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Critérios diagnósticos da esquizofrenia

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Patrícia Miranda- MEDICINA 
Esquizofrenia 
 
 
 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 
 
 
 
Dois (ou mais) dos itens, casa um presente 
por uma quantidade significativa de tempo 
durante um período de um mês (ou menos, 
se tratados com sucesso). 
 
Pelo menos um deles deve ser 1,2 ou 3. 
1. Delírios 
2. Alucinações 
3. Discursos desorganizados 
4. Comportamento grosseiramente 
desorganizado ou catatônico 
5. Sintomas negativos (expressão 
emocional diminuída ou avolia) 
 
Por período significativo de tempo desde o 
aparecimento da perturbação, o nível de 
funcionamento em uma ou mais áreas 
importantes do funcionamento abaixo do 
nível alcançando antes do início (ou, quando 
o início se dá na infância ou na adolescência, 
incapacidade de atingir o nível esperado de 
funcionamento interpessoal, acadêmico ou 
profissional). 
 
 
 
Sinais contínuos de perturbação persistem 
durante, pelo menos, seis meses. Esse 
período de seis meses deve incluir no mínimo 
um mês de sintomas (ou menos, se tratados 
com sucesso) que precisam satisfazer ao 
Critério A (i.e., sintomas da fase ativa) e pode 
incluir períodos de sintomas prodrômicos ou 
residuais. Durante esses períodos 
prodrômicos ou residuais, os sinais da 
perturbação podem ser manifestados apenas 
por sintomas negativos ou por dois ou mais 
sintomas listados no Critério A presentes em 
uma forma atenuada (p. ex., crenças 
esquisitas, experiências perceptivas 
incomuns) 
 
 
 
Transtorno esquizoafetivo e transtorno 
depressivo ou transtorno bipolar com 
 
Patrícia Miranda- MEDICINA 
características psicóticas são descartadas 
porque: 
1. Não ocorreram episódios 
depressivos maiores ou maníacos 
concomitantemente com os 
sintomas da fase ativa 
2. Se episódios de humor ocorrem 
durante os sintomas da fase ativa, 
sua duração total foi breve em 
relação aos períodos ativo e residual 
da doença. 
 
 
A perturbação pode ser atribuída aos efeitos 
fisiológicos de uma substância (p.ex: droga de 
abuso, medicamento) ou a outra condição 
médica. 
 
 
 
Se há história de transtorno de espectro 
autista ou de um transtorno da comunicação 
iniciado na infância, o diagnostico adicional 
de esquizofrenia é realizado somente se 
delírios ou alucinações proeminentes, além 
dos demais sintomas exigidos de 
esquizofrenia, estão também presentes por 
pelo menos um mês (ou menos, se tratados 
com sucesso). 
 
 
 
 
- CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS 
Patrícia Miranda- MEDICINA 
Os sintomas característicos da esquizofrenia envolvem uma gama de disfunções cognitivas, 
comportamentais e emocionais, mas nenhum sintoma é patognomônico do transtorno. O 
diagnóstico envolve o reconhecimento de um conjunto de sinais e sintomas associados a um 
funcionamento profissional ou social prejudicado. Indivíduos com o transtorno apresentarão 
variações substanciais na maior parte das características, uma vez que a esquizofrenia é uma 
síndrome clínica heterogênea. 
Pelo menos dois sintomas do Critério A devem estar presentes 
durante parte significativa do tempo em um mês ou mais. Pelo 
menos um desses sintomas deve ser a presença clara de 
delírios, alucinações ou discurso desorganizado. 
Comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico 
e sintomas negativos podem também estar presentes. Nas 
situações em que ocorre remissões dos sintomas da fase ativa 
em um mês em resposta ao tratamento, o critério A ainda é 
satisfatório se o médico avalia que eles teriam persistindo na ausência de tratamento. 
A esquizofrenia envolve prejuízo em uma ou mais das principais áreas do funcionamento. Se a 
perturbação iniciar na infância ou na adolescência, o nível esperado de funcionamento não é 
alcançado. A comparação do indivíduo com os irmãos não afetados pode ajudar. A disfunção 
persiste por período substancial durante o curso do transtorno e não parece ser um resultado 
direto de uma única característica. A avolia (i.e., disposição reduzida para manter 
comportamento voltado a metas; está ligada à disfunção social descrita no critério B. Há 
também fortes evidências de relação entre prejuízo cognitivo e prejuízo funcional em indivíduos 
com esquizofrenia. 
 
