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Siglas utilizadas Incidências Radiológicas Aula 10: Incidências radiológicas da cavidade abdominal Apresentação Em nossa última aula, estudaremos os posicionamentos dos pacientes e as incidências radiológicas para a realização de exames radiológicos de rotina básica e especial ou complementar da cavidade abdominal. Além disso, veremos a utilização de critérios técnicos, tendo como bases a física das radiações e a geometria da imagem, para a aquisição das imagens radiológicas. A compreensão do conteúdo apresentado nesta aula nos possibilitará o entendimento teórico-prático das principais incidências radiológicas do abdome e da rotina radiológica do abdome agudo, de forma que façamos as correlações propositivas para aplicar os posicionamentos radiográ�cos do abdome nos futuros pacientes, alcançando, com essa base teórica, a excelência na realização das incidências radiológicas. Objetivos Identi�car as principais incidências radiológicas da cavidade abdominal; Descrever as técnicas radiológicas usadas no abdome. Como sabemos, antes de iniciarmos nossos estudos, é necessário conhecer as siglas que serão utilizadas nos posicionamentos apresentados nesta aula: Abdome – AP – em decúbito dorsal – posição supino SIGLA PALAVRA SIGNIFICADO AP Anteroposterior Quando a incidência do raio central no paciente ocorre de frente para trás DFF Distância foco filme A distância entre o foco de raios X e o filme KV Quilovoltagem A diferença de potencial criada entre o ânodo e o cátodo que aumenta a frequência dos raios X (penetrabilidade) mAs Miliamperagem por segundo A quantidade de radiação produzida (mA) multiplicada pelo tempo de exposição (s) RC Raio central Orientado pela colimação. É a parte central onde se concentra o feixe de raios X RI Receptor da imagem - Veja os Tamanhos dos �lmes/receptores de imagem apresentados nesta aula: 35x35cm; 30x40cm; 35x43cm. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do abdome em AP em decúbito dorsal. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de patologias no abdome, incluindo obstrução intestinal, neoplasias, calci�cações, ascite e imagens de base (reconhecimento) para estudos abdominais com uso de meios de contraste. Principais estruturas demonstradas Contorno do fígado, baço e rins, estômago com ar interior, segmentos do intestino, o arco da sín�se púbica e a região da bexiga urinária. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou 35x35cm, pouco utilizado por apresentar o formato quadrado; Técnica de referência: 40mAs e 65KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das cristas ilíacas. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em decúbito dorsal com o plano sagital médio centrado na linha mediana da mesa, braços ao lado do corpo e pernas estendidas com um apoio para os joelhos, se gerar mais conforto ao paciente. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do abdome em AP em decúbito dorsal. Atenção Esta incidência radiológica é conhecida também como abdome simples. A exposição é realizada no �nal da expiração. O paciente expira para aumentar a área da cavidade abdominal, já que o diafragma sobe no ato da expiração, diminuindo a cavidade (caixa) torácica. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a expiração. Abdome – AP – em decúbito ventral – posição prona Imagem ilustrativa da incidência radiológica do abdome em PA em decúbito ventral. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de patologias no abdome, incluindo obstrução intestinal, neoplasias, calci�cações, ascite e imagens de base (reconhecimento) para estudos abdominais com uso de meios de contraste. Principais estruturas demonstradas Contorno do fígado, baço e rins, estômago com ar interior, segmentos do intestino, o arco da sín�se púbica e a região da bexiga urinária. Abdome – AP – em decúbito lateral Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou 35x35cm, que é pouco utilizado por apresentar o formato quadrado; Técnica de referência: 40mAs e 65KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das cristas ilíacas. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em decúbito ventral com o plano sagital médio centrado na linha mediana da mesa, braços erguidos e ao lado da cabeça e pernas estendidas com apoio para os tornozelos, se gerar mais conforto ao paciente. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do abdome em PA em decúbito ventral. Atenção Se o objeto de investigação for os rins, essa incidência radiológica é menos recomendada do que uma AP, devido ao aumento da distância entre o objeto e o �lme. A exposição é realizada no �nal da expiração. O paciente expira para aumentar a área da cavidade abdominal, já que o diafragma sobe no ato da expiração, diminuindo a cavidade (caixa) torácica. