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FFuunnddaammeennttooss ddaa RRaaddiioollooggiiaa ee AAcceessssóórriiooss RRaaddiioollóóggiiccooss A Radiologia Tecnólogo em radiologia, quem é esse profissional? Trata-se do profissional que atua em diversas áreas, na busca de um diagnóstico ou contribuindo para uma terapia definida. Ao contrário que muitas pessoas pensam o técnico em radiologia não atua somente na área médica. Este profissional tem nos dias de hoje uma variedade de possibilidades de atuação: na área da saúde, na área industrial, na área administrativa e na área de pesquisa educação. 1 - O maior empregador é sem dúvida a área da saúde, nos diversos setores que a Compõe. Vejamos: a) Setor de Radiodiagnóstico. - Raios – x (convencional e contrastado); - Tomografia Computadorizada; - Ressonância Magnética; - Mamografia; - Densitometria Óssea; - Medicina Nuclear (exames ou terapias). b) Setor de Radioterapia. - Planejamento e execução de terapias sob supervisão. c) Setor Odontológico. - Na execução de exames de imagem. d) Setor Veterinário. - Na execução de exames de imagem. 2 – Na Indústria: A atuação do tecnólogo em radiologia é pouco observada dada ao desinteresse ou a outros fatores. As áreas mais exploradas são nos setores de petróleo, petroquímico, químico, a aeronáutico, aeroespacial, siderúrgico, naval, eletromecânico, entre outros. 3 – Setor administrativo: Tem-se observado em serviços de médio e grande porte, parte das atividades administrativas comandadas pelo profissional tecnólogo em radiologia. 4 – Na área de pesquisa e educação: Pouco explorada pelos profissionais tecnólogos em radiologia. Equipe Multiprofissional Na atuação na área da saúde, o profissional tecnólogo em radiologia num setor de radiodiagnóstico, relaciona-se com diversos profissionais e é comum encontrar no setor: - Médico Radiologista (via de regra o responsável pelo setor); - Gerente administrativo; - Assistentes administrativos; - Auxiliar de radiologia; - Enfermeira (o) (depende do porte do serviço); - Auxiliar ou técnica (o) de enfermagem. Orgãos de Classe ATRESP – Associação de Tecnologia Radiológica do Estado de São Paulo. Av.Prestes Maia,241 – sala 3125 – 31º andar – São Paulo Fone/fax (11) 3228 0828 - WWW.atresp.com.br SINTARESP – Sindicato dos Técnicos, Tecnólogos e Auxiliares em Radiologia no Estado de São Paulo. Rua Pires da Mota, 1029 - Bairro da Aclimação - São Paulo Fone (11) 3207 5014 - e-mail: sintaresp@sintaresp.com.br CRTR –SP – Conselho Regional de Técnicos e Tecnólogos em Radiologia de São Paulo Rua Herculano, 169 - Sumaré - São Paulo - CEP: 01257-030 Fone: 2189 5400 - WWW.crtrsp.org.br Aula 02 – História da Radiologia História da Radiologia I - INTRODUÇÃO: A HISTÓRIA DO DESCOBRIDOR DOS RAIOS-X O século XIX, a partir da segunda metade, assinala grandes conquistas no âmbito das ciências e da medicina. Rudolf Wirchow (1821-1902) chamou a atenção para a célula como elemento morfológico básico. Trazendo importante contribuição à patologia. Em 1849 Charles Darwin (1809-1882) publica o seu livro “A origem das espécies pela seleção natural”, resultado das observações, contendo os fundamentos dos fatos científicos que o levaram à teoria da evolução dos seres vivos pelo processo da seleção natural. Nesse mesmo ano, Karl Marx publica seu livro “Crítica da economia política”, em que formula a teoria da evolução social. Em 1895, Sigmund Freud (1856-1939) publica o livro “Estudos sobre a histeria”, trazendo, no seu conteúdo, nada mais nada menos que as origens da Psicanálise. Dentre as grandes conquistas na medicina e em outros ramos do conhecimento, wilhelm Conrad Roentgem, no ano de 1895, a 8 de novembro, surpreende o mundo com o descobrimento dos raios-x. Pode imaginar-se o que foi a surpresa desse acontecimento e o impacto no meio científico, a possibilidade, até então inimaginável, de sem cortar, nem abrir,ver o corpo vivo por dentro. Inalgurava-se a era da tecnologia e da imagem em medicina. Hoje, mais de um século decorrido do advento dos raios-x, quando se assinala o despontar do diagnóstico por imagem. Mal se poderia prever o desdobramento do diagnóstico por imagem em métodos cada vez mais complexos e sensíveis para a investigação clínica. II –INFÂNCIA E ADOLECÊNCIA: Nascido a 27 de março de 1845, em Lennep, pequena cidade nas margens do rio Ruhr, no vale do mesmo nome, viveu em sua cidade natal até os três anos de idade. Seus pais,Friedrich Conrad Roentgen, comerciante de tecidos, e Charlotte Constanze Frowlein, mudaramse,em 1848, para Apeldoorn, na Holanda. Na Holanda viveu sua infância e adolescência e ali fez sua formação básica. Na Suíça ocorreu sua formação universitária e científica, e na Alemanha, onde nasceu, exerceu toda usa vida profissional. Roentgen foi admitido como aluno da divisão Técnica Mecânica da Escola Politécnica, em razão dos excelentes certificados da escola técnica. Diploma-se me Engenharia Mecânica em agosto de 1868. Conta-se que August Kundt, professor de física, de quem Roentgen era aluno, perguntou - lhe “que você quer ser afinal?” Respondendo que não sabia que ainda não se decidira, ele o aconselhou a tentar física, mesmo que lhe tivesse faltado até àquela hora, qualquer atuação na área de física. Aceitando a sugestão do seu mestre, inicia-se na física, a ela dedicando-se por toda a vida, no ensino e na pesquisa. III –O FÍSICO: A chegada de Roentgen a Zurique ocorre a 16 de novembro de 1865. Residiu em quarto alugado em uma casa. As refeições faziam-as, com outros colegas, quase que habitualmente, em um restaurante próximo à Escola Técnica Federal. Tornou-se amigo do dono e consequentemente conhecendo a segunda das três filhas deste. Não demorou para que Anna Bertha, jovem, elegante e encantadora, impressionasse o estudante Wilhelm Roentgen, também alto,elegante, sempre bem trajado e entre ambos nascesse mútua afeição e um compromisso. Convidado para ocupar a cadeira de física na Universidade de wurzburg, em 1870, Kundt leva Roentgen como seu assistente. As condições precárias de trabalho, com um laboratório mal equipado. Não obstante, Kundt e Roentgen, além do trabalho de rotina, encaminham trabalhos de pesquisa. Na Universidade de Wurzburg, entretanto, o progresso e ascensão de Roentgen na carreira universitária foram prejudicados pela sua “inadequada educação formal” – faltava-lhe o título de “Privat-dozent” ou de “professor gratuito”, reconhecido pela Universidade, primeiros degraus da carreira universitária. Exigia-se, à época, esse titulo acadêmico para alcançar um cargo remunerado na faculdade. Faltava-lhe ainda um treinamento satisfatório nas línguas clássicas. Tendo ganhado somente 4 anos depois, quando livre das exigências tradicionais da Universidade de Wurzburg, depois de 2 anos em Estrasburgo, dedicados a pesquisa e ensino. Casou-se em 19 de Janeiro de 1872. O tempo passa e sem filhos, casados há 15 anos, resolvem tomar para criar uma sobrinha, Josephine Bertha, de 6 anos de idade, que só viria a ser adotada aos 21 anos de idade. O PROFESSOR: Dezoito anos após ter ido para Wurzburg, como assistente de Kundt, em 1870, Roentgen recebe, a 1º de outubro de 1888, convite para assumir a direção da Cátedra de Física e a direção do instituto de física. Agora, outras condições se ofereciam, tratava-se de um novo instituto de física, dotado de equipamentosindispensáveis à pesquisa. Aos 43 anos de idade, era agora um grande físico conhecido na Europa, com numerosos trabalhos científicos publicados. O REITORADO: Em 1894, escolhido como reitor da universidade, pronuncia, no ato de posse, um discurso que define, com muita propriedade, o papel da instituição e dos professores a ela ligados. Diz ele: “A universidade é um viveiro de pesquisa científica, um lugar para o cultivo de idéias, por professores e alunos”. “A experimentação é o mais poderoso instrumento para extrair segredos da natureza”. Roentgen exerceu o reitorado com empenho e entusiasmo, todavia a atividade que mais apreciava era a pesquisa. Foi neste mesmo ano de 1894, em junho, que iniciou as pesquisas sobre raios catódicos, a partir da aquisição de um tubo de Lenard aperfeiçoado, em mãos do vidreiro Mueller- Unkel em Braunschweig. O DESCOBRIMENTO DOS RAIOS-X: À parte do volume de conhecimentos, relacionados com a eletricidade e o magnetismo, adquiridos através de séculos, os predecessores de Roentgen e os raios X remontam, talvez, à época longínqua dos primeiros tubos a vácuo. Remontam, entre outros, a Guilhermo Morgan, Johann Heinrich Geissler (1815-1879) e Julius Plucker (1801-1868), por volta de 1850, de um lado. Por outro lado, há como predecessores imediatos – Johann Willhelm Hittorf (1824-1914), William Crookes (1832-1919), Heinrich Ruldof Hertz (1857-1894), James Clerk Maxwell (1831-1879), Hermann Von Helmholtz (1821-1894) e Philipp Lenard (1862-1947). William Crookes, físico e químico inglês, estudou como os demais, os raios catódicos.Dispunha de laboratório melhor equipado que