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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" FACULDADE DE ENGENHARIA DE BAURU Ana Laura Pascucci de Oliveira – RA: 191011673 Bruno Oliveira Silvério – RA: 191011941 Charles Kyan Alves dos Santos – RA: 191011304 SISTEMAS VERTICAIS EM EDIFÍCIOS Profº Caio Gorla Nogueira Bauru 2021 INTRODUÇÃO 2 A.1. Definições: 2 A.1.1. Sistemas Verticais 2 A.1.2. Sistemas Verticais de Contraventamento 2 A.2. Breve histórico 3 A.3. Pesquisas recentes 5 DESCRIÇÃO DOS TIPOS DE SISTEMAS VERTICAIS 6 B.1. Lajes sem vigas com paredes estruturais 6 B.1.1. Definição 6 B.1.3. Comportamento Estrutural 7 B.2. Núcleo rígido (paredes estruturais associadas) 8 B.2.1. Definição 8 B.3. Pórtico tubular 11 B.3.1. Definição 11 B.3.2. Comportamento estrutural 12 B.4. Sistema tubular interligado (Bundled Tube) 13 B.4.1. Definição 13 B.4.2. Comportamento Estrutural 14 B.5. Sistema tubular contraventado 15 B.5.1. Definição 15 B.5.2. Comportamento Estrutural 16 B.6. Pórtico rígido 16 B.6.1. Definição 16 B.6.2. Comportamento Estrutural 18 B.6.3. Adição de paredes estruturais ao sistema de Pórtico Rígido 18 DISCUSSÃO COMPARATIVA ENTRE OS SISTEMAS ESTRUTURAIS VERTICAIS 19 ESTUDOS DE CASO 25 D.1. Burj Khalifa 25 D.2. Petronas Towers 27 CONCLUSÕES 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32 1 A. INTRODUÇÃO A.1. Definições: A.1.1. Sistemas Verticais São sistemas estruturais formados basicamente por elementos sólidos rígidos verticalmente dispostos cuja função principal é a de concentrar cargas de planos horizontais a uma grande altura com relação ao solo e transmiti-las para as fundações, devido a esta extensão ficam sujeitos às ações das forças horizontais, o que torna imprescindível a estabilização lateral das estruturas. O caminho das ações verticais começa nos elementos estruturais horizontais, as lajes, que suportam as ações permanentes (peso de revestimentos, peso de alvenaria, peso próprio) e ações variáveis (pessoas, móveis, veículos, entre outros).As lajes podem transmitir essas ações para as vigas, que devem suportar seu peso próprio somado a essas ações e ao peso de paredes ou elementos que se apóiem nelas, em geral, as vigas trabalham à flexão e a força cortante e transmitem as ações para os elementos verticais, ou diretamente para os pilares. Os pilares e pilares parede absorvem as reações das vigas que neles se apóiam, que transferem estas, juntamente com o peso próprio para os pavimentos inferiores e, por fim, para a fundação, que transfere para o solo. A.1.2. Sistemas Verticais de Contraventamento O contraventamento é uma estrutura auxiliar, formada por elementos verticais de grande rigidez (pórticos, pilares-parede, núcleos de rigidez, etc.) que liga os elementos principais de uma estrutura, de forma a aumentar a rigidez da construção, fazendo com que a mesma resista às ações horizontais, adquirindo estabilidade horizontal.Os elementos contraventados são os elementos da estrutura que contribuem pouco na resistência às ações horizontais, como os pilares. Dessa maneira, a existência das estruturas de contraventamento se baseia na precisão de moderar os deslocamentos das estruturas e de absorver forças excepcionais, para qual a estrutura principal não está habilitada ou forças de natureza indireta. 2 Assim, pode-se dizer que o contraventamento tem relevância em termos da mobilidade da estrutura e de sua resistência. Figura 1 - à esquerda uma estrutura sem contraventamento o modo crítico de instabilidade, envolvendo deslocamentos laterais e à direita um sistema contraventado. Fonte: MARTINS E CARNEIRO, 2008, p. 10 Figura 2- Esquema da transferência da ação do vento em edifícios altos Fonte: Carneiro(2008) A.2. Breve histórico Historicamente, desde a Idade Antiga, as civilizações se empenhavam progressivamente na construção de estruturas com maiores alturas, construções como a Torre de Babel, as pirâmides do Egito, os templos da civilização Maia, são alguns exemplos. Estas eram apenas monumentos, geralmente não eram 3 empregadas como forma de habitação, visto que as construções possuíam dois insumos básicos: madeira e alvenaria, o que limitava a construção de grandes estruturas, a madeira por conta de sua baixa resistência mecânica e por não resistir ao fogo, a alvenaria, por sua vez, apresentava grande resistência, por outro lado, era muito pesada. Com o tempo, fatores sociais e econômicos associados ao crescimento populacional e ao preço elevado da terra, impulsionaram a decisão no tamanho dos edifícios, além do ego e competição por conta da posse de construções mais altas. Em 1891, foi construído em Chicago o edifício de 17 andares (64 metros de altura), Monadnock Building, no qual a alvenaria atingiu seu ponto auge. O mesmo possui, em seu piso térreo, paredes com espessura de 1,80 metros, sendo capazes de resistir aos esforços da ação do vento e do peso próprio da estrutura. Elaborar uma estrutura mais leve mostrou-se essencial para projetar edifícios altos. Assim, William LeBaron Jenney, conhecido como o criador do edifício moderno, notou que poderia-se empregar o aço para suportar as cargas, no lugar da alvenaria pesada e criou o Home Insurance Building, usando o