Buscar

Ensaio sobre a Covid-19 e o momento científico atual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
ICB – INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
EMANUELA PINACÉ AMARAL
VIVYAN COIMBRA RIBEIRO OLIVEIRA
“Você, a Covid-19 e as características do Método Científico”
MANAUS, AM
2021
EMANUELA PINACÉ AMARAL
VIVYAN COIMBRA RIBEIRO OLIVEIRA
“Você, a Covid-19 e as características do Método Científico”
Atividade avaliativa da disciplina de Bioquímica – IBF022 – apresentada ao Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) como parte dos requisitos para composição de nota parcial na matéria.
Corpo Docente do IBF022:
Prof.º Dra. Daiane Martins Ramos
Prof.º Dra. Iza Marineves Rocha
Prof.º Dra. Flávia Regina Almeida Campos Naief Moreira.
MANAUS, AM
2021
1. Histórico e Definição do Método Científico:
Antes de começarmos a definir o histórico e definição do método científico, temos que elucidar o que é a Ciência e para que serve esse tipo de conhecimento. Assim, iniciamos a discussão do trabalho com uma primeira pergunta:
1.1. O que é Ciência?
Aristóteles, o filósofo grego do período clássico, definiu a ciência como um conhecimento do tipo demonstrativo, ou seja, um tipo de conhecimento que deve ser comprovado e expressado por meio de uma demonstração, fundamentado em observações, análises e experimentos considerando as existentes hipóteses sobre tal assunto. 
Em outras palavras, a ciência, que origina-se do latim "scientia", significa conhecimento. Por isso é muito comum escutar pessoas dizerem, todos os dias, coloquialmente, que alguém "tomou ciência" quando teve conhecimento de algum evento ou fato importante que aconteceu.
Agora que já se compreende o que é a Ciência, prosseguiremos para o próximo tópico de relevância:
1.2. Para que serve a Ciência? Qual a sua relação com o atual cenário científico? 
Nos dias de hoje, dados que são usados em experimentos científicos têm que ser preservados para serem acessados e analisados se os resultados estão em disputa ideológica-política. As normas éticas também governam experimentos científicos para prevenir prejuízos de cunho social para a população na qual estamos inseridos. 
Sintetizando, é necessário preservar algumas informações para que a população em geral, junto da mídia e seus ouvintes/falantes não as distorçam, usando-as para incitar o alarde, o ódio, bem como aterrorizar a parcela da população leiga e sem acesso a informação ou até mesmo descredibilizar a comunidade científica acerca de seu compromisso acadêmico.
Sabemos que a ciência não é a verdade absoluta ou a “última palavra ser dita”. As descobertas científicas são o começo, não são o fim e nem o término da busca pela verdade. Dados empíricos usados na ciência que podem ser verificados formam uma base sólida para discussão, debates e tomadas de decisão. Os cientistas trazem um grau de racionalidade que cria uma maior probabilidade para que o melhor interesse da sociedade ou o interesse público possam ser levados em consideração com relação à tomadas de decisões, por exemplo.
A ciência, é o hábito de exercitar a mente para ajudar a se agir através de um fenômeno especialmente novo, difícil e complexo. O que faz dela algo importante no exercício de democracia. Sendo impossível que, na falta de fatos e informação, eleitores se tornem capazes de fazer escolhas informadas em eleições, por exemplo, ou ajudem na elaboração de políticas seguras que melhor promovam o interesse público. 
A Ciência também possibilita o discernimento dos membros do público para que o mundo e as palavras deles façam sentido.
1.3. O que é Método Científico?
Prosseguindo, podemos falar do conjunto de regras para desenvolver uma experiência (com finalidade de produzir novos conceitos e corrigir ou integrar conhecimentos pré-existentes). 
O método científico é um processo de pesquisa que segue uma determinada sequência de etapas (CHIZZOTTI, 1991). Além disso, é também definido como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em uma investigação científica com o intuito de obter os resultados mais confiáveis, quando for possível (MARCONI; LAKATOS, 2003). Entretanto, é algo mais subjetivo, ou implícito, do modo de pensar científico, do que um manual com regras explícitas sobre como o cientista, ou pesquisador, deve agir.