Hittorf deu melhor divulgação aos seus trabalhos sobre os raios catódicos, através de conceituados periódicos científicos, inclusive, aos quais Roentgen tinha acesso. Daí ter ficado o tubo a vácuo mais conhecido como tubos Crookes. Crookes, como outros pesquisadores de raios catódicos, que o antecederam, produziu raios-x sem que soubesse. Durante o mês de outubro de 1895, Roentgen esteve empenhado nas suas pesquisas sobre os raios catódicos. Noite de oito de novembro de 1895, sexta-feira, Roentgen realizava suas pesquisas nos dois laboratórios que ficavam no pavimento superior do edifício do Instituto de Física. Em um dos laboratórios, ele tinha os equipamentos necessários às suas experiências – bobina de Ruhmkorff (fabricada em Erlangen), tubos (ou aparelhos de descarga, como preferia chamar), tipo Hittorf- Crookes e tubos Lenard, inclusive um que adquirira havia um ano atrás, em julho de 1894. Além disso, uma bomba de vácuo, e um écran, ou seja, uma cartolina revestida de sais de platinocianeto de bário, usada pelos estudiosos que pesquisavam raios invisíveis. Roentgen removia gás e vapor do seu interior, usando uma bomba de vácuo. O tubo era bombeado por três ou quatro dias, a fim de reduzir a pressão à milésima parte da pressão atmosférica. Essa baixa pressão permitia aos raios catódicos passarem livremente através do tubo, colidindo com raras moléculas de gás. Uma bobina de indução fornecia a corrente elétrica. O transformador de Roentgen recebia uma corrente de 20 volts das baterias alojadas no subsolo do Instituto e a convertia em pulsos de cerca de 35.000 volts cada.A cada segundo cerca de oito pulsos eram gerados, cada um acompanhado do ruído produzido pela descarga elétrica entre as extremidades da bobina secundária. A essa altura de suas experiências, empolgado com os primeiros resultados e as idéias que, encadeadas, nele iam-se sucedendo, Roentgen, concentrado no seu objetivo e por ele absorvido, vivia distante do que se passava a sua volta. Escolheu um dos tubos Hittorf-Crookes de que dispunha em uma estante do seu laboratório, recobriu-o cuidadosamente com uma cartolina preta e ligou-o aos eletrodos da bobina de Ruhmkorff. Em seguida escureceu a sala, impedindo, inclusive, que qualquer claridade proveniente da rua nela penetrasse. Receava que qualquer luminosidade, vinda do interior do tubo, ou qualquer claridade proveniente da rua o impedissem de surpreender o brilho do ecran. Ao passar a corrente de alta tensão, através do tubo, verificou que nenhuma luz visível atravessava a cartolina preta que o revestia. Preparava-se para interromper a corrente de alta tensão, a fim de dispor o ecran no lugar para a experiência decisiva, quando, subitamente, a cerca de um metro do tubo, ele surpreendeu uma luz fraca sobre um pequeno banco situado próximo. Esse brilho pensou Roentgen que proviesse de uma letra “A” que um estudante havia escrito na placa revestida da solução de platinocianeto de bário. Na verdade, Roentgen, não sabendo como explicar o fato, fez passar novas descargas elétricas através do tubo – “a mesma fluorescência foi vista sob a forma de débeis nuvens verdes, movendo-se em uníssono com as descargas flutuantes da bobina.” Atordoado, sem atinar com que se passava, Roentgen acendeu um fósforo, e, com surpresa, verificou “que a fonte de misteriosa luz era o pequeno ecran de placinocianeto de bário deixado sobre o banco.” Repetiu a experiência outras vezes, nova descargas através do tubo, ao tempo em que distanciava deste o ecran, que continuava emitindo o mesmo brilho. Admirado e surpreso ante aquele desafio, ele raciocinou: os raios catódicos não pode haver percorrido tal distância, do tubo ao ecran, pois sabia que eles percorrem alguns centímetros, apenas, na atmosfera. A luz que brilhava no ecran não era, de modo algum, simples efeito dos raios catódicos exteriorizados do tubo. Evidentemente, algo emanava do tubo Hittorf-Crookes, produzia sobre o ecran o efeito fluorescente, a uma distância muito maior do que aquela observada nas suas experiências com os raios catódicos. Algo emanava do tubo, que não era os raios catódicos, produzindo aqueles efeitos visíveis, não tinha dúvida, embora fosse uma dedução contrária a tudo que se sabia até então sobre passagem de corrente de alta tensão através de tubos rarefeitos, e sobre raios catódicos. Mas, de que se tratava. Que se passava? Essa interrogação plantara-se na cabeça de Roentgen, de maneira permanente, como um desafio. A manhã e à tarde do dia oito de novembro passaram e Roentgen preso às suas pesquisas e aos problemas de raciocínio teórico que, no âmbito da física, eles suscitavam à medida que se desdobravam. ((A essa altura de suas pesquisas e do raciocínio a que elas levavam, ao desdobraremse, parecia não haver dúvidas: 1º) algo que emanava do tubo Hittorf- Crookes, mais penetrante que os raios catódicos, propagavam-se no meio exterior e provocava a fluorescência do écran, colocado a distâncias cada vez maiores do tubo; 2º) se a emanação do tubo penetrava e se propagava no meio ambiente, isto é, no ar atmosférico, presumivelmente penetraria outros meios de composição química diferente e neles se propagaria. Esse o grande passo, o passo decisivo, que apontava os rumos a seguir em suas experiências, a partir daqui, para explicar o estranho fenômeno. Inteiramente absorvido pelo que ocorria, Roentgen entregava-se a pesquisa, tentando, agora, conhecer o comportamento do agente que emanava do tubo com relação a outros meios – lâminas de papel, de espessuras diferentes, cartas de jogar e um livro colocado entre o tubo e o ecran. “Acidentalmente”, teria dito Roentgen, ele descobriu “que a emanação do tubo passava, sem impedimento, através de um pedaço de papel preto.” A seguir, o mesmo procedimento com lâminas de diferentes metais (lâminas de alumínio, estanho, cobre, prata, platina, ouro), notando que a fluorescência do ecran variava em intensidade, de um a outro corpo interposto ao tubo e ao ecran. Chegou à vez da lâmina de chumbo que, para sua surpresa, parecia detera emanação do tubo. Continuava as observações, isolado no silêncio do seu laboratório. A reação que o Achado, jamais concedido e jamais visto, provocou em Roentgen foi de admiração, de espanto, mas, ao mesmo tempo, de dúvida e de “relutância em continuar os experimentos que prometiam trazer-lhe a descrenças aos olhos dos seus colegas.” Foi no domingo, 22 de dezembro de 1895, que Roentgen persuadiu sua esposa a colaborar, como objeto de seus experimentos. Posta a mão esquerda de sua esposa no chassi, sobre ela fez incidir a radiação oriunda do tubo, exposição de cerca de 15 minutos, foi a primeira radiografia realizada. E seguiu radiografando, seu rifle, uma caixa de madeira, revelando o que continha dentro, em fim já imaginava o uso industrial. Muitas foram às propostas para industrialização da descoberta, mas Roentgem relutou e sabe-se que não buscou nenhum benefício financeiro com sua descoberta. A repercussão foi altíssima, nos anos que sucederam, e a importância da descoberta, a Fama, notoriedade, levou-o a ganhar o prêmio Nobel de física em 1901. Mais tarde com a 1º grande guerra, com desastrosas repercussões sobre as atividades dos países, e, sobretudo na área das ciências, somado a doença de sua esposa, que veio a falecer em 31 de outubro de 1919, deixando-o completamente abalado. No ano seguinte, afastou-se de seu cargo de professor de física e continuou indo ao laboratório para concluir alguns trabalhos pendentes. Tinha-se claramente no meu científico e na sociedade a visão da importância das contribuições de Roentgen no mundo. A 10 de fevereiro de 1923, Roentgen falece em Munique, sendo suas cinzas transferidas para Alemanha, onde repousam os restos mortais de sua esposa e seus pais. Entre os seus últimos desejos constavam que todos os seus diplomas, medalhas, mensagens e prêmios, fossem doados ao instituto de física na universidade de Wurzburg. Os manuscritos e quaisquer correspondências pessoais fossem destruídos, dificultando assim a restauração de sua memória pessoal. Tubo de Raios-X CONCEITOS: Radiografia – É uma gravação fotográfica visível, em filme, produzida pela passagem de raios x através de um objeto ou corpo. (uma das possíveis definições). Raios-X – É uma forma de radiação eletromagnética parecida com a luz visível, mas de menor comprimento de onda. Tubo de raios-X – elemento fundamental para a produção dos raios x é um invólucro de vidro vedado, o qual foi retirado o ar (vácuo), contendo duas partes importantes que são o catodo e o anodo. (figura 1 e 2). Figura 1 – ampola de raios –x Figura 2 – tubo de raios –x O tubo de raios-X, mostrado na figura anterior, tem a função de blindar os raios- X que são emitidos nas direções fora da janela. Para cumprir esta função esta carcaça deve ser de material bastante denso, normalmente de chumbo. Dentro do tubo fica a ampola de raios-X ligados aos circuitos eletrônicos de retificação de corrente e de alta