aço estrutural. Tal técnica foi amplamente difundida e reduziu as limitações de altura nos projetos. O desenvolvimento econômico e a obstinação das corporações em busca de construir arranhas-céus geraram uma disputa entre Chicago e Nova York, deixando grandes símbolos nesta última, como o edifício Woolworth (292 m), Wall Tower Building (290 m), Cities Service Building (283 m), Chrysler Building (319 m), e o Empire State Building(381m), que se tornou, em 1931, o edifício mais alto do mundo. Em 1940, nas vésperas da Segunda Guerra Mundial, o aumento da população e retomada da produção, a demanda por espaço retomou a tendência da verticalização, como maneira de aproveitar o solo e acelerou a corrida por maiores edifícios, com destaque para o edifício John Hancock Center(344m), construído em 1968, na cidade de Chicago, o já não existente World Trade Center(412m), que se tornou na época o edifício mais alto do mundo, em Nova York, e que posteriormente perdeu o título, em 1974, para o edifício Sears Tower(442m), em Chicago. A modernidade dos programas computacionais e o conhecimento adquirido ao longo do tempo, juntamente com as inovações possibilitaram a realização de arranha-céus e edifícios altos com formas diversificadas. As tecnologias mais recentes permitiram a construção do então mais alto do mundo, Burj Khalifa(828 m), em Dubai. 4 Figura 3 - Evolução dos sistemas estruturais Fonte: Volta Green Structures (2017) À medida que a altura do edifício aumenta, os esforços causados pelas ações horizontais passam a ser críticos, e a importância dos elementos responsáveis para resistir a estes esforços passa a ser preponderante, fato que diferencia a estrutura dos edifícios de múltiplos pavimentos de outros tipos de construções, dessa forma, neste trabalho serão analisados alguns tipos de sistemas existentes: as lajes sem vigas com paredes estruturais, núcleo rígido, pórtico tubular, pórtico rígido, pórtico rígido com parede estrutural, sistema tubular contraventado e sistema tubular interligado(bundledtube). A.3. Pesquisas recentes Entre as pesquisas desenvolvidas recentemente pode-se citar o sistema modular de construção em madeira para a extensão vertical sustentável de edifícios de escritórios, desenvolvido na Suíça. O mesmo consiste em criar espaços utilizáveis sem acrescentar pressão no terreno, é o projeto Working Space, que busca desenvolver um projeto inovador, sistema de construção modular e pré-fabricado de madeira adaptado à extensão vertical de edifícios de escritórios. As dimensões do sistema podem ser ajustadas a uma grande variedade de grades estruturais e permite qualquer nova organização tipológica. Com base nos princípios da arquitetura bioclimática, fornece isolamento de alto desempenho, um 5 gerenciamento inteligente de energia solar passiva, também oferece grandes superfícies dedicadas à fotovoltaica, produção de energia e biodiversidade urbana. O sistema é feito de materiais locais ecológicos com baixíssimo impacto ambiental. Outra pesquisa está relacionada a um sistema de contraventamento sísmico inovador baseado em um anel de liga superelástica com memória de forma. As ligas com memória de forma (SMAs) têm grande potencial em aplicações sísmicas devido à sua significativa superelasticidade. Sistemas de reforço sísmico baseados em SMAs podem abrandar os danos causados por terremotos. B. DESCRIÇÃO DOS TIPOS DE SISTEMAS VERTICAIS B.1. Lajes sem vigas com paredes estruturais B.1.1. Definição As lajes sem vigas apresentam uma ligação rígida e direta entre o pilar e a laje, podendo ser de dois tipos: lisas ou cogumelos. As lajes lisas têm como característica serem apoiadas diretamente apoiadas em pilares e as lajes-cogumelo como lajes apoiadas em pilares com capitéis, que são alargamentos da seção transversal do pilar próximo a laje. Sendo, as ações laterais um ponto crítico deste sistema estrutural, o que pode tornar este economicamente inviáveis para edifícios acima de 10 pavimentos, segundo Taranath(2010). A questão da deslocabilidade lateral é minimizada com arranjos de pilares, núcleos de travamentos e a outros sistemas que não pertencem propriamente ao pavimento. Sendo assim, quanto ao modelo estrutural de lajes sem vigas em conjunto com as paredes estruturais, o mesmo consiste no uso dos pilares-parede para otimizar a estabilidade da estrutura. Uma parede estrutural, também chamada de portante, se caracteriza por ser capaz de suportar uma carga acidental, de acordo com a definição da NBR 6120, proveniente do uso da estrutura, e de transmitir os esforços de compressão através do plano da parede até as fundações. Os sistemas de paredes portantes podem ser construídos com alvenaria, concreto moldado in loco, painéis de concreto moldado in loco do sistema tilt-up, por exemplo. Para o caso das paredes de concreto, estas podem ser pré-moldadas, geralmente moldadas no próprio canteiro de obras. As paredes de concreto moldadas in loco podem agir como os principais elementos portantes verticais de uma estrutura; alternativamente, podem ser usadas em conjunto com estruturas independentes de aço ou concreto. As paredes de concreto 6 podem ser moldadas junto com os sistemas de piso de concreto e são muito adequadas para agir como paredes de cisalhamento, deve-se ancorar as paredes de concreto armado às lajes de piso, aos pilares e às paredes intermediárias. Dessa forma, a associação da parede estrutural com a laje plana fornece estabilidade lateral à estrutura, por conta da melhora na resistência à carga lateral. Figura 4 - Esquema de transmissão de cargas em uma parede portante Fonte: CHING, F. D. K.