Basicamente, se define como um conjunto de regras para se realizar um experimento, com o objetivo de produzir um novo conhecimento. Essas regras são necessárias justamente para inibir, proibir, a subjetividade, direcionando a pesquisa para a produção de conhecimentos válidos. Existem variados tipos de métodos, seguindo diferentes linhas de procedimento, assim, o pesquisador pode seguir diferentes caminhos para realizar um trabalho preciso. Temos, abaixo, os tipos:
· Experimental: engloba os métodos hipotético-dedutivo, de observação e medição;
· Dialético: considera o constante movimento dos fenômenos históricos e sociais;
· Empírico-analítico: se baseia na lógica empírica, diferenciando elementos de um fenômeno e revendo cada um deles individualmente;
· Histórico: relaciona o objeto ou fenômeno estudado às etapas pelas quais eles passam, em uma ordem cronológica.
Resumindo, o conceito está na representação, expressão e interiorização daquilo que a coisa como ela realmente é (compreensão da coisa). É a idealização do objeto. O conceito é uma atividade mental que conduz um conhecimento, tornando não apenas compreensível essa pessoa ou essa coisa, mas todas as pessoas e coisas da mesma época.
Por outro lado, sua definição é a manifestação e apreensão dos elementos contidos no conceito, tratando de decidir em torno do que se duvida ou do que é ambivalente. Saber utilizar adequadamente termos, conceitos e definições significa metodologicamente expressar na Ciência aquilo que o indivíduo sabe e quer transmitir.
Concluiu-se a parte conceitual deste tema. Avançaremos, assim, para a história do método.
1.4. Qual o histórico do Método Científico?
	Atualmente, a “scientia” é o resultado de descobertas ocasionais e de pesquisas cada vez mais metódicas, em suas posteriores etapas. É também uma das poucas realidades que podem ser legadas às próximas gerações. Os seres de cada período assimilam resultados científicos das gerações anteriores, desenvolvendo e ampliando aspectos novos.
	De pouco em pouco, o método experimental foi aperfeiçoado e passou a ser aplicado em novos setores da ciência. Logo, desenvolveu-se o estudo da química e da biologia e, no século XVIII, surgiu um conhecimento mais objetivo da estrutura e das funções dos organismos vivos. Já no século seguinte, verificou-se uma modificação geral nas atividades intelectuais e industriais. Surgiram novos dados relativos à evolução, ao átomo, à luz, à eletricidade, ao magnetismo, à energia. Por fim, no século XX, a ciência, com seus métodos objetivos e exatos, desenvolveu pesquisas em todas as frentes do mundo físico e humano, atingindo um grau de precisão surpreendente não só na área das navegações espaciais e de transplantes, como nos mais variados setores da realidade.
	Essa evolução das ciências tem como mola propulsora os métodos e os instrumentos de investigação aliados à postura científica, perspicaz, rigorosa e objetiva. Essa postura, preparada ao longo da história, impõe-se agora, de maneira inexorável, a todos que pretendem conservar o legado científico do passado ou, ainda, se propõem a ampliar suas fronteiras.
2. Etapas do Método Científico.
É dividido em quatro etapas, sendo elas: 
2.1. Observação: etapa em que há execução dos questionamentos sobre o fato observado, a formulação de uma hipótese que é uma possível explicação para o problema em questão;
2.2. Experimentação: onde o pesquisador realiza experiências para provar a veracidade de sua hipótese; 
2.3. Interpretação dos resultados: o momento em que o pesquisador interpreta os resultados de sua pesquisa; 
2.4. Conclusão: onde é feita uma análise final e considerável sobre o fato em questão. 
	Diante disso, não é necessário que quem se proponha a investigar algo atravésdeste método, cumpra todas as etapas anteriormente citadas e, também, não existe um tempo pré-determinado para que se faça cada uma delas. A exemplo de Charles Darwin, que passou cerca de 20 anos somente analisando os dados de suas pesquisas, tendo seu trabalho constituído basicamente de investigação, sem passar pela experimentação, o que, não torna sua teoria menos relevante academicamente.
3. “Achismos” vs. Ciência: uma Análise Crítica.