tensão, além do sistema de arrefecimento (perda de calor). Também se pode observar no tubo os locais para a conexão dos cabos de alta tensão provenientes do transformador. Catodo – O catodo (eletrodo negativo) é composto de um fio de tungstênio (filamento) enrolado na forma de uma espiral com aproximadamente 1,5mm de diâmetro e de 10 a 15 mm de comprimento. Tal fio se estende ao lado de fora do tubo de maneira a produzir conexões elétricas. Anodo - O anodo (eletrodo positivo) é comumente formado de um bloco de cobre, o qual estende de um lado ao centro do tubo. Uma placa de tungstênio de aproximadamente 10 a 15 mm quadrados e 3 mm de espessura se localiza na face anterior do anodo, ao centro do tubo. (figura 3). Figura 3 – catodo e anodo esquema da ampola Esquema da ampola Anodo fixo - Possui limitada capacidade de dissipação do calor. Restringe ao uso em aparelhos portáteis para radiografia médica e aparelhos para raios-x dental. Anodo giratório – Foi desenvolvido para aumentar ainda mais a capacidade do anodo resistir ao calor. O anodo é feito em forma de disco, composto de tungstênio ou molibdênio e gira sobre um eixo colocado ao centro do tubo. O filamento é posicionado de maneira a dirigir a corrente de elétron contra a área enviesada do disco. Assim, a posição do ponto de foco,permanece fixa no espaço, enquanto o disco gira rapidamente durante a exposição, fornecendo uma superfície continuadamente “fria” para a recepção da corrente de elétron. Dessa forma o calor é distribuído sobre uma área larga e circular ou pista de foco. Ponto focal – área do anodo na qual os elétrons se chocam. Quanto menor o ponto de foco, mais nítida é a imagem, no entanto um ponto de foco grande tende a resistir mais ao calor. Tungstênio - elemento que possui alto ponto de fusão (aproximadamente 3400º C) tem um número atômico alto (74) e é um produtor de raios x mais eficiente que materiais com número atômico menor. Importante: Os fabricantes fornecem tabelas com todos os tipos de tubos de raios – x para indicar os limites de funcionamento - a quilovoltagem máxima, miliamperagem e o tempo que pode ser usado sem perigo para a cada exposição. Os tubos devem sempre ser usados dentro dos limites de suas capacidades. Transformador – Tem a função de transformar energia de baixa intensidade em energia de alta intensidade. Possui cabos de conexão entre o tubo de raios-x e o transformador.O resfriamento é feito a base de óleo. O material deve ser resistente, pois o seu uso é muito grande e as descargas elétricas são na ordem de quilovolts e na maioria das vezes seqüenciais. Gerador de alta voltagem – O gerador de alta voltagem é constituído de três partes principais: o transformador de alta voltagem, transformador do filamento e os retificadores. Todos imersos em óleo, a fim de dissipar o calor. PRODUÇÃO DE RAIOS X – Ocorre quando um potencial elétrico muito alto (quilovolts) é aplicado através dos dois componentes do tubo de raios-x - catodo e anodo. Os elétrons emitidos são atraídos pelo anodo de tal maneira que eles se chocam ao ponto focal, produzem raios-X (1%) e calor (99%). Esse calor deve ser retirado da maneira mais eficiente possível,para não causar danos ao tubo. Figura Funcionamento do tubo de raios-x O equipamento elétrico necessário para o funcionamento do tubo de raios-x consiste de uma variedade de componentes básicos tais como transformadores para produzir alta voltagem, retificadores para manter a polaridade do anodo (+) e catodo (-), fornecedores de força e controles para o filamento, cronômetros e dispositivos protetores (por exemplo, proteção contra radiação e travamentos térmicos). Quando uma corrente elétrica passa pelo filamento acontece um fenômeno chamado efeito termiônico. No qual a corrente elétrica aumenta a temperatura do material a tal ponto que os elétrons se soltam do filamento e são atraídos pelo anodo. A quilovoltagem controla a velocidade do fluxo dos elétrons do catodo ao anodo. Quanto maior for a quilovoltagem, mais rapidamente os elétrons se movimentam e mais energético e penetrante é o feixe de raios-x que eles produzem. A alta voltagem é representada em quilovolts, abreviada kV (1 quilovolt = 1.000 volts). O aumento de energia dos raios-x é necessário quando a camada de tecido que deverá ser ultrapassada é densa. Caso contrário, em estruturas menos densas, diminui- se o kV para que os raios-x tenham menos energia.A corrente elétrica quando é aumentada, aumento do mA, faz que se desprenda mais elétrons do filamento. Dessa maneira, mais elétrons serão atraídos pelo anodo e, portanto maior será a quantidade de fótons de raios-x produzidos, o que significa um aumento da intensidade dos raios-x aplicados. LEMBRE-SE: AUMENTO DO kV = AUMENTO DA ENERGIA DOS RAIOS-X. PODER DE PENETRAÇÃO. AUMENTO DA mA = AUMENTA A INTENSIDADE DOS RAIOS-X. QUANTIDADE DE RAIOS –X PRODUZIDOS. DA SALE EXAME Introdução aos Componentes da sala de Exame Mesa de exames: local onde se posiciona o paciente. Possui uma linha no centro, chamada linha central, que serve para centralizar o paciente em relação ao raio central. A mesa pode ser móvel ou fixa. Hastes laterais: geralmente de alumínio, usada para a sustentação de uma cinta compressora, a qual se usa para restringir o movimento do paciente. (figura 1). Figura 1- mesa de exames com hastes laterais e cinta compressora. Gaveta: localizada sob a mesa de exames ou na estativa, cuja função é sustentar o chassi. Possui uma bandeja de inox com travas laterais para fixar o chassi. Grade difusora: localizada entra o chassis e a mesa de exames, usada para o controle da radiação (função de barrar os raios-X espalhados). Composta de barras de chumbo de 0,50mm de espessura com uma separação aproximada de 0,3mm. Podem ser do tipo móvel ou estacionária. As móveis são mantidas assim por meio de um dispositivo de controle chamado Buck. (figura 2). ↑↑↑ Figura 2 – gaveta e grade difusora. Buck - mural ou estativa: possui colunas metálicas, cuja função é de sustentar uma gaveta igual a da mesa de exames. Serve para fazer radiografias com o paciente em pé. (figura 3). Figura 3 – Buck - mural ou estativa. Gabinete ou mesa de comando: possui dentre outras coisas, dispositivos para ajustes de kV, mA, mAs. Dispositivo para acionar a gaveta do Buck - mural, da mesa ou sem Buck e display para kV, mA e mAs. (figura 4). Figura 4 – mesa de comando. Haste metálica: geralmente de ferro, serve para sustentação do tubo de raios-x. Esta haste fica sobre trilhos para facilitar a movimentação. Tubo de raios-x: é um componente contido em uma capa protetora e portanto, inacessível. Pode ser movimentado em diversas direções (superior, inferior, lateral e rotação).(figura 5). Figura 5 – tubo de raios-x ↓↓↓ ←← haste metálica ACESSÓRIOS Chassi: é um dispositivo destinado a receber o filme radiográfico virgem na câmara escura, para ser exposto a radiação no ato de execução do exame. Possui diversos tamanhos.(figura 6). Figura 6 – Chassis. Ecran: são folhas com uma camada fina de material fluorescente localizada no interior do chassi, sua função esta ligada a absorção de fótons de raios-x que o atingem, convertendo-os em fótons de luz. (figura 7). Figura 7 – chassi e ecran. Colgadura: usada para fixação do filme exposto, propiciando o seu manuseio em câmara escura de revelação manual. (figura 8). Divisor de filme: constituído de placa de chumbo, é usado para dividir o filme em dois.(figura 9). Figura 8 – Colgadura Figura 9 – Divisor de filme Espessômetro: régua metálica, em forma de L, usada para medir a espessura do paciente. (figura 10). Goniômetro: semelhante a um transferidor, usado para calcular a angulação em exames cuja precisão angular, for necessária. (figura 11). Figura 10 – Espessômetro Figura 11 – Goniômetro Faixas e isopor: usados para restringir o paciente ou tornar menos desconfortável uma posição. (figuras 12 e 13). Figura 12 – Isopor Figura 13 – Faixa Régua: Usada em exames que necessitam de uma medição precisa (ex.escanograma).(figura 14). Figura 14 - régua Suporte para mãos e pés: Acoplados a mesa de exames com a finalidade de proporcionar segurança e apoio aos pacientes. (figura 15). Suporte para os pés ↓↓↓ ↑↑↑ Suporte para as mãos Identificador: Usado na identificação de filmes em câmara clara. (figura 16). Figura 16 – identificador de filme Identificador: Usado na identificação de filmes em câmara escura. (figura 17). Figura 17 – identificador de filme Identificador: Números ou letras de chumbo, usados como identificação (data,nº do exame,tempo,palavras,etc.), colocados sob o chassi, antes da exposição. (figura 18). Figura 18 – nº ou letras de chumbo ACESSÓRIOS LIGADOS AO CONTROLE DA RADIAÇÃO Diafragma: É o mais simples dos limitadores de feixe, é feito de chumbo com abertura projetada para cobrir precisamente o tamanho do filme. Cones e cilindros: são feitos de uma estrutura de metal extensa que limita o feixe de raios-x útil ao tamanho desejado, aparecendo de forma circular. (figura 19). Figura 19 – cones e cilindros Colimador de abertura variável: trabalha aos pares e são controlados Independentemente. São acompanhados de um localizador luminosos compostos de lâmpada e espelho. (figura 20). Figura 20 – colimador Filtro de alumínio: Acoplado ao colimador, atua redução da radiação. (figura 21). Figura 21 – filtro de alumínio Sensitômetro: Dispositivo desenhado com o propósito de produzir uma série de exposições de proporções conhecidas e estão disponíveis em uma variedade de configurações.