(2015) Utilização: geralmente é insuficiente para fornecer a resistência e rigidez necessárias para edifícios com mais de 10 andares. Vantagens: rapidez na execução; melhoramento da estética e do uso do espaço; economia com relação ao convencional e cofragem mais simples, além de que o sistema resiste bem a danos ocasionados por terremotos, por exemplo. Desvantagens: apresenta limitação da largura efetiva da laje que pode ser considerada como uma viga na análise estrutural, dificultando a utilização desse sistema em regiões com alto risco de abalos sísmicos. B.1.3. Comportamento Estrutural O sistema com paredes portantes e estruturas de laje plana pode fornecer um sistema de contraventamento lateral mais apropriado do que apenas uma interação laje-viga plana e coluna.As paredes portantes podem funcionar como diafragmas de 7 cisalhamento e fornecem uma resistência lateral contra ações que atuam paralelamente aos planos das paredes. Contudo, devido à sua esbelteza relativa, as paredes portantes não são capazes de fornecer uma resistência ao cisalhamento significativa para os esforços laterais que agem perpendicularmente ao seu plano, ocorrendo transmissão de cisalhamento da laje na parede, principalmente em torno das bordas internas da parede, o sistema pode acabar com rachaduras no concreto armado da laje em edifícios altos e deformações de cisalhamento em torno das colunas,apresentando uma resposta de histerese(quando um material é deformado, ele absorve e dissipa energia) é pobre. Figura 5 - Solicitações típicas atuantes na parede estrutural Fonte: Silva, Leonardo (2020) B.2. Núcleo rígido (paredes estruturais associadas) B.2.1. Definição Os núcleos de rigidez são associações de mais de uma superfície de elementos de elevada rigidez. Em geral, associam-se pilares-parede em direções ortogonais formando seções, que trabalham como um único elemento. Nos edifícios altos é comum situar núcleos de rigidez nas caixas de circulação vertical (de elevadores, escadas, poço de subida de utilidades, entre outros. Os núcleos podem ser erguidos em concreto armado e suas paredes conectadas por meio de vigas de aço de elevada rigidez na região de portas e aberturas. A estrutura metálica periférica apoia-se no núcleo por meio de vigas de 8 suporte entre as paredes e as colunas de aço. O núcleo é o principal responsável pela resistência à torção devido a ações horizontais assimétricas. Figura 6 - Esquema de núcleo rígido Fonte: Pereira (2000) Neste sistema as lajes, atuando juntamente com as vigas horizontais, têm um importante papel na transmissão das ações para o núcleo rígido. Na figura abaixo apresenta-se o núcleo rígido e a ação da laje, funcionando como uma grande viga horizontal. Figura 7 - Esquema de ações e comportamento da laje Fonte: Margarido, Aluízio Fontana(2007) Utilização: A adoção de um núcleo rígido é, sem dúvida, um dos mais populares sistemas para resistir cargas laterais em edifícios médios a altos. O sistema tem uma ampla gama de aplicações e tem sido utilizado para edifícios de 10 andares até 50 andares ou ainda mais altos. 9 Vantagens: Liberdade de projeto arquitetônico, já que os núcleos podem ser localizados nos poços de elevadores ou escadas, são estruturas mais eficientes e econômicas para resistir às ações horizontais. Desvantagens: A análise estrutural torna-se complexa em casos onde não é possível desprezar o empenamento, além disso, outra complexidade, trata-se do comportamento não linear geométrico,ou efeitos de grandes deslocamentos, que podem influenciar significativamente no dimensionamento de acordo com a esbeltez que possuir a estrutura. Estes efeitos não lineares podem atingir intensidades que comprometam a mecânica da estrutura. B.2.2. Comportamento estrutural Um núcleo rígido pode ser considerado como um sistema espacial apto a resistir cargas laterais em ambas as direções, sendo capaz de resistir aos esforços de cisalhamento e momentos fletores em duas direções, também apresentando boa resistência à torção, sobretudo quando vigas adicionais são posicionadas ligando os maiores vãos entre as paredes ou quando as paredes formam um núcleo fechado ou muito próximo disso. A posição do núcleo rígido deve ser analisada cuidadosamente, pois caso disposto de forma a gerar assimetria com relação a estrutura do edifício e o mesmo receba um carregamento horizontal, surgiram os efeitos de flexão e torção, que deverão receber atenção no cálculo estrutural. Figura 8 - Esquema de torção no núcleo rígido Fonte: Margarido, Aluízio Fontana(2007) O núcleo também é capaz de restrição ao deslocamento na direção longitudinal da seção causado pela rotação da mesma em torno do centro de torção (empenamento). Essa capacidade é dada pela restrição oferecida por vigas e lajes, que por sua vez passam a sofrer esforços adicionais. 