	Nos últimos meses, a briga “ciência x achismo” ganhou força justamente no momento histórico em que apenas o conhecimento técnico e científico deveria ser levado em consideração. 
	Nesse momento, universidades, cientistas e profissionais da saúde estão na linha de frente do combate, mas não enfrentam apenas uma pandemia que vem matando milhares de pessoas pelo Brasil. Eles precisam enfrentar também criacionistas, negacionistas e o mercado, que agem através de políticos e articuladores políticos (em sua maioria, ultraconservadores), pregando o discurso anti-vacina, negando a eficácia dos agentes imunizantes; e promovendo o uso de medicamentos não recomendados para a Covid-19.
	Diante dos acontecimentos, podemos claramente perceber que a história que estamos vivendo, que estamos construindo, é mais do que um momento político. É também um momento pessoal. Estamos presenciando uma ameaça a nossa saúde, à vida. E não estamos conseguindo fazer muita coisa. 
	Tentamos desesperadamente “salvar” nossos conhecidos, parentes e amigos da “escuridão” que é a desinformação. Muitas vezes em vão, acabamos perdendo conhecidos nessa luta, mas não devemos parar de tentar. Não podemos parar de tentar resgatá-los e isso vai mais do que um ideal religioso ou filantrópico. Não conseguimos parar porque senão as entidades que crescem nesse governo de pseudoconservadorismo, que se alimentam com a falta de conhecimento e, literalmente nos trata à base de pão e circo, ganha. E sabemos que o povo deveria ganhar, não elas. 
	Por tal motivo é que não podemos nos dar o luxo de “achar” ao invés de ter certeza. Por tal motivo não podemos cometer o erro de opinar sem saber a veracidade das palavras que replicamos. É por tal motivo que o negacionismo matou e vem colecionando mais óbitos a cada minuto que se soma às estatísticas.
4. Um Protocolo do Método Científico para o Estudo do Covid-19.
	É de suma importância a facilitação dos estudos acerca do método científico na população em geral, a exemplo dos livros das escolas e no cotidiano, pois estes se tornam essenciais para o combate às Fake News.
O estudo do vírus: Virologia.
	O início da virologia se deu com experiências de Jenner no final do século XVlll. Ele não reconheceu a causa mas descobriu que esse os indivíduos expostos ao “pox da vaca” não sofreram do “pox pequeno”. Começou o primeiro formulário conhecido da vacinação com a infecção do “pox da vaca” que impediu a infecção pequena do “pox” nos indivíduos. Não tinha sido encontrado ainda o organismo causal ou a causa da imunidade até agora para o “pox da vaca” ou o “pox pequeno”.
	Koch e Henle fundaram seus postulados na microbiologia da doença. Isto incluiu aquele: 
· O organismo deve regularmente ser encontrado nas lesões da doença;
· Deve ser isolado de anfitrião doente e ser crescido na cultura pura;
· A inoculação de um organismo tão puro em um anfitrião deve iniciar a doença e deve ser recuperada do organismo também secundária do contaminado.
	No final do século XlX Louis Pasteur testou primeiramente animais como o modelo crescendo e estudando o vírus. Encontrou que o vírus de raiva poderia ser cultivado em cérebros do coelho e descobriu a vacina da raiva. Contudo, Pasteur não tentou identificar o agente infeccioso.
O descobrimento do vírus
· 1886-1903: Este período era o período da descoberta onde os vírus foram encontrados realmente. 
	O pesquisador Ivanowski observou a bactéria procurada como uma substância e em 1898, Beijerink demonstrou a característica filtrável do vírus e encontrou que o vírus é um parasita da obrigação. Isto significa que o vírus é incapaz de viver no seus próprio “corpo”.
	Em 1884, o microbiologista francês Charles Chamberland inventou um filtro com os poros menores do que as bactérias. As filtro-velas de Chamberland de porcelana, ou feitas da terra, (argila) tinham sido inventadas para a purificação de água. Estes filtros retiveram a bactéria, e tiveram um tamanho do poro de 0.1-0.5 mícrons. Os vírus foram filtrados com estes e chamaram organismos “filtráveis”. 
· Loeffler e Frosch (1898) relataram que o agente infeccioso do vírus das doenças de pé e de boca era um agente filtrável.