(figura 22). Figura 22 – Sensitômetro Densitômetro: Dispositivo que compara a intensidade de luz que entra numa determinada área em um lado do filme revelado, com a intensidade daquela luz quando emerge pelo outro lado. Se tomarmos a razão destas intensidades, o logaritmo decimal desta razão é chamado de densidade do filme. Em resumo, serve para medir a densidade óptica de um filme.(figura 23). Figura 23 – Densitômetro EPI O ministério da saúde, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, através da portaria MS/SVS nº 453, de 1º de junho de 1988, aprova o regulamento técnico que estabelece as diretrizes de proteção em radiodiagnóstico e dispõe sobre o uso dos raios-x diagnósticos em todo território nacional. Diante da expansão do uso de radiações ionizantes,os riscos inerentes a ela e ante a necessidade de se estabelecer uma política nacional de proteção radiológica, visando assegurar os requisitos mínimos de proteção aos pacientes, aos profissionais e ao público em geral. A Secretaria de Vigilância Sanitária, no uso de suas atribuições legais, estabeleceu as diretrizes básicas de proteção radiológicas, referendadas por diversos órgãos nacionais e internacionais da saúde. Passamos a algumas definições, de acordo com a portaria e de interesse para o momento. “O princípio de otimização, estabelece que as instalações e as práticas devam ser” planejadas, implantadas e executadas de modo que a magnitude das doses individuais, o nº de pessoas expostas e a probabilidade de exposições acidentais sejam tão baixos quantos razoavelmente exeqüíveis”. A portaria MS/SVS nº 453, discorre, através de inúmeros artigos, normas e procedimentos quanto ao ambiente, aos equipamentos, aos E.P.I., aos procedimentos de trabalho, a sinalização, ao controle de qualidade, etc. A norma reguladora nº 6 (NR06), Ministério do trabalho e emprego, define que equipamento de proteção individual é todo dispositivo de uso individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Um estudo mais direcionado será realizado na disciplina de proteção radiológica (Radioproteção). Passamos à uma mostra do E.P.I., que deve estar disponível para o uso do profissional em radiologia, bem como para os envolvidos em sala de exames radiológicos, (paciente, acompanhantes, outros trabalhadores, etc.). Avental plumbífero – Usado como proteção de corpo (tronco), disponibilidade obrigatória e uso de acordo com a conveniência em sala de exames radiológicos. (figura 1). Figura 1 – avental plumbífero Protetor de partes do corpo – Destinado a proteger seguimentos do corpo, dentre eles: tireóide, mãos, gônadas, etc.. (figura 2). Tireóide gônada ↓↓ ↓↓ ↑↑ Luvas (mãos) Figura 2 – protetor de partes do corpo Óculos plumbífero – destinado a proteção ocular, usado com maior freqüência em exames contrastados, onde requer a proximidade e observação direta na execução do exame. (figura 3). Figura 3 – óculos plumbífero Biombo de chumbo – destinado a proteger o profissional técnico, junto á mesa ou cabine de comando, podendo ser móvel ou fixo. Considerações gerais: Ao realizar uma radiografia no leito hospitalar, deve o técnico em radiologia, redobrar a atenção e aplicar adequadamente os conhecimentos técnicos radiológicos em função do equipamento que possui. É comum ouvir dizer, que radiografias no leito não ficam boas, a verdade é que as Condições são inferiores a da sala de exame, evidentemente, no entanto, o técnico em radiologia tem como realizar exames com qualidade. Noções de atendimento na enfermaria Independente de qual a especialidade da enfermaria (U.T.I., semi-intensiva, ortopedia, clínica médica, pediatria, berçário, etc.), o técnico em radiologia aplica alguns conceitos básicos: 1- A relação entre o tamanho do filme e a estrutura a ser examinada deve ser respeitada. 2- A colimação é obrigatória. 3- O uso de grade fixa sempre que possível e quando compatível com o exame. 4- Manter a altura padrão Dfofi, de 1 m, para todos os exames, exceto para tórax. 5- Proteger o paciente e proteger-se. 6- Ser prático e objetivo. 7- Solicitar apoio (ajuda) da equipe de enfermagem, a fim de evitar transtornos. 8- Proceder ou solicitar que proceda a revelação com rapidez. Relação técnica x paciente O exame no leito implica em estar em contato direto com o paciente, cujas enfermidades não permitem seu deslocamento ao setor de radiologia. O técnico tem que estar consciente dessa situação e proteger-se de eventuais contatos com doenças infectocontagiosas. O serviço de enfermagem possui funcionários que podem auxiliar o técnico, evitando um contato desnecessário. A colaboração do paciente na maioria das vezes será limitada, assim na duvida solicite orientação, não faça o que não sabe, procure aprender sempre. Converse, ouça, não trate o paciente com frieza. Exames mais solicitados Em relação aos exames mais solicitados no leito, dependerá do caráter e porte do hospital. Num hospital geral, várias clínicas podem solicitar exames. Por exemplo: Clínica médica = Maioria dos exames é tórax AP; Clínica cirúrgica = Tórax AP, abdome AP; Clínica ortopédica = Bacia AP, extremidades; Berçário/pediatria = Tórax AP + perfil, abdome AP; U.T.I. = Tórax AP Atuação no centro cirúrgico Os conceitos básicos de atendimento ao leito hospitalar (exceto o item 4), se aplica ao atendimento ao centro cirúrgico. Vale ressaltar a necessidade de estar atento á evitar contaminações, ao proceder às manobras para realização do exame. O conhecimento técnico é primordial, uma vez que o paciente pode estar em situação de risco e deter o conhecimento técnico dos equipamentos envolvidos é de suma importância, assim como saber fazer o exame. Alguns serviços de grande porte possuem um profissional que atua somente no centro cirúrgico e assim acostumado à rotina do setor pode contribuir com uma maior eficiência. Uma série de equipamentos para uso em centro cirúrgico são encontrados e espera-se de um equipamento uma operação simplificada, multifuncional, com alta qualidade de imagem e que permita de forma suave e precisa, todos os movimentos durante as cirurgias. O arco totalmente balanceado, com posicionamento manual, permite uma operação rápida dos movimentos durante os procedimentos cirúrgicos. Busca-se na operação do equipamento: Adquirir excelentes imagens de forma fácil e rápida. Alta qualidade de imagem. Através de um sistema de aquisição de imagens que trata de subtração, aliado a um intensificador de imagem de alto ganho, para que as imagens sejam claras e com qualidade. Segurança – Busca-se reduzir a dose de raios-x e aumentar a qualidade da imagem. Alguns equipamentos possuem essa possibilidade, visando a segurança do operador e do paciente, durante os procedimentos. Aula Radiologia Pediátrica Introdução: O técnico em radiologia, quando atua na área pediátrica, deve possuir algumas características especiais; paciência, agilidade e ser bom de conversa. O profissional tem que ganhar a confiança da criança, para facilitar a execução do exame, ainda que a mesma se encontre com dor, mostrando carinho, se preocupando com ela. Idade da compreensão e cooperação: As crianças não alcançam um sentido de compreensão em uma idade especifica previsível (alguns autores indicam uma data aproximada em que isso ocorre), isso varia muito de criança para criança e o técnico não deve supor que ela não possui essa capacidade. Normalmente, por volta dos três anos de idade, já é possível, realizar um exame Radiológico sem imobilização ou auxílio dos pais. Avaliação psicológica da situação: No primeiro encontro, a maioria dos pacientes está acompanhados, por pelo menos Um dos pais ou de outro adulto. É importante: - Apresentar-se como o técnico que fará o exame; - Checar as informações fornecidas pelo pai ou acompanhante e pelo médico solicitante (através do pedido); - Explicar o que você fará e quais serão as suas necessidades; Lágrimas, medo e resistência combativa são reaçõesperfeitamente normais para uma criança pequena. Deve-se conversar, conversar.....O papel dos pais: É importante ter: O pai na sala como um observador, que dá apoio á criança e conforta com a sua presença. Pai como participante, que auxilia na imobilização. Se o auxílio dos pais for solicitado, deve o técnico estar consciente de que os pais não sabem como posicionar de forma adequada e tem medo de machucar seu filho, com isso,pode originar movimento ou rotação, assim necessitando repetir o exame. O técnico diante dessa situação