10 Figura 9 - Empenamento da seção do núcleo Fonte: Smith & Coull (1991) Esse fenômeno do empenamento, pode ser tratado como consequência das proporções do núcleo, ou seja, seu comportamento estrutural assemelha-se ao de um perfil delgado que quando submetido à torção faz com que suas seções transversais, originalmente planas, empenem, gerando tensões normais de tração e compressão.Segundo Martins (2001), os núcleos podem ser parcialmente fechados pelas vigas, lintéis ou lajes, onde tais elementos colaboram com a diminuição do empenamento. B.3. Pórtico tubular B.3.1. Definição É um sistema de pórticos posicionados ao longo do perímetro do edifício, formando um tipo de tubo, constituído por dois pares de pórticos, cada com pilares de espaçamento de 2 a 4 metros, conectados por vigas de aço.Sendo que os pilares internos resistem apenas às cargas verticais, já as ações laterais são distribuídas pelas lajes para os pilares mais externos, de acordo com a rigidez de cada elemento. Assim, o sistema de resistência à carga lateral, é composto por quatro painéis de armação orientados ortogonalmente, rigidamente unidos, formando um tubo em plano. No pórtico tubular, dependendo da geometria do tubo, os deslocamentos laterais mostram-se bastante elevados, o que exige o uso de elementos com rigidez lateral complementar. 11 Figura 10 - Esquema de construção do sistema de pórtico tubular Fonte: Taranath(2010) Utilização: economicamente viável para edifícios acima de 40 pavimentos, com a possibilidade de ter até 70 pavimentos. Vantagens: permite que todo o perímetro do edifício resista às ações laterais e o sistema possui grande eficiência que permite a construção de edifícios mais altos. Desvantagens: a viabilidade econômica do sistema tubular é dependente das dimensões de seus elementos constituintes e da relação das dimensões em planta do edifício.Além do efeito shear-lag, que reduz o potencial de rigidez do sistema. B.3.2. Comportamento estrutural Quando o sistema é submetido a flexão, as colunas em lados opostos da linha neutra do tubo são submetidas a forças de tração e compressão. Ainda, os quadros paralelos à direção da carga lateral estão sujeitas à flexão no plano e às forças de cisalhamento juntamente com uma ação de quadro rígido independente. Segundo Taranath (2010) o pórtico tubular sofre o efeito shear lag, que altera a distribuição da tensão normal nos pilares. Isso faz com que a tensão normal nos pilares das extremidades seja maior que nos pilares do meio, decorrente da rigidez da viga que conectam os, fazendo com que a deformação no pilar da extremidade (C) não seja a mesma deformação do pilar adjacente (C1), por conta da rigidez da viga que os conectam. Figura 11 - Shear lag no Pórtico Tubular 12 Fonte: Taranath(2010) B.4. Sistema tubular interligado (Bundled Tube) B.4.1. Definição O pórtico tubular interligado, tradução de bundled tube, consiste na interligação de diversos módulos tubulares formando um grande e único tubo com várias células interligadas. Esse tipo de estrutura vertical é muito recomendada para edifícios muito altos como os que possuem mais de 90 andares. A figura abaixo mostra um esquema de pórtico tubular interligado de 3 células. Figura 12 - Planta esquemática pórtico tubular interligado 13 Fonte: Taranath(2010) Esse tipo de sistema permite maior versatilidade arquitetônica uma vez que permite que as células interligadas tenham alturas diferentes sem comprometer o funcionamento estrutural do edifício. Essa tecnologia também permite maior espaçamento entre os pilares e vigas menos robustas em comparação ao sistema tubular formado por apenas uma célula, o que pode proporcionar o aumento do tamanho das janelas. Utilização: Geralmente é utilizado em edifícios muito altos, acima de 50 pavimentos. Vantagens: Fornece rigidez lateral para os edifícios; permite a redução da seção transversal das vigas; permite maior espaçamento entre os pilares; pode ser solução do efeito shear lag. Desvantagens: Viabilidade econômica depende de algumas dimensões geométricas previstas em planta. B.4.2. Comportamento Estrutural Esse tipo de sistema estrutural vertical pode ser utilizado para diminuir o efeito shear lag na estrutura, pois com a inserção de pórticos internos e a existência das lajes, podemos garantir que os pórticos internos se deformam junto aos externos o que faz com que os esforços sejam melhores distribuídos aos pilares. O shear lag é um fenômeno estrutural que ocorre quando partes da seção transversal de alguns elementos estão submetidas a altos esforços enquanto em 14 outras partes há pouco ou nenhum esforço sendo aplicado, a causa desse efeito está, geralmente, relacionada com a geometria das conexões. B.5. Sistema tubular contraventado B.5.1. Definição Esse sistema consiste na aplicação de barras diagonais de contraventamento nas faces dos pórticos tubulares para diminuir os efeitos do Shear lag. Esse método é uma melhoria do sistema tubular pois ele melhora a eficiência estrutural de edifícios altos e propicia o maior espaçamento entre colunas. Um exemplo de aplicação desse sistema é o ilustrado na imagem abaixo. Figura 13 - Onterie Center, Chicago. Fonte: Skycrapercenter.com Utilização: Geralmente é utilizado em edifícios muito altos quando existe a necessidade de aumentar a rigidez lateral e diminuir o efeito shear lag. Vantagens: Fornece rigidez lateral para os edifícios; é o sistema de pórticos mais eficiente; reduz o tamanho das vigas e aumenta o espaçamento entre pilares. Desvantagens: A viabilidade econômica depende da altura e geometria do prédio. 