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a expiração. Imagem ilustrativa da incidência radiológica AP de abdome em decúbito lateral esquerdo. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de massas abdominais, níveis de ar e de líquido e possíveis acúmulos de ar livre dentro do peritônio. Principais estruturas demonstradas Contorno do fígado, baço e rins, estômago com ar interior, segmentos do intestino, deve-se incluir todo diafragma na imagem radiográ�ca. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou 35x35cm, que é pouco utilizado por apresentar o formato quadrado; Técnica de referência: 40mAs e 70KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das cristas ilíacas. Abdome – AP – em ortostática ou posição ereta Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em decúbito lateral com o corpo apoiado para evitar rotações indesejáveis, joelhos �exionados para manter o corpo equilibrado, estabilizando o paciente, e braços erguidos ao lado da cabeça. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas AP de abdome em decúbito lateral. Atenção O paciente deve estar deitado de lado por no mínimo cinco minutos antes da exposição (para permitir que o ar suba e que os �uidos anormais se acumulem). A exposição é realizada no �nal da expiração. O paciente expira para aumentar a área da cavidade abdominal, já que o diafragma sobe no ato da expiração, diminuindo a cavidade (caixa) torácica. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a expiração. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do abdome AP em ortostática. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de massas abdominais, níveis de ar e de líquido de ar livre dentro do peritônio sob o diafragma. Principais estruturas demonstradas Contorno do fígado, baço e rins, estômago com ar interior, alças do intestino. Deve-se incluir todo diafragma na imagem radiográ�ca. Abdome – per�l direito ou esquerdo – em decúbito dorsal Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou 35x35cm, que é pouco utilizado por apresentar o formato quadrado; Técnica de referência: 40mAs e 70KV, no Bucky; RC: Perpendicular ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das cristas ilíacas. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em ortostática com o plano sagital médio centrado na linha mediana da mesa, braços ao lado do corpo e pernas levemente afastadas com as costas apoiadas na estativa. Com isso, você conseguirácompreender as incidências radiológicas do abdome AP em ortostática. Atenção A exposição é realizada no �nal da expiração. O paciente expira para aumentar a área da cavidade abdominal, já que o diafragma sobe no ato da expiração, diminuindo a cavidade (caixa) torácica. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente durante a apneia realizada após a expiração. Imagem ilustrativa da incidência radiológica do abdome em perfil direito em decúbito dorsal. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de massas abdominais, acúmulos de gases, aneurisma, níveis de ar-líquido, hérnia umbilical, calci�cação da aorta e de outros vasos. Principais estruturas demonstradas Alças do intestino com ar, região umbilical e o diafragma. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou 35x35cm, pouco utilizado por apresentar o formato quadrado; Técnica de referência: 60mAs e 80KV, no Bucky; RC: Horizontal ao receptor de imagem, direcionado para a linha média das cristas ilíacas. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em decúbito dorsal, braços erguidos ao lado da cabeça e apoio baixo sob a cabeça e sob os joelhos para o conforto do paciente. Abdome – per�l – em ortostática ou decúbito lateral Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do abdome em per�l em decúbito dorsal. Atenção A exposição é realizada no �nal da expiração. O paciente expira para aumentar a área da cavidade abdominal, já que o diafragma sobe no ato da expiração, diminuindo a cavidade (caixa) torácica. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente, durante a apneia realizada após a expiração. Imagem ilustrativa das incidências radiológicas do abdome em perfil esquerdo. (Fonte: UTFPR) Justi�cativa para realização do exame Incidência realizada para o estudo de massas abdominais em partes moles, aneurisma ou calci�cações da aorta e identi�cação e/ou localização de corpos estranhos. Abdome agudo – série do abdome agudo – em três incidências radiológicas – Abdome em AP em ortostática ou em decúbito lateral, abdome em decúbito dorsal e tórax em PA Principais estruturas demonstradas Alças do intestino com ar, região umbilical e o diafragma mostradas em per�l. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1m; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou 35x35cm, pouco utilizado por apresentar o formato quadrado; Técnica de referência: 60mAs e 80KV, no Bucky; RC: Perpendicular à mesa ou à estativa, direcionado para a linha média das cristas ilíacas. Posição do paciente e da parte ou região do corpo Paciente em decúbito lateral (per�l recumbente) ou em ortostática em lateral à estativa, braços erguidos ao lado da cabeça e apoio sob a cabeça e sob os joelhos lateralizados para o conforto do paciente, no caso de posição em decúbito lateral. Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas do abdome em per�l. Atenção A exposição é realizada no �nal da expiração. O paciente expira para aumentar a área da cavidade abdominal, já que o diafragma sobe no ato da expiração, diminuindo a cavidade (caixa) torácica. Deve ser observada a ausência de artefatos de movimentos, principalmente, durante a apneia realizada após a expiração. Abdome – AP – em ortostática ou posição ereta Abdome – AP – em decúbito lateral Abdome – AP – em decúbito dorsal – posição supino Imagem ilustrativa da incidência radiológica do abdome AP em ortostática. (Fonte: UTFPR) Imagem ilustrativa da incidência radiológica AP de abdome em decúbito lateral esquerdo. (Fonte: UTFPR) Tórax – PA – em ortostática Imagem ilustrativa da incidência radiológica do abdome em AP em decúbito dorsal. (Fonte: UTFPR) Imagem ilustrativa da incidência radiológica do tórax em PA. (Fonte: UTFPR) Atenção Abdome agudo é o termo utilizado para afecções que acometem a região abdominal, causando dor intensa localizada ou difusa que, possivelmente, conduzem a uma intervenção cirúrgica. As incidências radiológicas para o estudo do abdome agudo têm que ser realizadas de uma forma rápida. Se for possível, passe o paciente na frente de outros menos complexos, pois o diagnóstico deste paciente na emergência/urgência médica pode levá-lo à cirurgia. Rotina do departamento Observar o protocolo do serviço de radiodiagnóstico para incluir a incidência radiológica do tórax em PA, como parte da série (rotina) para abdome agudo. A incidência radiológica do abdome AP em decúbito dorsal (abdome simples) é obrigatória para a rotina. As incidências radiológicas do abdome AP em decúbito lateral e lateral de abdome em decúbito dorsal serão realizadas de acordo com o protocolo do serviço e com a mobilidade do paciente. Justi�cativa para realização do exame Incidências realizadas para o estudo do abdome agudo. Principais estruturas demonstradas Todo abdome em posições diferentes e o tórax em PA para analisar áreas infra e supradiafragmáticas e o estado global do paciente. Fatores técnicos e posicionamento DFF: 1,80m para o tórax em PA e 1m para as incidências radiológicas do abdome; Tamanho do �lme/receptor de imagem e sentido: 35x43cm no sentido longitudinal ou transversal para o estudo do tórax, dependendo do biótipo do paciente; Com isso, você conseguirá compreender as incidências radiológicas para o estudo do abdome agudo. Atividade 1. Qual é a incidência radiológica do tórax que complementa o estudo do abdome agudo? a) OAD. b) AP em decúbito dorsal. c) PA. d) Perfil. e) OPE. 2. Quais são os possíveis receptores de imagem para a incidência radiológica do abdome em AP em decúbito dorsal? a) 35x35cm e 24x30cm. b) 35x35cm e 35x43cm. c) 24x30cm, 35x43cm e 35x35cm. d) 35x35cm e 15x40cm. e) 15x40cm e 24x30cm. 3. Qual é a DFF da incidência radiológica do abdome em AP em decúbito dorsal? a) 150cm. b) 180cm. c) 120cm. d) 130cm. e) 100cm. 4. Como é conhecida a rotina radiológica para estudo do abdome quando o paciente apresenta dor intensa? a) Rotina do abdome simples. b) Rotina aguda. c) Rotina do abdome agudo. d) Rotina complementar do abdome. e) Rotina de abdome total. 5. Como é conhecida a incidência radiológica do abdome em AP em decúbito dorsal? a) Abdome total. b) Abdome convencional. c) Abdome agudo. d) Abdome deitado. e) Abdome simples. 6. Analise a sentença abaixo e depois marque verdadeiro ou falso: A respiração para as incidências radiológicas do abdome deve ser a expiração seguida de uma apneia. Referências BIASOLI, JR. Antônio. Técnicas Radiográ�cas. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2016. BONTRAGER, Kenneth L., LAMPIGNANO, John P. Tratado de Posicionamento Radiográ�co e Anatomia Associada. 8. ed. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2014. DOS SANTOS, Gelvis Cardozo. Manual de Radiologia – Fundamentos e Técnicas. 1. ed. São Caetano do Sul: Yendis Editora, 2008. Próxima aula Incidências radiológicas da cavidade abdominal. Explore mais Assista aos vídeos: Raio-X do Abdômen - Anatomia Radiológica Rotina Abdome Agudo Leia também o texto RX abdominal. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
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