	Em 1900 primeiramente a doença humana mostrada para ser causado por um agente filtrável era febre amarela por Walter Reed. Encontrou o vírus de febre amarela atual no sangue dos pacientes durante a fase da febre. Igualmente encontrou que o vírus espalhou através dos mosquitos. Em 1853 havia uma epidemia em Nova Orleans e a taxa de mortalidade desta infecção era tão alta quanto 28%. A infecção foi controlada destruindo populações do mosquito.
Bacteriófagos
	A descoberta a mais importante era aquela da era do bacteriófago. Em 1915, Twort estava trabalhando com vírus da varíola bovina e encontrado que os vírus cresceram nas culturas das bactérias. Chamou então o bacteriófago. Twort abandonou este trabalho após a Primeira Guerra Mundial. Em 1917, D'Herelle, um canadense, igualmente encontrou bacteriófagos similares. Entre a virologia 1938 e 1970 tornou-se em grandes passos a biologia molecular. Os anos 40 e os anos 50 eram a era do bacteriófago e do vírus animal.
	Em 1931, o patologista americano Ernest William Goodpasteur cresceu a gripe e os diversos outros vírus nos ovos das galinhas fertilizadas. Em 1949, John F. Enders, Thomas Weller, e Frederick Robbins cresceram o vírus em pilhas cultivadas do embrião humano, o primeiro vírus da poliomielite a ser crescido sem usar o tecido animal ou ovos contínuos. Este Jonas Salk permitiu a criação de uma vacina eficaz da poliomielite.
	A era da pesquisa da poliomielite era seguinte e era muito importante porque em 1953 a vacina de Salk foi introduzida e em 1955 o poliovírus tinha sido cristalizado. Um Sabin mais atrasado introduzido atenuou a vacina da poliomielite.
	Em clonar dos anos 80 dos genes virais desenvolvidos, arranjar em sequência dos genomas virais era bem sucedido e a produção de hybridomas era uma realidade. O vírus VIH do AIDS veio em seguida nos anos 80. Uns usos mais adicionais dos vírus na terapia genética tornaram-se durante as próximas duas décadas.
Como a vacina combate os vírus?
	As vacinas são utilizadas para induzir imunidade a vírus e bactérias causadores de algumas doenças, já que estimula o organismo a produzir anticorpos contra essas doenças.
	Os anticorpos são criados naturalmente (sem a vacina) pelo nosso corpo quando somos infectados e ficamos doentes – para isso, a pessoa deve ter um sistema imune preservado. Porém, muitas pessoas podem ter a vida em risco se precisarem ser expostas à doença para adquirirem imunidade natural.
	O estímulo para produção de anticorpos pela vacina ocorre pela apresentação ao nosso corpo do vírus ou da bactéria, mas de uma maneira que o vacinado não adoece e, ainda assim, adquire imunidade. A vacina contra o SARS-CoV-2 é fundamental para a resolução da pandemia de covid-19 e reabertura das cidades de forma segura.
Elucidando as etapas de desenvolvimento da vacina, temos:
Etapa 1: Laboratorial
		É restrita aos laboratórios e é composta pelas pesquisas iniciais e análises de possibilidades. O agente responsável pela doença é identificado e são ponderadas até centenas de moléculas e métodos para se definir a melhor composição da vacina.
Etapa 2: Pré-clínica
		Aqui outros seres vivos começam a serem envolvidos na busca pela cura. Antes, os testes eram feitos in vitro ou com células, e agora são realizados em animais para comprovar os dados obtidos nas experimentações anteriores. Buscam-se animais cujos corpos reajam ao vírus de forma semelhante ao organismo humano. Emgeral, são usados camundongos e macacos. Ainda assim, por mais que os resultados sejam encorajadores, não há garantia de que a vacina não cause danos quando aplicada em humanos. É para isso que existe a próxima etapa.
Etapa 3: Clínica
		É a mais complexa e mais extensa – quando o produto começa a ser testado em seres humanos. O processo clínico se divide em três fases:
Fase 1: Tem como principal objetivo analisar a segurança do imunizador. São testados poucos voluntários, de 20 a 80 pessoas, geralmente adultos saudáveis. São levados em consideração potenciais efeitos colaterais, intensidade do produto e diferentes dosagens para evitar quaisquer danos. Além disso, já são possíveis algumas observações a respeito da resposta imunológica da vacina.