15 B.5.2. Comportamento Estrutural Em edifícios altos, a adição dessas barras de contraventamento é o melhor método para aumentar a rigidez da estrutura. Essas barras diagonais interagem com as treliçasdos andares gerando um arranjo que se comporta estruturalmente em três dimensões, o que diminui o efeito Shear lag. Esse sistema consiste na aplicação de barras diagonais de contraventamento nas faces dos pórticos tubulares para diminuir os efeitos do Shear lag. Esse método é uma melhoria do sistema tubular pois ele melhora a eficiência estrutural de edifícios altos e propicia o maior espaçamento entre colunas. B.6. Pórtico rígido B.6.1. Definição Sendo o tipo de sistema mais utilizado em edifícios no Brasil, o sistema de pórtico rígido, também chamado de moment frame systems ou pórtico indeformável, é formado pela ligação entre vigas e pilares que resistem a ações laterais causadoras de flexão, como o vento, e a rotação em suas ligações. Segundo Francis (2015) o que define a resistência e a rigidez de um pórtico rígido são o tamanho de suas vigas e pilares, que devem ser consideravelmente grandes nos andares próximos ao térreo em estruturas altas. Pórticos rígidos são estruturas hiperestáticas e sofrem com forças de tração, compressão, flexão e cisalhamento em todos as suas partes, já que suas juntas impedem rotações em suas extremidades. Figura 14 - Pórtico rígido Fonte: Francis (2015) 16 É considerado pórtico biarticulado, quando o sistema é conectado em seus apoios por pinos que permitem que nenhum momento fletor ocorra em seus apoios, já que seus pilares têm rotação livre. (Francis, 2015) Figura 15 - Pórtico rígido Biarticulado Fonte: Francis (2015) Figura 16 - Pórtico Rígido Fonte: Mais engenharia (2017) Utilização: O sistema de pórtico rígido é viável economicamente em edifícios de até 25 pavimentos, pois devido às ações e deslocamentos verticais em grandes altitudes tomarem proporções maiores que o convencional, aumentando o custo para que o pórtico resista aos mesmos. Vantagens: Como citado anteriormente, o projeto tem sua vantagem econômica em edifícios de até 25 pavimentos, já que não terá gastos a mais com paredes 17 estruturais e afins, além de ser o modelo mais conhecido no Brasil, facilitando assim o encontro de mão de obra e especialistas para realização da obra. Desvantagens: O custo inicial para aplicação deste sistema é mais alto, porém o investimento é compensado ao longo do tempo. B.6.2. Comportamento Estrutural Os principais elementos que contribuem para a rigidez horizontal do sistema de pórtico rígido são, a resistência à flexão das vigas, dos pilares e suas conexões. Segundo Taranath (2010) o cisalhamento horizontal em um pórtico rígido é resistido individualmente a cada andar, fazendo com que as colunas do pavimento se dobrem em curvatura dupla com pontos de contra flexão perto do meio de sua altura. Figura 17 - Forças e deformação em um pórtico rígido Fonte: Taranath(2010) B.6.3. Adição de paredes estruturais ao sistema de Pórtico Rígido Para que o sistema de pórtico rígido seja viável acima dos 25 pavimentos, se faz necessário o uso simultâneo de paredes estruturais, que quando combinados geram uma maior rigidez estrutural ao sistema, aumentando a resistência às ações horizontais. Nesse tipo de sistema, as paredes estruturais agem como núcleos 18 rígidos no entorno das escadas e elevadores, enquanto no entorno do edifício, atuam os pórticos. Este tipo de sistema é utilizado para edificações de altura média ou grande, podendo ser aplicada a construções com 50 pavimentos ou mais. Segundo Taranath (2010) a redução do deslocamento lateral do edifício depende da intensidade da interação entre a rigidez das paredes e pórticos, como também da altura da construção. No âmbito geral, quanto mais alta a estrutura e maior a rigidez dos pórticos, melhor será o resultado na interação. Figura 18 - Pórtico Rígido com parede estrutural Fonte: Taranath (2010) C. DISCUSSÃO COMPARATIVA ENTRE OS SISTEMAS ESTRUTURAIS VERTICAIS No que se diz respeito ao comportamento estrutural dos sistemas mostrados, vemos que todos são responsáveis por resistir às cargas laterais que atuam nos edifícios altos, impostos por ventos ou terremotos, dependendo de sua localização. Geralmente, os núcleos rígidos são localizados próximos aos eixos centrais dos edifícios, em torno de poços de elevadores, escadas, depósitos e semelhantes. Possuem grande responsabilidade na resistência aos esforços de flexão nas estruturas, pois suas grandes dimensões transversais proporcionam alta rigidez. Nos estudos de Pereira (1997, n.p), ele pôde concluir que a atuação do núcleo de rigidez contribui muito com a estrutura de contraventamento, diminuindo a intensidade das vibrações horizontais e reduzindo a solicitação nos elementos internos. Porém, mesmo com as