Alguns sinais da perturbação devem persistir por um período contínuo de pelo menos seis 
meses. Sintomas prodrômicos costumam anteceder a fase ativa, e os sintomas residuais podem 
segui-la, caracterizados por formas leves ou em níveis subclínicos de alucinações ou delírios. 
Os indivíduos podem manifestar uma variedade de crenças incomuns ou estranhas que não 
sejam de proporções delirantes (p. ex., ideias de referência ou pensamento mágico); podem ter 
experiências perceptivas raras (p. ex., sentir a presença de uma pessoa invisível); seu discurso 
pode ser, em geral, compreensível, porém vago; seu comportamento pode ser incomum, mas 
não grosseiramente desorganizado (p. ex., murmurar em público). Sintomas negativos são 
comuns nas fases prodrômica e residual, podendo ser graves. Indivíduos que eram socialmente 
ativos podem ficar retraídos em relação a rotinas anteriores. Esses comportamentos são 
frequentemente o primeiro sinal de um transtorno. 
Sintomas de humor e episódios completos de humor são comuns na esquizofrenia e podem 
ocorrer concomitantemente com a sintomatologia da fase ativa. Porém, como diferença do 
transtorno do humor psicótico, um diagnostico de esquizofrenia exige a presença de delírios ou 
alucinações na ausência de episódios de humor. Além disso, episódios de humor, tomados em 
sua totalidade, devem estar presentes por somente uma parte mínima da duração total do 
período ativo e residual da doença. 
Além das cinco áreas de domínio dos sintomas identificadas nos critérios diagnósticos, a 
avaliação dos sintomas dos domínios cognição, depressão e mania é crucial para que sejam 
feitas distinções importantes entre os vários transtornos do espectro da esquizofrenia e outros 
transtornos psicóticos. 
 
- CARACTERISTICAS ASSOCIADAS QUE APOIAM O DIAGNOSTICO 
Patrícia Miranda- MEDICINA 
Indivíduos com esquizofrenia podem exibir afeto inadequado (p. ex., rir na ausência de um 
estímulo apropriado); humor disfórico que pode assumir a forma de depressão, ansiedade ou 
raiva; padrão de sono perturbado (p. ex., sono durante o dia e atividade durante a noite); e falta 
de interesse em alimentar-se ou recusa da comida. Despersonalização, desrealização e 
preocupações somáticas podem ocorrer e por vezes atingem proporções delirantes. Ansiedade 
e fobias são comuns. Déficits cognitivos na esquizofrenia são comuns e fortemente associados 
a prejuízos profissionais e funcionais. Esses déficits podem incluir diminuições na memória 
declarativa, na memória de trabalho, na função da linguagem e em outras funções executivas, 
bem como velocidade de processamento mais lenta. Anormalidades no processamento 
sensorial e na capacidade inibitória, bem como redução na atenção, são também encontradas. 
 
Alguns indivíduos com esquizofrenia mostram déficits na cognição social, incluindo déficits na 
capacidade de inferir as intenções dos outros (teoria da mente), podendo atender a eventos ou 
estímulos irrelevantes e depois interpretá-los como significativos, talvez levando à geração de 
delírios explanatórios. 
Esses prejuízos costumam persistir durante a remissão dos sintomas. 
Alguns indivíduos com psicose podem carecer de insight ou consciência de seu transtorno (i.e., 
anosognosia). Essa falta de insight inclui não perceber os sintomas de esquizofrenia, podendo 
estar presente em todo o curso da doença. Não perceber a doença costuma ser um sintoma da 
própria esquizofrenia em vez de uma estratégia de enfrentamento. É comparável à falta de 
percepção de déficits neurológicos após dano cerebral, chamada de anosognosia. Esse sintoma 
é o mais comum preditor de não adesão ao tratamento e prevê elevadas taxas de recaída, 
aumento no número de tratamentos involuntários, funcionamento psicossocial mais pobre, 
agressão e um curso mais pobre da doença. 
Hostilidade e agressãopodem estar associadas a esquizofrenia, embora agressão espontânea 
ou aleatória não seja comum. A agressão é mais frequente em indivíduos do sexo masculino 
mais jovens e em pessoas com história anterior de violência, não adesão ao tratamento, abuso 
de substância e impulsividade. Deve-se observar que a grande maioria das pessoas com 
esquizofrenia não é agressiva, sendo, com mais frequência, mais vitimizada que aquelas na 
população em geral. 
Atualmente não há exames laboratoriais, radiológicos ou testes psicométricos para o 
transtorno. 
As diferenças são claras em múltiplas regiões do cérebro entre grupos de pessoas saudáveis e 
pessoas com esquizofrenia, incluindo evidências de estudos por neuroimagem, neuropatologia 
e neurofisiologia. Diferenças ficam também evidentes na arquitetura celular, na conectividade 
da substância branca e no volume da substância cinzenta em uma variedade de regiões, como 
os córtices pré-frontal e temporal. É observada redução no volume cerebral total, bem como 
aumento da redução de volume com o envelhecimento. Reduções do volume cerebral com o 
envelhecimento são mais pronunciadas em pessoas com esquizofrenia do que em indivíduos 
saudáveis. Por fim, pessoas com a doença parecem diferir daquelas sem o transtorno em índices 
eletrofisiológicos e de eye-tracking. 
Sinais neurológicos leves em indivíduos com esquizofrenia incluem prejuízos na coordenação 
motora, na integração sensorial e no sequenciamento motor de movimentos complexos, 
confusão esquerda-direita e desinibição de movimentos associados. Além disso, podem ocorrer 
anomalias físicas leves da face e dos membros. 
 