Fase 2: Busca entender de maneira mais concreta a eficácia da vacina. Aqui, a quantidade de voluntários testados aumenta e pode chegar a centenas de pessoas. Os pesquisadores já têm conhecimento de dados importantes, como dosagem e efeitos colaterais esperados, por isso, o grupo a ser testado se torna mais heterogêneo, com pacientes considerados de risco. Para melhor análise da resposta imunológica, muitas vezes são utilizados grupos de controle – medicados apenas com placebo. Isso ajuda a observar de forma mais detalhada a eficácia da vacina e a reação do organismo a ela. Ainda são considerados apontamentos na sua segurança – como possíveis efeitos colaterais mais raros, que não apareceram durante a primeira fase de testes, e podem resultar em um ajuste na dosagem.
Fase 3: Avalia a eficiência e a segurança da vacina no público-alvo. A testagem envolve milhares de pessoas e as análises são levantadas a partir da observação da vacina no mundo real, ou seja, é esperado que os voluntários se exponham ao vírus para entender a eficácia do produto. Aqui, o uso do placebo é essencial para comparação dos resultados dos dois grupos. Para isso, existe um sistema chamado “duplo-cego”, no qual nem o cientista nem o voluntário sabe se a aplicação é da vacina ou do composto ineficaz. Assim, não há nenhuma mudança de comportamento que possa afetar os resultados. A exposição ao vírus deve acontecer por conta própria – por esse motivo, a terceira fase pode durar anos. Assim, os pesquisadores costumam procurar áreas de maior incidência da doença, com maiores riscos de contágio. Só após esta etapa e a aprovação dos órgãos regulatórios, ocorre a fabricação da vacina em maior escala, seguida pela distribuição. Mesmo depois de aprovada, segue em constante avaliação e observação.
Seguem abaixo ilustrações para efeitos de esclarecimento:
As “possíveis” formas de tratamento da Covid-19:
	A cloroquina foi utilizada por muitos anos no tratamento da malária, até que o parasita que produz essa doença gerou resistência ao medicamento. Hidróxicloroquina e Cloroquina, desde que se passou a cogitar eficácia de seus usos, seja no tratamento de doentes graves, de infectados sem quadro clínico importante, ou até mesmo como agente preventivo. 
	Foram utilizados dados secundários – bancos de dados de testes clínicos, material da mídia e literatura especializada. Em meio à urgência de tratamentos para contenção da pandemia, o uso experimental gerou controvérsias inicialmente no meio científico, mas que acabaram por ser fortemente capturadas politicamente. 
	Líderes como Trump e Bolsonaro, em discursos mal fundamentados, têm se declarado altamente favoráveis ao uso desses medicamentos, gerando uma minimização da gravidade da epidemia e, simultaneamente, negligenciando a necessidade de elevação importante de gastos públicos em saúde. Face às frágeis evidências científicas produzidas, a euforia social em torno desses medicamentos e sua promoção suscitou exageros e comportamentos irracionais, como automedicação. Esperaria-se de governantes e gestores de nações democráticas, muito mais cautela e responsabilidade, que contribuíssem na construção de respostas cientificamente embasadas, racionais e eficazes ao controle da pandemia, protegendo a saúde de suas populações, pressuposto do poder de Estado.
5. Você, a Covid-19 e as características do Método Científico.
		Parece difícil, para muitos, escrever sobre a Covid-19 com tamanha imparcialidade nesse ofício. E, isso se deve ao fato que é majoritária a quantidade de pessoas que perdeu algum familiar ou conhecido. 
		Sendo assim, devo avisar logo que é difícil para mim, também, que vivi a doença de perto, quando meus pais foram infectados no trabalho em meados de março de 2020; que perdi um tio para uma doença que ele não sabia que estava lutando contra; e que trabalha na vacinação semanalmente para combater algo que tanto me “roubou” nesses últimos meses.