deve orientar ou solicitar para que outro técnico segure a criança, mantendo os pais como auxiliadores ou observadores. Criança X maus tratos: Muitas vezes (a depender de onde trabalha), o técnico ao atender uma criança, percebe indícios claros de maus tratos, a criança tem medo do acompanhante, apresenta aparência de espancamento, feridas e fraturas (às vezes recidivadas), as informações passadas não se enquadram etc. Diante a uma criança com a possibilidade de ter sido submetida a maus tratos, deve o técnico certificar-se de que alguém da equipe multiprofissional (médico, enfermeira, assistente social, etc.), em fim que alguém já tenha observado o ocorrido e se possível solicitado providências, vale lembrar-se de uma postura ética e assertiva com as diretrizes do hospital em que trabalha. Formas de imobilização: Embora existam no mercado, inúmeros acessórios e até mesmo equipamentos Voltados para o atendimento de criança, na maioria das vezes, o técnico em radiologia irá; Fazer uso do improviso, pois é a forma mais simples e mais barata de imobilização. Materiais: - Fita adesiva. - Lençóis ou toalhas - Sacos de areia - Faixa de compressão - bandagens / faixas - Blocos de esponja radiotranparente Para realizar um exame com qualidade, deve o técnico em radiologia manter a sala Organizada e com alguns acessórios sempre disponíveis. Desenvolvimento ósseo: Os técnicos em radiologia devem conhecer bem o desenvolvimento ósseo em lactentes e crianças e reconhecer a aparência dos estágios normais de crescimento. As epífises são as partes dos ossos que aumentam em tamanho e aparência á medida que uma criança cresce. Algumas radiografias específicas avaliam este crescimento em função da idade da criança. Proteção Radiológica: As gônadas da criança devem sempre ser protegidas, com escudos do tipo contato (pequenos pedaços de chumbo), além da colimação rigorosa, exceto se este escudo em cobrir a anatomia essencial da porção inferior do abdome ou área pélvica. Se os pais permanecerem na sala, devem receber aventais de chumbo. Rotina para atendimento infantil • Tomar conhecimento do exame a ser realizado; • Separar os chassis e colocá-los em sala; • Verificar a centralização do tubo / mesa ou estativa se for o caso; • Determinar a técnica a ser usada (ao menos aproximá-la); • Chamar o paciente, conversar com o acompanhante e com o paciente; • Dependendo da idade da criança, ganhar a confiança dela através do diálogo; • Se for um exame simples, solicite que o acompanhante a segure; • Proteção radiológica para paciente e acompanhante; • Utilize materiais que auxilie na imobilização, se julgar necessário; • Se precisar chame outro técnico para ajudá-lo; • Ao término, elogie a criança (quando a mesma entenda o significado). Preparo do paciente para procedimentos com contraste: A história prévia é muito importante em pediatria, muitas vezes ela indicará qual Procedimento radiológico é necessário para ajudar no diagnóstico e mais importante, que Preparo é realmente necessário. O preparo pode ser muito estressante para os pais, bem como para o paciente. Para lactentes e crianças muito jovens, que seguem um esquema de alimentação Regular, a suspensão de uma refeição pode ser muito desconfortável, nestas situações a criança possui uma tendência a ficar muito irritável e a começar a chorar facilmente. Os exames que necessitam da suspensão da alimentação devem ser realizados no início da manhã. O preparo do paciente pode variar em cada serviço. Exames radiológicos mais solicitados em pediatria: a) Tórax AP ( PA) e perfil. b) Abdome AP (dec.dorsal ou ortostática). c) Crânio AP e perfil. d) Seios da face / cavum. e) Membros superiores ou inferiores (trauma) frente e perfil. f) Bacia frente. g) Mão esquerda para avaliar idade óssea. Formação da imagem Princípio de formação A formação da imagem radiológica depende de três componentes: o dispositivo que emite a radiação (aparelho de raios-X), o paciente e o conjunto grade, tela e filme. Quando a radiação é emitida do aparelho e direcionada em determinada estrutura do corpo do paciente, ela irá ter maior ou menor dificuldade de atravessar os tecidos dependo da sua densidade e tamanho. Estamos falando da atenuação dos raios-X no corpo, que é o princípio para o entendimento da formação da imagem no filme. Os tecidos mais densos, como o ósseo, atenuam mais os raios-X, e por isso, menos radiação chegará até a tela, produzindo menos luz, que por sua vez impressionará menos o filme. O resultado após a revelação será uma região mais clara na imagem. Já um tecido menos denso, como a gordura ou o músculo, acontece o contrário (atenua menos), e a imagem ficará mais escura. (figura 1). Figura 1 – Esquema de aquisição de imagem. Um estudo da qualidade ou da técnica radiográfica inclui todos aqueles fatores ou Variáveis relacionados á precisão da reprodução das estruturas e tecidos radiografados no filme radiográfico ou em outros receptores de imagem. Fatores de exposição: São os fatores de controle básico para: contraste, densidade e definição ou ausência de nitidez. Respectivamente, quilovoltagem (kV), miliamperagem (mA) e tempo de exposição (s). O kV controla basicamente a qualidade ou a capacidade de penetração do feixe de Raios-x e, desta forma, a escala de contraste de uma radiografia. O mA e o tempo (s), geralmente são combinados em miliamperes segundos (mAs),como fator primário que controla a quantidade do feixe de raios –x. Portanto, mAs é o fator de controle primário da densidade de uma radiografia. O tempo ou a duração da exposição em segundos (s) ou milissegundos (ms), pode ser modificado em combinação com mA para controlar o movimento durante a exposição que resulta em perda da definição ou ausência de nitidez na imagem. Fatores de qualidade da imagem: São quatro: densidade, Contraste, Detalhe e Distorção. São os fatores pelos quais se avaliam as qualidades de uma imagem radiográfica. 1) Densidade: Pode ser descrita como o grau de enegrecimento de uma radiografia. Quanto maior o grau de enegrecimento, maior a densidade e menor a quantidade de luz que atravessará a radiografia quando colocada na frente de um negatoscópio ou de um foco de luz. O fator primário de controle da densidade é o mAs que controla a densidade por meio de controle direto da quantidade de raios emitidos durante a exposição. Assim, a duplicação do mAs duplicará a quantidade de raios-x emitidos e a densidade. Uma radiografia estará subexposta, quando uma quantidade insuficiente de radiação á atingiu e estará super exposta, quando ocorrer o contrário. Assim, uma regra sugere que uma duplicação geralmente é a alteração mínima do mAs necessário para corrigir uma radiografia subexposta.2) Contraste: É definido como a diferença de densidade em áreas adjacentes de uma Radiografia ou outro receptor de imagem. Quanto maior essa diferença, maior o Contraste, quanto menor esta variação, menor o contraste. O objetivo ou função do contraste é tornar mais visíveis os detalhes de uma radiografia. O fator primário de controle do contraste é o kV, pois controla a energia ou Capacidade de penetração do feixe de raios-x. Quanto maior o kV, maior a energia e mais Uniforme a penetração do feixe de raios-x nos diversos tecidos. O kV, também é um fator de controle secundário da densidade. Maior kV resulta Em raios-x com maior energia e esta energia chegarão ao filme com um aumento Correspondente da densidade do filme. Regra: Um aumento de 15% no kV produzirá um aumento da densidade igual ao produzido pela duplicação do mAs. A importância disso está relacionada á proteção radiológica porque, quando o kV é aumentado, o mAs pode ser significativamente reduzido, resultando em menos radiação para o paciente. 3) Detalhe: Pode ser definido como a nitidez das estruturas na radiografia, algumas vezes também chamado de definição. Esta nitidez dos detalhes da imagem é demonstrada pela clareza de finas linhas estruturais e limites de tecidos ou estruturas visíveis na imagem radiográficas. A insuficiência de detalhes ou definição é conhecida como borramento ou ausência de nitidez. O movimento é o maior empecilho para a nitidez da imagem. Há dois tipos que influenciam os detalhes radiográficos: o movimento voluntário e o involuntário. O movimento voluntário, em virtude da respiração ou do movimento da parte do corpo durante a exposição, pode ser evitado ou ao menos, minimizado. O movimento involuntário é mais difícil, se não impossível, de controlar completamente, pois decorre da ação peristáltica de órgãos abdominais. O mesmo pode ser identificado por um borramento localizado. Uma regra geral para minimizar o barramento da imagem causado por movimento é utilizar dispositivos de suporte quando necessário, utilizar um menor tempo de exposição possível e utilizar uma combinação filme-ecran mais rápida. 