inúmeras vantagens desse sistema, é de suma 19 importância a análise de todas as alternativas, pois a implantação dessa técnica indevidamente pode acarretar no consumo excessivo de concreto e aço. Ao incluir núcleos rígidos nas estruturas, estes elementos provocam um aumento nas cargas da fundação, pois o peso da estrutura aumenta, o que gera dificuldades, tanto sob a ótica construtiva quanto econômica, por conta dos maiores esforços solicitantes (momentos fletores e forças horizontais). Em uma estrutura analisada especificamente, a inclusão dos elementos rígidos ocasionou um considerável aumento de carga nas fundações da estrutura. Por outro lado, com a utilização do núcleo rígido adquire-se uma garantia de estabilidade, devido a elevada rigidez, além de permitir a redução das seções transversais dos outros elementos estruturais. Em contrapartida gera complicações para a execução das fundações . O acréscimo de volume de concreto e a taxa da armadura são outro ponto de análise da viabilidade e eficiência da inclusão dos elementos rígidos na estrutura, podendo tornar outras soluções estruturais de estabilidade global mais viáveis. Ao relacionar o peso do aço às estruturas, observa-se diminuição do peso do aço nas vigas. Além da menor utilidade de aço nas mesmas após o emprego dos núcleos rígidos, isso também acontece devido à diminuição na quantidade de seções das vigas onde os núcleos rígidos foram adicionados, o que diminui a quantidade de aço necessária para as mesmas. Já os valores para pilares mostraram-se praticamente constantes. Quando analisado e comparado o volume de concreto na estrutura, tem-se um considerável aumento no volume de pilares, decorrente da associação de pilares em um núcleo estrutural composto por vários pilares. Já as vigas tiveram uma leve queda em seu volume de concreto devido a retirada das vigas que servem de ligação para estes pilares antes da associação. Assim, quanto à questão do custo, os ganhos no critério de estabilidade devem sempre ser comparados ao aumento no consumo dos insumos, de forma que a estrutura não acabe sendo inviável pelo uso excessivo de armadura ou pelo custo final da obra. Figura 19 - Gráfico ilustrando os efeitos do vento por andar na direção x nos modelos sem núcleo rígido. 20 Fonte: SILVEIRA, Gabriela Wolan (2018) Figura 20 - Gráfico ilustrando os efeitos do vento por andar na direção x nos modelos com núcleorígido. Fonte: SILVEIRA, Gabriela Wolan (2018) Figura 21 - Gráficos ilustrando quantidades de material para situações com e sem núcleo rígido. 21 Fonte: SILVEIRA, Gabriela Wolan (2018) Quando comparado com o sistema de Pórtico rígido, nota-se uma maior eficiência quanto ao deslocamento horizontal, o que pode ser observado pelo gráfico abaixo: Figura 22 - Gráfico comparativo dos deslocamentos horizontais de acordo com o número de andares. Fonte: PAIXÃO,J. F. M.,ALVES, E. C.(2016) No entanto, para edifícios de médio e pequeno porte, não há diferenças significativas no deslocamento horizontal gerado, o que contribui para validar a afirmação de que para edifícios com estes portes, nos quais a estabilização da 22 estrutura costuma ser relativamente simples, a adoção de sistemas de contraventamento constituídos exclusivamente por pórticos, utilizando núcleos rígidos ou pilares-parede somente quando a solução por pórticos não atender aos requisitos técnicos de projeto, evitando desta forma maiores custos para as fundações. Nos pórticos rígidos, os deslocamentos laterais relativos são causados pela deformação em balanço do edifício por flexão, que é aproximadamente 20% do deslocamento relativo lateral total. Também são causados pela deformação devido à flexão de vigas e pilares, ou deformação de cortante. Aproximadamente 65% se deve à flexão das vigas, e 15% dos pilares, cujo total representa 80% do deslocamento lateral total, aproximadamente. A adição de paredes portantes nos sistemas é essencial para o aumento da rigidez dos mesmos, fazendo com que a sua resistência a ações horizontais seja amplificada. No caso do pórtico rígido, que tem funcionalidade limitada até 25 pavimentos, o acréscimo das paredes portantes aumenta a sua capacidade para 50 pavimentos, possibilitando a aplicação desse sistema em edifícios de médio e grande porte. A respeito das Lajes sem vigas com paredes estruturais, como as paredes portantes são ligadas diretamente à uma laje lisa, então, o custo deste sistema pode ser considerado a soma do preço da parede e da laje, sendo de aproximadamente R$130,00 o preço por metro quadrado da laje lisa. Já para comparação do sistema tubular interligado (Bundled Tube) foi analisado um estudo de caso do edifício Willis Tower, em Chicago, o mesmo possui 110 pavimentos e foi o arranha-céu pioneiro na utilização deste sistema. Foram empregados nove tubos de altura variável, além de um tubo emoldurado em seu interior moldado por quadros para reduzir o efeito do cisalhamento das colunas externas. Este sistema é muito eficaz contra cargas pesadas de vento. A construção deste sistema atua como um sistema unificado, com uma rigidez lateral satisfatória. No desenvolvimento da análise do estudo de caso, foi perceptível que os deslocamentos obtidos foram maiores que os determinados pela Norma NBR 8800. Devido ao nível de vibração em função do vento, que pode ser solucionado por uma arquitetura aerodinâmica, com o enrijecimento da estrutura para aumentar as suas frequências naturais e pelo uso de amortecedores. 