- DESENVOLVIMENTO E CURSO 
Patrícia Miranda- MEDICINA 
As características psicóticas da esquizofrenia costumam surgir entre o fim da adolescência e 
meados dos 30 anos; início antes da adolescência é raro. A idade de pico do início do primeiro 
episódio psicótico é entre o início e a metade da faixa dos 20 anos para o sexo masculino e fim 
dos 20 anos para o feminino. O início pode ser abrupto ou insidioso, mas a maioria dos indivíduos 
manifesta um desenvolvimento lento e gradativo de uma variedade de sinais e sintomas 
clinicamente importantes. Metade dessas pessoas queixa-se de sintomas depressivos. Idade 
mais precoce de início é tradicionalmente vista como preditor de pior prognóstico. O efeito da 
idade de início do transtorno, todavia, possivelmente tem relação com o gênero, com os 
indivíduos do sexo masculino apresentando adaptação pré-mórbida pior, rendimento escolar 
mais baixo, sintomas negativos e prejuízo cognitivo mais proeminentes, além de, em geral, 
terem um prognóstico pior. Prejuízo cognitivo é comum, e alterações na cognição estão 
presentes durante o desenvolvimento, antecedendo o aparecimento de psicose e assumindo a 
forma de prejuízos cognitivos estáveis na vida adulta. Prejuízos cognitivos podem persistir 
quando outros sintomas estão em remissão, contribuindo para a incapacidade relacionada à 
doença. 
Os elementos preditivos do curso e da evolução permanecem, em grande parte, sem explicação, 
e curso e evolução podem não ser preditos de maneira confiável. O curso parece favorável em 
cerca de 20% das pessoas com esquizofrenia, e um número pequeno de indivíduos é referido 
como tendo obtido recuperação completa. A maioria dos indivíduos com esquizofrenia, 
entretanto, ainda necessita de apoio formal ou informal na vida cotidiana. Muitos permanecem 
cronicamente doentes, com exacerbações e remissões de sintomas da fase ativa, ao passo que 
outros têm um curso com deterioração progressiva. 
 
Os sintomas psicóticos tendem a diminuir ao longo da vida, talvez em associação ao declínio 
normal na atividade dopaminérgica relacionada ao envelhecimento. Os sintomas negativos têm 
relação mais íntima com o prognóstico do que os positivos, tendendo a ser mais persistentes. 
Além disso, déficits cognitivos associados à doença podem não melhorar ao longo do seu curso. 
As características essenciais da esquizofrenia tendem a ser as mesmas na infância, ainda que 
seja mais difícil fazer o diagnóstico. Nas crianças, delírios e alucinações podem ser menos 
elaborados do que nos adultos, e alucinações visuais são mais comuns, devendo ser 
diferenciadas dos jogos de fantasia normais. Discurso desorganizado ocorre em muitos 
transtornos que começam na infância (p. ex., transtorno do espectro autista), da mesma forma 
que comportamento desorganizado (p. ex., transtorno de déficit de atenção/hiperatividade). 
Esses sintomas não devem ser atribuídos à esquizofrenia sem a devida consideração dos 
transtornos mais comuns na infância. 
 
Casos com início na infância tendem a se assemelhar a casos com evolução ruim em adultos, 
com início gradual e sintomas negativos proeminentes. Crianças que mais tarde recebem o 
diagnóstico de esquizofrenia são mais propensas a ter sofrido perturbações e psicopatologia 
emocionais e/ou comportamentais não especificadas, alterações intelectuais e na linguagem e 
atrasos motores sutis. 
 
Casos com início tardio (i.e., após os 40 anos de idade) são mais comuns nas mulheres, que 
podem ter casado. Frequentemente, o curso caracteriza-se por predominância de sintomas 
psicóticos com preservação do afeto e do funcionamento social. Esses casos de início tardio 
podem satisfazer os critérios diagnósticos para esquizofrenia, mas ainda não está claro se essa 
é a mesma condição da esquizofrenia diagnosticada antes da meia-idade (p. ex., antes dos 55 
anos). 
 
Patrícia Miranda- MEDICINA

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