4) Distorção: pode ser definida como a representação errada do tamanho ou do formato do objeto, tal como projetada num registro radiográfico. Entretanto, nenhuma radiografia é uma imagem exata da parte do corpo que esta sendo radiografada. Isso é impossível porque à sempre algum aumento e/ou distorção devido à DOF (distância objeto-filme) e a divergência do feixe de raios-x. A divergência do feixe de raios-X ocorre porque os raios-x originam-se de uma fonte estreita no tubo de raios-X e divergem ou espalham-se para cobrir todo o filme ou receptor de imagem. Em geral, apenas o ponto central exato do feixe de raios-X, chamado raio central (RC), não apresenta divergência quando penetra na parte do corpo e incide no filme a exatamente 90º. Fatores de controle da distorção: a) DFoFi (distância foco filme): em uma DFoFi maior, há menor aumento que em uma DFoFi menor. Esta á a razão pela qual as radiografias do tórax são feitas a 180 cm. O tamanho do coração é uma consideração importante na radiografia de tórax. (figura 2). Figura 2 – Relação DFoFi x Ampliação b) DOF (distância objeto filme): quanto mais próximo o objeto que esta sendo radiografado estiver do filme, menor o aumento e melhor o detalhe ou definição. Esta é uma vantagem de fazer radiografias dos membros superiores e inferiores na superfície da mesa e não na bandeja de bucky. (figura 3). Figura 3 – relação DOF x detalhe na imagem. c) Alinhamento do objeto: refere-se ao alinhamento ou plano do objeto que está sendo radiografado em relação ao plano do filme de raios-x. Quanto maior o ângulo de inclinação do objeto, maior o grau de distorção. (figuras 4 e 5). Figura 4 – alinhamento do objeto Figura 5 – distorção por angulação d) Raio central: Uso correto do raio central, apenas no centro Exato do feixe de raios-x, o RC, não apresenta divergência do feixe. Portanto há menor distorção possível no RC. A distorção aumenta á medida que aumenta o ângulo de divergência do centro do feixe de raios x para as bordas externas.(figura 6). Figura 6 – Raio Central Resumo: A distorção que é um erro na representação do tamanho e do formato da imagem radiográfica pode ser minimizada por quatro fatores de controle. I. DFoFi – Aumento da DFoFi diminui a distorção ( aumenta a definição). II. DOF – Diminuição da DOF diminui a distorção (combinada a um pequeno ponto focal), aumenta a definição). III. Alinhamento do objeto – A distorção é diminuída com o alinhamento correto do Objeto, o plano do objeto está paralelo ao plano do filme. IV. Raio Central (RC) – O posicionamento correto do RC reduz a distorção porque a porção mais central do feixe de raios-x com a menor divergência é bem mais usada. Fatores de Exposição Fatores de exposição: São ajustados no painel de controle do equipamento de raios-x. O kV está relacionado ao poder de penetração do feixe de raios-x. O kV determina o contraste da imagem impressa no filme radiológico. O contraste é responsável pela imagem preta e branca na radiografia. A mA corresponde a corrente do tubo. O mAs está relacionado com a quantidade de fótons de um feixe de raios-x. O mAs é resultado da multiplicação do mA x s (tempo). O tempo de exposição é dado por s (segundos ou milissegundos). Dica: Via de regra, quando um exame for orientado para partes moles, usa-se pouco mAs e mais kV, e quando o interesse for osso, usa-se pouco kV e muito mAs. A técnica sempre será obtida levando em consideração a distância de um metro. Para se descobrir, quantos kV serão utilizados no exame, usaremos a seguinte fórmula: Kv = (e.2) + c onde e= espessura, c = constante. A espessura é a medida obtida através do espessômetro, que deve ser posicionado no ponto onde entra o raio central. O c significa constante, que é determinada, segundo alguns autores, por um conjunto de equipamentos e acessórios de uma sala de exame de raios-x, que compreende a: capacidade da ampola, a velocidade do ecran, a DFoFi, o tipo de grade, a temperatura e o tempo de revelação e a marca do filme. Outros autores chamam tudo isso de constante do aparelho. Quando ocorre o uso de absorvedores (cone,cilindro,filtro), a fórmula passa a ser: kV = { (e.2) + c} + a , onde a = absorvedores. Na altura padrão de trabalho (um metro da mesa) a varia de 5 a 10. Exceção: Para exames do tórax, multiplica-se a kV encontrada pela DFoFi de 1,80 e assim teremos um novo kV, ideal para tórax somente. Exemplo: kV= 65.1,80 kV = 117 Para definir o mAs: Devemos considerar três diferentes densidades do corpo humano, chamada fator físico,(F.F.). Aéreas = 0,2 Hídricas = 1,5 Cálcicas = 2,0 Assim: multiplicando o kV pelo fator físico teremos o mAs ( na fórmula do mAs pela densidade). mAs = kV x F.F. Observações: Na prática, temos: A cada 10 Cm que o tubo de raios-x é afastado, deve-se aumentar em 5 kV na Técnica. A cada 10 Cm que o tubo de raios-x é aproximado, deve-se diminuir em 5 kV na Técnica. Para exames realizados sem o usode grade, direto na mesa (ex: extremidades), a técnica é menor, em geral de 5 a 10 kV a menos. Pacientes com osteoporose leva-se me consideração a perda de cálcio nos ossos, o que faz com que a radiografia saia escura, para evitar a repetição, recomenda- se Diminuir o kV em 5%. Para pacientes orientais, segue a regra anterior, ou seja, redução de 5% do kV. Para paciente negro, deve-se aumentar em 5% o kV. Para a incidência de arcos costais, deve-se usar mAs alto (ex: 100 de mA e 1,5s de tempo), com baixo kV. O filtro de alumínio em cunha é usado como compensador técnico, a parte mais Grossa é colocada na parte mais fina da estrutura e a parte mais fina do filtro, é Colocada na parte mais grossa da estrutura examinada. Exercícios 1) Calcule a Kilovoltagem (kV), para diferentes espessuras. Para as constantes iguais a 25, 30, 35. E espessuras de 3,6,10,12,15,20,25,30,35 e 40. 2) Para cada kV encontrado, calcule o mAs usando os três fatores físicos. 3) Usando o espessômetro, defina uma técnica (kV e mAs) para uma radiografia de tórax de um colega da sala. Dado constante = 30. 4) Calcular um novo valor de kV, partindo de 60kV e variando a cada 3kV até 90 kV. Considerando uma DFoFI de 1,80m. 5) Construa uma tabela com os dados do equipamento do laboratório, considerando na coluna o tempo e na linha o mA, assim definindo o mAs. Terminologia 10 – Ter São termos comumente usados em radiologia. Chapa – Termo usado nos primórdios da radiologia, referindo-se ao exame, pois a chapa fotográfica era de uma lâmina de vidro revestida em uma só face por uma emulsão de brometo, cloreto e iodeto de prata em gelatina. Nome erroneamente usado até hoje. Filme x Radiografia – São usados erroneamente como sinônimo, o filme de raios-x refere-se ao pedaço físico de material sobre o qual a imagem radiográfica é exposta. O termo radiografia inclui o filme para raios-x e a imagem nele contida (filme exposto / exame). Posição anatômica – Uma posição de pé, braços aduzidos, palmas para frente, cabeça e pés retos para frente. Esta posição específica do corpo é usada como referência para outros termos relativos a posições. Projeções Radiográficas Superfícies do corpo – Posterior (dorsal): refere-se à metade posterior do paciente, inclui a planta dos pés e o dorso das mãos. Anterior (ventral): refere-se a metade frontal do paciente,inclui o dorso dos pés e as palmas das mãos. Nota: deve-se observar que para as mãos os termos palmar ou volar são substituídos, algumas vezes por ventral ou anterior. Para o pé, a face posterior ou sola do pé, também é comumente denominada superfície plantar e a parte superior do pé são denominados superfície dorsal ou dorso. Projeção – É um termo de posicionamento anatômico usado para descrever o trajeto do feixe de raios-X que projeta uma imagem no filme radiográfico ou em outro receptor de imagem. Projeção Póstero-anterior (PA) – Uma projeção do feixe de raios-X de trás para frente. O feixe de raios-X entra em uma superfície posterior e sai em uma superfície anterior (projeção PA). Projeção Ântero-posterior (AP) – Uma projeção do feixe raios-X de frente para trás. O feixe de raios-X entra em uma superfície anterior e sai em uma superfície posterior. Tangencial – Significa tocar uma curva ou superfície apenas em um ponto. Um termo para descrever uma projeção que apenas toca uma parte do corpo para projetá-la distante das outras estruturas do corpo. Lordótica – (Projeção ápico-lordótica) – Trata-se de uma projeção específica do tórax (em AP) para demonstração dos ápices pulmonares sem superposição das clavículas. O termo lordótica vem de lordose que designa a curvatura da coluna com convexidade para frente. Quando o paciente assume essa posição, a curvatura lordótica lombar é exagerada, tornando este um termo descritivo para esta projeção especial do tórax. Posições radiográficas Decúbito dorsal - Uma posição do corpo, deitado sobre o dorso, com a face direcionada para cima. Decúbito ventral – Uma posição do corpo, deitado sobre o abdome, com a face para baixo (a cabeça pode estar voltada para um dos lados). Ortostática (de pé) – Uma posição vertical do corpo, de pé. Trendelenburg – Uma posição do corpo em decúbito com o