23 Além disso, outra descoberta interessante foi que a soma das reações (Rx, Ry, e Momento Fletor) obtidas no caso do vento atuando e no caso das cargas oriundas do peso próprio (permanentes e variáveis) resulta nas reações da combinação desses dois casos, ou seja, vento somado com as cargas oriundas do peso próprio. Já o sistema tubular apresenta resistência e rigidez obtida através da rigidez nas ligações entre os pilares próximos uns dos outros e as vigas que os unem, o que impõe ligações de alta resistência. A construção deste tipo de ligações pode tornar o sistema menos atraente do ponto de vista econômico. Outro fator depreciativo está associado ao fenômeno Shear Lag, mesmo possuindo ligações rígidas, o sistema estrutural apresenta certa flexibilidade. Os elevados esforços transversos nas paredes paralelas à direção do vento não se transferem de forma efetiva através dos cantos para as outras fachadas perpendiculares ao vento, reduzindo a eficiência do sistema. Pelas razões descritas, o sistema de pórtico tubular apresenta limitações quando se entra no campo de edifícios com mais de 50 e 60 andares. Assim, para otimizar o mesmo, a solução é acrescentar ao sistema estrutural diagonais de contraventamento nas fachadas do edifício. A aplicação das diagonais de contraventamento tem a sua máxima eficiência ao substituirmos os pilares por diagonais em ambas as direções.Essa opção reduz o fenômeno do Shear Lag, porém, levanta problemas ao nível das extremidades, devido ao elevado número de ligações.Além disso, as diagonais são menos eficientes no que concerne às cargas verticais. Figura 23 - Comparação dos números de andares para cada sistema 24 Fonte: Taranath(2010) Figura 24 - Comparação de valores para modelos empregando os respectivos sistemas Fonte: Altoqi (2021) D. ESTUDOS DE CASO D.1. Burj Khalifa Este edifício construído entre os anos de 2004 e 2009, localizados em Dubai, nos Emirados Árabes, atualmente é considerado como o maior edifício do mundo. O sistema estrutural empregado em sua construção trata-se de um núcleo inovador e reforçado, onde são acrescidas paredes cruzadas à medida que as forças se tornam mais críticas com o aumento de altura ao longo do edifício. A figura abaixo ilustram este sistema: Figura 25 - Núcleos rígidos do Burj Khalifa e ao lado a foto do edifício 25 Fonte: ISTRUCTE (2014) A massa da torre é organizada em torno deste núcleo com três asas. Sua forma espiral tem função de diminuir o desprendimento de vórtices e assim, a oscilação do Burj, ele foi feito com a planta em um formato que consiste em um plano tri-axial, em Y, formado por três asas em sua base. Com a variação da altura, sua planta vai mudando até tornar-se uma estrutura metálica circular. Figura 26 - variação do formato da planta conforme a altura do edifício Fonte: Tecmundo (2014) Utilizando conceitos de aerodinâmica, pode-se mitigar e moderar os efeitos do vento, gerenciando o fluxo de carga gravitacional para as extremidades do 26 edifício foi igualmente importante para superar o momento causado pelas cargas laterais extremas.Na maior parte da torre, a resistência ao tombamento é associada principalmente às próprias cargas de gravidade da torre. Além disso, todos os elementos verticais são dimensionados para resistirem às cargas da gravidade com tensões iguais na base para superar o encurtamento diferencial da coluna, problema que costuma ser de difícil controle nos edifícios muito altos. Estima-se que para a construção do Burj Khalifa foram utilizados 330 mil m³ de concreto e 31400 toneladas de aço para a construção da edificação, que é de concreto armado, além de 28 mil painéis de vidros. Figura 27 - Identificação dos materiais empregados em cada parte do edifício Fonte: Adaptado de International Journal of High-Rise Buildings(2012) D.2. Petronas Towers Foi considerado o edifício mais alto do mundo entre os anos de 1998 a 2004, se localiza na cidade de Kuala Lumpur,Malásia. Estas torres com 88 pavimentos, totalizando 452m de altura, foram construídas em concreto armado, empregando no total 160.000m³ de concreto, o que é mais efetivo na redução do balanço, porém torna o edifício mais pesado. São caracterizadas como sistemas mistos, ou seja, combinam diversos elementos estruturais de acordo com as vantagens e desvantagens, com pilares periféricos circulares em concreto armado de alta 27 resistência associados a núcleo estrutural também maciço, com uma conexão rígida entre pilares periféricos e núcleo à meia altura do edifício, em três pavimentos. Figura 28 - Petronas Towers Fonte: Intelligent glass solution (2020) Além disso, o núcleo e a estrutura fornecem uma rigidez lateral adequada sem a necessidade de materiais estruturais adicionais, enquanto as paredes do núcleo servem como membros estruturais resistentes ao fogo, bem como transportando carga lateral. Para que as torres tenham mais resistência ao vento, uma viga de união foi feita junto a um apoio