicos, seios costofrênicos, traqueia, arcos costais e a coluna vertebral torácica. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou 35x35cm, em sua maioria, as mulheres utilizam este último; Técnica de referência: 6mAs e 95KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das axilas ou no ângulo inferior das escápulas (altura de T7), sempre levando em consideração a movimentação do tórax durante a respiração utilizada para esta incidência radiológica. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente ereto olhando para frente com o queixo elevado, rodado 45º com ombro anterior esquerdo apoiado contra o RI na OAE, braço do paciente �etido próximo ao RI e mão sobre o quadril, braço oposto elevado para não haver superposição com o pulmão, com a mão apoiada na cabeça ou sobre a estativa. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do tórax em oblíqua - OAE e OAD. Atenção Tórax – AP em decúbito lateral direito ou esquerdo – Laurell A exposição é realizada no �nal da segunda inspiração profunda para ampliar ao máximo a capacidade de ar dentro dos pulmões. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a segunda inspiração profunda. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do tórax em AP – decúbito lateral esquerdo. (Fonte: radiologia-tec) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de pequenos derrames pleurais pela demonstração de níveis hidroaéreos no espaço pleural e pequenas quantidades de ar na cavidade pleural, podendo indicar um possível pneumotórax. Principais estruturas demonstradas Área pulmonar bilateral, área cardíaca, hilos pulmonares, seios cardiofrênicos, seios costofrênicos e bordas laterais das costelas. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal; Técnica de referência: 4mAs e 85KV, no Bucky, ou 3,2mAs e 60KV, fora do Bucky (não recomendado e utilizado apenas por imposição do exame).; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das axilas ou no ângulo inferior das escápulas (altura de T7), sempre levando em consideração a movimentação do tórax durante a respiração utilizada para esta incidência radiológica. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente deitado sobre o lado direito no decúbito lateral direito ou sobre o lado esquerdo no decúbito lateral esquerdo. Queixo erguido e braços erguidos acima da cabeça para não haver superposição sobre o campo pulmonar, joelhos levemente �etidos e plano coronal paralelo ao RI sem rotação do corpo. Deve ser utilizado um coxim radiotransparente abaixo do paciente. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do tórax AP em decúbito lateral direito ou esquerdo – Laurell. Atenção A exposição é realizada no �nal da segunda inspiração profunda para ampliar ao máximo a capacidade de ar dentro dos pulmões. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a segunda inspiração profunda. Atividade 1. Qual é a incidência radiológica do tórax realizada em decúbito lateral que estuda pequenos derrames pleurais e pneumotórax? a) Laurell. b) Apicolordótica. c) Perfil esquerdo. d) PA de tórax. e) AP de tórax em decúbito dorsal. 2. Quais são os possíveis receptores de imagem para a incidência radiológica de tórax em PA? a) 18x24cm e 24x30cm. b) 30x40cm, 35x43cm. c) 24x30cm, 35x43cm e 35x35cm. d) 24x30cm e 35x43cm. e) 13x18cm e 24x30cm. 3. Qual é a DFF da incidência radiológica do tórax em AP em decúbito dorsal? a) 150cm. b) 180cm ou o máximo possível até essa DFF. c) 120cm. d) 130cm. e) 100cm ou o mínimo possível. 4. Como é conhecida a incidência radiológica que estuda os ápices pulmonares livres devido a uma posição do paciente difícil de ser realizada? a) Laurell. b) AP em decúbito dorsal. c) Apicolordótica. d) PA de tórax. e) Perfil de tórax. 5. Qual é a DFF para a incidência radiológica do tórax em PA? a) 120cm. b) 100cm. c) 150cm.d) 180cm. e) 90cm. 6. Analise a sentença abaixo e depois marque verdadeiro ou falso: A incidência radiológica do tórax em per�l deve ser realizada em per�l esquerdo, a não ser que haja a solicitação médica para o per�l direito. Referências BIASOLI, JR. Antônio. Técnicas Radiográ�cas. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2016. BOISSON, Luiz Fernando. Técnica Radiológica Médica Básica e Avançada. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2007. BONTRAGER, Kenneth L., LAMPIGNANO, John P. Tratado de Posicionamento Radiográ�co e Anatomia Associada. 8. ed. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2014. DOS SANTOS, Gelvis Cardozo. Manual de Radiologia – Fundamentos e Técnicas. 1. ed. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2008. Próxima aula Incidências radiológicas da cavidade abdominal. Explore mais Assista ao vídeo Radiogra�a simples do tórax: incidências, aspectos técnicos e sistematização da análise. . Acesso em 20 jun. 2019. Leia também o texto de mesmo título Radiogra�a simples do tórax: incidências, aspectos técnicos e sistematização da análise. javascript:void(0); javascript:void(0);
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