plano do corpo é inclinado de forma que a cabeça fique mais baixa que os pés. Algumas referências citam um grau especifico (30º a 45º). Posição lateral – Uma posição do corpo que se refere a estar de lado, uma vista lateral. Uma lateral sempre estará rodada 90º (forma ângulos retos) em relação a uma AP ou PA. Em uma posição lateral esquerda, o paciente tem o seu lado esquerdo contra o filme. E uma posição lateral direita, tem o lado direito contra o filme. Posição oblíqua – Uma posição na qual o plano coronal ou frontal do corpo não é perpendicular ao filme, mas está entre uma PA (ou AP) e uma lateral. O grau de obliquidade ou grau de rotação do corpo em uma posição oblíqua pode variar desde que esteja entre uma lateral e uma PA ou AP verdadeira. Posição oblíqua posterior esquerda (OPE) – Descreve aquela posição na qual a face posterior esquerda do corpo está mais próxima do filme. Este pode estar na posição corporal ereta ou em decúbito. Posição oblíqua posterior direita (OPD) – Descreve aquela posição na qual a parte posterior direita do corpo,está mais próxima do filme. Este pode estar na posição corporal ereta ou em decúbito. A angulação da obliquidade pode variar. Posição oblíqua anterior esquerda (OAE) – Descreve aquela posição na qual a parte anterior esquerda do corpo está mais próxima do filme. Posição oblíqua anterior direita (OAD) – Descreve aquela posição na qual a face anterior direita do corpo está mais próxima do filme. Posição de decúbito lateral esquerdo – Descreve aquela posição do corpo na qual o paciente deita-se sobre o lado esquerdo e o feixe de raios-X é direcionado horizontalmente. Posição de decúbito lateral direito – Descreve aquela posição do corpo na qual o paciente deitase sobre o lado direito e o feixe de raio-x é direcionado horizontalmente. Nota: Para a posição de decúbito lateral, dorsal ou ventral deve-se lavar em consideração o feixe dos raios-X. Posição de decúbito dorsal – Descreve aquela posição do corpo, deitado sobre a superfície dorsal (posterior), com o feixe de raios-X horizontal. É semelhante a uma posição supina ou lateral esquerda. Porém, como o feixe é direcionado horizontalmente e a imagem é lateral, é correto descrever como posição de decúbito dorsal (lateral esquerdo). Posição de decúbito ventral – Descreve aquela posição do corpo, deitado sobre a superfície Ventral (anterior) com o feixe de raios-X direcionado horizontalmente. É semelhante a uma Posição prona, exceto pela incidência do raios-X. Pode ser dec. ventral (lateral direito ou (Esquerdo). Planos e cortes do corpo Plano mediano ou mediossagital – Trata-se do plano vertical que divide o corpo em metades direita e esquerda. É também denominado mediossagital porque atravessa a sutura sagital do crânio. Portanto, qualquer plano paralelo a ele é denominado plano sagital ou parassagital. Plano Coronal ou Frontal – Trata-se do plano que divide o corpo em porções anterior e posterior. Como um dos planos frontais atravessa a sutura coronal do crânio, estes são denominados coronais. Este plano é perpendicular ao plano mediossagital. Plano Transversal ou horizontal – Trata-se do plano que atravessa o corpo formando ângulos retos com os planos sagitais e coronais, dividindo o corpo em porções superior e inferior. Cortes Longitudinais – Sãocortes que estão na direção do eixo longitudinal do corpo ou de qualquer de suas partes, independentemente da posição do corpo (ereto ou decúbito).Cortes Transversais – São feitos em ângulos retos com o eixo longitudinal do corpo ou de suas partes. Cortes Oblíquos – São cortes que se inclinam ou desviam-se do perpendicular ou do horizontal, do longitudinal ou do transversal. Termos de relação Lateral – Está fora do centro, ou fora do plano mediano ou da linha média do corpo. Ex.: o polegar está na face lateral da mão (posição anatômica). Medial – Em direção ao centro, ou em direção ao plano medial. Proximal – Próximo da origem ou início. Em relação ao membro superior e inferior, seria a parte mais próxima ao tronco, a origem ou início daquele membro. Cranial/cefálico – Refere-se a uma angulação feita em direção à cabeça. Caudal/podálico – Refere-se a uma angulação feita em direção aos pés. Superficial – Mais próximo da superfície. Profundo – Mais distante da superfície. Interno – Dentro de algo, prefixo intra significa dentro ou no interior. Ex.: intravenoso = no interior de uma veia. Prefixo inter, significa situado entre alguma coisa. Ex.: intercostal. Externo – Situado do lado externo ou próximo desse. Prefixo exo, que significa fora ou no exterior. Ex.: exocardíaco = algo que se desenvolve ou que está fora do coração. Ipsilatetral – Do mesmo lado do corpo ou de parte do corpo. Contralateral – Do lado oposto do corpo ou de parte do corpo. Termos relacionados ao movimento Flexão – Ato de fletir ou dobrar uma articulação, o ângulo entre as partes é diminuído. Extensão – Ato de estender ou retificar uma articulação, o ângulo entre as partes é aumentado. A extensão é a mudança de uma posição fletida para uma posição reta. A passagem além desta posição reta é denominada hiperextensão. Flexão ulnar do punho – Diminuir o ângulo (fletir) entre a mão e a face ulnar do antebraço. Flexão radial do punho – Diminuir o ângulo (fletir) entre a mão e a face radial da parte distal do antebraço (fletir em direção ao polegar). Dorsiflexão do tornozelo – Diminuir o ângulo entre o dorso do pé e a parte inferior da perna.Movimentando o pé e os dedos para cima. Flexão plantar do tornozelo – Extensão da articulação do tornozelo, movendo o pé e os dedos para baixo em relação a sua posição normal. Eversão – Um movimento de tensão, para fora, do pé na articulação do tornozelo sem rotação da perna. A superfície plantar do pé é voltado para fora em relação ao plano mediano do corpo. Inversão – Um movimento de tensão, para dentro, do pé na articulação do tornozelo sem rotação da perna. A superfície plantar do pé é voltado mais medialmente. Não confundir com movimentos de rotação medial e lateral. Rotação medial – (rotação interna) É uma rotação de uma parte do corpo, deslocando a face anterior da parte em direção ao plano interno ou medial. Rotação lateral – (rotação externa) Uma rotação de uma parte anterior do corpo para fora ou afastando do plano mediano. Abdução – É um movimento de afastamento do braço ou da perna em relação ao corpo, um movimento lateral (afastar-se de). Adução – É um movimento do braço ou da perna em direção ao corpo, movimentar em direção a linha medial. Supinação – É um movimento de rotação da mão para a posição anatômica. Pronação – É um movimento de rotação da mão no sentido oposto a posição anatômica. Protação – É um movimento para frente a partir de uma posição normal. Retração – é um movimento para trás, ou a condição de ser levado para trás. Elevação – Levantamento ou movimento de uma parte para cima. Depressão – Um abaixamento ou movimento de uma parte para baixo. Circundação – Mover na forma de um círculo. Inclinação – É um movimento de obliqüidade ou de inclinação. Mover para uma posição obliqua em relação ao eixo longitudinal. 1 – Portátil e Telecomandado Portátil e Telecomandado Equipamento radiológico portátil Introdução: Tem aplicações médicas hospitalar, na medicina veterinária e odontologia. O aparelho de raios-x portátil possibilita a realização de exames, onde ocorra a impossibilidade de deslocamento (ser humano ou animal) e pode ser utilizado em raios- x odontológico. Características: • Aparelho de raios-x móvel, controlado por gerador de alta freqüência. • Tensão máxima de 125 kV. • Corrente de tubo de no máximo 250mA (mais usado). • Tempo mínimo de exposição de 5 ms. • Sistema de locomoção de fácil movimentação ou motorizado. • Pode possuir regulagem manual de kV e mAS, com visualização em display digital. • Normalmente possui braço porta tubo, telescópico articulável verticalmente com travamento. • Colimador giratório. • Compartimento para chassi. • Cadê de disparo espiralado com alcance mínimo de 5 metros. • Cabo de rede com alcance mínimo de 5 metros, com conexão simplificada a qualquer tomada de parede aterrada. • Alimentação compatível com a rede elétrica da instituição onde será instalado. Uso do aparelho de raios-x na medicina veterinária Equipamento de fundamental importância para diagnosticar problemas nos animais sem necessidade de removê-los. A utilização de equipamentos médicos sofisticados na veterinária vem aumentando sensivelmente nos últimos anos no Brasil. São exemplos o ultra-som, o endoscópio e agora, o raios-x que em tamanho portátil, pode ser utilizado na própria fazenda, conferindo maior precisão no diagnóstico de traumatismos e d uma série de outros problemas que afetam a saúde dos animais, a exemplo de anomalias da dentição, sinusite e infecções de ouvido. Em grandes animais o equipamento é empregado principalmente, para radiografar regiões dos membros, cabeça e pescoço. Nos pequenos animais seu uso é ampliado para coluna, bacia e tórax, abrangendo por tanto todo o corpo. Antes da introdução do equipamento portátil, os procedimentos médico- veterinário normalmente excluíam os exames de raios-x ainda que necessários. Isso porque os equipamentos disponíveis eram projetados para exames em humanos e, mesmo adaptados, não podiam ser removidos. Como o transporte dos animais até o aparelho é caro e trabalhoso, abriase mão do exame. O aparelho de raios-x portátil é facilmente transportável e seu desempenho não deixa a desejar se comparado a um convencional. O tempo de exposição é de apenas 1/10 de segundo e a revelação dos filmes pode ser feita no próprio campo. A utilização mais freqüente do é em animais eqüinos, assim contribui para o fim do tabu, segundo o qual o animal com fratura não tem salvação e deve ser sacrificado. O exame de raios –x possibilita avaliar a gravidade da lesão, se é apenas uma luxação, uma pequena fratura ou algo mais sério. (Figura 1). É fato, a importância do uso do equipamento móvel (portátil) na medicina veterinária. Figura 1- aparelho portátil – uso veterinário Uso do aparelho portátil em ambiente hospitalar O uso de aparelho de raios-x portátil, no ambiente hospitalar se aplica a pacientes acamados e sem condições de se locomovem ao serviço radiológico.