central e ambos foram ligados às estruturas das duas torres. A escolha do concreto armado foi baseada em sua capacidade de amortecimento das vibrações causadas pelo vento por meio da rigidez que ele proporciona a estrutura. Figura 29 - Estrutura do Petronas Towers: pilares periféricos e núcleo central 28 Fontes:JOSEPH & ISLAM, 2003; Structurae, 2004 p E. CONCLUSÕES A concepção de um sistema estrutural para um edifício alto envolve diversas verificações e estudos precisos sobre as ações atuantes na estrutura. Dessa forma, atentando-se às características particulares de cada sistema quanto ao transporte das cargas verticais e horizontais, ao custo, ao contraventamento do sistema e seus respectivos deslocamentos laterais. Quanto ao sistema mais adequado para edifícios, irá depender do tipo de obrares, uma vez qua a ser executada e suas particularidades, como o número de ande quanto mais altos os edifícios a ação do vento é mais crítica e os deslocamentos horizontais dos mesmos devem ser limitados, tanto pela segurança como pelo conforto, a esbeltez da edificação, entre outros aspectos. Dessa forma, quanto trata-se de edifícios com mais de 10 pavimentos alguns sistemas mostram-se limitados, como é o caso do sistema de laje lisa associado à paredes estruturais, por mais que esta associação garanta a estabilidade lateral contra as ações paralelas ao plano da parede, já não são tão eficazes para garantir a mesma estabilidade dos esforços que agem perpendicular ao plano da parede, devido à esbeltez, o que pode ocasionar rachaduras e deformações e, por fim, ocasiona esta limitação reduzida de pavimentos para o uso da mesma. Um sistema que se beneficia bastante com a adição de paredes estruturais, é o Pórtico Rígido, e Indeformável, que em sua composição original de associação de vigas e pilares de madeira ou concreto, só é recomendado para edifícios com menos de 25 andares. E com a adição dessas paredes portantes essa capacidade pode ser 29 extrapolada podendo chegar até 50 andares. O custo de aplicação, tanto do pórtico quanto das paredes estruturais são altos, porém o preço é recompensado com o desempenho que será adquirido. Já o sistema tubular pode ser viável para edifícios de até 70 pavimentos, seu custo vai variar dependendo das dimensões de seus elementos constituintes com relação às suas dimensões e, ainda, a utilização pode ser comprometida por conta do fenômeno Shear Lag, que por conta da variação da distribuição da tensão normal, pode dificultar o uso deste sistema por si só. Desta forma, para otimizar o sistema reduzindo o shear lag pode-se empregar o Sistema tubular contraventado que aumenta a rigidez lateral e garante também um espaçamento maior de pilares, podendo reduzir a quantidade dos mesmos e substituí-los por diagonais de contraventamento em ambas as direções, mas ao mesmo tempo pode gerar problemas nas extremidades e não se mostra tão eficaz com relação às cargas verticais. Os núcleos rígidos, quando aplicados em prédios altos, podem ser um sistema construtivo que gera a possibilidade de o empreendimento possuir mais andares do que os feitos exclusivamente com pórticos rígidos. Essa característica é dada pela grande responsabilidade assumida pelos núcleos rígidos na resistência dos esforços de flexão e pela sua contribuição com a estrutura de contraventamento. A viabilidade econômica desse tipo de sistema deve ter como base diversos aspectos do edifício como: número de andares, vibrações horizontais, peso próprio da estrutura e o tipo de fundação. Portanto, os núcleos rígidos aumentam a rigidez global da estrutura porém aumentam muito o consumo de aço e concreto, fato que ocasiona maior solicitação das fundações. A outra configuração de pórtico tubular, chamada de Bundled Tube possui aplicabilidade para edifícios de grande porte, com mais de 50 andares, assim como o sistema tubular contraventado permite espaçamento dos pilares e pode ser uma solução para o fenômeno Shear Lag, pois garante que os pórticos internos se deformem junto aos externos , ainda permitindo a utilização de vigas mais esbeltas em comparação com as utilizadas no sistema tubular. Pode-se dizer então que um estudo elaborado da área de construção, preços dos insumos, preço mão de obra qualificada e um bom projeto estrutural é essencial para a escolha do melhor sistema vertical. Outro ponto a se ressaltar é que novos projetos de edifícios altos aproveitam as ideias dos sistemas verticais já conhecidos 30 e criar uma associação que pode apresentar um comportamento estrutural diferenciado e reduzir alguns efeitos negativos sofridos por algum dos sistemas, além de abrir a possibilidade para criar marcos que serão lembrados por várias gerações, como foi apresentado nos estudos do edifício Burj Khalifa e nas Petronas Towers. 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SISTEMAS VERTICAIS . UNICAMP. Disponível em: <http://www.fec.unicamp.br/~fam/novaes/public_html/iniciacao/sistemas/estrutur.htm >. Acesso em: 13/01/2021. RETORE, L. C, KIMURA, E.F. & PENNER, E. (2016). ANÁLISE DA ESTABILIDADE HORIZONTAL DE EDIFÍCIOS DE AÇO COM MÚLTIPLOS ANDARES.abcem.org.br CARNEIRO, Francisco. 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