		Na verdade, não parece difícil, é quase humanamente impossível escrever tanto nesse trabalho e não poder relatar as dores que sentimos, o quão calejados e feridos sairemos desse novo capítulo da história científica e política brasileira. Dito isso, faço sempre questão de frisar: é um momento político, é um momento científico e é também um momento histórico. Pois, não podemos esquecer, o que, acima de tudo nos trouxe até aqui e segura nosso progresso até hoje: falta de informação, descrença na “scientia”, a fé irredutível que cega, o fanatismo político brasileiro, falta de empatia, entre outros. Não acredito que precisamos viver de extremos. Viver num constante embate de “Ciência vs. Fé” ou “Ciência vs. Política”, mas acredito que devemos sempre ponderar o que é bom para a sociedade como um todo, pois isso é de fato viver em democracia. Não podemos mais viver questionando pensamentos científicos por medo de menosprezar a própria fé. 
		A religião, por muito tempo serviu para explicar coisas que os “meros mortais” não conseguiam e esse pensamento parece permanecer instalado socialmente sem motivo aparente. E sem motivo aparente, digo, porque hoje temos como explicar tais fatos. Essa é a verdadeira importância da comunidade científica numa sociedade perdida em meio à desinformação voluntária. O que nos falta é instalar o conhecimento popular de que o povo pode, sim, ter os dois. Pode, sim, estar aliado aos fatos e permanecer com fé. Um não anula o outro, pelo menos, não deveria ser assim. 
		Então, após este curto monólogo de cunho altamente pessoal, eis que surge a pergunta: como o pensamento descrito anterior se relaciona com a temática deste tópico? Simples, sabemos que o método científico possui como características: observação, experimentação, interpretação dos resultados e conclusão. Por enquanto, o exposto demonstrou um simples retrato social onde a religião aprisiona os 3 primeiros estágios de pensamento deste método gerando uma conclusão errônea e inconsequente.
		Logo, podemos concluir que a necessidade ciência talvez nunca suplante a necessidade alheia de fé e vice-versa, mas é necessário não abandonar nenhum dos dois, pois o conhecimento nunca é unilateral e sempre ganharemos se estivermos dispostos a agregar valor às discussões e exercitar os atos de observar, experimentar, interpretar e concluir.
6. Anexos e Interpretações
	Em prol de tornar esse ofício mais completo e relevante no quesito informações do cenário atual, trouxemos infográficos que ilustram algumas das Fake News mais comuns e momentos que se sobressaíram durante nossas pesquisas.
6.1. 6.1. O primeiro infográfico ilustra dados que comprovam a incidência de Covid-19 em crianças de até 9 anos. Demonstrando que há 638 casos registrados naquele período e 1,9% é o percentual de gravidade. Ou seja, ao contrário do que muitos pensam, é possível existir crianças com sintomas agudos dessa síndrome respiratória.
6.2. 6.2. Prosseguindo, temos a informação de que a globalização recuou na coexistência com a crise sanitária-política mundial. Demonstrando que o planeta, em grande maioria, não conseguiu se desenvolver econômica e tecnologicamente.
6.3. 6.3. Os dados da Fundação FEAC nos permite analisar desafios que a população relatou sobre os impactos da pandemia em sua comunidade. Estando entre eles: a diminuiçãode renda, desemprego, fome, depressão e a infecção pela Covid. Contradizendo, assim, falas que incentivam os pequenos trabalhadores autônomos a permanecer em casa sem renda.
6.4. 6.4. Em adição, o movimento do atual governo que, beira a um verde-amarelismo mais atual e menos racional, vem ganhado força ao exibir suas vertentes ideológicas racistas e preconceituosas em prol da defesa de um nacionalismo puro, primitivo, sem qualquer tipo de influência. Falando de pandemia e situação política não podíamos deixar de fora a questão racial tendo em vista que 2020/2021 foram anos marcados por escândalo de cotas no AM e em episódios de xenofobia no país inteiro.
Esse tópico fora pensado para abordar questões sociais periféricas pertinentes ao tema: “Você, a Covid-19 e o Método Científico”. 
7. Referências
7.1. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia Científica. 5. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
7.2. MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos da Metodologia Científica. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
7.3. CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
7.4. https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2019/03/por-que-ciencia-e-tao-importante-neste-momento-de-mentiras-e-fake-news.html

Continue navegando