(Figura 2). Figura 2 – aparelho portátil. São pacientes das diversas clínicas de internação, por exemplo: ortopedia, com fraturas ou tracionados no leito hospitalar, clínica médicas, pacientes debilitados estáveis ou não, mas sob controle. Em clínicos cirúrgicos normalmente pós-operatórios. Em U.T.I., para controle, etc. O técnico em radiologia deve desenvolver habilidades complementaresa execução do exame no leito com o objetivo de evitar repetições. Home care A atuação do técnico em radiologia, na execução de exames fora do ambiente hospitalar, em prestação de serviço tipo home care, é uma realidade podendo dispor do serviço, particular ou por convênio. A dificuldade está no processo de revelação que pode ser feito no próprio veiculo de atendimento (o que aumenta o custo) ou em hospitais da região onde o exame foi realizado. (Figura 3). Figura 3– aparelho móvel Odontologia Embora se observe equipamento de raios-x odontológico fixo, boa parte dos equipamentos, em clínicas de médio ou grande porte, podem ser móveis, atendendo a mais de um consultório. Aparelho de raios-x telecomandado Trata-se de um aparelho que permite diversos comandos à distância. Determinados movimentos são executados da mesa, junto ao console operacional, usado na maioria das vezes em exames contrastados, pois possui fluoroscopia, o que possibilita uma visão dinâmica do exame em tempo real. Com a evolução tecnológica, os aparelhos de raios-x telecomandados digitais, foram desenvolvidos ao longo dos anos, para serem equipamentos de excelente qualidade além otimizar o fluxo de exames. Com movimentos suaves e precisos é capaz de obter imagens de altíssima qualidade do trato digestivo, e radiografias para procedimentos intervencionistas (IVR). A ampla cobertura do paciente, graças à versatilidade do sistema de imagem, cria um sistema digital de radio/fluoroscopia que é simples de operar. O console de controle com design ergonômico e retro-iluminado oferece ao operador uma fácil visualização dos comandos, com funções que permitem o ajuste do movimento da mesa, dos parâmetros de raios-x e do processamento digital com um simples toque. Esta função permite um ajuste rápido do exame desejado, sem a necessidade de ajustar vários parâmetros, o que permite realizar os procedimentos com maior rapidez e sem interrupção. (figura 4). Figura 4 – painel de comando A mesa de exames ampla, feita em fibra de carbono reforçada com baixíssima absorção é totalmente plana e sem aberturas nas partes metálicas laterais, o que permite uma melhor assepsia e uma fácil transferência dos pacientes. A multifuncionalidade do equipamento é sem dúvida o fator de destaque. O conjunto tubo-colimador pode ser facilmente rotacionado para permitir radiografias em pacientes da emergência, que não podem ser transferidos para a mesa do equipamento. Este mesmo sistema permite a exposição em bucky mural, quando rotacionado 180º. Alguns equipamentos inclui um sistema de exposição automática, com 3 câmaras de ionização que permitem maior precisão e estabilidade para radiografias tanto do pulmão como coluna, abdome e outras. A versatilidade do equipamento possibilita ampla vantagem em relação aos equipamentos convencionais (fixo). (Figura 5). Figura 5 – aparelho telecomandado Exemplo de equipamentos e suas características técnicas Características Técnicas: • Mesa telecomandada universal com tubo sobre a mesa, movimentos oblíquos; velocidade variável de movimento do conjunto Emissor/Seriógrafo totalmente motorizado; • Seriógrafo automático com vários formatos de divisão do filme; • Características gerais da mesa do sistema; Basculação de no mínimo 15º a 90º; • Ajuste da distância foco-filme de 115/150 cm; • Movimento longitudinal do conjunto emissor/seriógrafo; • Bandejas com formatos de filmes de 18 x 24 cm a 35 x 43 cm podendo inserir os chassis em ambas as direções; • Segmentação de cassetes em até 3 em 1, unidirecional, possibilitando séries rápidas; • Peso suportado mínimo de 100 kg; • Pedal com acionamento da fluoroscopia e aquisição na sala de exames; • Colimador/diafragma luminoso com comando automático e manual; • Intensificador de imagens de alta absorção de energia; • Sistema de televisão com 02 monitores; • Gerador de raios-x de alta freqüência; • Tempo mínimo de exposição de 2 ms; • Técnica de exposição convencional; • Tubo de raios-x com foco fino e foco grosso; • Tubo de anodo giratório de no mínimo 8500 rpm; • Dispositivo de compressão; • Cinta de compressão. Protocolos O protocolo descrito a seguir tem a finalidade de orientar o técnico em radiologia, no que se refere ao atendimento do paciente no serviço de radiologia para um exame de raios-x, no entanto cabe ao serviço o qual atua as orientações que julgar necessária. O profissional técnico deve: 1. Ler e avaliar a requisição (pedido) médico. 2. Determinar o tamanho e quantos chassis serão utilizados. 3. Preparar a sala de exame, verificando aspectos técnicos e de organização. 4. Chamar o paciente pelo nome e conferir com o pedido. 5. Explicar ao paciente o que você fará e o que espera dele (se possível). 6. Ajudar o paciente a colocar-se na posição para a primeira exposição. 7. Posicionar o paciente precisamente. 8. Colimar o feixe de radiação de forma que apenas a área de interesse seja incluída. 9. Identificar o lado direito do paciente com marcador de chumbo apropriado. 10. Usar proteção radiologia sempre que possível. Para o paciente e o acompanhante se estiver na sala de exame. 11. Reorientar o paciente e realizar a exposição, enquanto o observa. 12. O paciente não deve ser deixado só enquanto aguarda a revelação, a menos que a condição do mesmo permita. 13. Registrar cada chassi exposto, com o cartão de identificação do paciente. 14. Proceder ou fazer proceder à revelação do filme. 15. Fazer uma análise técnica e crítica das radiografias reveladas e entregá-las ao paciente ou colocá-la no local apropriado para laudo. 16. Auxiliar o paciente a deixar a sala de exame. 17. Rever a sala de exame procurando deixá-la em condições adequadas para o próximo atendimento. 18. Lavar as mãos e reiniciar o atendimento. Meios de Contraste OBJETIVO: Este tópico tem o objetivo de fornecer os conceitos relacionados aos fármacos utilizados na prática radiológica, cuja função é evidenciar os tecidos e processos biológicos. MEIOS DE CONTRASTE: São substâncias radiodensas capazes de melhorar a definição das imagens obtidas em exames radiológicos e diagnosticar áreas lesionadas. HISTÓRICO: O primeiro meio de contraste radiológico foi usado na prática clínica em 1923 por Osborne e Rowentree. Na década de 70 tivemos um grande avanço com o desenvolvimento dos meios de contraste de baixa osmolaridade. MEIO DE CONTRASTE IDEAL: Não existe, mas teria as seguintes propriedades: hidrossolúvel, inerte, estabilidade química e térmica, baixa viscosidade, hipo ou isosmolar em relação plasma, excreção seletiva/ renal, seguro e barato. TIPOS DE CONTRASTE: Podemos agrupar os meios de contaste, quanto a via de administração. • Via oral – Tem como principal objetivo contrastar vísceras ocas. - contraste positivo = hidrossolúvel; - Contraste negativo = líquidos gordurosos, água; - Contraste baritado; - contraste baritado diluído. • Venoso – Tem como objetivo principal contrastar estruturas vasculares, estruturas parenquimatosas vascularizadas. - Geralmente, hidrossolúveis à base de iodo. - Injeção predominantemente venosa, podendo ser arterial. • Via retal – Indicado para diagnosticar doenças pélvicas ou do intestino grosso. • Intra- articular – usado como Injeção localizada nos espaços articulares. CARACTERISTICAS: Observadas
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